Gostei muito de ver o Sporting passar à fase seguinte da Liga dos Campeões. Com onze pontos (dez dos quais conquistados ainda com Ruben Amorim ao comando da equipa). Faltava-nos o que na noite passada conseguimos: bastou-nos empatar em casa com o Bolonha. A equipa italiana fica pelo caminho, sem acesso ao play off dos oitavos, enquanto nós seguimos em frente. Tal como o nosso adversário de ontem, também Estugarda, Leipzig, Young Boys, Sparta Braga, Salzburgo, Sturm Graz e Estrela Vermelha, entre outros, ficaram por aqui.
Gostei do golo que nos qualificou para o play off. Bela jogada de futebol colectivo toda conduzida pelo lado esquerdo - de longe o melhor da nossa equipa nesta partida. Começou numa recuperação de Diomande, prosseguiu com Morten a dar a melhor sequência para rápida tabelinha entre Maxi Araújo e João Simões, que tocou para Quenda. O benjamim da equipa (17 anos) segurou-a bem, temporizou e aguardou a desmarcação do jovem médio até à linha de fundo para largar a bola com precisão cirúrgica. Simões (18 anos), para mim o melhor em campo, centrou recuado para a boca da área, como mandam as regras. Para ali já se tinha encaminhado Harder (19 anos), que deu conta do recado, empurrando-a para o fundo das redes. Aconteceu aos 77': bastou para o 1-1 final. E para a SAD leonina embolsar mais 5,47 milhões de euros - pelo empate (700 mil euros), pela qualificação (um milhão) e pelo 23.º lugar (3,77 milhões), só um abaixo do poderoso Manchester City. Total até agora nesta campanha europeia do Sporting 2024/2025: 51,849 milhões de euros. É obra.
Gostei pouco da nossa primeira parte, em que sofremos um golo na sequência de um canto, aos 21', e já tínhamos visto a bola embater na barra em lance muito semelhante, logo aos 4'. Sobretudo nessa fase notou-se uma das fragilidades desta equipa: Fresneda é esforçado, mas continua com desempenho abaixo das exigências de um Sporting que se mantém em várias frentes futebolísticas. Geny também teve actuação insuficiente: perdeu quase todos os duelos e continua a passar demasiado tempo no chão. Inversamente, Diomande vem-se impondo como pilar defensivo e o capitão Morten, mesmo fatigado, parece encontrar sempre um suplemento de energia: é um dos nossos imprescindíveis. Infelizmente, por acumulação de amarelos, não contaremos com ele na próxima jornada da Liga milionária.
Não gostei de ver o Sporting desfalcado de tantos titulares. Além de Nuno Santos e Pedro Gonçalves, afastados há largas semanas, também não pudemos contar com os lesionados Gyökeres (o que fez muita diferença), Morita e Eduardo Quaresma. Todos influentes, cada qual à sua maneira. Tal como St. Juste, que veio igualmente de lesão e ontem não saiu do banco. Sem esquecer o guarda-redes titular, Rui Silva, que se mantém indisponível nas competições europeias por não estar inscrito na UEFA pelo Sporting. Ontem foi a vez de Debast, forçado a abandonar o campo aos 50', mal podendo caminhar: resta ver quanto tempo estará fora. Nunca me lembro de tanta gente lesionada em simultâneo na nossa equipa.
Não gostei nada da escumalha anti-Sporting que voltou a atacar, oculta sob a sigla "Juventude Leonina". Assumem-se como implacáveis inimigos internos, fazendo tudo para lesar e manchar a imagem do Clube. Ontem, nos minutos iniciais, voltaram a rebentar petardos e a desfraldar uma enorme tarja ofensiva para a UEFA, além de assobiarem o hino da Champions. Por vontade deles, estávamos excluídos da Liga milionária. Por vontade deles, continuaremos a sofrer multas sem parar, como se os 300 mil euros que já fomos forçados a pagar como castigo imposto pela entidade europeia do futebol lhes parecessem pouco. Ninguém tenha ilusões: eles continuarão a fazer tudo para prejudicar o Clube, não pouparão esforços na tentativa de sabotar a conquista do bicampeonato. Fiéis ao lema que os mobiliza há vários anos: Letais ao Sporting.
Frente a uma equipa italiana forte, dura e muito chata naquele homem-a-homem a todo o terreno, sem problemas em fazer faltas para amarelo dado que não vai continuar na prova, muito competente nos pontapés de canto, o Sporting teve muitas dificuldades em assentar o jogo e criar perigo de forma continuada.
A equipa voltou a entrar muito bem no jogo, num 4-2-3-1 com duplo pivot Hjulmand-Debast e Bragança solto atrás de Harder, conseguia ter bola no meio-campo e acelerar a partir daí por Catamo ou Bragança solicitando Harder na profundidade e criando ocasiões de remate. Mas veio um canto a favor do Bolonha e uma bola na trave, veio outro e uma bola lá dentro, a equipa acusou o toque e perdeu-se um pouco na segunda metade da primeira parte.
Veio a segunda parte e logo o choque que deu a lesão de Debast. Entrou João Simões, pouco depois Quenda, voltou o 4--2-4 com o adiantamento de Trincão, e o jogo tornou-se muito mais aberto, com ocasiões para ambos os lados. O Bolonha teve algumas mais pela ala Fresneda-Catamo, muito por culpa da "falta de pilhas" do moçambicano. O Sporting pelo outro lado, pelo trio maravilha (raça, entrega, talento, velocidade) Maxi-João Simões-Quenda. E foi por aí que surgiu o golo do empate numa bela jogada João Simões-Quenda finalizada muito bem por Harder.
Com o resultado finalmente favorável, a equipa soube gerir o jogo muito bem, fazendo circular a bola, continuando a pressionar alto, não permitindo ao Bolonha dominar o jogo e ter oportunidades.
Assim fomos apurados para a fase seguinte. Vamos encontrar um adversário familiar, espero que seja o Borussia Dortmund para poder voltar ao Iduna Park e à cerveja do "fan-zone". Mais Atalanta não, sff. Já chega.
E conseguimos isso sem os dois melhores jogadores do plantel: Gyökeres e Pote, nem Morita, com talvez a equipa mais jovem do Sporting de sempre na Champions ou mesmo na Liga Europa. Média de idades: 22,5 anos.
Uma equipa muito jovem, com tremendo potencial de crescimento. E no banco estavam vários colegas do João Simões e do Quenda, como o Eduardo Felícissimo que um dia destes estará ali a fazer o papel que o Debast fez hoje. O futuro do Sporting está assegurado.
Melhor em campo? João Simões. Foi ele que desbloqueou o jogo.
Israel fez uma belíssima defesa, Diomande esteve imperial como de costume (oxalá não haja Ramadão este ano). Fresneda melhora de jogo para jogo e ontem mais uma vez esteve perto de marcar. Inácio muito seguro. Hjulmand um senhor no meio-campo bem complementado por Debast. Harder aprendeu muito vendo jogar Gyökeres. Do trio maravilha já falei. Catamo começou bem, mas cedo encostou.
Arbitragem? Impecável, mantendo um julgamento uniforme, permitindo o contacto mas sabendo penalizar entradas por trás e faltas tácticas.
E agora? Descansar, recuperar e ganhar ao Farense.
Missão cumprida: em noite muito chuvosa no nosso estádio, recebemos o Bolonha e empatámos (1-1). A equipa italiana cai fora, nós seguimos em frente na Liga dos Campeões.
Mesmo sem Gyökeres nem Morita, titulares absolutos. Mesmo com mais um lesionado - desta vez Debast, forçado a abandonar a partida aos 62'.
Rui Borges leu bem o jogo, em que perdíamos ao intervalo. Do banco saíram dois dos três jogadores que fizeram a diferença, construindo o empate: Quenda e João Simões. O terceiro - e decisivo - foi Harder, que a meteu lá dentro aos 77'. Em carambola, às três pancadas, mas a nota artística pouco interessa.
O importante é que entrou.
Mais um obstáculo ultrapassado.
Ficámos em 23.º lugar, logo abaixo do poderoso Manchester City.
Iremos agora defrontar Atalanta ou Borussia Dortmund no play off de acesso à próxima etapa da prova milionária.
Confiamos nos jogadores e na equipa técnica? Claro que sim.
Atrevam-se a dar palpites sobre o desafio do Sporting, logo à noite, na Liga dos Campeões 2024/2025. Contra o Bolonha, actual oitavo classificado da Liga italiana. Terminou em quinto no campeonato anterior. Nas últimas quatro jornadas registou só uma vitória (ao Monza) e três empates (com Roma em casa, e com Inter e Empoli fora).
Em 28.º lugar na Champions, a equipa italiana já não tem hipótese de passar à fase seguinte da competição.