No jornal A Bola de ontem, o director-adjunto Alexandre Pereira escrevia o seguinte:
"E depois há o Sporting, algo que por vezes a contemporânea bicefalia Benfica-Porto parece esquecer. Sim, há de novo um terceiro player no futebol português, que esteve, e durante muitos anos seguidos, nas situações por que o Benfica e o Porto passam agora."
Há 10 anos, o nosso colega de blogue Francisco Melo escrevia isto:
"Um dos aspectos que, de há longa data, vem condicionando a competitividade do Sporting é o de não conseguir estabilizar as suas equipas, pois sempre que se destaca algum jogador, no ano seguinte já está a ser vendido. Ronaldo, Simão, Quaresma e Hugo Viana são exemplos paradigmáticos. Já FcPorto e Benfica vão aguentando, aguentando a corda até onde conseguem, os jogadores vão emprestando qualidade ao 11, e depois são vendidos por valores de fazer inveja."
Agora no Sporting não saiu nenhum titular que não fosse por "prémio de carreira", enquanto nos rivais lá se foram Rafa, João Neves, Marcos Leonardo, Taremi, Evanilson e Conceição, talvez Galeno.
Há 10 anos o futebol português era dominado por Benfica e Porto, que pela mão dos "Reis dos Leitões", LF Vieira e Pinto da Costa, distribuiam entre si tudo o que de mais ou menos legal havia para distribuir. As duas "nádegas" de que falava Bruno de Carvalho antes de se ir abrigar à sombra duma, uma das causas se não a principal para o triste fim que teve a sua presidência, incluindo a expulsão de sócio. Mas como o maior cego é aquele que não quer ver, parece que continuam amigos.
Frederico Varandas soube muito bem perceber o lugar do Sporting no futebol português, a correr por fora e a chamar os bois pelos nomes. Como chamou a Pinto da Costa, como chamou ao João Pinheiro.
Entretanto, os dois "reis" cairam estrondosamente da cadeira do poder, o "principezinho" Rui Costa do Benfica depressa encontrou o seu limite de (in)competência, já Villas-Boas ("príncipe" não é, mérito lhe seja dado) está a contas com uma cratera financeira que levará bom tempo a resolver, além de ter a "tropa" do "velho" à perna. Esteve muito bem em pedir 5M€ de indemnização aos arguidos do Pretoriano, mas espero que tenha resolvido a questão da segurança à porta de casa.
Na conferência de imprensa antes do jogo ouvi Rúben Amorim dizer que finalmente sentia o Sporting deixar de ter como favoritos os rivais no confronto directo. Agora sabem que mesmo no Dragão ou na Luz correm o sério risco de perder, e não entram em campo com a confiança de que basta não cometerem erros para saírem com a vitória.
Também a arbitragem APAF tem mais respeito pelo Sporting ou pelo menos sente mais dificuldade em viciar os resultados dos nossos jogos, coisa que os APAFs mais velhos convertidos em "especialistas", como o Duarte Gomes, têm muita dificuldade em aceitar. Ou o APAF "radical" Jorge Faustino da Sport TV que queria que o Catamo fosse expulso por causa da aliança no dedo na 1ª parte do clássico.
Os Sportinguistas estão a sentir isso, Alvalade e fora dele enche-se porque existe confiança na equipa, o bom futebol é garantido e a vitória no final é provável.
Eu sinto isso na pele. Em vez das bancadas desertas nos jogos fora de há tempos, como em Setúbal no tempo de Keizer, é cada vez mais difícil arranjar bilhete para esses jogos. Em poucos minutos os bilhetes esgotam no site, já não vou lá com comprar duas caixas de vinho na loja do V. Guimarães e receber de oferta um bilhete para a bancada central.
Enfim, este Sporting que agora temos, um Sporting forte e unido à volta da equipa de Amorim, mas também das equipas do Nuno Dias, da Mariana Cabral, do Ricardo Costa, do Luis Magalhães, e de todos os outros treinadores vencedores que dignificam o Sporting e que enchem o museu de taças.
É este Sporting que interessa fazer ainda mais forte e mais unido. Para isso importa ser crítico e vigilante, não apenas com quem manda mas com quem, como adepto, prejudica e envergonha o clube.
Quase inacreditável. Oito leitores acertaram no resultado do clássico disputado em Alvalade, mas nenhum foi capaz de antever Geny como artilheiro de serviço neste Sporting-Benfica.
Registo os nomes de todos: António Goes de Andrade, Fernando, Leão até morrer, Leão 79, Maria Sporting, Maximilien Robespierre, Pedro Batista e Verde Protector.
Sendo assim, não havendo possibilidade de aplicar nenhuma cláusula de desempate, atribuo a vitória aos oito.
Jogadores leoninos festejam justa vitória frente ao Benfica, que tem agora menos quatro pontos
Foto: Miguel A. Lopes / Lusa
Isto sim, é futebol a sério. Com emoção, ansiedade, incerteza no resultado, explosões de júbilo no fim de tudo. O segundo clássico em poucos dias. O primeiro tinha sido para a Taça de Portugal, no estádio da Luz, culminando num empate - que para nós equivaleu a vitória, pois afastámos o Benfica da final no Jamor.
O segundo foi há três dias. No nosso estádio. Que continua invicto neste feliz ano de 2024. Houve despique aceso, mas tudo terminou da melhor maneira. Com novo triunfo nosso. Como quase todos desejávamos.
Valha a verdade: o Benfica havia sido superior na segunda mão da meia-final da Taça e na noite de sábado voltou a estar por cima em diversos períodos da partida, sobretudo na primeira parte, tendo reagido bem ao golo sofrido ainda a frio, no primeiro lance ofensivo do Sporting.
Isto corresponde à realidade. E só valoriza ainda mais o triunfo leonino.
Ao contrário do que alguns imaginam, "ser sportinguista" não é supor que os nossos são cem por cento excelentes e os outros todos são cem por cento péssimos e só conseguem ganhar graças a roubo, ladroagem, tráfico, corrupção, etc.
Não é assim.
Termos adversários com valor dignifica mais os nossos triunfos e as nossas conquistas.
E esta foi mesmo uma conquista. De um grupo de trabalho, de um colectivo, de uma equipa digna desse nome.
Mas foi também o jogo da vida de um novo herói: Geny Catamo, 23 anos, natural de Moçambique, só desde Julho na equipa principal do Sporting.
Em boa hora este talentoso canhoto foi contratado pelo Sporting, em 2020, vindo do Amora. Tem-se revelado um jogador em evolução constante. Há dois anos andava na nossa equipa B, há um ano andou em empréstimos inconsequentes ao Vitória e ao Marítimo.
Cresceu imenso nesta época - fruto de uma aposta consistente do treinador. Bem o vimos agora em Alvalade, ao marcar os nossos dois golos ao Benfica: um logo aos 46 segundos de jogo, o outro aos 90'+1.
Já sentou Esgaio como titular, já tornou o ausente Fresneda irrelevante. Tem pinta de craque, joga como um craque.
É extremo de raiz adaptado a ala, cumprindo assim também a função de lateral. E é um esquerdino a actuar no corredor direito, o que o obriga a moldar o seu modo instintivo de se relacionar com a bola em função dos desígnios tácticos da equipa. Tem passado nos dois testes, muito exigentes.
Na brava ousadia da sua juventude, Geny atreveu-se até a mostrar a Gyökeres, seu camarada sueco, que também pode levar a nossa equipa rumo à vitória mais sonhada.
Até agora só tenho mencionado aspectos positivos. Mas toda a medalha tem o seu reverso. Este reverso do Sporting-Benfica teve um reverso de apito na boca.
Artur Soares Dias - creio já o ter escrito algures - é para mim o pior árbitro português. Porque congrega quase todos os defeitos mais clamorosos de sinal contrário: arrogante, pedante, soberbo, manifestamente incompetente em lances cruciais. E pusilânime, acima de tudo. Forte com os fracos, fraco com os fortes - característica desprezível.
Menciono dois exemplos, para não me ficar pela abstracção inconsequente ou pela indignação típica das conversas de café.
Minuto 4: Dias exibe cartão amarelo por alegada simulação ao suposto "fraco" Geny, que viria a ser a figura da partida e o herói da noite.
Forte com os fracos.
Minuto 33: Dias perdoa uma agressão do campeão mundial argentino Di María, do SLB, a Pedro Gonçalves. Devia ter sido vermelho directo, como nas últimas 48 horas todos os analistas de arbitragem reconheceram, mas nem amarelo lhe mostrou. Lance tão evidente e tão escandaloso que não acredito na tese de que o VAR Luís Godinho evitou alertá-lo. Isso cheira a patranha. Dias recusou ver as imagens e armou-se em Nero do apito. Só lhe falta a toga de imperador romano - e a lira para entoar uns acordes enquanto tudo arde.
Fraco com os fortes.
Este senhor voltou a demonstrar que não merece um décimo dos elogios que certa imprensa reverente e servil ainda lhe faz.
Superámos um obstáculo que quase todos anteviam como decisivo. Nem faltou até quem o considerasse o jogo mais determinante do campeonato.
Da nossa parte, há ainda 21 pontos por disputar. Se vencermos todos os jogos, chegaremos ao fim com recorde absoluto: 92 pontos.
Após este clássico, estamos quatro pontos acima do Benfica (que poderão ser sete). O Porto já nem conta, após outra derrota - agora em casa, frente ao Vitória.
O nosso acesso à próxima Liga dos Campeões está garantido. Na prática, faltam-nos cinco vitórias em sete jogos para chegarmos ao título - isto se o Benfica não voltar a tropeçar, o que bem pode acontecer.
Breve análise dos jogadores:
Israel - Vai ganhando maturidade e segurança de jogo para jogo. Excepcional voo, aos 81', impedindo golo de Di María. Só tem de melhorar a saída de bola com os pés.
St. Juste - Completou dois jogos seguidos de leão ao peito. Atento às dobras, ganhou duelos em velocidade. Pena a falta desnecessária que fez aos 45'+2: desse livre nasceu o golo solitário do SLB
Coates - Um gigante. Evitou golo de Neres aos 65', cortou um passe perigoso de Rafa muito perto da baliza aos 68'. Às vezes parece um segundo guarda-redes.
Gonçalo Inácio - Fica estranho quando defronta o Benfica. Voltou a acontecer. Entregou três vezes a bola, sem razão aparente - aos 51', 60' e 65'. Difícil entender tanta insegurança.
Geny - Herói do jogo. Marcou o golo mais madrugador num clássico em Alvalade desde 1992. Conquistou os três pontos ao cair do pano com um belo disparo de pé direito. Um craque.
Morten - Amarelado logo aos 27', não se deixou atemorizar, vencendo a maior parte dos duelos com Aursnes. Arriscou muito ser expulso aos 73'. O treinador retirou-o de campo pouco depois.
Morita - Continua longe da boa forma exibida antes da mais recente convocatória para a selecção nipónica. Perda de bola comprometedora aos 14': podia ter causado dano sério. Saiu aos 54'.
Matheus Reis - Tentou, com pouco sucesso, travar o passo a Di María no seu corredor. O pior foi ter deixado Bah movimentar-se sem marcação no livre de que resultou o solo sofrido.
Pedro Gonçalves - Regressou após lesão. Não tardou a protagonizar lance de génio em incursão como extremo-esquerdo - bola sempre dominada, cruzamento perfeito para o primeiro golo.
Trincão - Demasiado discreto, desta vez foi incapaz de fazer a diferença. Aos 25', desperdiçou um passe soberbo de Gyökeres que noutras circunstâncias poderia ter terminado em golo.
Gyökeres- Deu baile a António Silva (11'). Venceu duelos com Aursnes. Ofereceu golo que Trincão desperdiçou. Atirou petardo à barra (52'). Não marca há três jogos. Mas lutou imenso.
Daniel Bragança - Substituiu Morita neste seu 100.º jogo oficial pelo Sporting. Melhorou jogo interior da equipa com a qualidade de posse habitual. Mas falhou emenda à boca da baliza (88').
Diomande- Rendeu Gonçalo Inácio aos 72'. Com vantagem, apesar de cumprir o Ramadão. Precioso corte cirúrgico aos 90'+6: essa acção enérgica impediu o Benfica de empatar.
Edwards - Substituiu Pedro Gonçalves aos 72'. Com fraco desempenho excepto na marcação do canto de que resultou o golo da vitória.
Paulinho - Entrou para o lugar de Trincão aos 80'. Desta vez sem fazer a diferença após três jogos consecutivos a marcar.
Koba - Rendeu Morten ao minuto 80. Continua sem mostrar qualidades no Sporting. Indolente, sem atitude, perdeu duas vezes a bola - numa das quais provocando perigo.
Estrelinha de campeão. Não existem campeões sem ela, e o Sporting contou com ela ontem à noite em Alvalade para vencer o dérbi já nos descontos, num jogo muito equilibrado que podia ter caído (pela sorte do jogo ou empurrado pelo maior árbitro do planeta) para qualquer dos lados. E com ela não contou naquele outro dérbi em que Bryan Ruiz falhou um golo de baliza aberta a 1m da linha de golo como Bragança falhou ontem um nos minutos finais da partida. O que seria se o Benfica marcasse logo depois? Escapou de boa.
O Sporting iniciou o jogo com o onze que eu tinha previsto e Pedro Gonçalves logo mostrou a sua classe oferecendo o golo a Catamo com um ressalto pelo meio. Podia ter partido daí para uma exibição convincente, mas deixou que o Benfica reagisse com base na pressão alta e na intensidade ofensiva de Di María e dos dois nórdicos. Não era o dia de Morita: o Benfica fazia do meio-campo a zona de aceleração para o ataque à defesa do Sporting, os cantos e livres sucediam-se. Mesmo em cima do intervalo, dum livre de excelência do Di María, surgiu a cabeçada nas costas do último homem da linha defensiva e foi empate. Entretanto o Sporting tinha desperdiçado ingloriamente dois livres frontais de alto perigo, nem sequer acertando na baliza.
Na segunda parte, com a entrada de Bragança, o Sporting cresceu. O desgaste de ambos os lados começou a sentir-se e os disparates também, como um de Inácio que ia sendo fatal não fosse a magnífica defesa de Israel ou os de Catamo e Edwards a desperdiçar dois contra-ataques em superioridade númerica. Hjulmand tem uma entrada que podia ter dado expulsão forçando Rúben Amorim a meter Koba por volta dos 80 minutos.
Temia-se o pior. Mas os jogadores frescos ajudaram a pôr o Sporting de novo por cima do jogo e dum ataque banal a bola sobrou para Catamo que marcou com um balázio do "pé cego". Depois, mais uns minutos de sofrimento, com uma grande oportunidade do Benfica pelo meio, para segurar o triunfo.
Foi mesmo um jogo de sofrimento. Os pontos fracos habituais vinham todos ao de cima: desperdício de livres frontais, desperdício de contra-ataques em superioridade numérica, debilidade defensiva nas bolas paradas ao segundo poste. Enquanto os pontos fortes, como as arrancadas de Gyökeres e as chegadas à area pelas alas, estavam a dar muito pouco.
Mas o que importa é que ficámos na liderança a 4 pontos do Benfica, com mais um jogo para disputar e em vantagem no desempate. E com o Benfica ainda envolvido na Liga Europa.
Não podíamos desejar melhor, mas temos de fazer o resto. Para a semana, três jogos complicados: Gil Vicente, Famalicão e V.Guimarães. E muitos castigos e desgastes para gerir.
Melhores em campo? Coates, o baluarte da defesa. Catamo pelos golos. Israel pela grande defesa a remate do Di María. St. Juste, Hjulmand e Gyökeres muito bem também.
Arbitragem? Arrogância e prepotência, o jogo é dele e faz o que quer, não há VAR nenhum que se atreva a opinar seja o que for. Começa pelo amarelo a Catamo: bastava uma advertência pública. Os amarelos a Otamendi e Hjulmand, a mesma coisa. Continua pelo fechar de olhos à agressão do Di María e acaba na não-amostragem do segundo amarelo ao mesmo Hjulmand. Pelo meio uma falta anedótica marcada a Gyökeres quando Otamendi, limitado pelo amarelo, se deixa cair.
E agora? Uma semana muito complicada a próxima, mas os Sportinguistas vão esgotar os estádios e levar a equipa ao colo rumo ao título. Eu vou procurar lá estar também.
Falta muito ainda? Já faltou mais. Toda a confiança no Amorim e na equipa.
Da nossa vitória de ontem no clássico contra o Benfica. Abrimos com chave de ouro, fechámos da mesma forma: com dois golos decisivos. O mais madrugador do século num clássico em casa frente ao velho rival, apontado logo aos 46 segundos desta partida intensa, disputada sempre num ritmo muito rápido. E aquele que poderá ter decidido o desfecho do campeonato, ocorrido no minuto inicial do tempo extra. Segunda ocasião na temporada em que vencemos os encarnados no nosso estádio - primeiro para a Taça, agora para Liga 2023/2024.
De Geny. Partida de sonho para o moçambicano de 23 anos nesta sua primeira época como titular leonino. Foi ele o autor dos dois golos que nos proporcionaram os ambicionados e preciosos três pontos nesta recepção ao Benfica. Ele fez por isso, não só a marcar mas a jogar, criando sempre perigo na sua ala, pondo a defesa encarnada em sobressalto, vencendo sucessivos duelos com Aursenes, um dos melhores do onze adversário.
De Coates. Gigante na defesa. Transmitiu serenidade e segurança neste seu 255.º jogo na Liga de leão ao peito. Evitou dois golos - de Neres, aos 65', e Rafa, aos 68'. Um pilar.
De Israel. Havia muitas dúvidas sobre o seu estatuto como titular da baliza leonina. Que terão ficado desfeitas, em definitivo, quando voou entre os postes para impedir aquele que seria um golo monumental de Di María. Falta-lhe agora, sobretudo, melhorar a reposição de bola com os pés, mas é indiscutível: o sucessor legítimo de Adán está encontrado.
De Gyökeres. Terceiro jogo consecutivo do internacional sueco sem marcar de leão ao peito. Nunca tinha acontecido. Mas voltou a dar forte contributo ao colectivo leonino. Sempre dinâmico, sempre inconformado, sempre em jogo. Aos 25' ofereceu a Trincão um golo que o canhoto desperdiçou. Aos 52', disparou um tiro com o seu pé-canhão que foi embater com estrondo na barra. Pelo segundo desafio seguido. Vai ter de marcar em Barcelos para desfazer o enguiço.
De Pedro Gonçalves. Fez-nos falta na recente meia-final da Taça, quando fomos à Luz empatar 2--2 com ele ainda a recuperar de lesão. Ninguém trabalha tão bem entre linhas no Sporting, sem posição constante, muito difícil de marcar - tanto funciona como um 10 à antiga, como um segundo avançado ou como um médio com propensão ofensiva. Foi ele o criador do nosso golo inicial: recuperou a bola na meia esquerda, serpenteou em slalom pela defesa benfiquista e cruzou com classe para Geny finalizar. Fazia-se a festa em Alvalade 46 segundos após o apito inicial, no nosso golo mais rápido num embate com o SLB desde um disparo certeiro de Balakov em 1992.
De Rúben Amorim. Por um lado soube tirar as devidas conclusões do embate anterior com o Benfica, quatro dias antes, mudando metade dos jogadores de campo no onze inicial. Além disso voltou a ler muito bem o jogo, operando as substituições que se impunham ao trocar Morita por Daniel Bragança (54') e Gonçalo Inácio por Diomande (72').
Da nossa eficácia. Não só por termos marcado na primeira oportunidade que criámos, ainda no minuto inicial do clássico, mas pelo que as estatísticas do jogo nos indicam: produzimos três remates enquadrados dos quais saíram dois golos. Índice elevadíssimo de aproveitamento, agora já com a estrelinha de campeão a reluzir- nos.
De ver as bancadas cheias. Números oficiais: 48.103 espectadores presentes em Alvalade. Melhor casa da temporada para acompanhar ao vivo o jogo que nos pode ter valido o título três anos depois da última conquista - mas desta vez já sem pandemia.
Da nossa 24.ª vitória consecutiva em casa na Liga. Alvalade é talismã para a equipa desde a época passada. Fizemos o pleno no campeonato em curso, até agora com folha limpa.
De ver o Sporting marcar há 36 jornadas seguidas. Sempre a fazer golos, desde o campeonato anterior. Reforçamos a nossa posição no topo das equipas goleadoras. Basta comparar: temos 79 marcados, mais 17 do que o Benfica, com menos um jogo disputado. E cumprimos ontem o 14.º desafio consecutivo sem perder na Liga 2023/2024.
De mantermos a liderança isolada. Agora com 71 pontos - que podem passar a ser 74 quando se cumprir finalmente o jogo ainda em atraso com a nossa visita a Famalicão. Prossegue a contagem decrescente para a conquista do troféu máximo do futebol português. Cada vez estou mais convicto de que vamos lá chegar.
Não gostei
Do golo sofrido, aos 45'+3. Mesmo no fim do primeiro tempo: o SLB reduziu para 1-1, fomos empatados para o intervalo. Na cobrança de um livre junto à nossa linha direita, por Di María em pontapé cruzado que encontrou Bah sem marcação: Matheus Reis ficou nas covas. Nas bancadas de Alvalade sentia-se repetir o espectro do Benfica-Sporting da primeira volta, quando sofremos dois golos em três minutos do tempo extra, passando de vencedores virtuais a derrotados reais. Mas a história desta partida acabaria por ser diferente.
Do árbitro. Artur Soares Dias protagonizou novo festival de sobranceria, arrogância e mediocridade, evidenciando-se como rei dos cartões. Mas manteve no bolso aquele que mais se impunha: o vermelho, aos 33', a punir Di María por agressão a Pedro Gonçalves com um soco no nariz. Terá sido alertado pelo vídeo-árbitro Luís Godinho, mas recusou ver imagens do lance e limitou-se a um suposta advertência verbal ao argentino, que nem amarelo viu. Confirmando a incompetência do mesmo apitador que não hesitou em amarelar Geny logo aos 4', por alegada simulação. Como pode um sujeito destes ser considerado "melhor árbitro português"?
Do cartão a Morten. O dinamarquês viu o nono amarelo, aos 27', o que o impede de participar no próximo jogo. Baixa importante contra o Gil Vicente.
Do cartão a Nuno Santos. Exibido por Soares Dias aos 90'+1, aparentemente por protestos quando estava sentado no banco (não foi utilizado neste Sporting-Benfica). São os cartões mais inúteis e desnecessários, que apenas prejudicam a equipa. Por causa disto, também o ala esquerdo fica impedido de participar na partida de Barcelos.
De Gonçalo Inácio. Voltou a tremer frente ao Benfica. O que se passará com ele? Inacreditável, a sucessão de lapsos com passes falhados, entregas de bola, duelos perdidos. Teria sido uma catástrofe se o parceiro Coates não andasse muito atento aos deslizes do colega. Aos 72', deu lugar a Diomande. Já foi tarde.
De Morita. Em quebra de forma, incapaz de suster o meio-campo encarnado, comprometeu com perda de bola que deu origem a um ataque perigoso. Saiu cedo, aos 54'.
Do inacreditável falhanço de Daniel Bragança. Mesmo em cima da linha de golo, na extremidade esquerda da baliza que tinha um metro à sua frente, enrolou-se com a bola e foi incapaz de a meter lá dentro numa emenda após canto, aos 88'. Parecia o fantasma de Bryan Ruiz em 2016 revivido em Alvalade. Felizmente Geny, três minutos depois, viria a dissipar as dúvidas: o pesadelo não iria repetir-se.
O Sporting acaba de vencer, pela segunda vez nesta temporada, a segunda melhor equipa portuguesa.
Terá sido o jogo que nos valeu o título. O Benfica, como eu já esperava, valorizou o espectáculo - embora um dos seus jogadores, o argentino Di María, tenha o defeito de confundir futebol com pugilismo.
Geny foi o herói da partida apontando os nossos dois golos. Tem fibra de campeão. E vai sê-lo.
Quatro dias depois, novo clássico em perspectiva - não lhe chamo dérbi porque o Sporting é de Portugal inteiro, não de Lisboa. Dérbi é o Belenenses-Benfica. Dérbi é o Boavista-FC Porto.
Outro embate entre os dois mais antigos rivais do futebol português. Vamos receber a turma encarnada amanhã, a partir das 20.30.
Na primeira volta, quando fomos à Luz, tivemos o pássaro na mão mas deixámo-lo fugir mesmo à beira do fim, com dois golos sofridos na segunda metade do tempo extra, quando vencíamos 0-1 ao minuto 90.
Como será desta vez? Adiantem lá os vossos prognósticos.
Gostei muito da nossa qualificação para a final da Taça de Portugal, anteontem. Primeiro porque já não acontecia há cinco anos - desde que conquistámos este título, na altura com a nossa equipa sob o comando de Marcel Keizer. Depois porque foi alcançada em casa do nosso mais velho rival, num estádio da Luz com quase 60 mil espectadores - incluindo cerca de 3500 adeptos leoninos. E por ter sido merecida: no conjunto das duas mãos, o Sporting foi superior. Domínio total na primeira parte em Alvalade, com a segunda parte equilibrada, enquanto o Benfica esteve por cima nos 45 minutos iniciais do desafio da segunda mão, com o período complementar disputado taco-a-taco - numa das mais emocionantes partidas de futebol português da temporada em curso, bem arbitrada por João Pinheiro. Como costumo dizer, a sorte sorriu-nos com todo o mérito.
Gostei de que em momento algum, nestes dois desafios da meia-final da Taça, nunca o Benfica tivesse estado em vantagem. Pelo contrário, foi sempre correndo atrás do prejuízo. Aconteceu no final de Fevereiro, em Alvalade, quando conseguiu reduzir com um golo solitário no momento em que já perdia 2-0. Voltou a acontecer agora: fomos nós a inaugurar o marcador desfazendo o empate a zero que se mantinha ao intervalo - primeiro com um golaço de Morten que gelou a Luz, aos 47', depois por Paulinho, dando o melhor caminho à bola na sequência de um cruzamento perfeito de Geny, aos 55'. Os encarnados ainda empataram, mas já não foram capazes de inverter o resultado, que se fixou em 2-2. Nós seguimos para a final do Jamor, a 26 de Maio. Eles ficam pelo caminho.
Gostei pouco de termos desaproveitado três oportunidades para vencer no estádio dos vizinhos. Andámos lá perto. Aos 7' Gyökeres tocou para Morten, já na pequena área, com o dinamarquês a elevar ligeiramente a bola, que rasou a barra: se marcasse neste lance, bisando na partida, teria sido um prémio ainda mais justo para o desempenho do excelente médio leonino, que elejo como melhor em campo. Aos 63', o internacional sueco, num dos seus raides espectaculares, galgou dezenas de metros sem oposição antes de disparar, fazendo a bola embatar com estrondo no poste: esteve prestes a marcar um dos mais belos golos do ano. Aos 84', também servido por Gyökeres, Paulinho rematou mais em jeito do que em força, bem enquadrado com a baliza, mas Trubin salvou in extremis com a ponta das luvas.
Não gostei de alguns desempenhos de jogadores nossos, sobretudo na primeira parte. Na linha defensiva, só Coates não tremeu - ao contrário de Gonçalo Inácio e Diomande, que iam somando decisões erradas, com passes transviados, e de Nuno Santos, que transformou o nosso corredor esquerdo numa passadeira para Di María e lá na frente perdeu sucessivos duelos com Bah. Na ala direita, Esgaio sentiu-se inferiorizado no confronto com Neres, mostrando-se incapaz de estender o nosso jogo para explorar a profundidade. Rúben Amorim, descontente com o que via, fez aquilo que se impunha: três trocas simultâneas ao intervalo. St Juste rendeu Diomande, Geny substituiu Esgaio e Matheus Reis entrou para o lugar de Nuno Santos. Com subida imediata do nosso rendimento colectivo - de tal maneira que segundos após o recomeço, na primeira incursão de Geny no seu corredor, o moçambicano já disparava à baliza e ao minuto 55, naquela assistência para Paulinho, mostrou a Esgaio como se faz no plano ofensivo.
Não gostei nada de ver como alguns jogadores encarnados se deitavam para o chão, uma vez e outra, simulando terem sido atingidos à margem das regras. Nesta ronha antidesportiva o campeão é Di María: felizmente o árbitro não se deixou impressionar por esta medíocre rábula. Quase tão censurável como os engenhos pirotécnicos e os potes de fumo lançados sobre a nossa baliza pela "não claque" benfiquista, que continua a fazer o que quer com total impunidade. Sem esquecer a agressão que teve como alvo Nuno Santos, brindado com um carregador de telemóvel por um energúmeno do SLB quando ia marcar um canto: esteve a centímetros de ser atingido com gravidade, podendo ficar seriamente ferido ou até incapacitado. Inacreditável como coisas destas continuam a acontecer sem uma palavra de censura do clube anfitrião nem as pesadas multas que se impõem. Para que o futebol deixe de ser uma selva.
Passámos à final no Jamor, deixando pelo caminho o Benfica numa meia-final em que vencemos em Alvalade e empatámos na Luz.
Este último desafio, o decisivo, terminou 2-2. Resultado antecipado por três leitores: Jorge Luís, Blackrock Lion e Leão Até Morrer.
Com a vitória por desempate a caber ao primeiro, que também mencionou Paulinho como marcador de um dos nossos golos. Grande pontaria nesta ronda de prognósticos a título excepcional, pois não costumo lançá-la em partidas da Taça - só no campeonato. A próxima está quase a chegar.
Afinal se ele quisesse, os gamanços e prejudicanços com que nos brindou ao logo de anos, poderiam ter sido evitados.
Ontem parecia um árbitro inglês, a deixar jogar, a não ir nas fitas dimarianas e rafianas, a ajuizar bem, por incrível que pareça, todos os lances.
Não sei se terá sido por moto próprio, ou se alguém lhe terá dito que o crédito de penaltis manhosos na Luz estava esgotado, mas é certo que não se deixou ludibriar como o seu colega na semana passada. Se foi ludibriado, claro. O colega.
Nunca é tarde para uma alminha se salvar, mas como eu não sou crente não me esqueço nem perdoo, no antanto admito que este Pine é bem vindo. Agora que veja e reveja o que fez ontem e compare com a merda que nos tem mandado à cara. Será um belo acto de contrição e talvez lhe sirva de catarse. O futebol e o Sporting agradecem.
O Sporting acaba de conquistar o acesso à final da Taça de Portugal, cinco anos depois da nossa anterior presença. Estaremos no Jamor a 26 de Maio.
Objectivo alcançado num jogo de grande intensidade, autêntico hino ao futebol - sobretudo na segunda parte, após empate a zero ao intervalo. Boa réplica da equipa encarnada, anfitriã nesta partida. Fez o que lhe competia.
Empatámos 2-2 na Luz. No desafio da primeira mão desta meia-final, em Alvalade, tínhamos vencido por 2-1.
Nunca tive a menor dúvida de que iríamos superar este difícil obstáculo. Ao contrário de alguns comentadores deste blogue, apoiantes de baixa intensidade.
Falta acrescentar: excelente arbitragem de João Pinheiro, que valorizou o espectáculo.
Costumo reservar estas rondas de prognósticos para os nossos jogos do campeonato. Mas toda a regra tem excepção. Venho, pois, desafiar-vos a vaticinar o resultado do clássico de amanhã, às 20.45, no estádio do Benfica: os encarnados recebem o Sporting para a segunda mão da meia-final da Taça de Portugal. Recordo que na primeira mão, disputada ainda em Fevereiro, vencemos por 2-1, o que nos dá vantagem na eliminatória.
Todos sabemos duas coisas: que Sporting e Benfica são os únicos clubes portugueses ecléticos com dimensão nacional e que quando eles se conseguirem entender sobre verdade desportiva e competições desportivas isentas de controlos mafiosos mais se acentuará a repartição dos títulos e sucessos entre os dois.
Está à vista de todos o buraco financeiro em que o maior clube do Porto se encontra, a baixa de qualidade das suas equipas e as dificuldades das autarquias da região do Porto justificarem as benesses e os tratamentos de favor que lhe prestam.
Então quais foram os resultados nos últimos confrontos entre os dois, os famosos dérbis?
Futebol - Sporting 2 - Benfica 1 (29/02/2024)
Futebol Fem - Benfica 1 - Sporting 3 (26/11/2023)
Futebol B - N/E
Futebol Sub23 - Sporting 5 - Benfica 2 (30/01/2024)
Futebol Sub19 - Sporting 0 - Benfica 1 (08/12/2023)
Futebol Sub17 - Benfica - Sporting a disputar 03/03/2024
Futebol Sub15 - Sporting 1 - Benfica 5 (17/02/2024)
Hóquei em patins - Benfica 6 - Sporting 1 (11/02/2024)
Futsal - Sporting 7 - Benfica 3 (17/02/2024)
Para um Sportinguista, vencer um dérbi será sempre um enorme prazer seja em que modalidade for, a rivalidade entre os dois emblemas é tremenda e uma força indispensável à evolução do desporto em Portugal, mas quando sabemos que o rival está a gastar como nunca na ilusão da hegemonia lampiónica do desporto em Portugal ainda mais.
Deixando o futebol sub17 de lado, porque o primeiro dérbi da fase final é esta semana mesmo. São 7V e 4D para o Sporting nos últimos dérbis.
Morita e Morten brilharam no meio-campo, vulgarizando o Benfica no clássico da Taça em Alvalade
Foto: Rodrigo Antunes / Lusa
Gostei muito da nossa vitória ontem, em Alvalade, frente ao Benfica, cumprindo a primeira mão da meia-final da Taça verdadeira. Num desmentido vivo e cabal daquela treta - propalada por alguns adeptos que são leões sem juba - de que o Sporting claudica nestes clássicos. O que se viu ontem foi o contrário disto: o Benfica a tremer durante uma hora, em que sofreu dois golos e podia ter sofrido outros tantos, incapaz de construir um lance colectivo digno desse nome, sem posse de bola, remetido ao reduto defensivo, impotente na reacção à contínua pressão atacante da nossa equipa. Basta referir que o primeiro remate deles à nossa baliza aconteceu só aos 59' quando João Mário - sempre muito assobiado cada vez que tocava na bola - atirou à figura, para defesa fácil de Israel.
Gosteideste triunfo por 2-1 que nos dá vantagem para o desafio da segunda mão, a disputar na Luz daqui a mais de um mês - caprichos do calendário futebolístico que está sobrecarregado de jogos nesta fase e devia ser revisto em futuras temporadas. Pusemo-nos em vantagem logo aos 9', com um surpreendente golo de Pedro Gonçalves de cabeça, quase sem tirar os pés do chão, batendo o guarda--redes ucraniano do SLB, que tem quase 2 metros de altura. Mérito inegável do melhor jogador português do Sporting, ontem excelente como segundo avançado: já fez 14 golos esta época, sendo agora o segundo artilheiro da equipa. Assim chegámos ao intervalo. O segundo golo, aos 54', foi de antologia - com Gyökeres muito bem lançado de trivela por Geny junto à linha direita, a correr com ela dominada durante 35 metros e a fuzilar Trubin. Destaco ainda a fantástica dupla Morita-Morten (com o dinamarquês a assistir no primeiro golo), que controlou as operações no meio-campo durante 65 minutos, até a fadiga se instalar. Mas sublinho acima de tudo a presença imperial de Coates no comando da defesa neste seu jogo 355 de Leão ao peito: elejo-o como melhor em campo. Cortes impecáveis aos 22', 38', 45'+2, 51' e 90'+5. Com ele ao leme, nem parecia que estávamos desfalcados de um titular naquele sector: Gonçalo Inácio, lesionado, esteve ausente do onze. Tal como Trincão, pelo mesmo motivo.
Gostei pouco que algumas oportunidades de golo tivessem ficado por consumar. O campeão dos perdulários voltou a ser Edwards, que atravessa fase menos boa. Frente à baliza e com as redes à sua mercê, demorou a rematar, permitindo intercepção, aos 45'. Também muito bem colocado, aos 64', falhou o disparo: a bola saiu-lhe enrolada, perdendo-se assim a hipótese de dilatar o marcador.
Não gostei que o golo de Nuno Santos - obra-prima que prometia dar a volta ao mundo - tivesse sido anulado por deslocação de Paulinho. Aconteceu aos 90'+3: ainda festejámos por alguns momentos o suposto 3-1 após monumental chapéu de mais de 20 metros a desenhar um arco perfeito sobre a cabeça de Trubin com a bola a anichar-se no ninho da águia. Mas ficou sem efeito, o que deve ter causado noite de insónia ao nosso brioso ala esquerdo, que substituiu Geny aos 86' enquanto Paulinho rendera Pedro Gonçalves no minuto anterior.
Não gostei nada da exibição de Esgaio: entrou aos 76', rendendo um Edwards que se perdeu em fintas e fintinhas esquecendo-se de que o futebol é um desporto colectivo. Mas o substituto do inglês não esteve melhor, longe disso: voltou a revelar-se o elemento tecnicamente mais débil do plantel leonino. Aos 80', muito bem enquadrado com a baliza, em posição de disparo e sem marcação, ficou sem saber o que fazer com a bola: sentiu uma espécie de temor cénico e acabou por confundir futebol com râguebi, atirando-a muito por cima da baliza. Pior: voltou a fazer o mesmo aos 88'. Incapaz de tirar um jogador da frente, entregou-a em zona perigosa, aos 90'+1, ficando pregado ao chão e dando origem a uma rápida ofensiva dos encarnados. Tanta asneira junta em tão pouco tempo. Pior só aqueles inenarráveis "olés" que a partir da hora de jogo, num estádio com lotação quase esgotada (45.393 espectadores), começaram a escutar-se nas bancadas: bazófia burra que só contribuiu para desconcentrar os nossos e mobilizar a equipa adversária. Esta gente tarda em perceber que "olés" servem para a tourada, nada têm a ver com futebol.
No segundo jogo do ciclo infernal o Sporting venceu o Benfica por 2-1, para a Taça de Portugal, e o Atalanta perdeu por 0-4 com o Inter em Milão depois do empate com o Milan no fim de semana passado. Domingo temos o Sporting-Farense e o Porto-Benfica e o Atalanta-Bologna, depois o Sporting-Atalanta, enfim é muito cedo para cantarmos de galo e andarmos aos olés nas bancadas. Desta vez as claques muito mal a criarem um ambiente de bazófia que deu no que deu, um golo contra, outro logo a seguir, felizmente invalidado.
Uma primeira parte de domínio completo pelo Sporting, vulgarizando o Benfica, e onde o golo do Pedro Gonçalves de cabeça soube mesmo a pouco, muito por culpa da dupla Catamo-Edwards que falhava na definição tudo o que de muito bom criava.
Uma segunda parte onde o Sporting continuou no mesmo registo. Marcou o segundo golo e não teve a lucidez ou a capacidade de comando para congelar o jogo, antes deixou-o partir, desgastando-se sem necessidade, desperdiçando à frente e concedendo enfim oportunidades atrás.
O Benfica pode não jogar um piço, mas tem jogadores de grande classe a quem não se pode dar abébias. Como o Di Maria. E foi ele que do nada tirou um centro de excelência que deu golo, e pouco depois uma incursão seguida de remate que deu outro, felizmente anulado. Porque se não tivesse sido, o Sporting ia passar mal. A quebra física da equipa, a começar pela dupla do meio-campo, era evidente.
Com Catamo a arrastar-se em campo entrou Esgaio, cheio de força mas a acumular disparates indignos dum jogador com o seu curriculum.
Depois veio uma tripla substituição que me pôs os cabelos em pé. Realmente é preciso tê-los no sítio para a fazer aquilo contra o Benfica ou então sou eu que ainda estou traumatizado pelos últimos minutos na Luz, mas a verdade é que os jogadores que entraram ajudaram o Sporting a crescer no campo, e aquele remate do Nuno Santos merecia ter sido golo validado.
Melhor em campo? Hjulmand, evolução incrível do dinamarquês com Rúben Amorim.
Arbitragem? No essencial esteve muito bem. E o VAR ainda melhor. Deixou jogar, desvalorizou cargas, foi moderado nos cartões. Se não fosse o fora de jogo o penálti marcado a Edwards deveria ser revertido, a simulação foi por demais evidente na TV.
E agora? Domingo em Alvalade para marcar cedo e passear o resto do tempo. Quem não gostar, paciência, reveja alguma goleada anterior na Sporting TV.
E que o Porto ganhe no Dragão. Não joga um piço mas o Benfica também não, o treinador é um carroceiro agora armado em calimero, isso é verdade, mas Herr Schmidt já interiorizou o espírito lampião, sempre os maiores do mundo e arredores ganhando ou perdendo, quando perdem são os árbitros que não conseguem entender tal grandeza. E ganhando pelo menos os Super-Dragões não lhe assaltam a casa e o enchem de pancada como fizeram ao zelador do Villas-Boas. Não lhe quero tamanho mal assim.
Mais uma vitória leonina nesta feliz época 2023/2024. Hoje foi em Alvalade, contra o Benfica: triunfo merecido, por 2-1. Com golos de Pedro Gonçalves e Gyökeres.
Único senão: sabe a pouco. Merecíamos ter marcado mais um, pelo menos.
Convém anotar: há 61 anos que o SLB não consegue vencer em nossa casa para a Taça de Portugal.
Porque hoje não é sábado (é importante ler a Sábado) e eu não sei fazer links, nem ligações, nem corrupções, a partir do telemóvel, este texto (em imagens) é a minha contribuição.
Luís Filipe Vieira queria um sucessor que fosse incompetente, chulo e calão, depois de muito procurar parece que encontrou.
Calão é, de certeza.
Marc Batta topou-o, o actual presidente do Benfica a impedir o actual treinador do FC Porto de entrar em campo.
Quanto ao resto, enfim, é o "príncipe da Damaia", cheio de boa sorte, boa ventura como diria o Di Maria, o jogador que obrigou Lucílio Baptista a ver uma mão no peito de Pedro Silva (consultem o youtube).
Não sou de raivas, nem de vinganças, nem de ficar calado, nem com um melão [feliz dia dos namorados] mas gosto de ver pessoas importantes no panteão.
César Boaventura, Luís Filipe Vieira, Rui Costa, qual estátua junto a Eusébio, bah, pensar pequeno, um lugar no panteão, isso sim.
O homem deu-se como falido, a origem do dinheiro é desconhecida, dias antes de ter oferecido dinheiro para que fosse facilitada vitória ao seu clube do coração, apareceu-lhe o dinheiro na conta.
Não se sabe de onde veio o dinheiro e a ordem, sabe-se que César Boaventura foi hoje considerado culpado.
Terá em consequência da sua condenação, que pagar 30 mil euros a uma instituição de caridade para não ser preso.
Duas dúvidas me assolam:
1- Se o homem está falido, caso "bata a cláusula", de onde lhe aparecerá o dinheiro na conta;
2- Se a instituição de caridade será o Benfica, que lhe fez, diz-se, chegar tanto dinheiro à conta, a troco de nada.
E com esta decisão do douto tribunal, lá vai para as urtigas a mais que justa pretensão do Sporting a vencer "a título póstumo" o campeonato de 2015/2016. É o que temos...
O Sporting reconquistou ontem o caneco da Liga em futsal, derrotando o Benfica por 4-2.
Nada de anormal, portanto. Eles são nossos clientes frequentes, devem até ter milhas suficientes para uma viagem até ao além, já que são patrocinados por uma agência funerária. Claro que eu não lhes desejo mal algum, senão como teria o prazer regular de ver os nossos derrotarem a equipa que mais investe a nível mundial no futsal e que joga como nunca e em regra perde como sempre?
Leio agora nos media que querem repetir a final porque um dos nossos interrompeu um ataque deles quando já perdiam por dois, a menos de um minuto do final. Sim, sei que um minuto em futsal é uma eternidade, mas o nosso jogador era suplente, mesmo que fosse expulso não adiantaria de muito, mas adiante. Claro que há sempre a possibilidade de a final ser repetida, eu diria as vezes que eles quiserem. Basta irem à box da tv e irem às gravações. Eu recomendaria que vissem acompanhados de uma embalagem de kompensan, à cautela.
Para terminar este postal em jeito de telegrama, só quero mostrar a incongruência para onde nos remete o título: O Benfica (diz que) foi prejudicado pela arbitragem e por isso exige a repetição da final. E onde está a incongruência, perguntarão os estimados leitores? Pois, "Benfica" e "prejudicados pela arbitragem" na mesma frase é como o anúncio do restaurador "Olex"...
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