O meu último "post" sobre o basquetebol no Sporting teve muito a ver com a desilusão com os desempenhos da equipa nos últimos confrontos com a Ovarense relativamente ao que tinha visto na primeira metade da época.
Realmente tinha a intuição de que as coisas não andavam bem com sucessivas lesões mas não sabia "da missa a metade". Segundo "A Bola" de hoje, o melhor jogador, Lovett Jr, está na porta de saída por motivos disciplinares com o treinador metido ao barulho com rumores de confronto físico. Do plantel apenas Diogo Ventura e André Cruz estão assegurados, existe interesse no poste Yussuf, tudo o resto é para sair. Com lesões ou sem elas.
Já Pedro Nuno Monteiro tem contrato para mais dois anos. Gostaria de saber se foi dele a ideia de desmantelar a equipa que ainda há pouco tinha liderado a modalidade sob o comando do professor Luís Magalhães.
Bom, pior que isto não sei o que seja. Só talvez o futebol no tempo do Silas como treinador.
Num grande clube como o Sporting, todas as modalidades e todas as equipas passam por bons e maus momentos, todas elas precisam do apoio dos sócios e adeptos para vingarem.
É o caso agora do basquetebol, a viver uma época desastrosa pela sucessão de lesões nos jogadores mais importantes mas não só.
Com um plantel de 14 jogadores, dos quais cinco americanos/canadianos, defrontámos o play-off com a Ovarense sem quatro jogadores por lesão: Eddie Ekiyor, LovettJr, Curry e Hallmand. O primeiro, canadiano, é apenas um dos melhores jogadores da Liga portuguesa, o segundo o sucessor do Travante Williams na equipa.
Perdemos no João Rocha e depois em Ovar, aqui por 93-91 já no prolongamento. Se no futebol quatro jogadores influentes lesionados causam mossa, no basquetebol então é catastrófico, porque impede a rotação durante o jogo, sobrecarga com faltas os restantes que na parte final do jogo já não podem ter intensidade defensiva pelo risco de exclusão definitiva.
Quando os resultados não são bons, quando as coisas não correm bem, no futebol ou nesta ou aquela modalidade, logo aparecem alguns indignados a invocar tudo e mais alguma coisa, até o grande desígnio apontado pelo fundador para pedir a cabeça de treinador e jogadores. São os exigentes da treta, só servem para atrapalhar.
Importa é reflectir sobre as causas do insucesso para além das lesões que ditaram o fim precoce da época. Ouvi há tempos o treinador Pedro Nuno Monteiro a queixar-se da diferença de entusiasmo no pavilhão desta modalidade relativamente ao andebol. Julgo que isso terá muito a ver com o perfil dos jogadores, poucos empolgam o pavilhão e "dialogam" com os adeptos, poucos tem ligação afectiva com o clube, no fundo são saltimbancos da modalidade. E até com o perfil do próprio Pedro Nuno e da sua equipa técnica.
Ouvi dizer que o Porto gasta bem mais do que o Sporting e o Benfica gasta cerca de dez vezes mais com a modalidade. Não sei se é verdade, o que sei é que eles têm no geral "americanos" muito melhores do que os nossos, e mesmo quando vamos para outros clubes encontramos um ou outro jogador mais influentes do que a média dos nossos.
No fundo aconteceu com o basquetebol com Frederico Varandas o que aconteceu com as outras modalidades de pavilhão ou com o futebol feminino com Bruno de Carvalho: o Sporting entrou em força, investiu, ganhou, e os rivais foram atrás, investindo ainda bem mais e ganhando a seguir. Claro que nalguns casos a embalagem ganha pelas equipas e estruturas técnicas vencedoras do Sporting foram aguentando a parada até ao limite.
Agora, no que ao basquetebol diz respeito ou o Sporting sobe a parada desportiva / financeira ou corre o risco de ficar para trás a disputar com as Oliveirenses e as Ovarenses as sobras das temporadas. Como aconteceu no andebol com a contratação do Ricardo Costa e os seus dois filhos, pagando as respectivas cláusulas.
Há quem divida o mundo assim, os santos e os pecadores, os bons e os maus, os culpados e os inocentes, os vencedores e os perdedores.
Pedro, o vencedor.
Rúben, o perdedor.
Ontem, Pedro Nuno, venceu mas pode perder o próximo jogo, no último jogo, Rúben Filipe, perdeu mas pode vencer hoje.
No desporto, como na vida, umas vezes vencemos, outras perdemos.
Hoje é dia de futebol, ontem foi dia de uma grande vitória no basquetebol, tivemos muito mérito, tivemos a "sorte" do jogo. Todos de parabéns os atletas do Sporting, os do Benfica, a equipa de arbitragem e os treinadores de ambas as equipas.
Ontem, mais uma grande tourada na arena das Antas.
Nasceu em Fort Wayne e ontem parecia o John das cabóiadas, a disparar de todo o lado para o cesto, a agigantar-se nos seus cento e oitenta e tal centímetros.
Dois jogos nas Antas, duas vitórias do Sporting (mas disso ninguém fala, nem as capas dos desportivos).
Os representantes leoninos na selecção nacional de basquetebol, Travante Williams e Diogo Ventura, divertidos, e preparados para disputar a pré-qualificação para o Europeu 2025.
Por falar em modalidades, e uma vez que estamos de férias do futebol profissional, permita-me partilhar uma história interessante que envolve um atleta que julgo ter sido contratado por João Rocha.
Há alguns anos estive a fazer uma pós-graduação em Boston e fui a um barzinho com música ao vivo e que tinha as paredes cheias de camisolas de equipas de basquetebol. Para minha surpresa havia, não uma, mas logo duas do Sporting, o que obviamente me deixou curioso e intrigado.
Perguntei a um dos empregados o porquê, e disse-me para falar com o dono, um indivíduo altíssimo, que na altura estava a tocar com banda residente.
Quando acabou a sua actuação, explicou-me que ele e o irmão tinham jogado profissionalmente vários anos no Sporting durante a década de 1970, e tinham belíssimas recordações do Clube.
Depois de Portugal, tirou um doutoramento e estudou música. Tornou-se professor universitário, músico e produtor discográfico.
O seu nome é Mark Kit Jones e o irmão, que não tive oportunidade de conhecer, Jim Jones.
É um orgulho ser Sportinguista!
Texto do leitor Rui Silva, publicado originalmente aqui.
Esta tarde em Telheiras estava no carro à espera da minha mulher quando se aproxima um casal para entrar no carro estacionado precisamente ao lado do meu. O problema é que o cavalheiro era… taludão.
Sentado dentro do carro, percebi a dificuldade do jovem em entrar. Acabei por me meter com ele:
- Quem o manda a si ser crescido?
Riu-se simpaticamente.
- Quanto mede?
- Dois metros e um.
- Não me diga que é jogador de basquetebol?
- Sou, sim.
- Em que clube?
- Sporting!
Palavra mágica! Saltei imediatamente para fora do carro e perguntei-lhe o nome.
- Sou o…!
Fiquei deliciado e consciente de que tinha ganho o dia! Pedi desculpa à senhora que o acompanhava por ter de o reter e ficámos uns minutos à conversa.
Depois percebi que era tempo de o libertar. Despedimo-nos calorosamente e lá foi à sua vida.
Nada melhor para um sportinguista que um encontro imediato fantástico com dois metros e um centímetros de simpatia, educação e boa disposição chamado… João Fernandes!
O Manel (Rui Manuel Costa) está eufórico. Tudo lhe corre bem.
A irmandade, o encontro de irmãos, com o senhor do Norte está a resultar.
O Tom Cruise da Damaia aparece em destaque no Record, n' O Jogo o Dustin Hoffman do Bolhão lembra-o: "Temos de manter-nos juntos" [sic].
Um é campeão masculino.
Outro é campeão feminino.
As capas dos jornais aí estão com as imagens dos campeões.
Há, no entanto, uma pequena mancha verde a emperrar a narrativa totalitária.
O Senhor do Anel ( cf. com anel NBA) é o Sporting Clube de Portugal.
Cilindrou o FC Porto, depois esmagou o SL Benfica é vencedor da Taça de Portugal,em basquetebol, pela terceira vez consecutiva.
Basta olhar para as capas dos três jornais para ver o destaque que o feito de Travante Williams e dos companheiros obteve, para constatamos o óbvio: As vitórias do Sporting são banais, as vitórias dos dois irmãos são excepcionais.
Foi mais um fim de semana de diferentes emoções e sentimentos. Ao vivo no João Rocha para ver uma exibição verdadeiramente do outro mundo do Francisco Costa quase chegar para derrotar o Porto em andebol, depois pela TV para ver Sarabia dar a volta a um desafio que inexplicavelmente se complicou. Ainda pela TV para ver uma Diana Silva incapaz de inverter a sorte do jogo do futebol feminino, e o Travante a conseguir levar toda a equipa atrás e trazer para Alvalade a Taça de Basquetebol.
Quem vá o estádio ou ao pavilhão,ou assista pela TV, só mesmo cego é que não vê treinadores, capitães, jogadores extraordinários e equipas que demonstram bem o que é o ADN do Sporting Clube de Portugal. Uma ética de trabalho e de jogo limpo, de esforço, dedicação, devoção e glória.
Pelo que se pode perceber desde fora, tem havido uma grande preocupação de transmitir visão e sentido de pertença a treinadores, capitães e jogadores de diferentes origens e idades. É um verdadeiro prazer ouvir falar uns e outros e perceber que jogando mais ou menos são mesmo pessoas de 5 estrelas, ou vê-los no pavilhão a apoiar os colegas de diferentes modalidades. Obviamente que em centenas de atletas há sempre um ou outro que foge ao padrão e tem algum tipo de comportamento menos digno, mas não há no Sporting Conceições, Pepes e Otávios, nem Robinhos ou Jacarés. No limite, se calhar prefiro perder com Amorim e Coates do que ganhar com essa gente que nem vale a pena qualificar.
Para mim o Sporting é Hector Yazalde, é Manuel Fernandes, é Joaquim Agostinho, é Carlos Lopes, é Frankis Carol, é Travante Williams, é Patrícia Mamona, é Auriol Dongmo. São esses e muitos mais, são todos aqueles que ao longo dos tempos foram exemplos inspiradores de humildade, excelência desportiva e do tal ADN Sporting.
Não se pode ganhar sempre porque os rivais não andam a dormir, nem se pode apostar para ganhar numa dúzia de modalidades distintas e ter plantéis recheados de craques pagos a peso de ouro em todas elas.
Acreditamos no ecletismo, não nadamos em dinheiro, não temos as ajudas dos poderes locais e regionais de outros, continuamos a ter demasiadas vezes um clima arruaceiro e mal-educado no estádio e no pavilhão imposto pelas claques que penaliza fortemente o clube e afasta muitos sócios e adeptos de ir desfrutar e apoiar as equipas e que oxalá termine um destes dias (atirar uma tocha ao Pedro Porro que atacava pelo seu flanco num jogo com resultado desfavorável é apenas mais uma de muitas, antes e depois da invasão a Alcochete).
Ter o ADN Sporting como farol fundamental no recrutamento e gestão dos planteis é fundamental.
Fica aqui o meu profundo respeito a treinadores como Rúben Amorim, Mariana Cabral, Luís Magalhães, Rui Costa, Gersinho, Paulo Freitas, Ricardo Costa, Nuno Dias, Luís Magalhães - só para falar das modalidades colectivas de maior expressão e dos treinadores mais conhecidos, a ordem é completamente arbitrária.
Hoje ganham uns, amanhã são os outros, a receita é a mesma para todos, que independentente da sua origem dignificam o Sporting Clube de Portugal. Hoje levámos mais uma Taça para o museu. E algumas mais lá estarão no final da época.
Jogo a jogo, sempre. Como dizia o Diogo Araújo, do basquetebol, logo após a euforia da vitória, na cabeça dele já está o jogo seguinte. Este já era.
No desporto e na vida, o que distingue os verdadeiros vencedores dos outros é a forma como lidamos com o insucesso, com a derrota.
Atirar com as medalhas, Sérgio Conceição na final da Taça ou danificar o troféu que outros conquistaram, Moncho Lopez na final do campeonato de basquetebol, não me parecem atitudes dignas.
Serão atitudes de arruaceiros, atitudes à FC Porto.
O Sporting C.P. volta a vencer o título nacional de basquetebol. Parabéns ao professor Luís Magalhães, staff e atletas. Obrigado aos dirigentes que reactivaram a modalidade no clube. Mais um bom dia no reino do leão, que segue a rugir, indiferente às hienas e outros necrófagos que o rondam à espera de fraqueza para atacarem. Orgulho neste clube.
A vantagem de se ser idoso é que nos tratam por senhor e nos dão vacinas para não aumentarmos as estatísticas.
Estou, devidamente, vacinado a "fazer tempo" num pavilhão desportivo com uma tabela de basquetebol, um céu verde e uma frase que diz: "vai ficar tudo bem".
Espero que sim, que sejamos campeões de basquetebol mais logo.
Era isto que eu queria ler hoje nos jornais desportivos.
Em vez disso, uma campanha anti-racismo.
Há racismo no desporto?
Festejamos mais uma medalha de Rosa Mota que a de Patrícia Mamona?
Festejamos mais a medalha de Nélson Évora do que a de Carlos Lopes?
Se há sector na sociedade sem racismo é no desporto.
Não inventem problemas, informem.
O jornalismo serve para informar, a vitória de ontem, por exemplo, atletas de todas as cores do Sporting venceram os atletas de todas as cores do Benfica.
Mais saboroso ainda por termos vencido na final aquela que vários especialistas consideram geralmente a melhor equipa portuguesa da modalidade: o FC Porto, anterior detentor da Taça. Cumpre referir que este título respeita à temporada 2019/2020: a final a quatro devia ter decorrido em Março, mas foi adiada por cinco meses devido às interdições sanitárias decorrentes da pandemia.
Foi uma final emocionante, no pavilhão multiusos de Odivelas, com o Sporting a virar o resultado na segunda parte. Ao intervalo a turma portista vencia 44-42, mas ao soar o apito final os números eram bem diferentes: 87-78 a nosso favor. Num jogo sempre muito disputado em que revelámos garra leonina. Tal como já sucedera na meia-final frente ao V. Guimarães - partida que vencemos por 85-71. Notável desempenho, no conjunto desta campanha, de jogadores como Diogo Ventura, James Ellisor, John Fields, Travante Williams, João Fernandes, Pedro Catarino e Francisco Amiel.
Confirma-se assim a boa decisão de Frederico Varandas, anunciada na campanha eleitoral de 2018 para a presidência, de reintroduzir no clube o basquetebol sénior masculino, inexistente desde 1995. E também o acerto na contratação de Luís Magalhães, o melhor técnico português de básquete, há dois anos ao serviço do Sporting. Trazer para Alvalade um treinador com 17 títulos nacionais no currículo foi aposta coroada de sucesso.
«É importante trabalhar todos os dias com afinco para atingir o que queremos. Como costumo dizer, eu sonho de noite e trabalho de dia.» Frase emblemática de Magalhães, dita no momento da chegada.
O sonho começa a ser cumprido. Para alegria de todos nós.
Nuno Dias: terceira Taça de Portugal consecutiva para o futsal do Sporting
Alguns abutres andam a esvoaçar por aí. Sedentos de sangue, ansiando por derrotas do Sporting. Apesar de se intitularem sportinguistas.
Entre eles, lamentavelmente, incluem-se ex-dirigentes e ex-jogadores do nosso clube. Confirmando assim que a sua militância leonina emigrou para parte incerta.
Repare-se no que aconteceu ontem, em duas outras modalidades.
No basquetebol, em boa hora reintroduzido no Clube pelo actual presidente, vitória categórica do Sporting sobre o nosso principal competidor, o FC Porto, que derrotámos por 63-57, com exibição notável de Diogo Ventura. Lideramos isolados o campeonato, com onze triunfos em onze partidas. Não podia ser melhor.
No futsal, acabamos de conquistar a Taça de Portugal pelo terceiro ano consecutivo. Goleando na final o Braga, por 7-1. Sem espinhas.