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És a nossa Fé!

Recordar Balakov

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Como muito bem recorda o jornal “A Bola”, «o golo muito madrugador de Geny Catamo, com apenas 45 segundos de jogo disputados no dérbi de Alvalade, não foi o mais rápido de sempre na história dos confrontos entre Sporting e Benfica.

Esse registo ainda pertence ao búlgaro Krassimir Balakov, que, a 17 de outubro de 1992, marcou logo aos 12 segundos do encontro com as águias.»

Outro record está igualmente por bater, o de Manuel Fernandes que detém o maior números de golos marcados num só jogo, neste dérbi eterno: 4.

10 de Junho era dia de Taça

E há vinte e cinco anos ganhávamos a Taça de Portugal, frente ao Marítimo, com dois golos de Iordanov. 

Assinalo esta taça porque foi o primeiro título que celebrei, com noção do que isso significava -  em 82 tinha cinco anos e foram 13 anos que separaram um do outro. Foi um momento marcante para uma geração de leões. 

Foi uma tarde daquelas cheias de esperança e expectativa. Alegre e com alguns nervos, como um pré-Jamor costuma (e deve) ser, uma tarde de sol, festejos e despedidas. O estádio estava cheio, a abarrotar, havia verde nas cabeceiras e tribuna. Ewerton, o guarda-redes do Marítimo, travou um duelo com  Iordanov, que o nosso búlgaro acabou por vencer. O jogo está aqui, para quem quiser ver ou rever. 

Havia Balakov, Figo - despedimo-nos de ambos ali -, Oceano e Carlos Xavier. Naybet, Marco Aurélio e Vujacic. Nelson, Costinha e Amunike. Ainda entraram Sá Pinto, Filipe e Lemajic. Tínhamos jogadores que marcaram os meus anos de adolescente e ainda hoje recordo perfeitamente e com carinho - mais que alguns mais tardios, a memória tem destas coisas. Era nossa, estava escrito.

Tinha começado a ir assiduamente a Alvalade na época de 1992/93 - antes disso ia pontualmente - e aquela equipa merecia-me todo o respeito e apoio. Vivia os jogos, no campo e na bancada, os cânticos e fumos, adorava dias de ir a Alvalade ou a outro lado, dias de ir ver o Sporting. Vivi com aqueles jogadores momentos felizes e momentos tristes, não só dentro do campo, como sabemos. Foi um título muito merecido. 

Nesta altura eu tinha 18 anos, estava a acabar o liceu, tinha sido um ano com altos e baixos, para mim e para o Sporting, mas no fim, naquela hora e meia estava tudo bem e saímos vencedores. No fim do jogo encontrei o meu irmão e amigos queridos de há muitos anos e ainda me lembro do abraço apertado que demos. 

O segundo golo foi a emoção geral, parecia dificil fugir-nos, talvez ninguém acreditasse nisso mesmo naquele estádio. No apito final, o Jamor explodiu em euforia, Oceano recebeu a taça e desceu com ela até ao relvado. Deram-se voltas ao estádio todo, uma vez que por todo lado havia leões que a queriam ver de perto e celebrar. 

São 25 anos desde que o nó cego que me liga ao Sporting desde sempre apertou mais um pouco. 

Faz anos o Balakov

Sei e não me esqueço da data de aniversário de Balakov (e um ou outro mais). Não me importo: é uma das marcas que a adolescência me deixou.

Vale a pena recordar Balakov nesta recente entrevista que faz recuar no tempo e voltar a sonhar com aqueles anos do médio búlgaro no Sporting. Voltei a ter 15 a 19 anos, a ir para o estádio antigo, sentar-me em bancadas sem cadeiras.

Bem sei que este tempo não volta, a altura em que o futebol era menos espectáculo em vários sentidos, só da sua massa e não de todas, quando não era um evento onde tinha de se estar para tirar umas fotos a provar a paixão (eu também tiro fotos no estádio, os tempos são outros, só isso). 

Foi num Sporting - Sporting de Braga de 92/93 que se tornou óbvio para mim que Balakov era o melhor jogador do Sporting. Se calhar não foi cedo, mas foi o meu momento. Nessa noite, só vi Balakov, parecia que se salientava realmente no campo. A partir daí passou a ser o meu indiscutível favorito (eu gostava dos campões do mundo de Riade e Lisboa, ainda não se chamava formação, mas eram os nossos, mas não era a mesma coisa. Aquele era mesmo o melhor de todos). 

Em 94 tirei uma fotografia com Balakov. Não era meu hábito, já para pedir autógrafos era tímida. Mas ainda hoje dou graças por ter tirado esta relíquia. Muitas saudades destes dias, do futebol do Sporting e de Balakov.

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Sobre a gamebox de ouro, o Andrew e o Balakov.

Quem vai ao estádio saberá que o sócio a entrar em 1906º lugar é seleccionado para no jogo seguinte ir ao relvado receber a camisola do seu jogador favorito da presente época. 

Ora, um dos pontos em que sportinguistas de dividem nesta altura é relativamente aos jogadores da equipa de futebol: 

  • Os que têm ídolos
  • Os que não têm ídolos
  • Os que já tiveram, agora não têm ídolos
  • Os que não concebem o futebol sem as suas estrelas
  • Os que não vêem futebol este ano
  • Os que só querem saber do futebol
  • Os que aplaudem
  • Os que assobiam

Isto tem-se reflectido na entrega da camisola este ano, da seguinte forma: no jogo com o Empoli, o sócio que recebeu a camisola ao intervalo escolheu o número 12, porque no seu entender os adeptos são o maior partrimónio do Sporting. É justo, e foi bonito ver esta tomada de posição perante a oferta de uma camisola com um número à escolha (confesso que não resistiria a pedir um 4 ou um 22). 

Nesse jogo com o Empoli reconheci o nome seleccionado para o jogo seguinte (que seria o de sábado que passou. Confuso? Fiquem comigo, juro que é simples). Um nome de há vinte (mais até) anos. No intervalo do jogo com o Vitória de Setúbal lá estava ele. Para mim está igual, naturalmente, acho que nunca vejo os da minha geração como muito mais velhos. Viajei no tempo e ainda não tinha visto nada. Quando lhe foi perguntado que número tinha escolhido, o Andrew avançou sem medos como sempre me pareceu avançar (não saberei reproduzir tal e qual, mas foi mais ou menos isto): "O meu jogador preferido este ano é o Bas Dost mas em 44 anos de Sporting Clube de Portugal o meu jogador favorito é o Krassimir Balakov" seguindo-se um apelo à união de todos, um "deixem-se de guerras, juntos somos mais fortes que qualquer um". Viajei, admito que tive novamente 15 ou 16 anos na bancada e o entusiasmo de então, o que mereceu o comentário do meu irmão, ao meu lado: "vê-se logo que é da tua geração, têm a mesma conversa". 

Penso muitas vezes que se calhar fiquei marcada por esses anos e devia andar em frente, mas este sábado não tive dúvidas: é possível passarem 20, 25 anos, e as memórias mais vivas serem as de então. Seja o Andrew ou o Balakov. Obrigada a ambos pelas memórias e pelo sportinguismo que é também o meu. 

Balakov

«Quando vim para o Sporting Clube de Portugal, o empresário que fez o negócio com o Sousa Cintra, presidente da altura, foi o Lucídio Ribeiro. Eu estava numa equipa que foi nesse ano campeã da Bulgária, era jogador da Selecção Nacional e o Lucídio Ribeiro teve várias conversas connosco até que aceitámos ir fazer exames médicos ao Sporting. Fui comprado por um milhão e duzentos mil dólares; em 1990 não acontecia todos os dias. O mercado búlgaro abriu em 1989, a seguir à queda do regime comunista e eu saí logo depois.

Ao chegar ao aeroporto de Lisboa tinha à espera o presidente Sousa Cintra, vários directores e o preparador físico Terzinsky, também búlgaro e que na altura trabalhava no Sporting. Cumprimentei toda a gente, o Sousa Cintra fez várias perguntas, eu não falava português e ele só se ria.

O treinador era o Marinho Peres e no início nós não comunicávamos bem. Eu não jogava, só entrei ao terceiro ou quarto jogo e a partir daí não saí da equipa. Passados dois ou três meses ouvi dizer que tinha sido comprado para ponta-de-lança. Eu nunca joguei a ponta-de-lança!

Muito tempo depois, o Terzinsky lá me explicou que no aeroporto o Sousa Cintra tinha perguntado se eu é que era o ponta-de-lança. Eu não sou grande, tenho 1,76 m e sempre joguei no meio-campo. E foi como médio que saí da Bulgária, nunca pensei que tinha sido vendido pelo Lucídio Ribeiro como ponta-de-lança. Por isso é que o Sousa Cintra não parava de rir.

O Marinho Peres também pensava que eu era ponta-de-lança, e até todos ficarem esclarecidos passou um mês. Depois o Terzinsky contou-me que o Sousa Cintra no aeroporto disse “não sei se é ponta-de-lança, mas ele tem cara de jogador, de grande craque.” Aceitou ficar comigo à mesma e foram uns anos maravilhosos.

 

Passou cinco épocas em Alvalade onde, apesar do talento e dos seus 60 golos, apenas venceu uma Taça de Portugal. Contudo, tornou-se num dos melhores jogadores estrangeiros da história do clube.»

 

VINAGRE, Hugo, [et al.] - Relato. 1ª ed. Estoril : Saída de Emergência, 2016. 255 pp. 23 - 24

 

P.S.: Um dos melhores futebolistas estrangeiros a jogar em Portugal, detém o record do golo mais rápido num Sporting - Benfica (creio que meio minuto), tão rápido que quase nem se viu.

 

Recordar - Krasimir BALAKOV

 

"Búlgaro, mas não bulgar*"

 

"Ele rodopiava, ele saltava ao eixo entre oponentes que o apertavam, ele mantinha-se de pé, tal qual Maradona, mesmo quando carregado em falta. Ver Balakov jogar era como assistir a uma prova de 110 metros barreiras em que todos os obstáculos iam sendo fatalmente superados até à meta, o golo.

 

Assim foi certa noite de sonho no Bonfim, quando sozinho destruiu o Vitória(?) - deixando atónita a multidão nas bancadas - pegando na bola, com a sua abençoada canhota, ainda no seu meio-campo (iludindo logo aí dois oponentes), resistindo posteriormente a carga dura, não cedendo miraculosamente à já antecipada queda, antes de preparar nova diabrura, com troca de pés driblando dois adversários em simultâneo(!), passando entre eles, para, de seguida, contornar o desamparado guardião da virtude vitoriana, encostando suavemente para golo com o pé direito. Um monumento! Uma bala humana com um destino certo, a baliza. Aliás, "Bala" ficaria para sempre o seu epíteto, nas "cov(as)" ficavam os que ousavam tentar contrariá-lo.

 

De vez em quando amuava e "desaparecia" do jogo, queria o contrato melhorado. Mas, regressava ao seu nível (e que nível, senhores). Por vezes, sebastianicamente, como naquela noite de nevoeiro feito de fumos de claques, quando disparou um míssil de pé direito(!) - sim, embora esquerdino de Ouro, não era manco do outro pé - apontado directamente ao aungulo superior esquerdo da baliza do benfiquista Silvino Louro. Bem, nesse dia, louros só para Balakov -"que grande golo!" -, diria Sousa Cintra, em directo, ainda a procurar o seu lugar na Tribuna, aquando do golo madrugador que estreou uma nova forma de filmar os jogos de futebol em Portugal, com muitas câmaras e repetições de diversos ângulos, da SIC. Já para definir este búlgaro, só havia um ângulo, um encómio: genial."

 

*reacção de um portista ao ver Balakov jogar pela primeira vez...

 

IMG_4089.JPG

 

Balakov foi, provavelmente, o jogador mais genial que vestiu a camisola verde-e-branca do emblema do Leão rampante. Por motivos que a mim (e certamente a muitos de Vós) me escapam nunca foi campeão pelo Sporting, inclusivé quando jogou ao lado de Figo, Paulo Sousa e Cherbakov, num meio-campo que se dava ao luxo de "sentar" Peixe, Capucho, Filipe e Pacheco (outra equipa). Com este meu texto pretendi captar a genialidade deste búlgaro proveniente do ETAR Tarnovo, sendo certo que os genios não se circunscrevem a um rectângulo de papel, umas palavras. Se uma imagem vale mais que mil palavras, a genialidade valerá bem mais do que mil imagens. Os sportinguistas e o futebol muito devem a este ENORME jogador que, durante 5 anos, encantou as bancadas de Alvalade (e não só). Espero que tenham gostado!

 

Nota final: por lapso, na evocação de Uchoa não referi os nomes dos vencedores do Quiz(2) sobre esse jogador. Aqui ficam, com as minhas desculpas: Antonio Ramos (primeiro prémio) e João Santos (menção honrosa), os nossos leitores que acertaram.

Krassimir Balakov

Balakov foi um grande ídolo futebolístico da minha juventude. Quando comecei a ver futebol eram poucos os jogos que eram transmitidos pela televisão e, na altura, não era hábito ir a Alvalade mas antes ao Estádio da Medideira ver o grande Amora! Por isso foram poucas as vezes que tive oportunidade de ver ao vivo o grande jogador búlgaro embora tenha estado (entre milhares de sportinguistas que encheram todo o estádio) na sua despedida com a camisola do rampante na final da Taça de Portugal que o Sporting venceu ao Marítimo na época de 1994/1995.

Krassimir Balakov foi um dos grandes talentos que passaram por Portugal. A sua classe era enorme e o talento impressionante. Todos os que o viram jogar recordam, certamente, a sua destreza técnica e a facilidade com que marcava livres directos mas também a qualidade com que chutava à baliza.

O Sporting publicou no Youtube e na página do Facebook, esta semana, um vídeo com uma colectânea de 40 golos de Balakov na sua passagem pelo clube. Quase todos são de execução técnica muito acima da média e uma parte muito significativa dos mesmos poderia figurar entre as nossas escolhas dos melhores golos do Sporting. Fica, abaixo, o vídeo para recordar a arte do grande Balakov.

 

 

Parabéns, Krassimir!

A 29 de Março de 1966 nascia, em Veliko Tarnovo, na Bulgária, um dos maiores génios que alguma vez pisou os relvados portugueses.

Com um pé esquerdo de fazer inveja a muitos, espalhava magia cada vez que tocava na bola. Com ele a bola não chorava, de tanta que era a classe.

 

Por tudo isso, para assinalar o 50º aniversário daquele que foi um dos meus primeiros ídolos futebolísticos, deixo aqui esta obra de arte.

 

 

Os melhores golos do Sporting (32)

 

Golo de BALAKOV

V. Setúbal-Sporting, 2-3

29 de Agosto de 1993, Estádio do Bonfim

 

O Sporting formou o Figo e o Cristiano Ronaldo, mas que eu me recorde o jogador que mais classe demonstrou com a camisola verde e branca foi provavelmente Krassimir Balakov. Eu estava de férias, assisti a este difícil e bem disputado Vitória de Setúbal-Sporting da época de 1993/94 diretamente na TV e nunca me esquecerei do primeiro golo do Sporting, que podemos rever neste vídeo a partir dos 2 min 15 s.

No dia seguinte, o título do jornal: "Quem tem Balakov tem tudo". Bem, o Balakov não era tudo: o Sporting também tinha um grande treinador (Bobby Robson) e outros grandes jogadores (como o Cherbakov). Refiro o Cherbakov porque nem o Cherbakov nem o Bobby Robson acabariam a época no Sporting, como é bem sabido: Cherbakov por um infortúnio, e Robson pela decisão mais estúpida que um presidente do Sporting tomou.

Ficam aqui os golos deste jogo como recordação de uma equipa que bem merecia ter sido campeã, com destaque para o primeiro, pelo grande maestro.

 

Os melhores golos do Sporting (24)

Golo de CHERBAKOV

Sporting - Beira-Mar

8 de Maio de 1993, Estádio José Alvalade

 

Há golos que se sonham, há golos que vimos noutros campeonatos que desejamos que os nossos os repitam em casa e há golos que não sabíamos possíveis até os vermos desenharem-se à nossa frente. Nunca imaginaria que esta obra podia ser construída, mas lembro-me de acreditar que o seria na fração de segundo que antecedeu o chuto decisivo, já com a bola a voar rumo aos pés de Cherbakov. Será? Foi!

A bola saiu com a magia tantas vezes habitual e aparente total intencionalidade dos pés de Balakov que marca o canto, com a canhota. Viaja quase 40 metros para lá do enfiamento que divide a linha final ao meio e a um bom metro do chão é enviada, à meia volta, com potência brutal, cruzada, de novo com o pé esquerdo, para entrar ao primeiro poste acompanhada com os olhos por quem mais não pode.

Volvidos tantos anos, rever este golo transporta-me de novo para a sensação do momento e obriga-me a continuar a acreditar que a qualquer momento, em qualquer jogo, o impossível se concretizará, saudado com condigna explosão de alegria e admiração.

Confesso que não me recordava do adversário e muito menos do resultado. Foi o Beira-Mar a vítima deste golo que confirmou a reviravolta no resultado de um jogo disputado a meio da tarde do dia 8 de maio de 1993 e visto in loco por cerca de 30 mil espetadores, segundo rezam as crónicas. Treinava Bobby Robson adjuvado por Manuel Fernandes e José Mourinho.

E já chega de palavras, vale a pena ver o resumo do jogo feito por Miguel Prates para a RTP.

 

Cherbakov – o golo dos canhotos

Os melhores golos do Sporting (20)

Golo de JUSKOWIAK

Sporting-Boavista, 3-1

10 de Abril de 1994, Estádio José Alvalade

 

O golo que escolhi é um golo de bicicleta do Juskowiak, em abril de 1994, um golo perfeito que nunca esqueci. 
Juskowiak fez parte da equipa onde jogavam Figo, Balakov, Peixe, Valckx e Iordanov. Uma equipa que ganhou muito pouco para a qualidade que tinha, é um facto. Ficam boas (outras menos boas) memórias, como este jogo com o Boavista - o golo que escolhi é o 2º, pelo minuto 3'47, mas os outros dois também valem a pena. O Sporting ganhou 3-1, e com essa vitória passou para primeiro.

O golo: a bola passa por Paulo Sousa, Balakov, Figo que centra de carrinho, e Juskowiak finaliza de forma perfeita. É ver e rever. 

Nessa altura ia ao estádio com amigos, não me lembro quem mais estava nesse dia, sei que o P. estava comigo. E sei porque assim que Juskowiak marcou o golo, o ouvi gritar: "BICICLETA!". Nos golos a bancada abria uma clareira: eu, uma ou outra amiga e pouca gente mais, ficávamos sozinhas lá em cima, o resto corria à grade e voltava. O P. fazia o mesmo. Desapareceu a seguir ao grito e quando voltou vinha afónico, ainda a celebrar, em delírio: "Bicicleta...! Bicicleta...!"

 

 

(Só encontrei um video - de muito má qualidade - com o golo, por isso publico o resumo do jogo todo. Não invalida que se escolha um dos outros golos para futuro post.)

Os melhores golos do Sporting (7)

Golo de KRASSIMIR BALAKOV

Sporting-Benfica

17 de Outubro de 1992, Estádio José de Alvalade

 

Todos os meninos merecem um ídolo. O meu, no futebol, era búlgaro e chamava-se Krassimir Balakov. A sua passagem pelo Sporting coincidiu com o início do meu fascínio pelo desporto rei. Para mim continua, mais de vinte anos passados da sua saída do clube, como um dos mais brilhantes jogadores que vi jogar com a camisola verde e branca. Lembro-me de um jogo - o primeiro que vi no velhinho Alvalade - contra o Paços de Ferreira na última jornada da época 91/92 em que ele estava, ao intervalo, a dar autógrafos junto à rede da bancada central. Por vergonha, talvez, não desci para lhe pedir um. Hoje lamento-o!

O jogo não foi um qualquer. Foi o derby eterno. Sporting vs Benfica, Estádio José de Alvalade, início do outono e Sir Bobby Robson no banco. Como ainda hoje o Sporting, na saída de jogo, atacava para a baliza norte. Começa o benfica mas dois passes depois Veloso perde a bola para Balakov que, de pé direito (era um canhoto brilhante), atira para a baliza de Silvino e fez balançar as redes. Foi a loucura. Noutros tempos, bem diferentes, um jornalista na tribuna do estádio entrevista o então presidente Sousa Cintra logo a seguir ao golo!

Vi o jogo na televisão. Uma transmissão da SIC (uma das primeiras, creio) com narração do grande Jorge Perestrelo. A bola, como ele gostava de dizer, entrou "onde a coruja faz o ninho". Este golo é a primeira memória clara que tenho de um derby e foi fundamental para o desenvolvimento da minha paixão pelo jogo e pelo clube. Pese embora a carga emocional que tem para mim creio, ainda assim, ser um dos melhores golos que vi do enorme Sporting!

 

 

Um Golo do Outro Mundo

Se me perguntarem qual o melhor golo que já vi, terei, como todos nós, muitas dificuldades em mencionar só nove ou dez, começo a pensar, a recordar-me de um aqui, de outro ali, e rapidamente chego a números muito mais generosos. Se me limitar ao Sporting, a dificuldade não é, naturalmente, tão grande. Há um, no entanto, que pela sua espectacularidade e pela qualidade técnica que exigiu a dois jogadores, Balakov e Cherbakov, o autor do remate, permanecerá, para sempre, intocado na minha memória. Foi num jogo com o Beira-Mar, em 8 de Maio de 1993, no Estádio José de Alvalade. Fabuloso. 

Há muito muito tempo...

 

Publiquei esta fotografia há uns dias no meu facebook e só agora me ocorreu deixá-la aqui.

Eu e Balakov, por 94 já.

Ia ao estádio ver os treinos com os meus amigos e na altura de tirar fotografias não queria com mais nenhum: este era o meu jogador preferido, acredito que de muitos de nós. 

Os nossos ídolos (12): Krasimir Balakov

Época 1990-91: pela mão de Sousa Cintra chega ao Sporting Clube de Portugal, proveniente do FC Etar Veliko Tarnovo, um jogador de futebol pouco conhecido, com a “etiqueta” de extremo.  Krasimir Genchev Balakov.

Lançado a 12 de Janeiro de 1991, por Marinho Peres, diante do Penafiel, não mais parou de crescer este esquerdino que se tornou num dos melhores estrangeiros de sempre a jogar no campeonato português.

Foram cinco épocas a admirar este colossal jogador búlgaro de verde e branco vestido.

 

De extremo promissor, mas desconhecido, rapidamente chegou a patrão da equipa de futebol do Sporting, numa fase em que sobravam grandes jogadores no plantel do nosso clube, apenas faltavam títulos. E sorte. E mais alguma coisa.

168 jogos, 59 golos, alguns deles inesquecíveis, muitos decisivos. Uma ilustre carreira pela selecção búlgara, com um 4º lugar no Mundial dos EUA.

Podia falar das oito épocas que depois jogou, em grande nível, no Estugarda, como um dos grandes centro-campistas da Bundesliga, numa melhores fases de sempre desse clube alemão, mas não vou. 

 

A despedida de Balakov, com o único título que conquistou ao serviço do SCP, no Jamor, na final da Taça de 1994, contra o Marítimo, nunca me “passou” bem pelo “gorgomilo”.

Tal como a saída de Robson e a entrada de Carlos Queirós, tal como a gestão de balneário e de renovações de contrato que levaram (também) às saídas de Figo e Peixe, também a saída “demasiado cedo” de Balakov marca “esses tempos”.

Tempos em que sobravam enormes jogadores, tanto quanto sobravam o desperdício e o disparate, o azar e os campos inclinados…

 

Prefiro relembrar que Krassimir Balakov era dotado de técnica extraordinária, com soberba visão de jogo, assumindo, de forma tão natural, a liderança da equipa, sempre a desequilibrar os pratos da balança, sendo frequentemente decisivo. Que saudades!

Prefiro recordar o golo ao Vitória de Setúbal em que finta cinco jogadores desde o meio campo, o golo aos 20 segundos do dérbi com o clube de Carnide, o chapéu “brutal” a Michel Preud’Homme. Divino. Inesquecível. Arrepiante.

 

O melhor que posso deixar neste (muito modesto) texto é dizer que amar o Sporting é algo que sinto desde que tenho recordação de “ser gente”. Amor, simples e complexo, sem tréguas e sem fazer prisioneiros, amor incondicional, total.

A Paixão pelo futebol, pela arte, pelo espectáculo, foi Krassimir Balakov que me mostrou o caminho, a mim, um pobre pecador que “cirandava” pelo Andebol, pelo Hóquei em Patins e pelo Rugby... Obrigado, Bala!

 

{ Blogue fundado em 2012. }

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