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És a nossa Fé!

A voz do leitor

«Não percebo como Bobby Robson aparece como um dos melhores treinadores do Sporting. Que indiscutivelmente era um bom treinador, isso ninguém tem dúvida, agora que o tivesse demonstrado ao serviço do Sporting, já levanto muitas reticências. Poderemos dizer que não lhe deram tempo para o demonstrar, mas paciência. A verdade é que, enquanto ao serviço do Sporting, nada de relevante há a apontar.»

 

AHR, neste meu texto

Alguns erros fatais

Texto de Miguel Correia

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Malcolm Allison em 1982

 

Para os mais desatentos:

Mário Lino, Fernando Mendes, Allison e Inácio, todos campeões [no Sporting], foram trucidados.

 

O cúmulo foi com Big Mal, um doido saudável, adepto da máxima liberdade para igual responsabilidade. Despedido logo após um estágio na Bulgária, porque permitia umas liberdades e, entre outras situações, deu permissão (e bem) a uns miúdos pouco mais do que adolescentes para arranjar umas namoradas. Vejam os vídeos da altura: o pressing daqueles miúdos era brutal, durava o jogo todo e morriam por ele.

Isto não tem preço.

 

Foi bufado, que óperas-bufas é o que aqui há mais, voltou ao Setúbal para com uma equipa de velhos jogar um futebol de ataque sem medo. O homem era muito competente.

Grande erro de João Rocha, que havia feito o mesmo com Mário Lino, os bons também falham.

O Sporting começou a fraquejar no futebol, iniciou-se o calvário. E só foi campeão 18 anos depois com Inácio, outro campeão depois escorraçado.

 

E não nos esqueçamos de Robson, despedido no avião por Sousa Cintra, outro erro fatal que em minha opinião, tal como Allison, transcendeu mais do que um campeonato, acabando com um projecto.

Depois vieram as SAD e é o que se sabe...

 

Texto do leitor Miguel Correia, publicado originalmente aqui.

O exemplo de Robson

Há muito, muito tempo, o Sporting recebeu, em casa, o modesto Fátima (da então 2ª divisão B), em partida a contar para os oitavos-de-final da Taça de Portugal.

Esperava-se um jogo tranquilo, onde o maior poderio da equipa leonina, que se apresentava na sua máxima força, não deixaria de confirmar a larga diferença competitiva entre as duas equipas.

No entanto, os milhares de adeptos que se deslocaram a Alvalade naquela tarde de sábado, e se preparavam para assistir a uma partida de resolução fácil, acabaram por se deparar com um Sporting displicente e pouco aplicado, que venceu o jogo (3-2) mas não convenceu nada.

Bobby Robson, que treinava então o Sporting, não esteve de modas e no final da partida obrigou os jogadores a darem umas voltas ao campo. Não esperou pela conferência de imprensa para lamentar a exibição, ou pela palestra do treino seguinte para ralhar aos jogadores. No próprio estádio, e perante os seus adeptos, fez os jogadores suarem com umas corridas, já que os 90 minutos pareciam não ter sido suficientes.

Este raspanete de Robson, pela sua peculiaridade, marcou-me, e apesar de, para grande pena minha, nunca mais o ter visto ser replicado por outro treinador do Sporting, lembro-me amiúde dele quando o Sporting faz exibições que envergonham o seu nome.

Foi o caso de ontem, na partida que opôs as equipas B de Sporting e Porto. Estar a vencer por 3-0 na 2ª parte e permitir a recuperação do adversário não se admite. Bobby Robson não deixaria passar incólume um desfecho desses.

Cherba, 20 anos depois

 

Apesar do trauma que foi a temporada 2012/2013, por muitos considerada a pior época de sempre do Sporting, pessoalmente, houve uma época que me deixou ainda mais marcas. Falo da temporada de 1993/1994. 

Tinha 10 anos, e do meu grupo de amigos e colegas de escola, era o único que ainda não tinha visto o seu clube campeão. «O Sporting nunca chega ao Natal», era sentença que gostavam de me atirar à cara com frequência.

Até que, de repente, um senhor inglês com ar de avôzinho simpático, e que falava um português muito engraçado, pôs a "jogar à bola" aquela que, na opinião de muitos, e na minha também, foi a melhor equipa do Sporting dos últimos 20 anos: dos campeões mundiais sub-21 Nélson, Paulo Torres, Capucho, Luís Figo e Peixe, bem como o melhor marcador desse mundial Cherbakov, passando por Paulo Sousa, Cadete, Valckx, Balakov, Iordanov e Juskowiak. Que equipa!

O Sporting nessa temporada chegou ao 1.º lugar, a jogar o melhor futebol, e era uma equipa imbatível. O mito do Natal mostrava-se, manifestamente, exagerado. 

Pela primeira vez na vida, deparava-me com um Sporting que vencia e convencia, e que se revelava a equipa melhor preparada para conquistar o tão desejado título que lhe fugia para mais de 10 anos.

Até que um jogo mal conseguido na Áustria, onde de uma situação de 2-0 na 1ª mão, o Sporting vê-se eliminado da taça UEFA, origina o impensável: a demissão do treinador! José Eduardo Bettencourt não o poderia ter descrito melhor: foi uma precipitação à Sporting!

Com treinador despedido, que o rival nortenho, rapidamente, trataria de aproveitar a seu favor (com as consequências que se conhecem...), e ainda a digerir uma eliminatória perdida de forma incrível, eis que somos surpreendidos com mais um acto da tragédia que se apoderara de Alvalade: um brutal acidente de viação atira Cherbakov para uma cadeira de rodas!!!

“Cherba” era um dos meus jogadores favoritos da equipa. Não só jogava muito à bola, como tinha uma forma especial de marcar os golos: saíam sempre "golaços". Era um jogador que prometia muito na equipa do Sporting.

O trágico final da sua carreira, no espaço de poucos dias em que o Sporting é eliminado das competições europeias e o treinador despedido, constituiu um duro golpe para a equipa e para o trajecto que vinha fazendo, e que não mais voltou a ser o mesmo.

Ontem assinalaram-se 20 anos desde o horrível acidente que interrompeu, de forma definitiva, a promissora carreira de Cherbakov. Perdeu-se um grande talento, um grande jogador, e um campeonato. Salvou-se a sua vida, no que é o mais importante, afinal de contas.

Mas ninguém me tira da cabeça o que teria sido o Sporting nesse campeonato, e nas épocas seguintes também, se Bobby Robson não tivesse sido despedido precipitadamente, e Cherba não tivesse tido o acidente… 

{ Blogue fundado em 2012. }

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