O prémio para o vencedor da Liga do Campeões é de 20 milhões.
Contas feitas, se perder o Dortmund ganha 40 milhões, se ganhar o Dortmund perde 20 milhões.
De quem é a culpa?
Das vendas por objectivos que podem colocar em causa a verdade desportiva. Esta questão coloca-se na final mas, também, se podia ter colocado nas meias finais ou nos oitavos de final. Imaginemos que o sorteio tinha determinado um Dortmund vs. Real Madrid mais cedo, o clube alemão tentaria passar a eliminatória ou apostaria nos 25 milhões?
Como é que se resolve?
Proibido todas as vendas por objectivos que possam colocar em causa a verdade desportiva, nomeadamente, em jogos entre a equipa que vende e a equipa que compra.
Lancei ontem um repto aos leitores do És a Nossa Fé, desafiando-os a antecipar quantos golos marcaria o Sporting na recepção ao Borussia Dortmund e quem seriam os artilheiros de serviço.
Houve muitas respostas, para os mais diversos gostos. Mas só dois acertaram no 3-1 final, antecipando também Pedro Gonçalves como um dos marcadores: João Rafael e Luís Barros. Aqui fica o merecido destaque: ambos estão de parabéns.
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Borussia Dortmund pelos três diários desportivos:
Pedro Gonçalves: 21
Coates: 20
Matheus Nunes: 18
Porro: 18
Adán: 17
Feddal: 17
Palhinha: 17
Gonçalo Inácio: 16
Nuno Santos: 15
Paulinho: 15
Matheus Reis: 14
Sarabia: 14
Esgaio: 13
Tiago Tomás: 12
Ugarte: 6
Nazinho: 5
Os três jornais elegeram Pedro Gonçalves como melhor jogador em campo.
Depois da noite de hoje e da passagem aos oitavos da Liga dos Campeões, só me apetece parafrasear aquele enorme comentador da bola, de seu nome José Esteves:
Gostei muitode quase tudo. Antes de mais nada, da histórica vitória contra o Borussia Dortmund, actual segundo classificado do campeonato alemão: vencemos por 3-1, com golos nossos apontados por Pedro Gonçalves (30' e 39') e Porro (81'). E do apuramento directo para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões quando ainda falta disputar uma jornada - algo que não nos sucedia desde a temporada 2008/2009 - já com três triunfos e 12 golos marcados em cinco desafios. E da nossa décima vitória consecutiva, em várias competições. E de termos cumprido o 32.º jogo seguido sempre a marcar em casa.
Gostei do desempenho de Pedro Gonçalves, que volta a bisar, algo que lhe sucede pela quarta vez nesta época: homem do jogo, foi ele o grande obreiro deste triunfo no plano individual, somando já quatro remates certeiros em três desafios da Liga dos Campeões. Gostei, uma vez mais, da exibição superlativa de Coates, autor do excepcional passe de 50 metros que funcionou como assistência para o primeiro golo, obra-prima da eficácia, construída com apenas dois toques na bola. Mas gostei sobretudo de ver a equipa consistente, compacta e muito bem organizada, sobretudo no plano defensivo. Sem esquecer o encaixe financeiro que este triunfo nos proporcionou: mais 12,4 milhões de euros entram de imediato nos cofres leoninos - 2,8 milhões pela vitória, 9,6 milhões pelo apuramento. Rúben Amorim está mais que pago: não restam dúvidas nem ao mais feroz militante antivarandista.
Gostei poucode ver a equipa desconcentrada, pela primeira vez, no longo tempo extra (sete minutos) concedido pelo árbitro quando vencíamos por 3-0 nos 90' regulamentares. E da aposta arriscada em excesso de Amorim, que estreou o ala esquerdo Flávio Nazinho aos 88'. É outro talento da formação lançado na equipa principal: merece aplauso. Mas talvez devesse ter ocorrido noutro palco. A verdade é que foi neste período que o Borussia marcou o golo de consolação, quando já estava reduzido a dez por justa expulsão de Emre Cam.
Não gostei da equipa alemã, que actuou sem ponta-de-lança e exibiu uma defesa precária e alas pouco acutilantes. A verdade é que o Borussia apresentou em Alvalade um onze muito desfalcado, com várias baixas: Haaland, Hummels, Thorgan Hazard e Raphael Guerreiro - em benefício da "estrelinha" deste Sporting treinado por Rúben Amorim. Mas alegados craques, como Reinier e Witsel, passaram ao lado do jogo.
Não gostei nada das "coreografias" com tochas e petardos que algumas claques insistem em exibir na topo sul do estádio, o que levará o Sporting - uma vez mais - a ser alvo de duras sanções pecuniárias da UEFA, que nestas coisas não perdoa. Nem do tapete verde, que continua a provocar perigosas escorregadelas mesmo após a intervenção de emergência ali ocorrida desde a recepção ao Varzim. Eram também escusados aqueles "olés" finais, muito mais apropriados para praças de toiros do que para estádios de futebol: acabaram por desconcentrar os jogadores num período crucial da partida e revelar uma arrogância mais própria de outros emblemas.
Pode não ter sido um enorme jogo o que hoje o Sporting fez em Alvalade perante a segunda melhor equipa da Liga Alemã, mas conseguiu um enorme resultado: a passagem à fase seguinte da Champions depois de 13 (?) anos, um encaixe financeiro de mais de 10M€, uma injecção de moral tremenda para um plantel reduzido ao mínimo e com um enorme peso da formação.
O jogo só não foi enorme porque o Dortmund não deixou. Uma equipa com um jogo interior tremendo que reagia rapidamente à perda, recuperava a bola, conseguia rodar rapidamente de flanco e logo atacar nesse lado com dois ou três jogadores. O tempo que existe na liga portuguesa para receber, dominar e pensar no que se vai fazer a seguir simplesmente não existia: recebia-se e pensava-se que se ia dominar e tinha-se um adversário em cima que roubava a bola. Valia a competência da defesa que conseguia anular as referências ofensivas do Dortmund e que tornavam o seu domínio estéril. No conjunto, acabaram por ser 30 minutos de futebol táctico em que as duas equipas se anularam.
Foi então preciso um daqueles lances que parece um "chouriço" para quem não acompanha o Sporting, mas não é mais do que uma receita muitas vezes tentada: um balão de Coates a explorar o desenrascanço dum dos interiores no confronto com os defesas, saiu o golo do Pedro Gonçalves. E pouco tempo depois dum alívio improvável saiu o segundo golo do... Pedro Gonçalves. Com isso a ida para o intervalo com o objectivo nas mãos, havia apenas de não o deixar fugir.
O Sporting entrou bem na segunda parte. O adiantamento por vezes extremo do Dortmund expunha-os aos contra-ataques, falhou algumas ocasiões de golo até ao lance que resolveu o encontro, a expulsão merecida do jogador do Dortmund aos 75 minutos. Depois ainda houve um golo saído dum penálti cavado pelo Paulinho, mal marcado pelo tal Pedro mas muito bem aproveitado pelo outro Pedro, e outro numa jogada extremamente bem feita pelo Dortmund que lhes aconchegou o resultado. Que terminou em 3-1, o suficiente para o Sporting prosseguir na Champions, com uma palavra de consolação para uma bela equipa alemã que se defrontou com vários azares que a limitaram neste encontro decisivo.
Mas, indo ao que interessa, o Sporting conseguiu ontem uma proeza notável, além do encaixe directo da vitória e da passagem, alguns dos nossos jogadores e o plantel como um todo vão ter uma valorização tremenda, a questão do relvado passou para o caixote do lixo dos não-assuntos, como para o mesmo passaram outros temas financeiros que constituem a fixação de alguns.
Nota negativa apenas para a javardice que alguns idiotas continuam a fazer no estádio, em prejuízo do clube do qual aparentente são sócios, como fizeram nos ultimos dias no pavilhão. Só não entendo a impunidade de que gozam. Quanto vai pagar o Sporting pelas tochas e petardos hoje em Alvalade?
PS: A conferência de imprensa de Amorim tem de passar a integrar o museu do Sporting, nalgum canto que por lá haja. Vale a pena ouvir pedaço a pedaço, recordar o que tem sido a história do Sporting e tentar perceber como é que um "lampião" percebeu tudinhoooooo e soube, percebendo isso tudo, resolver a quadratura do círculo verde. Este homem não existe... Por mim ficava já com uma quota razoável de acções da SAD, vale mais a dormir do que muitos investidores da treta acordados que por lá andam a meter veneno e a nada acrescentar.
Derrubámos em Alvalade o Borussia Dortmund, segundo classificado do campeonato alemão, e transitamos para os oitavos da Liga dos Campeões - proeza que não nos acontecia há 13 anos, quando Paulo Bento ainda comandava a nossa equipa.
Noite histórica. Uma das melhores de sempre do Sporting europeu.
Um dos jogos mais decisivos da temporada vai ser disputado logo à noite, a partir das 20 horas. Refiro-me ao Sporting-Borussia Dortmund. Vital para decidir a nossa manutenção na Liga dos Campeões.
Há dois meses fomos lá perder tangencialmente. Num jogo que podíamos ter ganho.
Volto a propor um teste à vossa perspicácia. Quem e quando irá marcar do nosso lado?
Depois dum péssimo arranque na Champions, o Sporting tem amanhã uma oportunidade de ouro para passar à fase seguinte da competição.
Desta vez é bem mais difícil adivinhar o estado do relvado do que o onze inicial. Quase toda a grande área do lado sul foi mudada, tem estado mais sol que chuva, vamos lá ver se resulta.
Pelo que importa, mais do que adivinhar o onze inicial, especular sobre o que vai acontecer amanhã.
Alguns factos para começar.
1. O Dortmund é a equipa do grupo mais parecida com o Sporting. Tem muitos jogadores leves e tecnicistas, joga um futebol apoiado que constrói desde o guarda-redes e procura transições rápidas para marcar. Em Dortmund as equipas encaixaram-se na perfeição e foi um lance inspirado de combinação entre dois jogadores que fez a diferença.
2. O Dortmund chega a Lisboa sem três das suas principais figuras: o defesa central, o rematador de meia distância e o goleador.
3. O Dortmund joga a um ritmo superior ao do Sporting, reflectindo também as diferenças das duas Ligas. Consegue jogar muito bem em velocidade enquanto o Sporting tem de pausar aqui e ali para encontrar as melhores soluções.
4. O Sporting vem duma série de vitórias, e o seu onze, com o regresso de Pedro Gonçalves e a ambientação de Sarabia, está bem mais afinado do que há uns tempos.
5. O Sporting em termos físicos, peso e altura, até pode estar em vantagem relativamente ao Dortmund, o que pode dar alguma vantagem e ter algum resultado no jogo aéreo nas duas áreas.
6. O Sporting joga em casa, com Rúben Amorim no banco e Alvalade cheio e unido a apoiar.
Por razões que não vêm ao caso, não vi o jogo de ontem, não ouvi o relato na rádio e nem sequer recebi notificação no telefone, que estava desligado, do golo dos adversários alemães de Dortmund.
Vi, já o dia era hoje, quando por volta da uma da manhã liguei o telefone que perdemos por uma bola, 1-0 e a minha primeira reacção foi de alívio, confesso, e depois de esperança.
Vínhamos de um resultado desastroso em casa (olá FCPorto!) que poderia condicionar os rapazes em campo, mas o que me dizia este resultado era que, sem qualquer outra informação que não apenas e só o resultado, as coisas pelo menos no capítulo anímico foram superadas com distinção.
Do jogo, à hora a que escrevo este post, só tenho a informação dos meus colegas Pedro Correia e Luís Lisboa que escreveram sobre ele e apesar de se confirmarem todos os nossos receios em relação a vários jogadores, uns ausentes de campo e outros ausentes em campo, sendo este um resultado negativo e que soma zero pontos e zero euros para o pecúlio do grupo e da tesouraria do clube, pode dar-nos alguma esperança e alento de que pelo menos poderemos lutar pelo terceiro lugar no grupo e usufruir da montra europeia por mais algum tempo e também amealhar uns cobres que tanta falta nos fazem.
Segundo o Luís Lisboa, Amorim não abdicou das suas ideias e eu apoio o treinador, por uma razão mais económica que desportiva até e passo a explicar: Jogando todos "fechadinhos cá atrás" (alguém largou esta pérola há alguns anos, mas confesso que agora não me vem à memória quem), poderemos eventualmente conseguir um empate contra uma grande equipa, mas nunca conseguiremos mostrar ao mundo do futebol a qualidade dos nossos melhores jogadores. E ele às vezes há coisas e numa jogada maluca o Paulinh... perdão, o Porro pode fazer um golo!
E pronto, eis uma crónica de um jogo não visto, não ouvido e não acompanhado, mas com a convicção de que as coisas só podem melhorar e com uma confiança absoluta na equipa técnica e nos jogadores, ainda que alguns ainda fiquem à porta do balneário, apesar de lhes dizerem que há um jogo para disputar.
Quando contamos com Coates, capitão indiscutível do onze leonino, toda a equipa melhora. Não apenas na organização defensiva: também lá na frente. As duas verdadeiras oportunidades de golo do Sporting, ontem contra o Borussia, foram dele.
Para pior
Faz uma diferença enorme - para pior - a ausência de Pedro Gonçalves, que começa a tornar-se demasiado longa, por lesão nada fácil de tratar. Ele é sempre um trunfo, tanto na inteligência em campo como na qualidade que empresta ao jogo. E sobretudo nos golos que marca.
Igual
Dez jogos oficiais na temporada, apenas dois golos marcados: é este o balanço de Paulinho, que ficou novamente em branco, agora na Alemanha. Dele se dirá tudo menos que é um goleador. Preocupante, pois foi contratado para marcar. E não ficou nada barato.
E mais uma vez o Sporting volta da Alemanha com uma derrota no bolso. A verdade é que não me recordo (mas já me recordaram um empate com Paulo Bento) de quando é que isso não aconteceu. Com Jesus foram este Dortmund e o Leverkusen, com Marco Silva o Shalke 04 e o Wolfsburgo, com Carvalhal o Hertha Berlim, com Paulo Bento o Bayern, até no tempo do meu ídolo foi o Magdeburgo na véspera do 25 de Abril e sem ele, ficou por Lisboa lesionado.
Dortmund e Sporting contam com treinadores com muitas ideias em comum e isso reflectiu-se no terreno de jogo, equipas bem encaixadas, construção apoiada, procura dos corredores, reacção à perda. Foi um jogo muito interessante de ver, onde as individualidades fizeram a diferença.
Rúben Amorim foi mais uma vez coerente com as suas ideias. Recusou o terceiro médio, simplesmente ajustou o posicionamento dos interiores com Tiago Tomás em vez de Nuno Santos. Mas se isso ajudou o Sporting a defender bem, também tornou TT e Sarabia dois atacantes ineficazes, que perdiam a bola facilmente, incapazes de qualquer rasgo. Depois, com Jovane e Nuno Santos, a situação manteve-se ou até piorou, no caso do primeiro. Ainda deve andar com pesadelos do penálti falhado.
A verdade é que, custe ou não a engolir a muitos, não temos ainda equipa para ultrapassar Ajax e Dortmund na corrida à passagem à fase seguinte. Nuno Mendes está a fazer muita falta, Pedro Gonçalves mais ainda, quem entrou ainda não acrescentou. De qualquer forma fizemos um bom jogo ontem, e a jogar assim podemos, apesar de tudo, conseguir uma boa época.
Individualmente, Coates, Palhinha e Matheus Nunes foram os baluartes da equipa. Toda a restante defesa esteve muito bem. Paulinho, no seu registo dos seus últimos tempos, trabalha, constrói mas desperdiça. Sarabia, noite para esquecer. Bragança entrou bem no jogo, se calhar podia ter entrado logo em vez do inútil Jovane.
Quanto vão valer Porro e Matheus Nunes daqui a nada? A presença na Champions é mesmo essencial para o Sporting.
Dois grandes treinadores mas também dois grandes comunicadores que estiveram muito bem nas declarações post jogo. Quando Amorim sair, espero que daqui a largos anos, pode vir o alemão.
Triste porque o Sporting sofreu uma derrota tangencial frente ao Borussia Dortmund, em jogo da Liga dos Campeões. Contrariando o meu palpite de que marcaríamos um golo na Alemanha.
Amanhã é dia do Sporting visitar a Vestfália para um resultado, espera-se, bem melhor do que o da estreia na Liga dos Campeões. Mesmo que se confirmem as ausências de Reus e Haaland, o Borussia Dortmund é uma equipa complicadíssima e com mais experiência europeia. Mas, deixo para os meus colegas de bancada, a antevisão. Sugiro uma viagem no tempo. Que portugueses jogaram no Dortmund? Que alemães jogaram pelo Sporting?
Começo por uma menção especial a Tinga. O médio braseiro jogou nos dois clubes, tendo mostrado por a sua classe, mas deixando muitas mais saudades na Alemanha. O internacional brasileiro passou por Alvalade vindo do Grémio e voltaria para a mesma cidade, para jogar no rival Inter, 24 jogos e 1 golo depois. O 77 andou por cá entre 2004 e 2005. Em 2006 aterrou em Dortmund para fazer 113 jogos e marcar 12 golos. Curiosamente jogou com Hummels, que hoje está de novo no plantel do BVB. No início dos amnos 2000 também andou por cá, Jovan Kirovski, hoje prestigiado diretor desportivo do LA Galaxy. Vindo do Dortmund, onde marcou passo, veio para Lisboa...marcar passo. 7 joguitos e 0 golos.
Mas, vamos ao que interessa mesmo que a história seja curta. Em termos de portugueses, lembremos Paulo Sousa. O médio defensivo que fez a formação no Benfica, mas passou pelo Sporting antes da aventura internacional, jogou pelo Dortmund entre 1996 e 1998 vencendo uma Liga dos Campeões e uma supertaça alemã. Hoje, treina a Polónia, estrelada por Lewandowski, que despertou para a primeira divisão do futebol europeu, ao serviço do Dortmund, tendo como companheiros dois lendários polacos da história do Dortmund: Kuba Błaszczykowski (9 épocas) e Lukasz Piszczek (11). Mas já vamos na Polónia e queremos ir para França, onde nasceu Raphael Guerreiro, campeão da Europa por Portugal em 2016 e titularíssimo do Dortmund desde…2016.
Em 2003 chegou a Lisboa, Fábio Rochemback, um médio forte e com potente remate. Internacional brasileiro vindo do Barcelona, faria 66 jogos, 13 golos e 15 assistências. Regressaria para uma segunda passagem menos brilhante: 34 jogos, 1 golo e 3 assistências. Mas o que tem o rapaz nascido em Soledad a ver com a Alemanha (onde nunca jogou)? Fábio, como o sobrenome indica, é descendente de alemães e tem dupla nacionalidade. No verão de 2010 chegou, finalmente, um alemão nascido na Alemanha: Timo Hildebrand, esporádico internacional trocou o Hoffenheim pelo Sporting. Deu com Patrício e só fez 3 jogos. Regressou à Bundesliga e nunca mais nenhum alemão foi visto a jogar de listas verdes (o Greuther Furth não conta). Falta-me alguém?
Adenda: lembraram-me nos comentários que Cédric Soares e Marinho nasceram na Alemanha. Mário Teixeira da Costa, nascido na República Federal da Alemanha, juntou-se às escolas do Sporting a meio dos anos 80, tendo-se estreado pela equipa principal em 1988-1989. Faria 81 jogos. Outro lateral direito nascido na Alemanha, curiosamente em Singen, a mesma cidade que viu nascer Marinho, chegaria à equipa principal em 2010-2011. Cédric faria 94 jogos, 2 golos e 6 assistências.
Entre Amsterdão e Dortmund são quase 250km, que terei de percorrer no dia seguinte ao jogo. Entre o valor dos plantéis do Ajax e do Borussia são quase 250M€ também, favoráveis à segunda maior equipa alemã.
Digerida a derrota em casa com o Ajax sem danos adicionais na Liga caseira, têm então Amorim e a sua equipa um enorme desafio para ultrapassar amanhã em Dortmund.
O jogo de Alvalade tornou evidente que a ideia de controlo do jogo a partir do trio defensivo que tão bons resultados tem dado a nível nacional implode na Champions pela diferença de andamento e superior constituição física dos adversários. Dos três centrais para a frente, apenas Porro, Palhinha, Matheus Nunes e Paulinho lutaram por cada bola, ganharam divididas, demonstraram nível Champions. Nada que Amorim não tivesse registado, e saberá com que guerreiros pode contar para esta batalha. Para nós fica a discussão sempre interessante de nomes e tácticas.
Em Dortmund contará Amorim com muitos Sportinguistas vindos um pouco de todo lado, alguns de claques, outros não, muitos a pedir dispensa das fábricas alemãs como foi o caso há 5(?) anos dum grupo que encontrei em Leverkusen com carrinha e farnel. O estádio vai mesmo estar repleto de abelhas e leões, um ambiente escaldante que quero desfrutar activamente, puxando de princípio ao fim pelo meu Sporting. O mundo sabe que...
A única coisa de que não gostei do jogo do Ajax - além do resultado, obviamente - foi o assobio de alguns pelo hino da Champions.
O lugar dum Sporting pujante e ganhador tem de ser na Champions, e só estando presentes regularmente na competição podemos ter êxito desportivo com estabilidade financeira. O hino da Champions só pode ser para aplaudir, nunca para assobiar, os tempos da guerra contra o mundo são passado que deu no que deu.
Amanhã teremos um segundo teste - este mais decisivo ainda do que o anterior - na Liga dos Campeões. Iremos aproveitá-lo para ultrapassar o desaire do jogo inicial, contra o Ajax, em Alvalade? Muitos de nós acreditamos que sim. E vamos torcer por isso. E é com essa crença que a partir das 20 horas de terça-feira estaremos no estádio (poucos, mas bons) ou assistindo à transmissão televisiva deste Borussia Dortmund-Sporting. Partida da qual o astro da equipa adversária, Haaland, poderá estar ausente.
Venho questionar-vos sobre qual deve ser o nosso onze titular. E se entendem que Rúben Amorim deve fazer alterações ao seu sistema táctico favorito.
Fica o repto aos caros leitores que entendam deixar as suas ideias a propósito desta partida, crucial para a reputação leonina na Europa do futebol.
Em 180 minutos, contra o Borussia Dortmund, o Benfica só fez três remates à baliza. Na segunda mão da eliminatória, foi humilhado pela equipa alemã, saindo da Alemanha goleado por 4-0.
Este afastamento dos encarnados das competições europeias fez-me revisitar o anterior confronto entre o Sporting e o Borussia, disputado nas partidas de 18 de Outubro e 2 de Novembro. Para perceber melhor os nossos pontos fortes e fracos. E sobretudo para me sentir grato à nossa equipa, que se bateu com dignidade e nunca se deixou humilhar pela turma adversária.
Seguem alguns destaques do que aqui escrevi na altura.
Positivo:
- Há jogadores que fazem a diferença neste Sporting? Há. Mas nenhum deles chegou este Verão e os melhores continuam a ser os da formação leonina. Ninguém fez tanto por merecer ontem pelo menos o empate como o inigualável Gelson Martins.
- Bruno César tem de ser titular deste Sporting. Não me interessa que "jogue feio", como por vezes se diz nas bancadas do nosso estádio. Interessa-me que seja eficaz. Voltou a sê-lo: entrou aos 60' e sete minutos depois já marcava.
- William Carvalho recuperou bolas, abriu linhas de passe, fez vários lançamentos longos para alargar a nossa frente de ataque. Merece nota muito positiva.
- Infatigável, sem aparentes sequelas da lesão, Adrien fez passes entre linhas, recuperou bolas e exerceu pressão alta sobre a equipa adversária. Não esperávamos menos dele.
- Dos pés de Schelotto, num cruzamento perfeito, saiu aos 77' quase uma assistência para golo: a bola só não entrou porque Bryan Ruiz, o suspeito do costume, manteve a tradição de falhar em lances deste género.
- Gelson voltou a ser o nosso melhor elemento: é o grande criativo deste Sporting 2016/17.
Negativo:
- A defesa começa a construir-se à frente, pressionando a fase de construção adversária e roubando-lhe metros de terreno. Slimani percebia isso como ninguém. Mas parece não ter deixado seguidores.
- Elias, por mais voltas que o globo terrestre dê no seu próprio eixo, jamais será um Adrien.
- É impressão minha ou Bryan Ruiz apaga-se sistematicamente nos chamados jogos grandes?
- Quanto tempo mais Markovic demorará a perceber que o futebol é um jogo colectivo? Aquelas vistosas arrancadas do sérvio "com a bola controlada", como se diz na gíria do futebol, produziram sempre o mesmo resultado: nenhum.
Da atitude dos jogadores. No rescaldo do empate na Choupana, na última jornada do campeonato, sucederam-se protestos ruidosos dos adeptos, exigindo "atitude" à nossa equipa. Valeu a pena protestar: o Sporting bateu-se bem esta noite na Alemanha, frente ao Borussia Dortmund, mantendo o resultado em aberto até ao apito final. Perdemos tangencialmente, por 0-1, mas os jogadores bateram-se bem em campo.
Da nossa organização táctica. Jorge Jesus surpreendeu com um eixo defensivo formado por três jogadores (Coates, Rúben Semedo e Paulo Oliveira) para travar a dinâmica de construção da turma germânica, fazendo avançar um deles (Rúben, quase sempre) no nosso processo ofensivo. Aposta parcialmente conseguida, esta espécie de 3-5-2: apenas em dois lances o Borussia conseguiu minar o nosso reduto defensivo. Infelizmente para nós um desses lances resultou no golo solitário.
De Gelson Martins. Causou constantes desequilíbrios na nossa ala direita, ganhou várias vezes o confronto individual com Raphael Guerreiro, soube centrar com perigo e esteve perto do golo em duas ocasiões, aos 27' e aos 31'. Decaiu um pouco na segunda parte, devido ao cansaço, mas ainda rematou com perigo aos 49', suscitando uma boa defesa do guardião contrário. Voltou a ser o nosso melhor elemento: é o grande criativo deste Sporting 2016/17.
De William Carvalho. Todos receávamos que tivesse ficado afectado pelo desafio frente ao Nacional, em que falhou um penálti, mas a boa notícia é que o nosso médio defensivo voltou às grandes exibições. Recuperou bolas, abriu linhas de passe, fez vários lançamentos longos para alargar a nossa frente de ataque. Merece nota muito positiva.
De Schelotto. Uma das suas melhores partidas de sempre com a camisola verde e branca. Sobretudo na segunda parte, em que fez valer o seu bom domínio da bola, aliado à velocidade. Dos pés dele, num cruzamento perfeito, saiu aos 77' quase uma assistência para golo: a bola só não entrou porque Bryan Ruiz, o suspeito do costume, manteve a tradição de falhar em lances deste género. O italo-argentino, com visíveis problemas de ordem física e já sem hipótese de ser substituído, teminou o jogo quase sem conseguir correr, numa louvável missão de sacrifício.
Do regresso de Adrien. Decorria o minuto 58 quando o campeão europeu regressou enfim aos relvados após lesão demorada, provocando uma injecção anímica na equipa, que já estava a jogar bem e passou a jogar melhor ainda. Infatigável, sem aparentes sequelas da lesão, fez passes entre linhas, recuperou bolas e exerceu pressão alta sobre a equipa adversária. Não esperávamos menos dele.
Da nossa sorte. Bem podemos dizer que esteve do nosso lado, ao minuto 34', quando Götze rematou à trave. Um calafrio percorreu equipa e adeptos: seria 2-0 e o destino da partida ficaria praticamente traçado. Felizmente a bola não entrou.
Que Jesus não tivesse feito "poupanças" a pensar no Arouca. Deixando Elias e Markovic fora do onze titular, como se impunha, da equipa-base apenas Bas Dost ficou inicialmente no banco, dando lugar a Castaignos. Mas até Dost jogou também, acabando por fazer toda a segunda parte, por troca com o compatriota, demasiado discreto durante o primeiro tempo.
Do apoio incansável dos adeptos. Estavam pelo menos três mil apoiantes leoninos em Dortmund. Apoiando a equipa do princípio ao fim com cânticos e gritos de incentivo. No final, não regatearam fortes aplausos aos jogadores. De falta de atitude ninguém se queixou.
Não gostei
Da derrota. Não há vitórias morais: saímos derrotados deste importante desafio da Champions. Com um golo sofrido logo aos 12'. Bastou aos alemães para concretizarem o objectivo para este jogo.
Da tremideira colectiva no lance do golo. Marvin, com falhas pontuais de marcação, abriu espaço no seu corredor para o cruzamento e Paulo Oliveira falhou a intercepção, permitindo que o colombiano Adrián Ramos marcasse. Foi a única falha do reaparecido internacional sub-21, mas num lance que acabou por ser decisivo.
Da nossa má finalização. Consistência defensiva, mobilidade no meio-campo, boas trocas de bolas: fizemos várias vezes quase tudo bem excepto ao chegarmos aos últimos 15 metros do campo. Não por falta de tentativas mas por falta de pontaria. Nem à meia-distância nem de recarga nem de cabeça nem de bola parada o golo aconteceu.
Do falhanço de Bryan Ruiz. Começa a ser uma tradição no Sporting: a melhor oportunidade acaba por ser desperdiçada pelo internacional costarriquenho. Voltou a acontecer, ao minuto 77.
De Castaignos. Entrou desta vez como titular: foi a maior oportunidade que Jesus lhe deu até agora. Mas, sem entrosamento com os companheiros nem rotina competitiva, teve uma exibição pálida, de que apenas se destacou uma boa tabelinha com Gelson aos 27'. Ninguém se surpreendeu quando cedeu lugar a Bas Dost logo a abrir a segunda parte.
De Markovic. Jesus esteve bem em duas das três substituições, sem desmontar o esquema táctico concebido para este jogo, trocando ao intervalo o apagado Castaignos por Bas Dost e fazendo entrar Adrien aos 58' para render Bruno César. Inútil foi a entrada de Markovic, aos 78', para ocupar a posição de Bryan Ruiz. O sérvio voltou a demonstrar falta de integração na equipa e falta de maturidade competitiva. Corre bastante mas nem ele próprio deverá perceber para quê.
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