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És a nossa Fé!

Os melhores prognósticos

Não faltaram bons prognósticos nesta ronda com quatro vencedores. Cumprimento os leitores Jorge Luís e Leão do Xangai, que anteviram o resultado do Sporting-Boavista, acertando no golo de Nuno Santos, e os leitores Fernando e José Vieira, que anteciparam o golo de Paulinho. Muito mais difícil seria prever o autogolo de Salvador Agra, que fechou a conta em Alvalade.

Menção honrosa para os leitores Allfacinha e Armando Santos: ambos previram o 3-0, embora sem acertarem em quem marcou.

Domínio indiscutível do princípio ao fim

Sporting, 3 - Boavista, 0

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Nuno Santos, herói do jogo: possível golo do ano para mais tarde recordar

Foto: Manuel de Almeida / Lusa

 

Quem pensava que o Sporting estava sem energia física ou anímica, após o embate em casa contra o Arsenal, três dias antes, enganou-se redondamente: esta foi uma das nossas melhores exibições no campeonato 2022/2023. Na recepção à equipa que costuma jogar de xadrez mas que anteontem envergou de amarelo, dominámos do primeiro ao último minuto. 

E logo no primeiro minuto, precisamente, poderíamos ter marcado. Chermiti, bem servido por Morita, atirou a bola lá para o ninho da coruja, mas o matulão Bracalli, guarda-redes veterano da equipa tripeira, defendeu por instinto, desviando-a para a barra.

Estava dado o mote: era carregar até marcar. Podia ter sido novamente por Chermiti, que aos 13' rematou rasteiro, a rasar o poste. Ou por Esgaio, que teve a baliza à sua mercê, ao segundo poste, com trivela assinada por Nuno Santos em jeito de assistência - permitindo, também ele, a intervenção do guardião brasileiro do Boavista.

Aos 17', porém, não houve salvação possível para a turma forasteira. Nuno Santos, servido por Edwards em posição frontal, marcou um belíssimo golo de letra, fazendo-a anichar lá no fundo das redes. Um daqueles golos dignos de levantar qualquer estádio. O mais belo golo da carreira do campeão leonino. Um dos mais belos golos que já vi alguém marcar no nosso estádio. Já candidato, ainda em Março, a golo do ano.

 

A partir daí, talvez alguém esperasse uma reacção - mesmo tímida - do Boavista. Nada disso. Continuaram acantonados lá no reduto deles, sem ousarem uma só acção ofensiva. Fiéis à imagem de marca do treinador Petit, que apenas sabe jogar com ferrolho.

Nós cumpríamos o nosso papel: queríamos ampliar a vantagem. Insistimos, insistimos - e marcámos o segundo. Novamente com intervenção de Nuno Santos a centrar da esquerda para o meio. Pretendia fazê-la chegar a Pedro Gonçalves, que andava errante na linha dianteira, mas o boavisteiro Salvador Agra intrometeu-se e resolveu o assunto - a nosso favor, com um vistoso autogolo.

 

Assim se foi para o intervalo. Sem um remate da equipa adversária, já antevendo um resultado vitorioso neste embate, quatro dias antes da nossa difícil deslocação a Londres, onde defrontaremos o líder da Premier League. O Arsenal estará lá, à nossa espera, para tentar vingar o 2-2 da primeira mão, nos oitavos da Liga Europa.

Fomos retirando o pé do acelerador. Mas sem nunca afrouxar demasiado, nem consentir veleidades ofensivas aos forasteiros. Israel, estreia absoluta na nossa baliza no campeonato, nunca chegou a ser verdadeiramente incomodado. Ugarte e Morita, no meio-campo, iam limpando tudo. Edwards colocava em sentido os defesas contrários. E Nuno Santos tentou repetir a graça, aos 48', 63' e 68'. Não conseguiu, nem era necessário: já tinha garantido um dos mais espectaculares golos do ano na Europa.

 

Seguiram-se as substituições. Matheus Reis e Pedro Gonçalves deram lugar a Gonçalo Inácio e Trincão. Depois Edwards saiu para entrar Arthur enquanto Paulinho rendia o buliçoso Chermiti. Finalmente, mesmo à beira do fim, foi a vez de entrar Tanlongo para que Ugarte descansasse alguns minutos.

Nesta fase, o árbitro João Pinheiro voltou a mostrar toda a sua incompetência - reiterada em cada jogo que temos o azar de o encontrar de apito na boca. Desta vez, aos 59', fez vista grossa a um claro derrube em falta de Trincão, dentro da grande área boavisteira. Ficou por marcar um penálti a nosso favor e a exibição de um cartão vermelho ao infractor, Pedro Malheiro. Mais do mesmo: já ninguém se surpreende.

Antes de o jogo terminar, ainda houve tempo para marcarmos o terceiro. Fabuloso passe longo de Tanlongo, desenhando uma diagonal perfeita para Esgaio apanhar lá na ponta direita, com uma recepção que não está ao alcance de qualquer um, e centrar com precisão milimétrica para Paulinho encostar, Bracalli já batido. 

Caía o pano com 3-0 a nosso favor. Quarto jogo a ganhar, terceiro sem sofrer golos, mais oito pontos nesta segunda volta do que nos embates com as mesmas equipas nossas antagonistas na metade inicial do campeonato.

Será um sinal de que as coisas andam a mudar para melhor? É evidente que sim.

 

Breve análise dos jogadores:

Israel - Estreia absoluta entre os postes leoninos num jogo do campeonato nacional de futebol, colmatando a ausência de Adán. Não pareceu nada intimidado com este súbito encargo.

Diomande - Ninguém diria que só tem 19 anos e é um recém-chegado à nossa equipa. Assumiu sem complexos a posição de central à direita, libertando Esgaio no corredor. Muito seguro.

Coates - Igual a si próprio, comandou o trio defensivo com a tranquilidade do costume. Sem exuberância, sem dar muito nas vistas, mas assegurando o essencial. Grande corte aos 78'.

Matheus Reis - Regresso ao onze para outra exibição em que confirmou ser extremamente útil. Nuno Santos só se atreveu tanto à frente porque tinha o brasileiro a vigiar muito bem a ala.

Esgaio - Uma das suas melhores exibições desde que voltou ao Sporting. Mandou um petardo à barra (52'), falhando o golo por centímetros. Assistiu no terceiro, de modo impecável.

Ugarte - Domínio perfeito do espaço, domínio perfeito do tempo de intervenção. Duas características do internacional uruguaio, que funcionou como tampão no nosso meio-campo.

Morita - Cada vez mais robusto do ponto de vista físico, aguentou sem mácula os 90', compondo uma parceria muito sólida com Ugarte. Fundamental na ligação ao ataque.

Nuno Santos - Golo de antologia: é quase imperdoável não ser convocado para a selecção nacional. Ainda foi ele a assistir no autogolo de Salvador Agra (43'). Pulmão inesgotável.

Edwards - Cada vez mais influente, cada vez com maior resistência física. Participou na construção do primeiro golo, servindo Nuno Santos. E ofereceu-lhe outro, desperdiçado, aos 63'.

Pedro Gonçalves - Voltou a actuar no trio da frente. Foi o nosso jogador com maior precisão de passe (91%), algo que só no estádio se viu bem. Acusou algum cansaço, acabou por sair cedo.

Chermiti - Deu sempre trabalho à defesa adversária, com as suas constantes movimentações na área. Quase marcava logo no minuto 1: Bracalli fez a defesa da noite, desviando para a barra.

Gonçalo Inácio - Substituiu Matheus Reis aos 57'. Quatro minutos depois, por aparente desconcentração, perdeu a bola em zona proibida, o que esteve quase a custar-nos um golo.

Trincão - Rendeu Pedro Gonçalves aos 57'. Entrou com maior consistência e dinamismo do que nos tem habituado. Aos 59', sofreu penálti nítido que o árbitro Pinheiro decidiu não sancionar.

Arthur - Entrou aos 57', substituindo Edwards. Alinhou, tal como ele, encostado à linha direita. Mas foi muito mais frágil e bastante menos eficaz. Agarrado demasiado à bola, inconsequente.

Paulinho - Substituiu Chermiti aos 72', quando o Sporting já se preocupava mais em fazer gestão do tempo com domínio de bola. Mas ainda foi capaz de marcar o terceiro, aos 90'+3.

Tanlongo - Em campo desde o minuto 84', quando substituiu Ugarte, destacou-se por um magistral passe longo de 40 metros que deu início ao nosso terceiro golo. Promete.

Rescaldo do jogo de ontem

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Nuno Santos, figura do jogo, marcou aos 17' um belíssimo golo que fez levantar o estádio

Foto: Manuel de Almeida / Lusa

 

Gostei

 

Da nossa quarta vitória consecutiva. Triunfo claro, categórico, indiscutível, do Sporting em casa frente ao Boavista: 3-0. Com golos aos 17', 43' (autogolo de Salvador Agra) e 90'+3. Foi também o terceiro desafio seguido na Liga sem sofrermos golos. E não perdemos há cinco jogos em mais do que uma competição. Merece registo: estamos na melhor fase da época.

 

De Nuno Santos. O homem do jogo. Marcou um golaço, daqueles de levantar um estádio. Golo de letra, a merecer nota artística e a ovação da noite. Um dos melhores golos que tenho visto em Alvalade desde sempre. Foi ele a iniciar a vitória, valendo-nos os três pontos. É ele a "assistir" Agra no autogolo que ampliou a nossa vantagem mesmo à beira do intervalo. Aos 10', já tinha dado o aviso com um belo passe de trivela a isolar Esgaio, que permitiu a intervenção do guarda-redes Bracalli. Infatigável, ainda fez um excelente centro aos 90'. 

 

De Ugarte. Regressou ao onze após um jogo de castigo e fez uma partida quase perfeita, recuperando tudo quanto havia para recuperar (26', 38', 54'). Corte providencial aos 61', quando a bola se dirigia para a baliza após perda de Gonçalo Inácio. Tem uma intuição rara na ocupação do espaço do nosso meio-campo defensivo. Dá a impressão de crescer de jogo para jogo.

 

De Morita. O japonês teve fôlego para o desafio inteiro: grande capacidade física do princípio ao fim, como médio de transição em parceria exemplar com Ugarte. Aos 89' ainda tentou o golo num remate rasteiro a sair bem perto do poste. Muito forte também nas recuperações (20', 24', 54'). As dúvidas de alguns adeptos já foram dissipadas: é um dos nossos grandes reforços desta época.

 

De Esgaio. Fez um dos melhores jogos desde que regressou ao Sporting. Muito activo no corredor direito, com propensão atacante enquanto Diomande lhe garantia as dobras defensivas, teve a baliza à sua mercê aos 10' quando surgiu com perigo no segundo poste. Aos 52', culminou um excelente lance individual com forte remate que fez a bola embater na barra. É dele a assistência para o nosso terceiro, marcado por Paulinho no penúltimo minuto do tempo extra.

 

De Diomande. Voltou ao onze inicial, actuando como central à direita na ausência de St. Juste. Missão cumprida. Transmite a sensação de já jogar há muito no Sporting: nem parece ter chegado só neste mercado de Inverno nem ser tão jovem: apenas 19 anos. Transmite segurança e confiança à equipa.

 

De Paulinho. Entrou apenas aos 72', substituindo Chermiti, e voltou a fazer o gosto ao pé encostando após centro milimétrico de Esgaio para fixar o resultado. Apenas o seu quarto golo no campeonato 2022/2023, mas a verdade é que marca há três jogos seguidos. Teremos goleador enfim?

 

Da nossa capacidade física. Nem parecia que tínhamos jogado três dias antes, também em casa, contra o Arsenal. Primeira parte muito intensa, em velocidade acelerada, transições muito rápidas, quase todo esse período disputado no meio-campo do Boavista. Nos 15 minutos iniciais já havíamos registado três oportunidades claras (duas por Chermiti, uma por Esgaio). Atitude forte, níveis de movimentação elevados. A merecer aplauso dos adeptos.

 

De termos mais oito pontos do que na primeira volta em jogos com as mesmas equipas. É caso para dar razão ao Pedro Boucherie Mendes: desta vez fomos, em boa parte, vítimas dos caprichos do calendário.

 

 

Não gostei

 

Da ausência de Adán. Pela primeira vez num desafio deste campeonato, o nosso guarda-redes titular esteve ausente. Poupado por queixas musculares. Resta ver se recupera a tempo do Arsenal-Sporting. Mas Franco Israel - na sua estreia como titular da nossa baliza em desafios do campeonato - pareceu sempre bem entre os postes, embora com pouco trabalho: raras vezes a equipa adversária o incomodou. 

 

Do árbitro João Pinheiro. Nunca desilude: é sempre muito mau. Desta vez, aos 59', fez vista grossa a um claro derrube de Trincão em falta para penálti, dentro da área, poupando Malheiro, do Boavista, ao correspondente cartão vermelho nessa jogada promissora para golo quando o nosso avançado só tinha o guarda-redes pela frente.

 

Do Boavista. Nenhuma oportunidade de golo, nem um remate digno desse nome: a turma treinada por Petit parece ter pedido emprestado o "nome de guerra" do técnico. Há oito épocas consecutivas que não nos marca um só golo para o campeonato em Alvalade. Só custa perceber como perdemos com esta equipa na primeira volta, no estádio do Bessa.

 

De só haver 27.353 espectadores em Alvalade. Os horários, associados aos preços dos bilhetes, continuam a afugentar público do nosso estádio - mesmo havendo qualidade do espectáculo garantida, como sucedeu nestes dois mais recentes desafios. Temos sido claramente penalizados na marcação dos jogos no confronto com os nossos maiores rivais. Não faz sentido isto continuar assim.

 

De não termos encurtado distâncias. Como as equipas situadas à nossa frente também venceram, continuamos 15 pontos abaixo do Benfica, sete pontos abaixo do FC Porto e cinco pontos abaixo do Braga à 24.ª jornada.

Ganhar é sempre bom!

Mas ganhar às equipas treinadas por Petit ainda mais.

Não consigo ver que qualidade tem este antigo jogador de futebol nascido em França como treinador de futebol. As equipas por onde passa usam e abusam da força e do choque. Geralmente com o beneplácito dos homens do apito.
Talvez por isso não passe deste marasmo de ser um treinador de equipas de terceira linha. Sei que ganhou no Bessa ao Sporting, mas se fosse hoje provavelmente já não o conseguria.

Petit é daqueles agentes do futebol apologista que a canela do jogador adversário se inicia logo abaixo do pescoço!

Mas ontem levou três, mas poderiam ter sido muuuuuuuuuuuuuuitos mais!

Prognósticos antes do jogo

Isto agora é assim: jogos de três em três dias. Amanhã a nossa equipa regressa à competição, desta vez a nível nacional: recebemos o Boavista, novamente a hora imprópria - 20.30, noite de domingo, véspera de mais uma semana de trabalho. 

Atenção a este adversário: no desafio da primeira volta, no Bessa, perdemos 1-2. Tendo feito apenas cinco faltas - e só uma na segunda parte, números que não se praticam no futebol de alta competição. O que me levou a escrever no fim do jogo: «Ao contrário de alguns adeptos, que passam o tempo a disparar contra árbitros e a conceber teorias da conspiração, eu prefiro sempre analisar o nosso desempenho. E neste caso não há lugar a dúvidas: foi inaceitável. Espero que Rúben Amorim retire as devidas consequências e actue em conformidade. Isto é para levar a sério. Não podemos continuar a brincar aos futebóis.»

No campeonato anterior, o Sporting-Boavista saldou-se por uma vitória leonina: 2-0. Com golos de Sarabia e Nuno Santos.

Agora como será? Aguardo com expectativa os vossos prognósticos. Depois de ninguém ter sido capaz de antever o 0-1 da jornada anterior.

Isto é para levar a sério

Consultando as estatísticas do jogo, verifico que no Boavista-Sporting do passado sábado, de péssima memória para nós, os jogadores do Sporting cometeram apenas cinco faltas. Repito: cinco faltas. No segundo tempo, apenas uma.

Há sete anos que não havia números tão baixos da nossa parte.

Foi, claramente, o jogo deste campeonato em que permitimos que a equipa adversária se movimentasse em campo mais à-vontade, sem a perturbarmos na sua manobra ofensiva. O que certamente ajuda a explicar por que motivo saímos derrotados do Bessa - algo que não acontecia desde 2008.

Ao contrário de alguns adeptos, que passam o tempo a disparar contra árbitros e a conceber teorias da conspiração, eu prefiro sempre analisar o nosso desempenho. E neste caso não há lugar a dúvidas: foi inaceitável.

Espero que Rúben Amorim retire as devidas consequências e actue em conformidade. Isto é para levar a sério. Não podemos continuar a brincar aos futebóis.

Assim, com franqueza, não vamos lá

Boavista, 2 - Sporting, 1

 

Terceira derrota em sete jogos da Liga 2022/2023. Desta vez foi no Bessa, anteontem, frente a um Boavista mais objectivo e eficaz, que soube anular o nosso processo de jogo, demasiado previsível, e ensanduichar o chamado "trio dinâmico" leonino entre as duas linhas mais recuadas.

Perdemos 2-1 - algo que não acontecia neste estádio desde o campeonato 2007/2008.

Nas bolas aos ferros, empatámos. Mas do nosso lado, após 20 minutos prometedores, imperou o cansaço. Potenciado pelo facto de Rúben Amorim ter entrado em campo com o onze inicial que enfrentara o Tottenham quatro dias antes. As primeiras alterações por imperativos tácticos ocorreram só ao minuto 75. 

No nosso melhor lance, construído por Nuno Santos com um magnífico passe de letra para o golo de cabeça de Edwards, à ponta-de-lança, parece ter-se esgotado o fôlego da equipa. Estavam decorridos 55 minutos. A partir daí impunha-se um refrescamento que não aconteceu enquanto o Boavista criava perigo pelo nosso sector mais vulnerável, o corredor direito, onde Porro se adiantava em excesso e Gonçalo Inácio, novamente central à direita, era lento ao acorrer às dobras. 

 

Voltámos a sofrer dois golos.

O primeiro na pior altura possível, aos 45'+2: assim se foi para o intervalo, O segundo de penálti, aos 83'. Nessa altura já estavam em campo Paulinho e Arthur, certamente por fezada do treinador, que procurava reeditar os golos em rajada que nos deram a vitória contra o Tottenham para a Liga dos Campeões na terça-feira da semana passada.

Mas a receita desta vez não resultou. E algumas opções do técnico foram incompreensíveis. Deixar em campo um apagadíssimo Pedro Gonçalves, por exemplo, enquanto fazia sair Nuno Santos, visivelmente contrariado, até porque estava a ser o melhor dos nossos. E teimar na opção por Esgaio, que é extremo de formação, tem rodagem como lateral mas foi chamado para central à direita, com Gonçalo a deslocar-se para o meio tentando compensar a saída de Coates, por lesão.

 

Tudo muito difícil de entender. A verdade é que à sétima jornada o panorama não é nada animador. Já perdemos onze pontos em 21 disputados, seguimos em oitavo lugar no campeonato (atrás de Portimonense, Boavista, Casa Pia e Estoril), temos a quinta pior defesa da Liga (pior, só Marítimo, Paços de Ferreira, Arouca e Rio Ave) e apresentamos agora a terceira pior classificação do século à sétima jornada. Já com tantas derrotas como no total dos 34 jogos disputados em 2021/2022.

Assim, com franqueza, não vamos lá.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Encaixou dois golos (um deles de penálti) sem ter culpa em qualquer dos lances. O primeiro, de Bruno Lourenço, era totalmente indefensável.

Gonçalo Inácio - Regresso à posição de central do lado direito. Deixou-se ultrapassar duas vezes no lance do primeiro golo axadrezado. Atravessa crise de confiança.

Coates - Errou mais passes do que é habitual, mostrando-se longe do fulgor físico. As suspeitas confirmaram-se: saiu aos 70', agarrado à coxa.

Matheus Reis - Central à esquerda, foi um dos jogadores que acusaram maior cansaço e menor discernimento neste embate no Bessa. Longe do brilho contra o Tottenham.

Porro - Voluntarioso, num contínuo vaivém, preocupou-se sobretudo em municiar o ataque. Foi descurando missões defensivas, desguarnecendo o flanco.

Ugarte - Jogador-operário. Eficaz nas recuperações e no apoio ao processo defensivo, mostrou-se sempre muito dificíl de ultrapassar. Cada vez mais útil.

Morita - Combinou bem com Ugarte, completando-o na ligação com o ataque. Serviu Pedro Gonçalves num golo que viria a ser anulado por deslocação de Edwards.

Nuno Santos - O nosso melhor em campo. Veloz, acutilante, intenso, combativo. Assistência para o golo de Edwards, com magnífico passe de letra. Um espectáculo.

Trincão - Apagado, talvez por cansaço. Revela uma tendência irritante para fazer reviengas em vez de jogar simples. Mandou uma bola à trave de pé direito (39').

Pedro Gonçalves - Melhor momento: o golo que marcou aos 23'. Mas não valeu. Isso parece tê-lo desanimado. Esteve muito longe do seu melhor. 

Edwards - Terceiro golo do inglês, naquele seu jeito de quem parece jogar de pantufas. Marcou de cabeça, aos 55'. Mas também ele revelou cansaço.

Esgaio - Entrou aos 71' para render Coates, actuando como central à direita. Quase nada lhe saiu bem. Aos 81' cometeu um penálti escusado. Custou-nos a derrota.

Arthur - O reforço ex-Estoril substituiu Nuno Santos aos 75'. Sem qualquer vantagem para a dinâmica ofensiva da equipa quando precisávamos de marcar.

Paulinho - Rendeu Trincão aos 75'. Amorim deve ter sonhado que o avançado iria reeditar aquele precioso golo ao Tottenham. O sonho não se tornou realidade.

Rochinha - Substituiu Morita aos 86'. Quase sem tempo para mostrar o que vale, quando a equipa já jogava muito com o coração e pouco ou nada com a cabeça.

Rescaldo do jogo de hoje

Não gostei

 

De outra derrota. Desta vez no Bessa: perdemos 1-2. Onze pontos desperdiçados em 21 possíveis. Um desastre, o início da Liga 2022/2023. Não há outra palavra para descrever este percurso ainda curto, com apenas três triunfos (Rio Ave, Estoril, Portimonense), somados a um empate (Braga) e três derrotas (FC Porto, Chaves e agora Boavista). Os axadrezados não nos venciam há 18 jogos em casa, desde a Liga 2007/2008.

 

De Rúben Amorim. Há que apontar o dedo ao treinador. Por dois motivos: comete o erro de repetir o onze inicial da partida anterior, da Liga dos Campeões, contra o Tottenham - com o desgaste daí inerente - e só se convence que tem mesmo de mexer na equipa já muito tarde: as primeiras substituições por opção técnica e táctica ocorreram só aos 75'. 

 

Da lesão de Coates. Exemplo mais evidente da fadiga muscular que afectou vários jogadores, aos 70' o nosso capitão agarrou-se à coxa e fez sinal que precisava de sair. A equipa ressentiu-se de imediato da ausência dele, até porque Amorim viu-se forçado a fazer adaptações - o que nem sempre tem dado bom resultado, como voltou a acontecer.

 

Do excesso de lesionados. Neste momento, com a lesão de Coates (oxalá não seja grave), ficámos sem centrais destros de raiz. Após as paragens de St. Juste (que será feito dele?) e Neto. Motivo de grande preocupação, até por estarmos ainda na fase inicial da temporada.

 

De Esgaio. O treinador persiste na tendência de adaptar laterais a centrais. Insistiu nisto, com péssima consequência: tendo Marsà no banco, optou por fazer entrar Esgaio para o lugar do lesionado Coates, aos 71', enquanto Gonçalo Inácio transitava de central à direita para o meio do trio defensivo. Má opção: dez minutos depois, o ex-Braga cometeu o penálti de que viria a nascer a vitória axadrezada. Penálti evidente, de escola - e escusado. Aos 90'+4, desposicionado lá na frente, abriu uma avenida ao contra-ataque adversário que felizmente não causou estragos.

 

De Pedro Gonçalves. Lamento escrever isto, mas passou ao lado do jogo. Andou desaparecido grande parte do tempo, entalado entre as duas linhas do Boavista, sem capacidade de penetração na área nem de protagonizar lances de ruptura. É verdade que chegou a introduzir a bola na baliza, aos 23', mas estava fora-de-jogo. Foi um dos elementos que acusaram maior desgaste físico.

 

De Trincão. Outro jogador que devia ter ficado fora do onze titular. Muito abaixo das exibições anteriores, frente ao Portimonense e ao Tottenham, embrulhou-se demasiado com a bola, dando-lhe quase sempre um toque a mais. Aos 39', com o seu pior pé, atirou à barra, mas foi desaparecendo da partida. Saiu tarde de mais, só aos 75'.

 

Do resultado ao intervalo. Perdíamos 0-1, deixando o Boavista marcar mesmo ao fim da primeira parte (45'-2), num lance em que Gonçalo Inácio - novamente a pecar por falta de intensidade - e Coates foram incapazes de travar o portador da bola, que num ressalto é atirada lá para dentro, de zona frontal, num excelente disparo em arco de Bruno Lourenço sem a menor hipótese de defesa para Adán. Nunca há bons momentos para sofrer golos, mas este foi um dos piores. 

 

Dos golos sofridos. Já são dez, nestes sete jogos. Começa a encurtar-se perigosamente a distância para o número dos que encaixámos em todo o campeonato anterior: apenas 23.

 

Da classificação. Iniciámos esta jornada em sétimo lugar. Já fomos ultrapassados pelo Estoril, que hoje empatou em casa com o FC Porto. E corremos o risco de baixar ainda mais. Além de podermos ver amanhã o Benfica a onze pontos, com 21.

 

 

Gostei

 

Dos nossos alas. Merecem ambos nota positiva: foram, de longe, os melhores do Sporting nesta noite triste - rápidos e acutilantes. Nuno Santos um pouco acima de Porro por ter feito a assistência para o nosso golo solitário, marcado por Edwards aos 55'. Com um magnífico passe de letra a merecer nota artística. Ficou insatisfeito ao ser substituído por Arthur, aos 75', e com razão. Foi um dos raros que mantiveram o nível da partida anterior, frente ao Tottenham.

 

De Edwards. Por ter marcado o golo leonino - de cabeça, à ponta-de-lança - dando o melhor rumo ao excelente cruzamento de Nuno Santos. E criou vários desequilíbrios. Não foi por ele que deixámos três pontos no Bessa.

O dia seguinte

Depois da brilhante vitória de terça-feira na Champions a moral dos Sportinguistas bateu no tecto, o que para quem como eu, que conheço bem este clube, só pode querer dizer que o desastre estaria próximo. Se calhar por isso não publiquei nenhuma antevisão sobre este jogo no Bessa. Tudo o que tentei escrever me soava a "wishfull thinking" passando ao lado das questões estruturais que tenho aqui levantado.

Com o Pinheiro no apito só podiamos esperar o que tivemos, um toque infeliz no avançado boavisteiro que logo o motivou a desistir do lance e a ensaiar a queda n.º 5 modelo Petit, sem hipótese de reversão pelo VAR porque o toque existiu tal como existiu sobre o Galeno no jogo com o Braga em Alvalade em que o mesmo Pinheiro como VAR esteve uns bons minutos a convencer aquele árbitro lisboeta que depois indicou ao filho do Conceição que era bom era para o mergulho que aquilo tinha sido mesmo penálti. Ainda hoje ele deve agradecer ao carissimo "colega" a grande ajuda que lhe deu para adulterar o resultado dum jogo.

 

Pelo cansaço de terça-feira e pela presença do futuro "dragão de ouro" e se calhar com direito a estátua no museu dos "dragões", o tal Pinheiro, o Sporting precisaria de recursos dentro do plantel para entrar com um onze diferente, com maioria de jogadores frescos para disputar um jogo que se antevia muito dificil num campo pequeno e ainda para mais castigado pelas recentes chuvadas.

Entrando com o mesmo onze de terça-feira, claramente o Sporting se pôs a jeito para o que veio depois. Faltou sempre um pouco mais aos nossos para mandar no jogo e cortar as vasas aos adversários, tudo era feito mais em "cruise control" do que com a manete das mudanças nas mãos, e depois dum improvável "chouriço" sofremos o primeiro golo, da Pinheirada atrás descrita o segundo.

Pouco mais de interessante para o Sporting teve o jogo: um golo bem anulado por fora de jogo, um cruzamento de letra de Nuno Santos que convidou Edwards a um belo golo, uma balão de Trincão que foi à trave, tudo o resto foi para a frente, frente, frente, para trás, trás, trás, um jogo partido sem controlo ou comando.

 

Claro que quando perdemos podemos questionar tudo, a começar pela cor das camisolas e acabar pela fixação de Amorim no Esgaio como defesa a substituir um lesionado Coates em vez dum Marsà ou dum Alcantar, já que St.Juste e Neto estão lesionados também. Ou pela ausência de alternativas "prontas" para Ugarte e Morita, já que Sotiris ainda está em aprendizagem. Ou porque não entraram logo em campo os dois heróis da terça-feira, Paulinho e Arthur Gomes, o primeiro para bloquear os três defesas centrais adversários, o segundo para ser o "abre-latas", que Edwards não tinha pilhas depois do jogo contra o Tottenham. Ou até um Fatawu, que pela sua imprevisibilidade muito podia baralhar as ideias de Petit.

Podemos questionar tudo mas não vale a pena. Perdemos mais 3 pontos na Liga muito por nossa culpa, e isso não é nada bom. Cabe ao nosso excelente treinador Rúben Amorim reflectir sobre este início de temporada agora que vai ter tempo para isso, o bom e o mau que aconteceu, e introduzir os ajustamentos necessários.

E já agora adianto dois: não mais Esgaio como defesa central, não mais Coates como avançado residente.

SL

Isto é como os interruptores

Há três dias o treinador escreveu um compêndio de bem dirigir uma equipa.

Hoje borrou a escrita toda.

Acontece.

Como acontece ao Esgaio, bom rapaz, Sportinguista dos quatro costados, mas com pouco jeito para a função que supostamente deveria exercer. Segunda vez que enterra a equipa. E acreditem que eu até nem lhe atribuo culpas. Consultar os dois primeiros parágrafos, s.f.f. para encontrar o culpado.

Meter em campo os mesmos que jogaram há três dias e quando foi necessário substituir, tirou só o melhor, Nuno Santos é, para ser simpático, um disparate.

Hoje, desculpa lá ó Amorim, foi uma derrota de autor.

A seguir vem o Gil Vicente

A ver se não ficamos com um enorme galo...

Os melhores prognósticos

Muitos prognósticos chegaram aqui, a maioria antevendo uma vitória leonina por 0-2 no estádio do Bessa, resultado-padrão do Sporting nesta Liga 2021/2022 prestes a chegar ao fim. E não faltando também quem previsse o regresso de Pedro Gonçalves à galeria de goleadores da nossa equipa.

Felizmente o resultado foi mais expressivo do que a maioria dos vaticínios antevia. Vencemos por 0-3 (com golos de Matheus Nunes em lance corrido e Tabata de penálti, além dum autogolo boavisteiro). Com três palpites antevendo o desfecho da partida - dos leitores Paulo Batista e Francisco Gonçalves, e do meu colega de blogue Ricardo Roque.

O habitual critério de desempate desta vez não funcionou: nenhum deles acertou nos marcadores dos nossos golos. Daí a vitória nesta ronda recair em Paulo Batista, que foi o primeiro a comparecer com o seu prognóstico.

Só faltam três jornadas, ainda com nove pontos em disputa. Quase nada está fechado em definitivo.

O dia seguinte

Contra um Boavista tranquilo e motivado pelas ambições individuais dos seus jogadores, trocando o habitual autocarro por uma tentativa de jogar a todo o campo, o Sporting mostrou-se uma equipa focada e competente.

Sabendo sempre recuperar a bola em zonas intermédias, circulando a bola para convidar o adversário a alargar-se no terreno, conseguia encontrar espaço para os avançados móveis terem bola de frente para a defesa contrária com os alas bem abertos a darem opção de passe e a complicaram a tarefa adversária.

Só mesmo a falta de inspiração no último passe ou no remate impediram o avolumar no marcador. Pedro Gonçalves e Edwards abusaram no desperdício, Sarabia desesperou pelo passe em condições que não teve. 

Algures a meio da segunda parte, com o 0-1 teimosamente a manter-se, o Boavista a ganhar confiança e Matheus Nunes em dificuldades, Amorim jogou pelo seguro, entrou Ugarte para segurar o meio-campo e logo aconteceu o "chouriço" do Edwards que sentenciou o encontro.

A partir daí era só saber por quantos. Veio o terceiro num penálti claro sobre Tabata, Palhinha acerta na trave, Inácio tem um golo anulado por fora de jogo.

Assim, na sempre complicada visita ao Bessa e depois da pior semana do ano, quando alguns já agouravam o pior, vencemos tranquilamente.

Arbitragem muito boa do Mota, de nível europeu, como tinham sido as anteriores dos jogos que justamente perdemos, como foram as do empate e da derrota dos dois rivais, a deixar jogar e a encolher os ombros às palhaçadas. O que realmente dá que pensar... Mas se eles realmente até sabem, porque é que só depois dos batoteiros terem o título resolvido fazem assim e antes fizeram o contrário???

Enfim.

Melhor em campo? El patrón Coates, com alguns cortes de alta qualidade.

 

#JogoAJogo

SL

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Do regresso às vitórias. Soube muito bem sair do Bessa com três pontos e um triunfo confortável, sem discussão, por 3-0. Após duas derrotas consecutivas para competições diferentes sem termos marcado um só golo. 

 

Que o nosso golo inaugural surgisse no primeiro remate. Estava já a tardar, mas concretizou-se enfim. Foi aos 37', por Matheus Nunes, num pontapé rasteiro sem muita força mas bem colocado, com vistosa assistência de calcanhar de Pedro Gonçalves. Até ao intervalo, tivemos outra oportunidade de golo, num disparo em arco de Sarabia, aos 40', só travado pelo veterano guardião Bracali (41 anos) naquela que foi a defesa da noite.

 

De Coates. Para mim, o melhor em campo. Durante os primeiros 35', conteve todas as tentativas de ataque do Boavista. Dois desarmes preciosos no minuto 31' transmitiram confiança a toda a equipa. Também foi ele o mais lúcido e eficaz no início da nossa construção ofensiva, não hesitando em progredir no terreno com a bola controlada e a distribuir jogo numa sucessão de passes longos. Se alguém mereceu esta vitória foi o nosso grande capitão. 

 

De Nuno Santos. Recuperou a titularidade e cumpriu a missão como dono do corredor esquerdo, indiferente aos assobios que lhe dirigiam os adeptos boavisteiros. Ganhou várias bolas divididas e soube cruzar com critério, sempre muito combativo. Saiu aos 68', já fisicamente desgastado, mas com a certeza de ter merecido nota positiva.

 

De Tabata. Tem jogado pouco, merece jogar mais. Entrou aos 68', rendendo Pedro Gonçalves, e logo mostrou como se marca um canto: aos 79', colocou a bola na cabeça de Palhinha, que atirou à trave. Depois mostrou como se marca um penálti, conquistado por ele próprio ao ser derrubado em zona proibida. Chamado a convertê-lo, aos 83', enfiou-a no fundo das redes como mandam as regras. E ainda teve talento para comandar um belo lance ofensivo, aos 90', que só não resultou em golo por fora-de-jogo de Gonçalo Inácio. 

 

De Ugarte e Daniel Bragança. Saltaram ambos do banco, como suplentes utilizados. O primeiro aos 57', substituindo um fatigado Matheus Nunes, o segundo só aos 77', rendendo Sarabia. Estiveram bem.

 

Do autogolo de um defesa axadrezado. Abascal, por infelicidade, marcou na própria baliza, traindo Bracali, num desvio daquilo que parecia um centro falhado de Edwards. Aconteceu aos 58' e assinalou um momento de viragem da nossa equipa, que até aí esteve bastante desinspirada e depois ganhou vivacidade e alegria, com domínio total do jogo. 

 

De não termos sofrido golos. Voltamos a encabeçar - a par com o FC Porto - a lista das equipas menos batidas desta Liga 2021/2022.

 

De somarmos agora 76 pontos. Nesta jornada conquistámos três ao FCP (derrotado em Braga) e dois ao Benfica (que empatou com o Famalicão na Luz). Nas três rondas que faltam, podemos atingir um total de 85 pontos - a mesma pontuação da Liga anterior. Se assim for, será uma marca inédita: nunca antes tivemos dois campeonatos seguidos tão bem pontuados.

 

De vermos outro objectivo da época quase concretizado. Falta-nos apenas um ponto, nestas três rondas finais, para garantirmos o acesso directo à Liga dos Campeões. E aos largos milhões de euros que esta qualificação nos proporciona.

 

 

Não gostei

 

Da ausência de Matheus Reis. Um dos nossos melhores jogadores desta temporada nem chegou a integrar a convocatória para o Bessa. Juntando-se assim a Porro, ausente por ter visto cartão vermelho na ronda anterior, e a Paulinho, que ficou fora por acumulação de amarelos. 

 

De Pedro Gonçalves. Assistiu Matheus Nunes no nosso primeiro golo, é certo. Mas nada mais fez de relevante. Deixou-se desarmar aos 18' e aos 19', atirou para fora aos 21', falhou a recarga à queima-roupa aos 24', fez um passe para ninguém aos 36', entregou-a com displicência aos 55', permitiu a intervenção do guarda-redes aos 66'. Outro jogo em que ficou em branco.

 

De Vinagre. Voltou a calçar, mas continua sem demonstrar qualidade para integrar o plantel leonino. Em campo desde o minuto 68', cruzou no lance em que Tabata viria a ser derrubado na grande área. Mas ficou-se por ali. Tem uma estranha tendência para se pôr a bambolear junto à linha lateral, lá no fundo do campo, confundindo futebol com bailado, em vez de jogar simples. 

 

Das tochas. Uma vez mais, houve "festival de pirotecnia" organizado por elementos de algumas claques do Sporting. Visando, nomeadamente, o guarda-redes do Boavista. Conduta antidesportiva com a agravante de ser reiterada e continuar a custar pesadas multas ao nosso clube. Quem se comporta assim nem parece ser adepto leonino.

Prognósticos antes do jogo

Estamos a dois passos de assegurar o acesso directo à Liga dos Campeões pelo segundo ano consecutivo - algo que não acontece no futebol leonino desde a presidência de Filipe Soares Franco, quando Paulo Bento era o treinador. Precisamos apenas de quatro pontos em quatro jogos para que isso aconteça.

Quanto mais cedo melhor.

Logo, a partir das 20.30, jogamos no estádio do Bessa. Onde na época passada, já rumo ao título que haveríamos de conquistar, vencemos a equipa da casa por 2-0. Com golos de Nuno Santos e Porro. 

Já esta época, na primeira volta, novo triunfo pela mesma marca: foi a 11 de Dezembro. Vitória verde e branca com golos de Sarabia e Nuno Santos. 

Bom prenúncio para o desafio de logo à noite? Aguardo os vossos prognósticos para este Boavista-Sporting.

Amanhã à noite no Bessa

bessa.jpg

Foi mais ou menos nesta perspectiva que há quase 3 anos presenciei a estreia de Leonel Pontes ao comando do Sporting, num jogo que começou logo mal com um golo de livre do Boavista de Lito Vidigal aos 7 minutos. Depois foi um festival de porrada bem orquestrada por Lito, com um público boavisteiro a pedir sangue na relva e Jorge Sousa a fazer de Pilatos, com contas antigas para acertar antes de passar à merecida inutilidade. 

Foi também o jogo em que Leonel Pontes tentou ressuscitar o losango de Paulo Bento, com Doumbia, Wendel, Acuña e Bruno Fernandes no meio-campo, e Plata e Bolasie no ataque. E do que me recordo até começou bem até aos tais 7 minutos. Depois foi o que se viu, Bruno Fernandes ainda consegue empatar antes de ser expulso por excesso de pancada recebida, mas não deu para mais. Um dos que se distinguiram na porrada foi um tal Carraça, que mais deve ter feito para ter conseguido um bom lugar ao sol no banco de suplentes do Porto. A equipa ficou devastada, e na jornada seguinte, sem Bruno Fernandes, permite ao Famalicão a reviravolta no marcador e sofre mais uma derrota. Depois Leonel Pontes teve o triste fim que sabemos, para vir um Silas fazer o que fez...  deixar andar uma equipa em decomposição à mercê de qualquer um.

Depois veio Amorim. E voltámos a ganhar no Bessa na jornada antes de recebermos o Benfica no caminho para o título nacional. Aquele jogo em que o Fábio Veríssimo mostrou um amarelo completamente idiota a Palhinha que depois veio renegar e que deu origem a toda a confusão que se conhece.

Amorim que nos deu um título nacional, duas taças da Liga, uma Supertaça, uma passagem da fase de grupos na Champions, uma valorização do plantel superior a 100M€, e que com o pretexto de duas derrotas mais um Slimani descontente alguns querem ver pelas costas. Se calhar os mesmos que batiam palmas ao Silas. 

Porque é teimoso, porque não tem plano B, porque tem vacas sagradas, porque leva banhos tácticos. Ainda bem para eles que o Pinto da Costa não é presidente do Sporting... 

Pois amanhã, no mesmo local, é mesmo com Amorim e sem o meu querido Slimani e um Paulinho que sempre defendi que lá vamos, e é assim mesmo que vamos entrar para ganhar. Se calhar repetindo a receita de Tondela, um ataque móvel com três baixinhos em combinações rápidas. De resto, a defesa está boa, Ugarte ou Palhinha é apenas uma questão física, Tabata e Bragança merecem mais minutos mas isso pode acontecer logo que o 2.º lugar esteja assegurado. O que pelos vistos já não deve tardar.

 

Sendo assim apostava no seguinte onze:

Adán; Neto, Coates e Inácio; Esgaio, Ugarte, Matheus Nunes e Matheus Reis; Pedro Gonçalves, Sarabia e Edwards.

 

Concluindo,

Amanhã o Sporting entra em campo no Porto para ultrapassar o Boavista e manter a vantagem pontual na corrida ao segundo posto. Porque o primeiro tem dono.

Considerando o sistema táctico de Rúben Amorim, qual seria o vosso onze?

 

#JogoAJogo

SL

2021 em balanço (9)

 

GOLO DO ANO

Este não foi, seguramente, o golo que merece melhor nota artística nem o que resultou de uma das jogadas mais soberbas. Mas justifica-se que seja destacado como o nosso golo do ano que agora terminou. Porque graças a ele nos sagrámos campeões nacionais de futebol após um insuportável interregno que durou quase duas décadas.

Foi o golo da vitória do Sporting na 32.ª jornada da Liga 2020/2021. O que nos valeu a vitória decisiva, o que nos garantiu o título, o que nos fez explodir de alegria. Na recepção ao Boavista, a duas rondas do fim da prova. Um tiro certeiro disparado por Paulinho ao minuto 36 dessa partida do nosso contentamento.

Um golo que começa a ser construído por João Mário no meio-campo defensivo dos axadrezados: liberta-se de dois adversários e endossa a bola para Nuno Santos, que da esquerda cruza para a pequena área, onde o ponta-de-lança que Rúben Amorim tanto desejou ver de verde-e-branco lhe dá o toque decisivo para o fundo das redes.

A ver e a rever. Sempre. 

 

Vale a pena destacar três menções honrosas, todas para lembrar também:

- O golo de Porro no Boavista-Sporting a 26 de Janeiro (vencemos 2-0);

- O golo de Palhinha no Sporting-Paços de Ferreira, a 15 de Fevereiro (ganhámos 2-0);

- O golo de Plata no Sporting-Marítimo, a 19 de Maio (ganhámos 5-1).

 

 

Golo do ano em 2012: Xandão, contra o Manchester City

 Golo do ano em 2013: Montero, contra a Fiorentina

Golo do ano em 2014: Nani, contra o Maribor

Golo do ano em 2015: Slimani, na final da Taça de Portugal

Golo do ano em 2016: Bruno César, contra o Real Madrid

Golo do ano em 2017: Bruno Fernandes, contra o V. Guimarães

Golo do ano em 2018: Jovane, contra o Rio Ave

Golo do ano em 2019: Bruno Fernandes, contra o Benfica

Golo do ano em 2020: Nuno Mendes, contra o Portimonense

Os melhores prognósticos

Desta vez, nada menos de nove vencedores. Todos a vaticinarem o 2-0 do Sporting-Boavista, mas adivinhando apenas o marcador de um dos golos, sem conseguirem antecipar o outro.

Os leitores Manuel Parreira e Pedro Batista adiantaram o nome de Nuno Santos, correctamente: faltou-lhes mencionar Sarabia.

Os leitores Fernando, João Galhardo, Leão 79, Maria Sporting, Scorpion71 e Verde Protector, além do meu colega Luís Lisboa, adiantaram o nome de Sarabia, também correctamente: faltou-lhes referir Nuno Santos.

A vitória leonina por dois golos sem resposta foi ainda prevista pelo leitor Pedro Fonseca, embora falhando nos nomes dos marcadores.

É bom ver que a pontaria, por cá, continua bastante afinada. Amanhã haverá mais.

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Dos três pontos alcançados esta noite em Alvalade. Vitória justa e categórica, por 2-0, contra o Boavista - precisamente a equipa que enfrentámos em Maio, no decisivo jogo que nos confirmou o título de campeões nacionais 2020/2021. Para não destoar, voltámos a vencer. Missão cumprida: é um desfecho que ninguém contesta.

 

De Sarabia. Terceiro desafio seguido da Liga com o internacional espanhol a marcar. Primeiro frente ao Tondela, depois no clássico na Luz. Desta vez inaugurou o marcador aos 53', recebendo com exemplar recorte técnico a bola de Nuno Santos e metendo-a lá dentro com outro toque de classe. Seis minutos depois assistiu para o segundo e aos 81' ofereceu de bandeja um golo que Pedro Gonçalves falhou estrondosamente, com a baliza à sua mercê. Já marcou seis e fez quatro assistências nesta temporada oficial.

 

De Nuno Santos. Primeira parte discreta. Mas soltou-se no segundo tempo. Assistindo para o golo inaugural e marcando ele próprio, aos 59', dando a melhor sequência a uma bola que Sarabia lhe ofereceu. Podia ter marcado outros dois, aos 21' e aos 29'.

 

De Adán. Foi mero espectador na segunda parte. Mas logo no início da partida, aos 8', teve intervenção decisiva saindo dos postes com determinação, fazendo a mancha ao boavisteiro Yusupha, isolado à sua frente. São lances como este que o confirmam como titular absoluto da baliza leonina. 

 

De Matheus Reis. Está a confirmar-se como uma das grandes revelações da temporada. Cumpriu outra partida de forma exemplar. Até aos 75' como central alinhado à esquerda e no quarto de hora final, já com Neto em campo, actuando como ala esquerdo. Só lhe faltou marcar um golo. Esteve quase a consegui-lo, aos 90', a passe de Esgaio: a bola rasou o poste.

 

Do regresso de Coates. Foi bom vermos de volta o nosso capitão após dez dias de isolamento forçado por ser portador do coronavírus. Faltou-lhe o fulgor de outros jogos, como se compreende, mas contribuiu para manter as nossas redes intactas. São números impressionantes: em 14 jogos da Liga 2021/2022 ainda só sofremos cinco golos.

 

Da estreia de Nazinho como titular no campeonato. Primeiro jogo integrado no onze inicial do lateral esquerdo formado em Alcochete, outra aposta de Rúben Amorim na genuína juventude leonina. Foi a surpresa da noite. Algo intranquilo, como se compreende, correspondeu no essencial. O treinador manteve-o em campo até o jovem começar a sentir dores musculares, aos 75'.

 

Da nossa eficácia ofensiva. Com este, somamos já 34 jogos consecutivos sempre a marcar no Estádio José Alvalade, em todas as competições. E não perdemos há 23 jogos em nossa casa, onde só registámos uma derrota nas últimas 49 jornadas da Liga. Vivemos um dos nossos melhores períodos de sempre. 

 

De ver o Sporting no comando do campeonato. Com 38 pontos em 42 posíveis, lideramos isolados - pelo menos até amanhã, quando soar o apito final do FC Porto-Braga. É um orgulho vermos estes jogadores e termos esta equipa técnica que já todos invejam.

 

 

Não gostei

 

Das ausências de Palhinha, Paulinho e Feddal. Três habituais titulares ficaram de fora deste Sporting-Boavista. Mas foram bem substituídos por Ugarte, Sarabia (que desta vez se posicionou como avançado-centro) e Matheus Reis. Comprovando assim que neste Sporting o sistema funciona sempre, sejam quem forem os seus intérpretes ocasionais em cada jogo. Sinal inequívoco de maturidade e consistência.

 

Da lesão de Porro. O jovem lateral saiu ao intervalo, com queixas físicas, dando lugar a Esgaio - que voltou a cumprir como suplente utilizado. Com desempenho irregular, o espanhol teve o seu momento alto aos 43', quando marcou um golo vistoso - infelizmente anulado por alegada deslocação de 33 cm após intervenção do vídeo-árbitro.

 

Do 0-0 ao intervalo. Sabia a muito pouco.

 

Do golo falhado por Pedro Gonçalves. Com a baliza escancarada à sua frente e assistido de forma impecável por Sarabia, fez o impensável: rematou para fora, desperdiçando o 3-0. Nem parecia dele, que continua a distinguir-se como rei dos golos no Sporting.

 

De Tiago Tomás. Desta vez entrou aos 67', substituindo Nuno Santos. Tempo suficiente para mostrar o que exibiu na época passada. Mas voltou a passar ao lado do jogo, incapaz de fazer a diferença na recepção, no passe, nas desmarcações. Atravessa uma crise de confiança. Esperemos que não dure muito.

 

Dos petardos rebentados ao minuto 26. A verdadeira juventude leonina estava no relvado. A falsa, nas bancadas, continua a ser letal ao Sporting, provocando multas atrás de multas que a SAD tem de pagar. Desde o início da temporada estes vândalos já causaram 127 mil euros em prejuízos. Custa perceber como é que não são identificados e continuam a ser autorizados a entrar no estádio.

 

Da estupidez das novas regras sanitárias. Uma vez mais, o futebol é encarado como suspeito n.º 1 pela Direcção-Geral da Saúde. Não basta estarmos vacinados, não basta sermos portadores de certificado digital comprovativo da dupla vacina, não basta que nos meçam a temperatura, não basta usarmos máscaras protectoras do princípio ao fim dos jogos, não basta que as partidas se realizem ao ar livre: agora exigem também que nos submetamos a testes de despistagem do covid antes de cada jogo, fazendo filas nas farmácias e pagando despesa extra. É outra medida lesa-desporto, que ameaça agravar o rombo financeiro dos clubes. Não admira que esta noite estivessem só 18.551 adeptos nas bancadas de Alvalade. Muitos fizeram como eu: enquanto isto vigorar não ponho lá os pés. 

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