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És a nossa Fé!

A ver o Europeu (25)

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SORTE ESPANHOLA, MÉRITO ITALIANO

Itália mereceu passar às meias-finais, Espanha nem por isso. É a diferença entre uma selecção que deslumbra pelo seu futebol alegre e criativo e outra que se limita a picar o ponto neste irregular Euro-2021 num continente ainda marcado pela pandemia.

Os primeiros a entrar ontem em campo foram os espanhóis. Em Sampetersburgo, contra a Suíça estreante em quartos-de-final de uma grande competição futebolística. Seriam favas contadas, para muitos adeptos do país vizinho. Mas não foram. A "fúria" espanhola parece ter migrado para parte incerta: restou uma equipa desinspirada, incapaz de aproveitar um golo oferecido pelos suíços e a vantagem de jogarem com um a mais durante 48', o que faz uma diferença enorme nesta fase da competição.

Aos 120 minutos, esgotado o prolongamento, mantinha-se o 1-1 do tempo regulamentar. Nos penáltis, brilhou o réu da partida anterior, contra a Croácia: o guarda-redes Unai Simón, que defendeu dois. Destacou-se também Oyarzabal, que não vacilou quando chamado a converter - ao contrário de Rodri, médio do Manchester City, e do veterano capitão Sergio Busquets, único campeão mundial de 2010 que resta no plantel. Jordi Alba, campeão europeu por Espanha em 2012 tal como Busquets, apontara o golo do tempo regulamentar, beneficiando de um desvio de Zakaria.

Foi o único remate espanhol à baliza no primeiro tempo. Por parte da Suíça, nem isso.

A injusta expulsão de Freuler por acumulação de amarelos, aos 77', somada à lesão de Embolo antes da meia hora de jogo, virou o campo a favor de Espanha. Mas nem assim resultou, desde logo por uma exibição de luxo do guardião Sommer, sobretudo no prolongamento. Foi preciso muita incompetência suíça (só um penálti convertido em quatro marcados) na roleta das grandes penalidades para carimbar o passaporte do trajecto espanhol às meias-finais. Com muita sorte e pouco mérito.

 

Espanha, 1 - Suíça, 1 (vitória espanhola 3-1 no desempate por penáltis)

 

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Futebol do bom, só aconteceu à noite. Em Londres, no Bélgica-Itália. Os primeiros tinham eliminado Portugal num jogo em que não conseguiram ser melhores em campo. Os segundos haviam afastado a Áustria num desafio muito sofrido. 

Previa-se confronto intenso entre dois assumidos candidatos ao título europeu. E assim foi. Com predomínio italiano na primeira parte e ligeiro ascendente belga na segunda, em que os italianos pareceram sempre mais preocupados em defender a vantagem (2-1) alcançada ao intervalo.

O triunfo foi construído nesse primeiro tempo. Com o trio composto por Insigne, Immobile e Chiesa a brilhar nas rápidas incursões à grande área belga e Jorginho a pautar as operações no meio-campo.

O primeiro golo surgiu aos 31', pelo capitão do Inter, Barella, numa jogada de insistência, fuzilando Courtois após ter driblado três adversários. O segundo - um dos mais espectaculares deste Euro-2021 - surgiu dos pés de Insigne, fazendo jus ao nome: magnífico remate em arco, a meia-distância, aos 44'. Courtois nada podia fazer. 

Com um futebol sempre muito apoiado, abrindo sucessivas linhas de passe e garantindo equilíbrio no meio-campo, os italianos confirmaram-se como a selecção com melhor média de remates neste Europeu. Exibições de luxo do guarda-redes Donnarumma, de Chiesa e Spinazzola - este, infelizmente, forçado a abandonar aos 77', de maca, com lesão grave. O Campeonato da Europa terminou para ele.

Os belgas, com o lesionado Eden Hazard fora do onze titular, podiam ter marcado por De Bruyne aos 22' e Lukaku aos 26' e aos 61'. Mas só o fizeram graças a um penálti convertido por Lukaku, aos 45'+2, a castigar derrube de Doku à margem das regras. 

A Itália apenas conseguiu ser campeã europeia em 1968 e parece seriamente apostada em repetir essa proeza, 53 anos depois. Quanto à Bélgica, que tomba nos quartos-de-final após ter sido afastada pela França nas meias-finais do Campeonato do Mundo de 2018, continua sem justificar o absurdo destaque que a FIFA lhe atribui como selecção mais cotada do planeta futebol. Que raio de trono é este, alcançado sem uma só vitória até hoje num Mundial ou num Europeu?

 

Bélgica, 1 - Itália, 2

O melhor prognóstico

Parabéns, embora com algum atraso, ao nosso leitor Leão de Queluz. Por ter acertado não só no resultado do França-Portugal (2-2), mas também em Cristiano Ronaldo como marcador de um dos golos (acabaria por marcar os dois).

Já quanto ao Bélgica-Portugal (1-0), que ditou o nosso afastamento prematuro deste Europeu, ninguém acertou. O que não surpreende.

Entra portanto esta rubrica do nosso blogue em gozo de férias. E regressa a tempo do desafio da Supertaça.

Tantos jogadores em má forma física

Texto de Miguel

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Qualquer equipa pode perder com a Bélgica, a propósito disso nada a dizer.

O único remoque que faria ao engenheiro seria a propósito de uma certa falta de imaginação: não haveria maneira de alargar o jogo, conseguir fazer chegar à linha de fundo mais amiúde de modo a que os avançados recebessem a bola de frente para a baliza para, no mínimo, obter mais cantos

Juntar o Nuno Mendes e o Raphaël Guerreiro à esquerda, avançar o Dalot (bela estreia) no apoio ao Bernardo Silva ou outro, guardando uma linha de três defesas que ontem [anteontem] aliás fez um excelente final de jogo?

Bem, isto vale o que vale, é muito fácil mandar bitaites de fora.

 

De qualquer modo, com tantos dos jogadores principais em má condição física é muito difícil fazer valer o argumento de que esta equipa sendo tão forte devia fazer muito melhor do que fez.

A conclusão não segue da premissa. Ou alguém imagina a França a jogar pelo título com o Griezmann, o Kanté, o Pogba e o Mbappé sentados no banco e com os jogadores do Lille em campo?

 

Texto do leitor Miguel, publicado originalmente aqui.

A ver o Europeu (21)

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BÉLGICA ELIMINA PORTUGAL

No primeiro jogo do tudo-ou-nada, houve um tropeção. Que nos foi fatal. Frente à selecção belga, classificada como número 1 do mundo pela FIFA. Derrota tangencial em Sevilha, perante 14 mil espectadores nas bancadas: os belgas marcaram na única verdadeira oportunidade que tiveram num brilhante lance individual de Thorgan Hazard, aos 42'. Enquanto nós fomos incapazes de a meter lá dentro: houve 24 remates, grande parte dos quais por cima ou ao lado. O melhor - por Raphael Guerreiro, de pé direito - embateu no poste, aos 83', já com Courtois batido. Aos belgas, com apenas 44% de posse de bola e sem um só canto a seu favor, bastou rematar seis vezes para vencer.

Claro domínio português na segunda parte que foi crescendo de intensidade até ao apito final. Mas que só se tornou indiscutível quando Fernando Santos, com manifesto atraso, fez as substituições que se impunham: tirou Bernardo Silva e João Moutinho, os elementos mais fracos do onze titular, metendo em campo João Félix e Bruno Fernandes, que refrescaram a equipa e lhe deram alguma acutilância. Sobretudo só a partir daí os nossos flancos passaram a funcionar em dinâmica ofensiva. 

Bernardo nunca conseguiu acelerar o jogo e foi incapaz de fazer a diferença lá na frente. E teve também responsabilidade no golo belga: Thorgan bateu-o em velocidade e o avançado do City ficou a marcar com os olhos, consentindo o remate de meia-distância. Também Rui Patrício pareceu algo lento a reagir e mal posicionado, apesar de a bola ter entrado no centro da baliza.

 

Dos onze que entraram de início, neste jogo em que tivemos menos 48 horas para descansar do que os "diabos vermelhos", havia seis campeões europeus: Rui Patrício, Pepe, Guerreiro, Moutinho, Renato Sanches e Cristiano Ronaldo. O capitão português, muito marcado, desta vez foi incapaz de fazer a diferença - excepto num livre directo que levava selo de golo mas acabou interceptado por Courtois, o melhor em campo. Estavam decorridos 25 minutos: era o nosso primeiro remate enquadrado. O que resume em larga medida a nossa primeira parte, em que abdícámos da iniciativa atacante, sobretudo pelos corredores laterais. E só despertámos para a pressão no segundo tempo, correndo atrás do prejuízo.

Tivemos 88% de eficácia de passe. Mas a finalização, do nosso lado, parecia ter rumado a parte incerta. Palhinha, João Félix, Bruno Fernandes e o próprio Ronaldo falharam neste capítulo. Bernardo nem tentou. Mas o destaque pela negativa vai para Diogo Jota, uma autêntica nulidade. Isolado por Renato logo no minuto 6, num passe em lance corrido que cheirava a assistência para golo, o avançado do Liverpool rematou muito torto, bem para longe da baliza. Titular absoluto neste Europeu, nunca demonstrou ter qualidade para merecer a confiança que o seleccionador lhe deu. Aos 58', voltou a falhar com estrondo - desta vez assistido por Cristiano.

 

Pepe anulou bem Lukaku, o adversário mais temível. Palhinha neutralizou De Bruyne, um dos melhores jogadores do mundo. Guerreiro chegou e sobrou no confronto individual com Meunier. O problema da nossa equipa residia lá na frente: demasiados nervos à solta, demasiada intranquilidade, demasiada incompetência.

Campeões europeus desde 2016, cinco anos depois vamos ceder o título a outra selecção. Que bem pode ser a belga, embora também italianos e franceses sejam sérios candidatos. É verdade que nunca a Bélgica apresentou uma equipa tão forte num Campeonato da Europa. Mas não é menos certo que esta é a primeira vez em que somos afastados em fase tão prematura de um Europeu. Os nossos piores desempenhos antes deste aconteceram em 1996 e 2008, quando caímos nos quartos-de-final.

Todos os ciclos têm o seu fim. O do seleccionador Fernando Santos - que prescindiu de Nuno Mendes e Pedro Gonçalves, campeões nacionais pelo Sporting que nunca calçaram neste Euro-2021 - aproxima-se do epílogo. Mas esse é outro debate: haverá tempo e espaço para o fazer. Talvez só após o Mundial que vai disputar-se no Catar em 2022.

 

Bélgica, 1 - Portugal, 0

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Os jogadores portugueses, um a um:

 

Rui Patrício - Frente à selecção n.º 1 da FIFA, acabou por ter pouco trabalho. O golo belga foi a única ocasião em que enfrentou verdadeiro perigo. Infelizmente teve reflexos mais lentos do que Courtois na baliza contrária ao negar golos a Cristiano Ronaldo e André Silva.

 

Diogo Dalot - Estreia absoluta a titular pela selecção A. No essencial, cumpriu no capítulo defensivo. Mas foi demasiado tímido nas incursões ofensivas, sobretudo no primeiro tempo. Comportamento infantil aos 51', chutando a bola com o jogo parado: custou-lhe o cartão amarelo.

 

Pepe - O mais velho jogador de campo do Euro-2021, com 38 anos, voltou a ser pedra basilar. Imbatível no eixo da defesa, enfrentou com êxito Lukaku. Corte exemplar aos 66', negando o golo ao artilheiro do Inter. No quarto de hora final foi jogar lá na frente, como se fosse avançado.

 

Rúben Dias - Fez boa parceria com Pepe. Ambos tinham pela frente uma selecção que marcou 40 golos na fase de apuramento e não se deixaram atemorizar por isso. Cabeceou com perigo, aos 82', após canto de Bruno Fernandes. Com outro guarda-redes talvez tivesse entrado.

 

Raphael Guerreiro - A sua melhor exibição do Europeu ocorreu neste desafio. Corte impecável aos 40'. Redobrou de protagonismo ofensivo na segunda parte, com vários cruzamentos bem medidos. Esteve quase a marcar aos 83': Courtois já estava batido mas a bola foi ao poste.

 

Palhinha - Ganhou estatuto na selecção, como ficou comprovado neste jogo - o seu primeiro como titular no Europeu. Infelizmente, foi também o último. Não merecia voltar já para casa: bom desempenho na recuperação e no desarme. Só falhou no disparo de meia-distância.

 

João Moutinho - Incompreensível, esta reiterada aposta do seleccionador. Precisávamos de um acelerador de jogo no eixo do terreno: rápido, vertical, incisivo. Moutinho não tem nenhuma destas características. Saiu aos 56', comprovando que o tempo dele na selecção acabou.

 

Renato Sanches - Com 91% de eficácia de passe, talvez o melhor português neste jogo. No primeiro tempo foi o que mais tentou remar contra a maré: desequilibrou, transportou com qualidade, nunca deu um confronto por perdido. Quase assistiu para golo aos 6'. Saiu aos 78'.

 

Bernardo Silva - Outro mistério: como é que foi titular nos quatro jogos de Portugal neste Europeu? Voltou a ter uma exibição medíocre, tanto no flanco direito ofensivo como em missão defensiva: tem clara responsabilidade no golo belga, ao deixar fugir Hazard. Saiu só aos 56'.

 

Diogo Jota - Divide com Bernardo o "prémio" de pior em campo. Pedia-se goleador - e falhou em toda a linha. A ala esquerda, onde actuou, ficou sempre desequilibrada: quase não ganhou um confronto individual e parecia até fugir da bola. Espantosamente, esteve em campo até aos 70'.

 

Cristiano Ronaldo - Nem ele conseguiu fazer a diferença. Mas se há jogador que não merecia ir mais cedo para casa é precisamente o capitão. A primeira clara oportunidade de golo foi dele, na marcação de um livre, aos 25': Courtois defendeu in extremis. Aos 58', assistiu para Jota falhar.

 

João Félix - Saltou do banco (56'), rendendo Bernardo. Procurou a bola mas faltou-lhe talento na zona da decisão. Cabeceou à figura, aos 61'. Atirou por cima aos 82', rematou ao lado aos 90'+4. Tentou mergulhar para a piscina, cavando um livre. O árbitro não se deixou enganar.

 

Bruno Fernandes - O que se passa com o melhor jogador da Liga inglesa? Desta vez só entrou aos 56', por troca com Moutinho. Aos 82', marcou bem um canto que podia ter dado golo. Mas falhou remates quando se exigia mais precisão: atirou muito por cima aos 62' e aos 90'+2.

 

André Silva - Imperdoável, a escassíssima utilização neste Europeu do segundo melhor artilheiro da Liga alemã. Neste jogo entrou aos 70', substituindo o inútil Jota. Desperdiçou um bom passe de Bruno Fernandes (80'). Mas quase marcou aos 88': Courtois, atento, impediu o empate.

 

Sérgio Oliveira - Entrou aos 78', para refrescar o meio-campo, substituindo um exausto Renato Sanches. Tentou dar consistência e acutilância às nossas acções ofensivas, infelizmente sem oportunidade para testar o seu famoso pontapé de meia-distância.

 

Danilo - Entrou aos 78', rendendo Palhinha, já amarelado. Útil nas dobras defensivas, numa fase em que Pepe já actuava lá na frente, como se fosse um avançado. Desarmou Lukaku aos 86'. Esteve melhor ainda, abortando uma ofensiva muito perigosa de Carrasco, aos 90'+4.

O dia seguinte

Obviamente que nos faltou a tal "santinha" que nos acompanhou noutras situações. Mas ela hoje meteu folga.

Mas para Portugal defrontar a Bélgica em Sevilha é um pouco como o Sporting jogar em casa contra o Braga ou algo assim, se não entra com tudo para marcar primeiro e deixa enrolar o jogo até que um "chouriço" qualquer funcione como despertador, arrisca-se mesmo a perder. Porque a outra equipa redobra de moral, porque os minutos se vão esgotando, porque cada um tenta  resolver por si o que a equipa não consegue, nem equipa às tantas existe com tantas alterações e a pressa de meter a bola lá na frente.

E é verdade, Portugal não tem um Coates.

Mas tem alguns jogadores fetiches de Fernando Santos, a começar por um Bernardo Silva que marcou com os olhos o ala da Bélgica que fez o golo e um Jota que desperdiçou uma oportunidade muito bem conquistada por Renato Sanches. Foram fetiches como estes, a começar por aquele de William Carvalho contra a Alemanha, que marcaram definitivamente esta campanha. 

Realmente faltou chegar a Sevilha com um modelo de jogo consolidado. Entrou um onze remendado das contigências da fase de grupos, com pouca ideia de conjunto, e sem ninguém para ajudar Cristiano Ronaldo. Que podia ter sido João Félix, como se viu na segunda parte. 

E assim se encerra esta campanha. Com todo o respeito pela competência e curriculum de Fernando Santos, se calhar é tempo de encerrar um ciclo e partir para outro, com outra capacidade colectiva e outra mistura de jovens com fome de vencer e consagrados que não falhem. Sempre com Cristiano Ronaldo, porque ele fará sempre parte da solução, o melhor jogador do mundo nunca será o problema.

Olhando agora para os jogadores do Sporting que integraram esta selecção, Palhinha esteve hoje muito aquém do que pode fazer, não será certamente por este Euro que estará envolvido numa grande transferência, e dois dos melhores jogadores da Liga portuguesa, como Nuno Mendes e Pedro Gonçalves, só foram conhecer os colegas e fazer treino de recuperação. É frustrante, mas é assim mesmo.

SL

Patinho feio

 

Neste momento estamos a perder por 1-0. Fernando Santos resolveu mexer na equipa e efectuou uma dupla subsituição, entraram Bruno Fernandes e o "menino 120 milhōes".

Interrogo-me: será Pedro Gonçalves o patinho feio desta equipa? Não será o melhor marcador do campeonato português digno de jogar nesta equipa?

 

P.S.-1: Entrou agora, para reforçar o que digo, na equipa portuguesa, o melhor marcador do campeonato alemão.

P.S.-2: Agora entraram Danilo e Sérgio Oliveira...

 

P.S.-3: Adeus, até à próxima!

E se o Rúben fosse seleccionador?

Vou lendo por aqui e por ali diversas e diferentes opiniões sobre os jogadores que foram convocados, mas acima de tudo sobre as tácticas usadas por Fernando Santos. Não faço qualquer juízo de valor sobre o trabalho do seleccionador até porque, como disse o Edmundo, sou outrossim dono de um nível zero de treinador.

Posto isto gostaria de perguntar ao "nosso" treinador Rúben Amorim que jogadores colocaria em campo e, mais do que tudo, qual a táctica que colocaria em campo?.

Digam o que disserem, Rúben Amorim foi o único que conseguiu fazer de um conjunto de jogadores uma boa e temível equipa.

E logo à tarde/noite deveria estar em Sevilha uma equipa e não só um conjunto de meros jogadores de futebol

Prognósticos antes do jogo

Vai fazer agora cinco anos, no Campeonato da Europa em França, chegámos aos oitavos de final com menos um ponto do que agora. Após empates com Islândia, Áustria e Hungria. 

Depois, nos oitavos, enfrentámos a Croácia de Modric - que em 2018 se sagrou vice-campeã mundial. Desafio difícil: os croatas acabavam de derrotar a favorita Espanha (então ainda campeã europeia em título) e tiveram mais 48 horas de descanso do que a equipa das quinas entre a fase de grupos e a fase a eliminar.

Foi um desafio com desfecho incerto quase até ao apito final. Após o zero-a-zero aos 90' (como ontem, no Áustria-Itália) seguiu-se o prolongamento. E aos 117' ocorreu isto, que na altura relatei aqui: «Cristiano Ronaldo, muito marcado, pareceu ausente durante grande parte do encontro. Mas na hora decisiva lá estava ele, aproveitando bem uma diagonal aberta por Nani e rematando por instinto, com força suficiente para o guarda-redes croata largar a bola, o que permitiu a recarga vitoriosa de Quaresma, estreante a marcar em fases finais de Europeus.»

Sem espinhas: transitávamos para os quartos-de-final.

 

E agora, como será?

Aguardo com expectativa os vossos prognósticos para este Portugal-Bélgica - a Bélgica de Lukaku, De Bruyne, Courtois, Meunier, Ferreira-Carrasco e dos irmãos Hazard. 

Começa mais logo, a partir das 20 horas. Em Sevilha, onde após muitos avanços e recuos o Estado português estará representado pelo ministro da Educação. Presidente da República, presidente da Assembleia da República e primeiro-ministro ficam em casa.

Major Alvega e o futebol

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No postal publicado abaixo, pelo ex-futuro treinador de futebol de praia fluvial, Edmundo Gonçalves, gerou-se uma polémica (nos comentários) relacionada com o piloto luso-britânico Alvega, de Cook e Alvega.

Ora bem, o major Alvega foi um excelente piloto de caças (isso todos sabemos) o que muitos desconhecerão, é que aliava a esse c' kill (eh eh eh, isto sou eu a falar inglês técnico) da pilotagem, uma capacidade inata para o futebol, como as imagens acima demonstram.

Domingo, se calhar, Alvega, faria falta para marcar um golo de bola corrida.

Adenda: Com um abraço para o jpt e remetendo para os comentários no postal do Edmundo

A ver o Europeu (16)

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JOGO ÉPICO DA DINAMARCA

Futebol do melhor no Campeonato da Europa: aconteceu hoje, protagonizado pela selecção da Dinamarca, com uma segunda parte de sonho em que cilindrou a Rússia, goleando-a sem apelo nem agravo em Copenhaga.

De quase afastada, após duas derrotas (frente à Finlândia e à Bélgica), ascende assim ao segundo posto no Grupo B, transitando para os oitavos com todo o mérito.

Confesso que fiz questão em ver este desafio tão decisivo para os dinamarqueses torcendo por eles desde o primeiro minuto. Desde logo como homenagem ao malogrado Eriksen, o craque da equipa, vítima de uma síncope no jogo inaugural. E por sentir que a Dinamarca foi alvo de uma clara injustiça ao ter de prosseguir aquela partida tão traumática com todo o onze destroçado animicamente: aquela derrota contra a Finlândia, nesse dia específico, foi uma das maiores injustiças a que já assisti no futebol.

Mas os deuses da bola às vezes escrevem direito por linhas tortas, como esta tarde se confirmou. A Dinamarca venceu e convenceu: marcou quatro e sofreu apenas um, de grande penalidade. Dois dos seus golos foram extraordinários - do melhor neste Euro-2021. O primeiro, aos 38', apontado por Damsgaard, jovem extremo da Sampdoria, foi um tiro indefensável que fez levantar o estádio, cheio com 38 mil espectadores. E o terceiro, aos 79', parecia um míssil - disparado pelo defesa Christensen, outra das figuras da partida. Os restantes foram marcados por Poulsen (59'), aproveitando um monumental brinde da defesa russa, e Maehle (82'), coroando um rápido-contra ataque. Selava-se assim um jogo épico da Dinamarca: tenho a certeza de que nunca será esquecido.

 

Aproveitei para acompanhar mais de perto o desempenho de Daniel Wass, ala direito de 32 anos que actua no Valência e estará sob a mira do Sporting. Na partida anterior, em que recebeu um amarelo, nada fez que me despertasse a atenção. Desta vez merece nota positiva sobretudo por dois momentos: o centro milimétrico que fez aos 29' para um disparo de Hojbjerg, e um lance bem construído na extrema direita, aos 54'. Mas confesso que nada vi de extraordinário: Porro e Esgaio, pelo menos estes, são superiores.

Aos 61', Wass foi substituído: já não estava em campo no melhor período da sua equipa. 

 

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Enquanto esta partida decorria, em Sampetersburgo disputava-se o Bélgica-Finlândia, outra partida do Grupo B. Já com os belgas qualificados mas sem facilitarem: dominaram por completo, remetendo os finlandeses ao seu reduto. 

A terceira vitória consecutiva belga neste certame foi natural. Já escrevi e reitero: estamos perante um potencial vencedor do Europeu. Menos natural foi vermos um excelente golo anulado por intervenção do vídeo-árbitro, aos 65': assistência de De Bruyne desmarcando Lukaku e este a fuzilar as redes. Ninguém entendeu a alegada deslocação que as imagens não comprovam. Merece alerta máximo: o absurdo critério do fora de jogo milimétrico anda a matar o futebol de ataque.

Mas aqui os deuses da bola voltaram a intervir. Após um autogolo do guardião Hradecky (74') na sequência de um canto, a dupla imparável voltou a dar nas vistas quase numa réplica do golo anulado: De Bruyne assistiu, Lukaku marcou. Fixava-se o resultado aos 81'.

Desta vez valeu.

 

Dinamarca, 4 - Rússia, 1

Bélgica, 2 - Finlândia, 0

A ver o Europeu (13)

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LUKAKU E DE BRUYNE DÃO ESPECTÁCULO

Custa ver uma selecção com inegáveis talentos estar prestes a abandonar o Europeu de modo prematuro. E manifesta injustiça. A derrota inicial contra a Finlândia, num jogo marcado pelo drama de Christian Eriksen, nunca devia ter acontecido. Pelo simples motivo de que aquela partida decorreu em condições inaceitáveis num desafio de alta competição, com toda a equipa da casa arrasada psicologicamente. Tem o "nosso" Schmeichel toda a razão: «Foi uma experiência traumática.» Erro crasso da UEFA: o jogo, retomado menos de duas horas depois da síncope do n.º 10, devia ter sido adiado.

 

Contra a Bélgica, clara favorita, a Dinamarca entrou ontem muito bem. Voltava a jogar em casa, beneficiava do apoio da grande maioria dos 25 mil espectadores, e percebia-se que queria vencer, desde logo, para dedicar o triunfo a Eriksen. Não podia ter começado melhor: logo no minuto 2 adiantou-se no marcador, com golo de Poulsen.

Muita dinâmica, muita intensidade, muita energia: assim decorreu o primeiro tempo, de parada e resposta, mas com predomínio dinamarquês. O que parece ter deixado a Bélgica surpreendida.

Era precido mexer no onze titular belga - e assim fez o seleccionador ao intervalo, trocando o apagado Mertens por De Bruyne, que continua craque. A medida não tardou a produzir efeito, virando o jogo. E foi o talento individual a vir à tona.

Primeiro golo, 54': espectactular condução de bola na ala direita por Lukaku, que centra atrasado; de Bruyne recolhe e assiste Thornan Hazard, que não perdoa.

Segundo golo, 70': Lukaku inicia a construção do lance com nova jogada excepcional sem deixar nenhum defensor dinamarquês roubar-lhe a bola; De Bruyne, num tiro de pé esquerdo, fuzila as redes com assistência de Eden Hazard.

 

Venceram o desafio, são fortíssimos candidatos a vencer o Euro-2021. 

Mas o melhor momento do jogo aconteceu aos 10'. Quando todos pararam durante um minuto em ovação unânime ao ausente Eriksen. Nestas ocasiões o futebol deixa de ser simplesmente bonito para se tornar sublime.

 

Dinamarca, 1 - Bélgica, 2

A ver o Europeu (4)

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ATENÇÃO AOS BELGAS

Jogo fraquinho, o País de Gales-Suíça - duas selecções de segundo plano no âmbito europeu. Nenhuma delas parece fadada para grandes voos. No Estádio Olímpico de Baku, capital do Azerbaijão, os cerca de 30 mil espectadores ontem presentes nas bancadas devem ter bocejado durante a sonolenta primeira parte, em que cada selecção só rematou uma vez às balizas adversárias. Na segunda, as coisas animaram-se um pouco: o jovem Embolo, avançado do Borussia, abriu o marcador pela Suíça aos 49', cabeceando na sequência de um canto. Mas Gales empatou aos 85', também após um canto. Marcador: Kieffer Moore, que actua na segunda divisão inglesa.

Gareth Bale mal deu nas vistas. O benfiquista Seferovic, com prestação medíocre, ficou em branco. 

 

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Bastante mais animado, o Rússia-Bélgica da noite de ontem, em Sampetersburgo. Confirmando a selecção belga não só como principal candidata ao triunfo no Grupo B mas do próprio Campeonato da Europa.

Mesmo desfalcada - com Witsel e Kevin de Bruyne lesionados e Eden Hazard fora do onze titular - a selecção que lidera o ranking da FIFA sem nunca ter vencido um Europeu ou um Mundial deu uma lição de futebol de ataque apoiado, com bola ao primeiro toque e competente organização colectiva. Ao contrário, os russos - campeões dos passes falhados - nem chegaram a incomodar Courtois, o experiente guardião belga. Só Mário Fernandes, ala brasileiro naturalizado russo, escapou à vulgaridade dos anfitriões.

O astro da partida foi Lukaku: autor de dois dos três golos, aos 10' e aos 88', é já o melhor marcador do torneio. Destaque também para as prestações do lateral ofensivo Meunier (que marcou o segundo, aos 34') e de Ferreira-Carrasco, protagonista de sucessivos desequilíbrios no corredor ofensivo esquerdo.

Não é à toa que lhes chamam "diabos vermelhos": são irrepreensíveis a defender e de uma eficácia extrema a atacar. Prestem atenção a eles.

 

País de Gales, 1 - Suíça, 1

Rússia, 0 - Bélgica, 3

O FC Porto deve ser proclamado campeão?

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Começa a desenhar-se uma tendência: o coronavírus apressou mesmo o fim das competições futebolísticas europeias.

A 2 de Abril, a liga belga de futebol deixou-se de rodeios e anunciou o fim prematuro da temporada 2019/2020, quando haviam sido disputadas 29 jornadas: o Clube Brugge, que liderava o campeonato com 15 pontos de vantagem, foi declarado campeão, confirmando-se o Gent no segundo posto e consequente entrada na próxima Liga dos Campeões.

A 24 de Abril, foi a vez de a federação holandesa dar por finda a época 2019/2020. Neste caso adoptando um modelo diferente, como eu já tinha anotado aqui: sem atribuição de título de campeão, quando faltavam disputar nove rondas do campeonato. Com Ajax e Alkmaar em igualdade pontual no topo da classificação.

Já ontem, o Governo de Paris dissipou as dúvidas que restavam: o campeonato francês não será retomado, à semelhança de todas as competições desportivas referentes à época 2019/2020. Estádios e pavilhões permanecerão encerrados até Setembro. Não haverá sequer desafios à porta fechada, como a liga francesa de futebol havia sugerido, entre 17 de Junho e 25 de Julho. Ficam por jogar dez rondas, quando o Paris Saint-Germain liderava por larga margem - vantagem de 12 pontos com um jogo a menos - sobre o Marselha, segundo classificado.  

Parece vir a ser diferente o desfecho em países como Alemanha (com o possível regresso do futebol no fim de Maio) e em Espanha (onde as competições talvez possam retomar-se na primeira quinzena de Junho, algo ainda incerto).

Quanto a Portugal, saberemos provavelmente na próxima quinta-feira. Mas nesta fase já poucos se admirarão que as partidas do futebol profissional tenham mesmo chegado ao fim, o que abrirá um rombo financeiro em todos os emblemas desportivos portugueses envolvidos na alta competição.

Como escrevi há mais de um mês no És a Nossa Fé, só antevejo duas opções: ou o FC Porto é proclamado vencedor ou não haverá título de campeão nacional na temporada 2019/2020.

Chegou a altura de vos perguntar qual destes cenários preferem. 

A ver o Mundial (11)

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MODRIC, SIM

 

A malfadada crise no Sporting e as constantes erupções noticiosas provocadas por Bruno de Carvalho fizeram-me prestar muito menos atenção a este Campeonato do Mundo do que eu desejaria. E a ter quase tempo nenhum para escrever sobre os desafios que pude ver.

Acontece que as "minhas" equipas foram ficando pelo caminho. Primeiro, a selecção nacional: tombou nos oitavos-de-final, muito aquém dos pergaminhos que tinha a obrigação de defender enquanto campeã europeia em título.

Depois, a selecção que fez tombar a nossa - o Uruguai de Cavani, Godín, Betancur e Luis Suárez. Infelizmente sucumbiu nos quartos-de-final, frente à matreira França.

Optei então pela Bélgica, cujo futebol tanto me seduziu no Mundial - sobretudo nas partidas contra o Japão (3-2) e o Brasil (2-1), duas das melhores deste certame, onde não faltaram jogos cheios de emoção. Courtois, Chadli, Fellaini, Lukaku, De Bruyne e o sagaz capitão Hazard, entre outros, deslumbraram-me com o seu talento em estado puro, não subjugado ao colete-de-forças dos "imperativos tácticos". Azar: também eles caíram aos pés da manhosa França, na fatídica meia-final em que perderam por 0-1. Valeu-lhes, como consolação, a subida ao pódio após vencerem a sobreavaliada selecção inglesa, no desafio para o apuramento do terceiro lugar (triunfo indiscutível por 2-0).

Hoje, ao cair do pano deste Mundial 2018, torci abertamente pela Croácia - que, a par da Bélgica, apresentou o mais belo futebol exibido nos relvados russos. Com merecidas vitórias sobre a selecção anfitriã (após desempate por grandes penalidades) e a Inglaterra (2-1)

 

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 Luka Modric: aos 32 anos, o melhor jogador do Mundial 2018

 

Na final, os croatas apresentaram-se perante os franceses com menos 24 horas de descanso e um desgaste suplementar causado pelo facto de terem disputado prolongamentos nas três partidas anteriores - o equivalente a 90 minutos extra de jogo.

Com a ajuda de um árbitro sem categoria, que ofereceu à França um livre mais que duvidoso do qual nasceu o primeiro golo, seguido de um penálti que suscita dúvidas, a segunda maior potência económica da eurozona, com 67 milhões de habitantes, venceu a selecção da Croácia, país cuja população pouco ultrapassa os 4 milhões.

Venceu por 4-2, mas não (me) convenceu. O forte desta França - que assim se redime da derrota com Portugal, há dois anos, na final do Europeu - é a organização colectiva. Mas sem nunca ter praticado um futebol digno de incondicional aplauso. É verdade que Griezmann esteve impecável nas bolas paradas, Umtiti e Varane foram sólidos no bloco defensivo, Kanté destacou-se como o melhor médio defensivo do torneio e Pavard foi uma revelação como lateral direito. Mas só Mbappé, a espaços, soube exibir a fantasia criativa de que é feita a verdadeira história dos melhores Mundiais.

 

A Croácia, pelo contrário, perdeu mas convenceu. Como a Holanda de 1974, finalista derrotada. Como o Brasil de 1982, que não passou dos quartos. Como a Holanda de há quatro anos, que se ficou pelo terceiro posto.

Desde logo porque tem nas suas fileiras aquele que foi justamente designado o melhor jogador deste Campeonato do Mundo: Luka Modric.

Capitão, médio criativo, incansável cérebro e pulmão da equipa, inequívoco maestro da combativa selecção croata, que atingiu o melhor resultado de sempre: só por ele, já teria valido a pena ver o Mundial.

 

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Mbappé, melhor jogador sub-20: uma estrela em ascensão

 

Com as grandes estrelas prematuramente afastadas (Cristiano Ronaldo, Messi, Neymar, Lewandowski, Salah, Kroos, James Rodríguez, Iniesta), o croata do Real Madrid emergiu como a grande figura, apesar de ter marcado apenas dois golos (mais dois nas rondas dos desempates por penáltis, frente à Dinamarca e à Rússia).

Tão cedo não nos esqueceremos dele. Tal como de Ratikic, Vida, Perisic, Kovacic e Mandzukic, entre outros.

Quanto a Mbappé, eleito melhor jogador jovem do Mundial 2018, considero que se trata também de um justo galardão. Tem apenas 19 anos, é um futebolista ainda em formação. Merece este incentivo, na expectativa de que no Campeonato da Europa de 2020 possa confirmar os atributos que agora deixou antever. Por mim, aposto nele.

A torcer pelos vermelhos

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Acontece-me, nisto do Mundial estou a torcer pelos vermelhos - e já imagino os mais abrasivos dos comentadores brunófilos aqui a resmungarem: "bem me parecia, é lampião!".

É que nem mais, não é só influência filial (pós-Uruguai, claro), não é só isto de estar de malas feitas para emigrar para lá. Nem a paixão pela pátria (enfim, aquilo não é bem uma pátria, mas vamos aceitar por ora) de Hergé, Claus e Brel (que tanto a resmungaram), Jacobs ou Merckx ... São mesmo estes "Diabos Vermelhos". Jogadores de classe extra não lhes faltam, e quantos: De Bruyne, Hazard, ambos magos, Kompany e Lukaku monstruosos, mais um punhado de peões espantosos, para além do claro que malvado Witsel. E Courtois, um génio da baliza. Para além de que táctica e fibra não lhes faltam, como o mostra(ra)m as lágrimas nipónicas.

Na minha meninice o Benelux perdeu os dois mundiais que mereceu, verdadeiras "derrotas imorais". Que os vizinhos vão lá buscar o caneco - e que bom seria para um país estuporadamente fracturado. Allez, Diables Rouges!

Ricardo Sá Pinto na Bélgica

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(Dubruy)

Anteontem, feriado, nas Ardenas as pessoas juntaram-se diantes dos ecrãs para torcerem pelo Standard de Liege na sua visita ao Anderlecht, um dos clássicos aqui, este para a fase final (os pirosos dizem plaiófe, sabe-se lá porquê) do campeonato. O Standard foi ganhar 3-1 a casa do adversário, subiu ao segundo lugar, tem estado a galgar posicões, uma magnífica recuperacão - isto depois de já ter ganho a Taca da Bélgica - e já está em segundo lugar. Apenas atrás do Brugge, e há esperancas. O nosso Ricardo Sá Pinto está a ser feliz por aqui e a causar felicidade em seu torno.

(Procurei novidades disso nos jornais aí mas o homem não deve ter boa imprensa, não encontrei referências).

 

 

A ver o Europeu (8)

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Está encontrado o adversário de Portugal nas meias-finais do Campeonato da Europa, a disputar na quarta-feira em Lyon: será o País de Gales, selecção que no início do torneio raros imaginavam a chegar tão longe.

Foi uma vitória justíssima dos galeses num encontro em que a Bélgica se adiantou cedo no marcador, iam decorridos 13', mas que quase nunca fez por merecer o triunfo. Mais compacta, mais solidária, mais acutilante, mais veloz, a selecção de Gales nunca esmoreceu nem virou cara à luta numa partida intensa e emotiva, digna de uma fase final de uma grande competição de futebol.

Os belgas pareceram demasiado confiantes logo após a marcação do seu golo, apontado pelo Naingolan. Um golaço disparado à distância de 35 metros que fez levantar o estádio, sem hipóteses para o guardião Hennessey.

Outros teriam ficado abalados, mas os galeses não. A desvantagem pontual parece ter-lhes dado ânimo suplementar: foram crescendo rumo à baliza defendida por Courtois. E não se limitaram a ameaçar: passaram das intenções aos actos. Aos 31' empataram num lance de bola parada muito bem finalizado pelo capitão Ashley Williams - defesa central que também gosta de marcar golos. E assim se chegou ao intervalo.

 

Percebia-se a intranquilidade belga no início da segunda parte, em que Ferreira-Carrasco já não regressou ao relvado, substituído por Fellaini - sem notória vantagem para a equipa. Hazard limitava-se a rematar ao lado. E De Bruyne procurou remar contra a maré, mas também ele ficou à porta, incapaz de penetrar no reduto defensivo galês, que lançava o contra-ataque mal recuperava a bola.

Numa dessas manobras ofensivas, iniciada por Gareth Bale, Robson-Kanu desequilibrou o marcador a favor de Gales com um belíssimo golo: recebeu a bola de costas para a baliza, fez a rotação afastando três belgas do caminho com uma finta de corpo e fuzilou as redes adversárias aos 55'. Um golo que deve ser visto e revisto pela selecção portuguesa: eis aqui um artilheiro que merece ser levado a sério apesar de jogar na segunda divisão do futebol inglês.

A Bélgica procurou o empate, mas com lances demasiado denunciados que mal perturbaram a muralha galesa. E o contra-ataque voltou a funcionar, desta vez aos 86', com um cabeceamento de Vokes, acabado de saltar do banco. Estava arrumada a partida.

 

Portugal que se cuide: Gales é muito mais do que o campeoníssimo Bale, colega de Ronaldo no Real Madrid - um desequilibrador nato. A defesa, onde pontificam Williams e Chester, é fortíssima. O meio-campo, organizado e comandado por Joe Allen, merece respeito. E a movimentação atacante da equipa, capaz de conduzir a bola em três toques para zonas letais, não pode ser menosprezada.

Que o digam os belgas. Que o digam os russos, que levaram 3-0 desta selecção, caloira no Europeu. A anterior participação de Gales numa fase final de uma grande competição remontava a 1958, quando atingiu os quartos-de-final, saindo derrotada frente ao Brasil de Pelé.

A única boa notícia para nós propiciada por este jogo é o cartão amarelo exibido a Aaron Ramsey, figura fundamental do meio-campo galês e autor da assistência para o segundo golo: vai ficar fora do confronto com Portugal.

Mas mesmo sem ele convém ficarmos muito atentos. Que ninguém se iluda: frente ao País de Gales não serão favas contadas.

 

Bélgica, 1 - País de Gales, 3

Foi bonita a festa, pá

Foi bonita a festa, pá.

Selecções irmanadas em Leiria naquilo que foi muito mais do que um jogo de futebol: foi um exemplar gesto de civismo. Com jogadores portugueses alternados com os da Bélgica enquanto se escutavam os hinos nacionais, momentos antes deste amigável que devia ter ocorrido em Bruxelas mas acabou por ser transferido para cá devido ao brutal atentado da passada terça-feira.

O resultado é o que menos importa. Mas foi bom vencermos a selecção que figura em primeiro lugar no ranking da FIFA, com Cédric Soares e Raphael Guerreiro agarrando a titularidade face às boas exibições que ambos fizeram nas alas. E não nos limitámos a vencer: também convencemos. Com golos de Nani (a passe de André Gomes) e Cristiano Ronaldo (com assistência de João Mário).

Também gostei que Fernando Santos tivesse escalado um onze titular com sete jogadores formados na nossa academia. Uma das melhores do mundo, como ninguém ignora.

A ver o Mundial (24)

O Argentina-Bélgica, disputado esta tarde em Brasília, pareceu sempre um jogo entre duas equipas pertencentes a campeonatos diferentes. Talvez por isso, nunca foi uma partida empolgante. Os argentinos, muito calculistas e em permanente gestão de esforço, voltaram a contar com Lionel Messi em boa forma. Em três ou quatro jogadas, o astro do Barcelona fez novamente a diferença. Na jogada de construção do golo solitário da vitória, por exemplo. Messi ganha a bola no meio-campo, rodopia três vezes sobre si mesmo baralhando por completo as marcações belgas, desfaz o nó com um passe bem medido para Di María e este coloca a bola na melhor posição para Higuaín marcar.

Iam decorridos apenas oito minutos. Foi quanto bastou para a Argentina tirar o pé do acelerador e gerir a vantagem. Magra, mas suficiente para atingir as meias-finais. Como diz o outro, quem quer espectáculo que vá à ópera. Aqui houve maturidade táctica, bom entendimento colectivo e pouco tempo efectivo de jogo: as interrupções foram sucessivas e fizeram-nos sentir saudades dos desafios da fase de grupos, emocionantes e com a melhor média de golos registada desde o Mundial de 1970.

Mesmo poupando esforço, os alvicelestes viram-se privados de Di María, por lesão: o madridista não voltará a jogar no Campeonato do Mundo. Péssima notícia para os apreciadores do genuíno talento futebolístico sem olhar a cores de clubes. Oportunidade para Enzo Pérez, que hoje finalmente saiu do banco para mostrar o que vale na selecção.

A Bélgica prometia muito mas ofereceu pouco. Foi bem batida pelos ex-campeões mundiais, que se limitaram a cumprir os mínimos e tardam em mostrar o seu melhor futebol neste Campeonato do Mundo. Acontecerá isso na meia-final de quarta-feira? O melhor é esperarmos. Sentados.

 

Argentina, 1 - Bélgica, 0

A ver o Mundial (21)

Este está a ser o campeonato do mundo dos guarda-redes. Ochoa, do México. Bravo, do Chile. Navas, da Costa Rica (virá mesmo para o Porto?). Buffon, de Itália. M'Bolhi, da Argélia. Neuer, da Alemanha. Até Júlio César, do Brasil (quando um guarda-redes brasileiro é considerado o melhor do jogo numa fase final de um Campeonato do Mundo isso não é nada lisonjeiro para o escrete canarinho).

Mas nenhum tão bom como Tim Howard, um herói de carne e osso no desafio que esta noite opôs a Bélgica aos Estados Unidos. Uma exibição histórica em que foi batido o recorde de defesas por parte de um guarda-redes em meio século de mundiais: aos 90 minutos regulamentares já tinham sido doze. Com as redes norte-americanas mantidas intactas.

No final, foram registadas dezasseis.

 

A Bélgica pressionou muito - no primeiro tempo sobretudo pelos pés da sua estrela, o extremo-esquerdo Hazard - mas esbarrou por sistema na barreira defensiva dos EUA, de que o guardião titular do Everton foi expoente máximo. Como se os 35 anos não pesassem já nas pernas de Howard. E pelos vistos não pesam mesmo.

Um exemplo de tenacidade e resistência que deve ser mencionado a todos quantos se apressaram a ridicularizar o empate conseguido pela selecção portuguesa perante esta equipa adversária, como se fosse o obstáculo mais fácil de superar. Não era, como bem confirmámos hoje frente à Bélgica, tantas vezes apontada como uma das favoritas à conquista do Campeonato do Mundo. Foram precisos noventa e tantos minutos para os belgas marcarem o primeiro golo, graças ao inegável cansaço físico dos norte-americanos.

Ao golo seguiu-se logo outro, mas os EUA ainda reduziram - tudo no prolongamento, um dos mais emocionantes de que há memória em torneios deste género, confirmando a excelência deste Mundial do Brasil.

 

Os belgas suaram imenso para levar os americanos de vencida. Foi justa, a recompensa da selecção mais jovem do Campeonato do Mundo que agora terá de bater-se nos quartos-de-final com a Argentina, também hoje com motivos para sorrir após uma vitória arrancada a ferros à Suíça, perto do fim do jogo, graças a um golo marcado por Di María. Messi desta vez ficou em branco. Com Cristiano Ronaldo já ausente, talvez tenha perdido alguma motivação para jogar.

 

Bélgica, 2 - EUA, 1

Argentina, 1 - Suíça, 0

 

Tim Howard, uma exibição para a história deste Mundial

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