Trincão tentou e conseguiu: aos 4' gelou o chamado "inferno da Luz" com um grande golo
Foto: Rodrigo Antunes / Lusa
O Sporting pode orgulhar-se deste percurso no campeonato, que se prepara para conquistar pela terceira vez em cinco anos. Nomeadamente nos jogos com as outras equipas consideradas grandes. Não perdeu nenhum: venceu dois e empatou outros dois. O último empate ocorreu sábado passado, há três dias, no estádio da Luz.
Foi um desafio que nos correu bem desde o apito inicial. Com um grande golo, concretizado por Trincão aos 4'. Em lance colectivo de cinco estrelas, iniciado com uma recuperação de Morten à frente do eixo defensivo, prosseguido por Pedro Gonçalves com soberbo passe de 30 metros a isolar Gyökeres. Este atraiu de imediato dois polícias, Tomás Araújo e António Silva, incapazes de travá-lo. O craque sueco faz passe lateral com precisão cirúrgica, aproveitado da melhor maneira por Trincão, que desfere remate certeiro para ângulo de defesa impossível: o gigante Trubin esticou-se em vão. Enquanto Carreras ficou nas covas, a ver navios: o avançado leonino fez o que quis, liberto de marcação.
Lance que nos confirmou no topo do campeonato, para não destoar: comandámos a classificação em 29 das 33 jornadas decorridas. O Benfica só conseguiu precárias e esporádicas lideranças por três vezes: nenhuma delas teve sequência.
No primeiro tempo só deu Sporting. Com a nossa equipa muito bem organizada a defender: merece elogio o trio formado por Eduardo Quaresma, Diomande e Gonçalo Inácio. Anulámos por completo Di María, proclamado como maior craque benfiquista. Primeiro no corredor esquerdo, por Maxi Araújo; depois na ala oposta, em que Eduardo Quaresma tomou conta dele. O argentino perdeu 19 vezes a posse de bola, só venceu três duelos e foi inofensivo nos cruzamentos, forçando o treinador a substituí-lo ao intervalo.
Mérito nosso.
No segundo tempo, a equipa da casa viu-se pressionada a subir no terreno, procurando cruzar bolas sobre a área. Sem produzir resultado. Nas bancadas, com lotação esgotada, os adeptos encarnados não escondiam o nervosismo. Percebia-se porquê: à medida que os minutos se escoavam, diziam adeus à hipótese de conquistar o título. Tendo perdido em Alvalade por 0-1, o Benfica precisaria sempre de vencer: só o Sporting poderia beneficiar também com o empate em casa alheia.
E o golo do empate lá surgiu, aos 63'.
Brilhante jogada individual de Pavlidis pela ala esquerda, beneficiando de duas escorregadelas quase simultãneas no nosso reduto - primeiro Quaresma, depois Diomande. Cruzou para Aktürkoglu, que lá a meteu após ressalto em Maxi Araújo.
Único momento de infelicidade leonina no capítulo defensivo. Não houve outro até ao fim.
Desempenho muito positivo do Sporting, para alegria da massa adepta e frustração da tribo benfiquista. Para eles, ao contrário do que sucedeu connosco, foi um empate com sabor a derrota.
Tinham razões para se sentir frustrados, como os números confirmam. Remates enquadrados: quatro para o Sporting, apenas um para este medíocre Benfica de Bruno Lage. Posse de bola para os encarnados. 67%. Mas foi domínio consentido da nossa parte. E também inconsequente, como o empate final comprova.
O Benfica só "venceu" em faltas cometidas: 24, contra apenas 14 da nossa equipa. Até nisto digna de elogio.
E agora?
Vamos à última ronda. A definitiva. Sábado, às 18 horas.
Recebemos o V. Guimarães, que luta para manter o quinto posto da Liga. O Benfica vai a Braga, onde a turma local procura honrar o quarto lugar após ter perdido o acesso ao pódio perante o mais fraco FC Porto do último decénio.
Não concebemos outro cenário senão o triunfo na recepção aos minhotos. Permitindo-nos conquistar o título - primeiro bicampeonato em mais de sete décadas. Merecido e justo. Não pensamos noutra coisa.
Breve análise dos jogadores:
Rui Silva (6) - Basta a sua presença entre os postes para transmitir segurança à equipa. Nada pôde fazer no golo deles (63').
Eduardo Quaresma (7). Anulou Aktürkoglu na primeira parte. Grande desarme aos 76'. Só não travou Pavlidis no golo por ter escorregado.
Diomande (7) - Regressou ao onze confirmando-se como pilar da defesa. Um verdadeiro líder. Ganhou todos os duelos com Pavlidis na primeira parte.
Gonçalo Inácio (7) - Crucial na solidez defensiva da equipa. Grande desarme a Pavlidis aos 31'. Excelente corte aos 60'. Nunca tremeu.
Geny (7) - Sacou amarelo a Otamendi logo aos 15'. Deu luta cerrada a Carreras no nosso corredor direito, neutralizando o espanhol.
Morten (8) - O capitão destacou-se por ser o melhor em campo. Calibrou e pautou todo o jogo leonino, mesmo amarelado aos 19'. Recuperou 12 bolas. Inicia o nosso golo.
Debast (6) - Completou bem o trabalho de Morten, embora sem a combatividade do internacional dinamarquês. Consolida-se como médio.
Maxi Araújo (7) - Travou e venceu vários duelos. Vulgarizou Di María, que viria a sair ao intervalo. Infeliz no lance do golo encarnado: a bola tabelou nele.
Trincão (8) - Grande golo, logo a abrir o jogo. Movimentou-se muito bem sem bola e apareceu no sítio certo. Condicionou o Benfica a partir daí até ao apito final.
Pedro Gonçalves (6) - Ainda longe da melhor forma física. Mas faz excelente passe para Gyökeres no nosso golo. E sofre falta de Otamendi aos 17': penálti por assinalar.
Gyökeres (7) - Desta vez não marcou. Mas assistiu Trincão no golo, mesmo condicionado por Tomás Araújo e António Silva. Remate bem colocado aos 85': Trubin defendeu.
Morita (5) - Substituiu Debast aos 57'. Pouco intenso: falta-lhe recuperar a forma anterior à lesão. Aos 70', levou Aktürkoglu a fazer-lhe falta para amarelo.
Quenda (5)- Entrou aos 72', rendendo Pedro Gonçalves. Boa vontade, mas revelando problemas na definição.
Harder (5) - Substituiu Trincão aos 82'. Dinâmico, enérgico. Vai lutando para poder ascender a titular na próxima época.
Matheus Reis (5) - Entrou aos 82, substituindo Maxi Araújo. Vinha com instruções para trancar o corredor esquerdo e cumpriu.
Sr. Juste (5) - Substituiu Eduardo Quaresma aos 82'. Entrou com ganas suficientes para neutralizar Schjelderup. Kokçu foi amarelado ao travá-lo em falta (90'+3).
Otamendi, bem ao seu estilo, tenta travar Trincão. Mas o minhoto destacou-se ao marcar o golo leonino
Foto: Rodrigo Antunes / Lusa
Gostei
Deste empate (1-1) que soube a vitória na Luz com lotação esgotada. Cumpriu-se a tradição desta época: o Sporting não perdeu nenhum dos chamados jogos grandes. Vencemos Benfica e FC Porto em Alvalade, e empatámos com ambos nas deslocações aos estádios deles. No sábado, viemos do reduto encarnado com um ponto precioso: temos agora 79. Há seis desafios seguidos que eles não conseguem vencer-nos em campo. Sinal dos tempos.
De começar a vencer. Inferno? Vulcão? Nada disso: a Luz gelou logo aos 4', com o golo leonino, concretizado na primeira oportunidade. Grande arrancada de Gyökeres na meia-esquerda, como ele tanto gosta. Atraiu Tomás Araújo e António Silva, sem nenhum deles conseguir roubar-lhe a bola, e centrou para Trincão, que fuzilou de pé esquerdo, para o ângulo mais inatingível. Trubin tentou voar, sem sucesso. E Carreras, do outro lado, limitou-se a marcar com os olhos. Estava escrito nas estrelas: a sorte iria sorrir-nos.
De Morten. Grande partida do internacional dinamarquês, melhor em campo. Mesmo tendo visto muito cedo o cartão amarelo, aos 19', não se deixou intimidar. Combativo, foi o maior obstáculo às incursões ofensivas da equipa da casa. E não apenas no corredor central: parecia estar um pouco em todo o lado. No segundo tempo, reforçou com eficácia a linha defensiva. E foi campeão nas recuperações de bola: doze, só à conta dele.
De Rui Silva. Quando foi preciso, estava lá. No sítio certo. Impedindo o golo de Aktürkoglu, aos 28'. Sem essa extraordinária defesa, a história do jogo teria sido diferente. No lance do empate (63'), sem hipótese de defesa ao remate enrolado do mesmo jogador que tabelou na cabeça de Maxi Araújo e entrou caprichosamente nas nossas redes. Exibição muito positiva. Confirma-se: foi o nosso grande reforço de Inverno.
De Trincão, já mencionado acima. Melhor época como profissional do avançado leonino. Os números confirmam: dez golos e 16 assistências na temporada. No campeonato, destaca-se como rei do último passe. Os letais detestam-no, mas qualquer outra equipa gostaria de contar com ele nas suas fileiras.
Da nossa organização defensiva. Impecável, excepto no golo sofrido, fruto de grande trabalho individual de Pavlidis. Gonçalo à esquerda, Diomande no meio, Eduardo Quaresma à direita cumpriram com distinção, num esforço bem complementado por Maxi Araújo na ala esquerda, sem hipóteses para Di María, e no corredor direito por Geny, que deu luta cerrada a Carreras.
Do treinador. Rui Borges continua invicto como responsável máximo da equipa leonina em competições nacionais. Cinco meses sem perder.
De chegar à última jornada no comando. Em 33 rondas disputadas, só não liderámos em quatro desde o início da prova. Sinal inequívoco da hegemonia leonina. Dependemos de nós, em exclusivo. Faltam-nos 90 minutos para concretizarmos um sonho que nos foge há mais de 70 anos: ser bicampeões.
Não gostei
Do golo sofrido. Durante 63 minutos, enquanto se manteve a nossa vantagem, fomos campeões virtuais. A festa poderia ter sido feita na Luz. Mas é melhor esperar mais uma semana e fazê-la em nossa casa, com o estádio cheio.
Do amarelo a Morten. Por acumulação de cartões, não poderemos contar com ele na recepção à turma vimaranense. Mas teremos certamente um excelente onze em campo nessa partida decisiva.
Que Gyökeres ficasse em branco. Mas trabalhou muito, sobretudo na primeira parte, pondo sempre os defensores encarnados em sentido. Essencial na construção do nosso golo - a sua oitava assistência na Liga. Já soma 13 no conjunto da temporada.
Do sururu final. Deu direito a quase tudo: até a invasão de campo por parte de um adepto mais fanático do SLB, que se dirigiu ao árbitro João Pinheiro com a clara intenção de injuriá-lo e agredi-lo. Espero que seja devidamente punido - e que o clube acabe responsabilizado por esta inadmissível falha de segurança. Com multa a sério, não a fingir.
O golo madrugador, excelente por acaso, condicionou o jogo durante todo o restante tempo da partida.
Vendo-se a ganhar quase antes do apito inicial "assoprado" pelo incompetente João Dinheiro, que consegue fazer o pleno de críticas, de ambos os lados portanto, o Sporting ficou confortável e começou a jogar num bloco baixo, esperando a iniciativa do Benfica, que foi praticamente inconsequente. Na primeira parte Rui Silva foi chamado a intervir e até fez uma defesa do outro Mundo, mas o homem dos encarnados estava deslocado.
O Sporting marcou aquele golo e poderia ter dilatado o marcador, não fora o senhor do apito ter-nos escamoteado uma clara grande penalidade cometida sobre Pedro Gonçalves e que teria como consequência a expulsão de Otamendi, que já tinha no pecúlio um amarelo. Nem Dinheiro nem VAR se dignaram sequer rever as imagens.
De seguida está mais uma justificação para o facto de não haver árbitros tugas nas grandes competições: Em qualquer lugar do Mundo onde se joga à bola e em particular na sua pátria, onde se diz que os apitadores lusos deveriam ir beber, aquilo que Dinheiro viu nunca foi falta e o segundo mataria o jogo e o campeonato.
Na segunda parte a toada foi a mesma, mas com uma ineficácia gritante da nossa ala direita recuada e do abandonado Gyokeres e o golo do empate adivinhava-se, até que aconteceu, num slalom incrívelmente permitido, pela direita após uma das muitas escorregadelas de Catamo, que foi mal não exclusivamente seu.
Apesar de tudo correu bem. Poderia ter corrido muito bem, mas não correu mal.
As aspirações continuam intactas, falta mais uma final que os rapazes irão enfrentar com toda a confiança e fome de vencer. Como diz o "Chefe" Pedro Correia abaixo, está quase.
Nota: Amanhã é possível que não responda a eventuais comentários, já que irei cumprir uma obrigação cívica, que é a de fazer parte de uma mesa de voto que servirá concidadãos que por várias razões terão de exercer os seus direito e dever cívicos antecipadamente, de modo que das sete às dezanove e qualquer coisa, estarei ao serviço da comunidade e não os lerei nem aprovarei.
Continuamos no topo. Assim será até ao fim. Já falta pouco para a festa leonina, tão justa quanto merecida. O rugido do Leão vai soar em Portugal e em todas as parcelas do globo onde existem portugueses.
Sábado, a partir das 18 horas, vai disputar-se um dos clássicos da temporada: Benfica-Sporting. Talvez o jogo do título, certamente um dos mais importantes do nosso calendário desportivo. Entre os dois emblemas com hipóteses de conquistar o troféu mais cobiçado do futebol português. Tudo o resto é paisagem.
Símbolo verde no peito e tatuado na cabeça, o seguinte:
"Un pia a la vez", cada Calimero pia, lamenta-se na sua vez, foi assim após o empate com o Arouca.
Não vou comentar os gostos da senhora, nem o gosto dos senhores que mudaram (eram de que clube antes?) para o Sport Lisboa e Benfica.
Vou comentar a conferência de imprensa do, ainda, treinador do Benfica que passou a antevisão do jogo em Guimarães a elogiar uma tatuagem, esquecendo que foi uma tatuagem que tramou Guillermo.
Esquecendo-se que as tatuagens são incompatíveis com doar sangue (entre seis meses a um ano) e que os jogadores de futebol como "exemplo" como "modelos" sociais deviam abster-se de as fazer, de as publicitar.
Vamos ver se em Guimarães lhes acabam com o pio no campo e já agora que os adeptos do "glorioso" não se entretenham a saquear, novamente, as arrecadações de material desportivo do Vitória.
Com a vitória que tiveram no Dragão e o empate que consentimos em Alvalade já tinham as faixas encomendadas, eram vitórias até final, a onda vermelha não iria parar.
Ainda no comentário ao nosso jogo dos Açores o lampião José Sousa dizia o mesmo, que os pontos perdidos com o Sp. Braga eram irrecuperáveis, a série de vitórias do Benfica iria continuar até ao fim.
Até dum bem conhecido jornalista desportivo ouvi pessoalmente o mesmo, com Rúben Amorim e Hugo Viana tínhamos ganho facilmente o campeonato, agora com os pontos perdidos por João Pereira e Rui Borges não tínhamos grandes hipóteses. Melhor plantel, reforços de inverno, o Bruma e "o muito bom italiano" melhor que o Cabral, montes de opções.
Afinal...
Mas então onde é que esteve o grande plantel? O Bruma? Entrou aos 88'. O Belotti? Aos 77'. O Cabral? Aos 97'. Estavam a guardar-se para o prolongamento?
Para perceber melhor leio isto num blogue benfiquista:
"Há momentos no futebol que definem uma época. O empate frente ao Arouca cristalizou, de forma dolorosa, a incapacidade do Benfica para assumir o protagonismo quando este lhe é oferecido. A vertigem das alturas parece afetar uma equipa que, por três vezes consecutivas, saboreou a liderança apenas para a deixar escapar por entre os dedos com uma preocupante regularidade. No entanto, esta narrativa de oportunidades desperdiçadas tem um rosto e um nome: Bruno Lage. O técnico encarnado foi o principal responsável por este novo tropeção, sem qualquer margem para atenuantes ou justificações. Com uma equipa apática e sem ritmo competitivo, Lage observou passivamente enquanto o meio-campo se desfazia em desconexões táticas, num cenário caótico onde a falta de coordenação se tornou gritante. O banco de suplentes do Benfica oferecia soluções claras para os problemas evidentes em campo. Alternativas viáveis aguardavam uma oportunidade que nunca chegou, mesmo quando o intervalo proporcionava o momento perfeito para correções estruturais. A inércia tática de Lage foi incompreensível. Não houve reação, não houve adaptação, não houve liderança técnica. A equipa encarnada movimentava-se como um conjunto de individualidades sem propósito coletivo, enquanto o treinador permanecia estoicamente imóvel, como se a passividade pudesse, por algum milagre tático, resolver os problemas que se acumulavam no relvado. Esta ausência de intervenção técnica não é apenas desconcertante — é imperdoável num momento crucial da temporada. Quando o Arouca marcou nos descontos, não foi apenas o resultado de uma infelicidade momentânea, mas o culminar de 90 minutos de incompetência técnica. Os pontos perdidos têm uma assinatura inequívoca, e esta pertence exclusivamente ao treinador que se recusou a intervir quando todos os sinais apontavam para a necessidade urgente de mudanças. O Sporting agradece e sorri na liderança, enquanto o Benfica contempla, mais uma vez, o abismo que separa as suas ambições da sua realidade. E esse abismo tem um arquiteto: Bruno Lage."
Bom, sendo assim percebo.
Mas que não nos iludamos. Isto vai ser taco-a-taco até ao fim. A qualidade do melhor onze está do nosso lado, a riqueza de soluções está do deles, o foco, a atenção aos pormenores e a estrelinha ditarão o desfecho final, assim os APAFs não inventem.
Nunca vi tanta incompetência a "armar" uma equipa como ontem um certo argentino que foi sacado do México fez com uma coisa que antes dava pelo nome de Futebol Clube do Porto.
Villas-Boas deve ter pensado das boas ao ver o que se desenrolava a seus pés, ali no relvado onde em tempos foi campeão. Outros tempos, outros quinhentinhos. Até lhes mostraram o regresso do Papa à hora de almoço mas foi rebate falso, não era o deles...
Já lá havia levado, no Dragão, uma lição de bola quando nos recebeu, mas o Pinheiro, que ontem nem se fez notar, quis então espalhar caruma e ofereceu-lhes um empate ao cair do pano que nos soube a derrota.
Não costumo assistir a programas "de bola", mas como a programação dos canais generalistas ontem era uma cagada em três actos como em regra acontece ao Domingo, fui fazendo um périplo pelos canais do cabo e parei na CMTV no momento em que um agastado e embuchado Rodolfo, antigo jogador "azul e branco", dizia que o seu clube tinha regredido (ele não disse assim, mas foi o quis dizer) ao tempo anterior à sua estada no clube como jogador. O moderador quis certificar-se se o que ele dizia era mesmo o que queria dizer, que o FCPorto teria recuado cinquenta anos e o senhor confirmou. Ora este lapso temporal leva-nos mais ou menos para a época do início do Apito Dourado. Saudosismos.
Disseram lá na CMTV que o presidente do Porto foi ao balneário ao intervalo e que terá dado um responso aos jogadores e ao treinador e por aí fora. Esqueceu-se do mais importante, do chá e que o Pinheiro é inegociável, nunca trairá os seus princípios, perdão, amigos, portanto tarefa gorada e destinada ao insucesso, Mais Valia ter ficado com o sorumbático presidente da CMP e membro daquela coisa de "notáveis" do clube e ligar para o macaco, dizendo-lhe ternamente "volta nandinho, estás perdoado".
Existe na Mealhada, e logo à frente do meu "sítio" preferido de leitão, um belo restaurante que servia para Pinto da Costa e Luis Filipe Vieira sedimentarem a sua amizade e tratarem dos seus "arranjinhos". Pelo que foi público Rui Costa e Villas-Boas ainda agora lá terão passado a diferentes horas, não sei se o João Pinheiro é cliente também.
O facto é que um Porto-Sporting apitado por João Pinheiro é sinónimo de roubalheira causada pela encenação causada pelos jogadores do Porto: este ano foram mais dois pontos que bem falta nos fazem. Mas Porto-Benfica é tudo suave e sem casos, o Fábio Vieira até faz de jogador de futebol e não de palhaço do circo quando o Kokcu lhe encosta a cabeça.
Hoje, a superioridade do Benfica era tanta dado o desconchavo da defesa do adversário (enfim, aqueles tristes que por ali andavam a ver jogar) que com 3-0 o Lage resolveu poupar o clube cujo ex-presidente era parceiro do Vieira no tal leitão (e o actual gosta também de lá passar) da vergonha duma cabazada, que podia levar os super-dragões a coisas complicadas.
Saíram Pavlidis, o marcador do "hat-trick", mais o Di María. E o jogo acabou em 4-1, em vez de 7 ou 8.
Foi o jogo mais fácil fora de casa do Benfica no campeonato. Para o Anselmi recomendo o próximo livro do Amorim: "3-4-3 para Tótós". Parece que tem tudo bem explicado: quadros, ilustrações, etc. Não tem é nenhum capítulo sobre por o Eustáquio a fazer de Coates ou Diomande. Não consta.
Como não parece que Varandas frequente o reino dos leitões, resta-nos fazer a nossa obrigação, faça chuva ou faça sol, com Pinheiros mansos ou bravos, com mais ou menos lesões.
A nossa obrigação é ganhar todos os jogos. Temos o melhor jogador da Liga, temos o melhor onze da Liga, temos um treinador que não é inferior ao do rival, jogámos em momentos o melhor futebol da Liga, temos de pôr isso tudo em campo e ser felizes.
PS: Agora até "tochadas" levam em cima, enquanto a polícia corre as claques a balas de borracha:
O seleccionador Roberto Martínez deixou de fora Tomás Araújo da mais recente convocatória da equipa das quinas alegando que o defesa encarnado padece de "lesão crónica".
Acontece que dois dias depois desta exclusão o mesmo jogador alinhou como titular pelo SLB em Vila do Conde, contra o Rio Ave, para o campeonato.
O treinador encarnado aludiu a "sobrecarga física", falando desse defesa, que andará "desgastado". Como se nesta altura do campeonato este não fosse um problema de todos os jogadores, não apenas de alguns.
"Vai ser bom para ele descansar nesta paragem de selecções", afirmou Bruno Lage, falando desse defesa. Deixou assim implícito que o seleccionador Martínez beneficiou o Benfica ao excluir Araújo da convocatória. Isto quando o SLB mantém competição acesa com o Sporting para a conquista do campeonato e nenhum dos nossos quatro jogadores foi dispensado da selecção nacional por "sobrecarga física". Sabendo-se que está em causa uma eliminatória a sério, não a feijões: a disputa com a Dinamarca do acesso às meias-finais da Liga das Nações.
"Lesão crónica", senhor Martínez? Que disparate. Eventual falta de ritmo de Araújo, que tem transitado de central para lateral no Benfica? Nada a ver. Nesse caso para que teria chamado Renato Veiga, que vem de lesão, esteve quatro semanas afastado dos relvados e neste fim-de-semana apenas aguentou 59 minutos em campo na goleada sofrida pela Juventus em casa da Fiorentina?
Anteontem houve dois lances extremamente duvidosos no Benfica-Moreirense que a BTV fez tudo para esconder. Uma grande penalidade mal assinalada por alegada mão do lateral direito Dinis Pinto logo aos 3' - que resultou no primeiro golo encarnado. E outra perdoada à equipa da casa, por intervenção irregular de Florentino aos 90' - penalizando a equipa visitante, que se viu privada de um penálti mesmo ao cair do pano.
Foi preciso recorrer a imagens de vídeos amadores para se perceber como o árbitro Bruno Costa e o VAR Manuel Oliveira inclinaram o campo no reduto das papoilas.
Mantém-se o escândalo: o Benfica detém o exclusivo das transmissões televisivas dos jogos que disputa no seu estádio, violando grosseiramente as regras da salutar concorrência desportiva que deviam ser trave-mestra do campeonato nacional de futebol. Enquanto a Liga Portugal assobia para o lado, fingindo que não repara em nada.
Rui Borges mantém-se invicto ao comando da equipa de futebol profissional do Sporting. Mesmo tendo disputado até agora três dos seus quatro jogos enquanto treinador leonino contra os nossos dois históricos rivais.
Esta noite aconteceu mais um: a final da Taça da Liga, tendo o Benfica como adversário. A partida chegou ao fim empatada 1-1 - resultado construído ao intervalo, com golos de Schjelderup (29') e Gyökeres (43').
Final muito intensa, com emotivos duelos em várias zonas do terreno e o resultado em aberto até ao último lance. O empate acabou por desfazer-se só após 13 pontapés de grande penalidade: acabámos por perder 7-6. Com um jogador a fazer a diferença, pela negativa: Trincão rematou sem força, permitindo a defesa de Trubin. Ao contrário do que tinham feito Gyökeres, Morten, Harder, Maxi Araújo, Debast e Quenda.
Entregue o título, concentremo-nos nas competições que ainda disputamos. Sobretudo na Liga: mantemos intactas as aspirações à conquista do bicampeonato.
Com Rui Borges ao leme, claro. Após esta final, tenho confiança reforçada no nosso treinador - e a certeza de que a esmagdora maioria dos adeptos pensa como eu.
Geny fez a diferença ao marcar o golo. Garantiu três pontos e o regresso do SCP ao comando
Foto: Lusa
Foi uma das melhores primeiras partes do Sporting nesta época que vai quase a meio. Foi também a primeira com o novo treinador no banco: Rui Borges.
Alguém acredita em coincidências?
Pois eu também não. A nossa equipa, que vinha definhando e protagonizando pálidas exibições nas semanas precedentes, ressurgiu no momento certo, contra o adversário mais difícil. Dando a resposta mais adequada.
O Benfica, fruto da nossa pressão constante, fez a pior primeira metade da temporada a nível nacional. E sofreu a primeira derrota em 2024/2025 sob o comando de Bruno Lage para o campeonato.
Foi a Alvalade e naufragou. Chegou lá pouco depois de ter assumido o comando da prova, saiu de lá em terceiro.
"É a vida" - dirão alguns, crentes nos insondáveis caprichos do destino. É a competência - digo eu.
Este Sporting que entrou em campo no domingo à noite, 29 de Dezembro, era-nos familiar. Mas, ao mesmo tempo, pareceu irreconhecível. Por vários motivos.
Desde logo por se ter apresentado em campo com uma linha defensiva formada por quatro jogadores: Diomande e St. Juste ao meio, Quaresma à direita, Matheus à esquerda. Depois, por ter dois alas que funcionaram como extremos: Geny à direita, Quenda à esquerda. Finalmente, terá sido o onze leonino com menos canhotos dos últimos quatro anos. Contei quatro: Matheus, Geny, Quenda e Trincão.
Dir-se-á: foi mudança subtil. Mas demonstra como Rui Borges, com apenas três dias de treino, não hesitou em imprimir a sua marca neste Sporting que continua a sonhar com o bicampeonato. Os quatro jogos sob a batuta de João Pereira, com oito pontos perdidos, foram fugaz percalço neste percurso.
Nunca tinha visto um SLB tão frágil este ano, a nível interno.
Durante toda a primeira parte, a turma visitante esteve sufocada pela intensa pressão dos nossos jogadores. Pelos flancos e pelo corredor central, onde Morita várias vezes actuou como quinto elemento na manobra ofensiva, forçando o erro dos encarnados, que mal saíam dos primeiros 30 metros.
Num destes lances colectivos nasceu o golo do triunfo que nos valeu três pontos e o regresso à liderança do campeonato. Lançamento lateral, à esquerda: Quenda dirige a bola para Gyökeres, que conquista o espaço a Tomás Araújo, deixa o central encarnado para trás e leva a bola a percorrer em largura quase todo o reduto benfiquista com Geny, vindo de trás, a metê-la lá dentro. Perante um Carreras atónito com tanta eficiência leonina.
Este foi o momento do jogo. Também o momento que definiu o herói da partida: Geny, que já no campeonato anterior havia bisado frente ao Benfica, aliás com um golo muito semelhante a este, mas com Pedro Gonçalves no papel de Gyökeres.
Assim culminou o virar de página: Rui Borges mostrou ser possível fazer muito com o que há. Sem culpar lesões, postes ou arbitragens.
Nesse primeiro tempo o Sporting esteve sempre por cima. E aproximou-se pelo menos duas vezes do 2-0. Por Quenda, aos 17'. E por Gyökeres, aos 40'. Nenhum deles falhou. Quem brilhou foi Trubin, com duas espectaculares defesas entre os postes. O guardião ucraniano foi, de longe, o melhor elemento benfiquista.
Os números confirmam: nos 45 minutos iniciais roubámos cinco vezes a bola ao adversário nos primeiros 30 metros a contar da baliza encarnada. Nada de semelhante se passou na situação inversa. Nem andou lá perto.
Na segunda parte houve mais equilíbrio. O Sporting atenuou a pressão: não havia condições para manter aquele ritmo tão intenso. A quebra física de Morita por volta da hora de jogo, primeiro, e do excelente Eduardo Quaresma, cerca de dez minutos depois, ditaram novo rumo à partida. Mas a nossa equipa jamais se desorganizou nem recuou linhas sem manter o controlo das operações. Consentindo o domínio ao rival sem nunca se desconcentrar.
É verdade que neste período o Benfica teve uma grande oportunidade de golo, por Amdouni. Mas só essa. No quarto de hora final, já com eles cansados, tivemos duas. Num ataque fulminante de Geny, aos 85', e num tiro de Gyökeres, aos 88'.
Mais importante ainda: com o novo sistema posto em prática no Sporting, Rui Borges surpreendeu Bruno Lage e vulgarizou os desequilibradores da equipa rival. Os números comprovam: Di María perdeu 22 vezes a bola, Akturkoglu ficou sem ela 16 vezes.
Em suma: acabamos de derrotar o Benfica pela terceira vez consecutiva, em duas provas, o que não sucedia desde 1994-1996. Recuperámos a liderança da Liga que só nos fugiu durante cinco dias, naquele interregno que não passou de um equívoco.
Mantemos os mesmos 40 pontos que tínhamos na Liga 2023/2024. Mas agora com mais golos marcados (44, contra 37 há um ano) e menos golos sofridos (apenas 10, contra 17 na mesma fase do campeonato anterior).
Melhor que tudo: os jogadores adaptaram-se muito bem ao novo sistema táctico que Rui Borges trouxe para Alvalade. Sem complexos, sem receio, sem pedir licença a ninguém.
Leão é mesmo assim.
Breve análise dos jogadores:
Israel (7) - Cumpriu: duas grandes defesas, aos 26' e aos 56'. Teve muito menos trabalho do que Trubin.
Eduardo Quaresma (7) - Adaptou-se bem a lateral: sete desarmes, 91% de passes certos. Notável a sair, conduzindo a bola. Saiu exausto, aos 71'.
Diomande (8) - Comandante-em-chefe da defesa leonina: desempenho impecável. Aos 67, num movimento veloz, anulou incursão de Di María: comemorou como um golo.
St. Juste (7) - Formou súbita parceria com o jovem marfinense. Combinaram muito bem no centro da defesa. Veloz nas dobras, como se impunha.
Matheus Reis (7) - Tinha como missão anular a dinâmica ofensiva de Di María no corredor direito encarnado. Missão bem-sucedida, forçando o argentino a procurar outras paragens.
Geny (8) - Voltou a fazer a diferença, como na época anterior contra o SLB e já nesta Liga contra o FCP. Marcou o golo decisivo (29'). Encostou Carreras às cordas. Rende mais neste sistema.
Morten (8) - Um gigante: parece sentir prazer especial em jogos grandes. Impôs-se a Florentino, venceu o duelo no meio-campo, distribuiu em várias direcções. Nove recuperações são dele.
Morita (7) - Regressou ao onze, após lesão, como joker de Rui Borges. Excelente primeira parte, a ligar sectores com notável precisão de passe. Compreensível quebra física no segundo tempo.
Quenda (7)- Na posição em que menos rende, à esquerda, foi essencial na pré-assistência (lançamento lateral) para o golo. Anulou Bah. O mais jovem leão de sempre a jogar contra SLB.
Trincão (6) - Em dia de aniversário, actuou próximo de Gyökeres como interior direito, ajudando a baralhar marcações. Não marcou nem deu a marcar, mas pôs Otamendi em sentido.
Gyökeres (7)- Combativo, voltou a atacar a profundidade, como tanto gosta. Num desses lances, fez o excelente passe para o golo. Mais um. Venceu por completo o duelo com Tomás Araújo.
Maxi Araújo (5) - Entrou aos 71' para render Quenda. Sem mostrar mais atributos técnicos e tácticos do que o benjamim da equipa.
João Simões (5) - Substituiu Morita aos 71'. Cumpriu no essencial, sem rasgo, numa altura em que se impunha sobretudo contenção ofensiva e retenção de bola.
Fresneda (4) - Saltou do banco para render Quaresma (71'). Lateral de origem, não potenciou este atributo. Ganhou um duelo mas perdeu três. Não parece ter qualidade para este plantel.
Harder (4) - Substituiu Trincão aos 81'. Não foi feliz nestes escassos minutos em que pôde disputar o clássico. Falhou um cruzamento aos 86'.
Voltámos a ter equipa técnica. E, não por coincidência, voltaram os prognósticos acertados aos jogos do Sporting. Parabéns ao nosso prezado leitor Carlos Estanislau Alves - vencedor isolado da nossa ronda de palpites desta semana.
Da estreia de Rui Borges ao leme da equipa. Entrada à campeão, vencendo o Benfica em nossa casa (1-0). Depois de apenas três sessões de treino com a equipa, que correspondeu da melhor maneira ao desafio de trabalhar com o terceiro técnico da temporada. Após Ruben Amorim (onze jogos, onze vitórias) e João Pereira (quatro jogos, uma vitória, um empate e duas derrotas).
Da adaptação táctica. Durante cinco anos vimos a equipa organizada a partir de uma linha de três centrais. Mas o novo treinador não hesitou em impor as suas ideias, claramente bem acolhidas. Com Diomande e St. Juste no centro, Eduardo Quaresma e Matheus Reis como defesas laterais. Lá na frente, os médios-ala projectados em extremos - Quenda pela esquerda, Geny pela direita. Com sucesso. Confirmando que Rui Borges é um profissional com personalidade e tem plena confiança no seu critério.
De Geny.Tornou-se o nosso talismã nos chamados "jogos grandes". Bisou na recepção aos encarnados no campeonato anterior e marcou ao FC Porto já na Liga 2024/2025. Anteontem à noite foi ele a desfazer as dúvidas ao marcar um golaço quando decorria o minuto 29'. Culminando excelente jogada colectiva do Sporting iniciada com um lançamento lateral de Quenda e prosseguida por Gyökeres, que sentou Tomás Araújo, competente defesa benfiquista mas que neste clássico esteve irreconhecível. O craque moçambicano foi o melhor em campo, ganhando sucessivos duelos com Carreras, o lateral adversário que tentou travá-lo, quase sempre sem sucesso.
De Gyökeres. Não marcou, mas continua a trabalhar imenso para a equipa. E voltou a contribuir para um golo, com o passe para o centro da área a solicitar a bem-sucedida desmarcação de Geny. Ainda tentou o golo por duas vezes, aos 40' e aos 88': só não aconteceu devido a grandes defesas de Trubin, o melhor da turma visitante.
De Morten. Impõe-se cada vez mais como esteio no meio-campo leonino. Grande recuperador e distribuidor de jogo, exibe resistência sem limites. Vulgarizou completamente Florentino, que foi acumulando disparates, ofuscado pelo nosso capitão no confronto a meio-campo.
De Diomande. Mostrou-se à altura de Coates, como seu sucessor enquanto patrão da defesa, sem acusar a súbita mudança operada no sistema táctico. Fez eficaz parceria com St. Juste e soube manter sob vigilância o mais imprevisível dos benfiquistas, Di María. Só uma vez foi ultrapassado, mas acelerou ainda a tempo de anular o lance ofensivo, aos 67'. Um corte que mereceu aplauso das bancadas como se tivesse sido golo.
De Eduardo Quaresma. Trabalhador incansável. É um dos símbolos deste Sporting que sonha com o bicampeonato e vai fazer tudo para que esta meta se torne realidade. Pelo menos três cortes preciosos, no momento exacto - aos 43', 52' e 54'. E atreveu-se um par de vezes a progredir com a bola, queimando linhas, semeando o pânico no meio-campo defensivo dos encarnados.
Do regresso de Morita. O internacional nipónico voltou após lesão. E comprovou-se em toda a primeira parte - totalmente dominada pelo Sporting - a falta que fazia. A abrir espaços, a ligar linhas, a colocar a bola com precisão cirúrgica. Quando começou a claudicar, por cansaço físico, a equipa ressentiu-se.
Da lotação esgotada. Mais de 48 mil espectadores em Alvalade na noite de domingo. Casa cheia para ver um bom espectáculo. A maior afluência de público da temporada ao nosso estádio.
Do árbitro. Boa actuação de Fábio Veríssimo. Deixou jogar, aplicando critério largo sem apitar por tudo e por nada. E manteve critério uniforme, o que merece registo.
Da homenagem a Nani antes do jogo. Formado em Alvalade, grande figura do futebol internacional, o campeão europeu não esquece as raízes. Foi brindado com merecida e sentida ovação. Aos 38 anos, certamente ainda gostaria de calçar num clássico como este.
Da subida do Sporting na classificação. Entrámos para este jogo em terceiro lugar, com o FC Porto no comando à condição, saímos em primeiro. De novo no topo, retomando a liderança que tínhamos até há escassos dias.
Não gostei
Da saída de Quaresma, com lesão muscular. Teve de abandonar o relvado amparado, aos 71', após ter dado tudo em campo. Felizmente parece ser lesão sem gravidade.
De Fresneda. Entrou aos 71', substituindo Quaresma. Fez um corte providencial aos 83'. Mas perdeu-se em acções inconsequentes, atirando duas vezes a bola para fora, oferecendo-a uma vez a Carreras (81') e claudicando no início da construção. Tarda em impor-se no plantel leonino.
Da frase batida "dérbi eterno". Os comentadores e relatores usam e abusam deste chavão, que se tornou insuportável lugar-comum. O Sporting é de Portugal inteiro, não é clube de Lisboa. Dérbi é um Benfica-Casa Pia ou um Benfica-Oriental. E nada em futebol é eterno.
Se calhar Frederico Varandas devia ser destituído. Um presidente que obriga os sócios a ter de gramar com Jorge Silas para ter Rúben Amorim, ou com João Pereira para ter Rui Borges, ou é um sádico perigoso ou um idiota romântico que pensa que algum tipo de amor ao Sporting serve de alguma coisa no momento de escolher um treinador.
Com dois ou três ajustamentos, Rui Borges transformou o 3-4-3 de controlo de Rúben Amorim num 4-4-2 de intensidade, em vez do abraço mortal da jibóia agora temos a caça igualmente mortal do leão.
Com Catamo e Quenda a darem largura a um meio-campo comandado por Hjulmand e Morita, Gyokeres e Trincão tiveram todo o espaço e tempo para destruir a defesa do Benfica. O primeiro tempo foi do melhor que o Sporting conseguiu esta temporada, Trubin safou três golos feitos. A defesa a quatro, brilhantemente comandada por Diomande, mostrou-se intransponível.
Na segunda parte, a perder por 1-0, o Benfica jogou com o desgaste do Sporting. A fluidez de jogo foi-se perdendo, o meio-campo implodiu e foi preciso saber sofrer muito para assegurar a vitória. Se a 1.ª parte foi completamente do Sporting, a 2.ª foi do Benfica, tirando dois contra-ataques de golo muito mal desperdiçados na parte final.
Quando foi preciso ir ao banco, Maxi entrou bem, Harder fez o possível, mas Fresneda mostrou os pecadilhos habituais. Porque não entrou Debast ? Não entendi.
Assim o campeão nacional renasceu das cinzas, o bicampeonato deixou de ser uma miragem, estamos na luta. Que vai ser muito dura, não nos iludamos. Os 8 pontos estupidamente perdidos vão fazer muita falta.
Melhor em campo? Diomande. Coates deve ter orgulho no sucessor que ensinou e deixou no Sporting. Depois dele, Quaresma: deixou a pele em campo. Mas todos os titulares estiveram a um nível muito alto.
Arbitragem? Impecável, nem o idiota Malheiro como 4.º árbitro inventou porcaria.
E agora? Jogo a jogo, onde vai um vão todos. E quando não houver inspiração, a atitude não pode falhar.