À medida que os dias passam, o dilema acentua-se: quem será o novo avançado do Sporting? Há mais de três meses que a SAD leonina anda atrás do grego Ioannidis, negócio que faz que anda mas não anda. Há cerca de uma semana começaram a circular rumores sobre uma eventual alternativa: o brasileiro Vítor Roque.
O primeiro joga no Panathinaikos (há quem chame a este clube "o Sporting helénico", talvez por exibir o verde como cor dominante) e tem 24 anos. O outro tem 19 anos e está sob contrato do Barcelona, que há nove meses adquiriu o seu passe por mais de 50 milhões de euros ao Athletico Paranaense, aparentemente sem grande proveito.
A comparação entre ambos é altamente vantajosa para o grego. Na última temporada Ioannidis participou em 50 jogos, com 3327 minutos de utilização, marcou 25 golos e protagonizou dez assistências. Vítor Roque só calçou 16 vezes, jogando apenas 353 minutos em que marcou dois golos e fez quatro assistências.
Quem pensam que afinal virá? Qual será a decisão mais provável da direcção leonina?
Falta-nos um segundo avançado: prossegue há mais de três meses uma espécie de diálogo de surdos pela vinda de Ioannidis.
A primeira vez que falei dele aqui foi a 3 de Maio.
É uma demora inaceitável: já tresanda a folhetim de péssima qualidade. Estamos a dois dias do início do campeonato ainda com essa vaga importantíssima no plantel. O que nada augura de bom para o que vai seguir-se.
Quando digo que Coates é o melhor defesa central dos últimos 50 anos baseio-me nos factos. São os jogos nas competições internas, são os jogos na Champions e na Liga Europa, são os golos, são os títulos, é o estatuto de capitão, é a posição de comando na equipa, é tudo junto. Se depois me dizem que um Luisinho que passou por aqui em final de carreira e ganhou nada ou quase nada era melhor, não vale a pena argumentar. Se calhar nem o viram jogar ao vivo como eu.
Pela mesma lógica, também digo que o Paulinho foi um dos bons pontas-de-lança do Sporting nos últimos anos. Inteligente, trabalhador, versátil e marcador de golos, muitos decisivos. Claro que lhe falta aquela capacidade de desmarcação na área, aquele sexto-sentido de onde a bola vai aparecer e aquele "killer instinct" que distingue os melhores. Por isso rendeu mais quando não esteve "plantado" na área contrária, quando recuou no terreno a fazer de "pivot ofensivo" ou quando andou a girar à volta dum outro ponta-de-lança.
Nos últimos 50 anos os nossos "artilheiros" foram os seguintes:
Época
1º
Golos
2º
Golos
Classif.Campeonato
Presidente
1974
Hector Yazalde
50
Marinho
14
1
João Rocha
1975
Hector Yazalde
37
Nelson
10
3
João Rocha
1976
Manuel Fernandes
32
Chico
11
5
João Rocha
1977
Manuel Fernandes
27
Keita
15
2
João Rocha
1978
Manuel Fernandes
24
Jordão
20
3
João Rocha
1979
Manuel Fernandes
13
Jordão
11
3
João Rocha
1980
Jordão
31
Manoel
12
1
João Rocha
1981
Jordão
35
Manuel Fernandes
18
3
João Rocha
1982
Jordão
34
Oliveira
22
1
João Rocha
1983
Jordão
24
Oliveira
15
3
João Rocha
1984
Manuel Fernandes
27
Jordão
24
3
João Rocha
1985
Manuel Fernandes
18
Eldon
12
2
João Rocha
1986
Manuel Fernandes
39
Meade
13
3
João Rocha
1987
Manuel Fernandes
25
Meade
22
4
Amado de Freitas
1988
Cascavel
31
Sealy
13
4
Amado de Freitas
1989
Cascavel
15
Silas
11
4
Jorge Gonçalves
1990
Gomes
9
Cadete
7
3
Sousa Cintra
1991
Gomes
30
Cadete
10
3
Sousa Cintra
1992
Cadete
26
Iordanov
11
4
Sousa Cintra
1993
Cadete
23
Balakov
16
3
Sousa Cintra
1994
Balakov
21
Cadete
15
3
Sousa Cintra
1995
Iordanov
13
Juskowiak
13
2
Sousa Cintra
1996
Paulo Alves
14
Sá Pinto
14
3
Santana Lopes
1997
Paulo Alves
10
Iordanov
9
2
José Roquete
1998
Leandro
16
Oceano
12
4
José Roquete
1999
Iordanov
13
Edmilson
10
4
José Roquete
2000
Acosta
24
Ayew
9
1
José Roquete
2001
Acosta
21
Barbosa
9
3
Dias da Cunha
2002
Jardel
55
João Pinto
12
1
Dias da Cunha
2003
Jardel
12
João Pinto
8
3
Dias da Cunha
2004
Liedson
19
Barbosa
9
3
Dias da Cunha
2005
Liedson
35
Viana
10
3
Dias da Cunha
2006
Liedson
37
Deivid
8
2
Soares Franco
2007
Liedson
21
Alecsandro
11
2
Soares Franco
2008
Liedson
23
Vukcevic
14
2
Soares Franco
2009
Liedson
25
Derlei
11
2
Soares Franco
2010
Liedson
22
Veloso
11
4
JE Bettecourt
2011
Postiga
12
Liedson
10
3
JE Bettecourt
2012
Wolfswinkel
25
Capel
7
4
Godinho Lopes
2013
Wolfswinkel
20
Capel
5
7
Godinho Lopes
2014
Montero
16
Slimani
10
2
Bruno de Carvalho
2015
Montero
15
Slimani
15
3
Bruno de Carvalho
2016
Slimani
31
Theo
15
2
Bruno de Carvalho
2017
Bas Dost
36
Alan Ruiz
7
3
Bruno de Carvalho
2018
Bas Dost
34
Bruno Fernandes
16
3
Bruno de Carvalho
2019
Bruno Fernandes
33
Bas Dost
23
3
Frederico Varandas
2020
Bruno Fernandes
15
Luiz Phellype
9
4
Frederico Varandas
2021
Pedro Gonçalves
23
Nuno Santos
8
1
Frederico Varandas
2022
Sarabia
21
Pedro Gonçalves
15
2
Frederico Varandas
2023
Pedro Gonçalves
20
Paulinho
15
4
Frederico Varandas
2024
Gyökeres
43
Paulinho
21
1
Frederico Varandas
Quem foram os avançados-centro do Sporting que marcaram mais de 21 golos por temporada nestes 50 anos? Não foram assim tantos:
1
Hector Yazalde
2
Manuel Fernandes
3
Jordão
4
Meade
5
Cascavel
6
Gomes
7
Cadete
8
Acosta
9
Jardel
10
Liedson
11
Wolfswinkel
12
Slimani
13
Bas Dost
14
Gyökeres
Quantos destes foram campeões nacionais, como Paulinho? Menos ainda:
1
Hector Yazalde
2
Manuel Fernandes
3
Jordão
4
Acosta
5
Jardel
6
Gyökeres
E bicampeões (entenda-se 2 vezes campeões), como Paulinho?
1
Manuel Fernandes
2
Jordão
Quantos pontas-de-lança piores que o Paulinho passaram pelo Sporting? Imensos, a maioria nem tem o nome nesta lista.
Paulinho está de saída. Vai deixar imensas saudades no estádio e junto de todos aqueles sócios e adeptos que percebem um pouco de futebol e não têm pálas nos olhos.
Que venha alguém que traga coisas novas e melhores, que conquiste as bancadas, e o cântico respectivo logo aparecerá também.
A minha preferência vai para um ponta-de-lança tipo Bas Dost. Boa pessoa, alto, forte no jogo aéreo, associativo, jogador de equipa. Vamos aguardar.
Para já, obrigado, Paulinho! Não percas as medalhas e volta sempre!
«É muito fácil aceitar que estamos dispostos a dar 7,5M (que podem chegar aos 12,5M) por 80% do passe de um central que joga no Mafra da II Liga, emprestado pelos vikings com quem vamos jogar na Liga Europa, isto quando, ainda há dias, Ruben Amorim garantiu que não contratamos outro ponta de lança, porque não temos capacidade de investir no tipo de avançado desejado. Ainda a propósito dos 7,5 M€ do jovem central da II Liga, por exemplo, o Gil Vicente em agosto pedia 6 M pelo Fran Navarro, mas o espanhol poderia ser uma séria ameaça para o goleador João Paulo, este, ainda é a mais cara transferência de sempre do Sporting.» Palavra dum comentador anónimo, aqui, a 30 de Janeiro de 2023.
«O Navarro não presta, acabou de marcar em Paços, já leva 12 golos na Liga, e já não vai para Braga, vai mesmo para o Porto, mas só na próxima temporada, provavelmente o Porto vai vender um avançado.» Palavras, provavelmente, do mesmo anónimo. No dia seguinte. Enquanto arrasava Diomande aqui.
«O Navarro não interessa ao Sporting porque faz golos, e o Sporting não pode ter um plantel com 30 e tal jogadores, segundo o nosso treinador.» Este comentário, assinado Leão de Alfragide, foi a 20 de Abril.
«Avançados a bom preço que marcam golos como esse e como o Fran Navarro não servem para o Sporting da Nova Era.» Outro, anónimo até ao tutano, veio vomitar isto a 3 de Julho.
«O Amorim exige, e o Amorim vai ter, já tinha sido assim com o goleador Paulinho, neste caso concreto, vamos investir 23 milhões no jovem sueco, porque vivemos desafogadamente ou faustosamente, mesmo sem Champions. O velho crocodilo 'teso como um virote', investe 15 milhões, e contrata 2 jovens espanhóis de enorme qualidade e potencial, já perfeitamente identificados com o futebol português: Iván Jaime e Fran Navarro ambos irão custar 15 milhões, e ambos não pagam um Gyokeres do Amorim.» Estas, "assinadas" por um tal Leão da Estrada, foram aqui publicadas a 4 de Julho. A patada desta vez já não era em Diomande, mas em Gyökeres. Para rasgar Frederico Varandas e enaltecer o decrépito presidente do FCP, cônsul honorário de Palermo na Invicta e patrono dos verdazuis.
«Durante três anos não era necessário um ponta de lança e agora gastamos 24M num, quando poderíamos ter gasto um terço deste valor com o Navarro.» Na mesma linha, apareceu outro (ou seria o mesmo?) a 14 de Julho. Sempre com a mesma lógica: apontar baterias ao presidente por ter contratado Viktor Gyökeres.
«Os falidos do norte foram a Barcelos, e contrataram o Navarro com 25 anos, e que foi o 3º melhor marcador da nossa Liga, ou que fez 37 golos em dois anos no Gil Vicente, e custou-lhes 6 milhões, e supostamente o novo Guardiola nem o quis.» Este comentário é de 20 de Julho, "assinado" à americana: Only Lions roar as Lions. Mesma lógica: os do Porto é que sabem gerir, Varandas é um nabo.
«Sobre a comparação Gyokeres/Navarro: 1 Gyokeres fez 21 golos na Championship em 49 jogos, custou-nos 20 milhões. 2 Navarro fez 17 golos na Liga portuguesa (a 6ª melhor da Europa), em 34 jogos, e custou-lhes 6 milhões.» Arrazoado dum tal Rui Cunha (putativo pseudónimo de Bruno de Carvalho) a 26 de Julho. Deslumbrado com a brilhante gestão desportiva de PdC.
«Sporting: Gyokeres 20 milhões, Hjulmand 18 milhões, tudo somado dá 38 milhões investidos em apenas dois reforços, média de 19 milhões por reforço. Porto: Varela 8 milhões, Nico Gonzalez 8 milhões, Fran Navarro 7 milhões, tudo somado dá 23 milhões em 3 reforços, média de 7,66 milhões por reforço.» Cereja em cima do bolo, esta bojarda de quem assina Leão do Algarve, a 12 de Agosto. Embevecido já não apenas com Navarro, mas com todos os fiascos dos andrades.
Que já mostraram muito bem o que valem. Ou o que não valem.
Estes e mais uns quantos sofreram enorme desgosto na sexta-feira. Motivo? Sérgio Conceição, farto de tanta inépcia, decidiu despachar o tal brilhante "reforço" espanhol, mandando-o às malvas. «Fran Navarro está encaminhado», limitou-se a dizer o técnico portista em conferência de imprensa. Segue para o Olympiacos, emprestado com opção de compra.
O que fez no FCP? Entrou em dez jogos, conseguiu um golito. Nada mais.
Adiós, Navarro!
Que pena. Um rapazinho tão brilhante... Como devem andar tristes, os verdazuis.
Depois duns dias bem longe, onde apesar de em diferido consegui ver os jogos pelo site TV da minha operadora, tenho finalmente algum tempo para voltar aos posts.
Sobre o jogo de ontem os dois Pedros já debateram quase tudo. Banzai, Banzai, Banzai!!!
Fica apenas a nota do ponta de lança. Parece que para alguns o Chermiti foi o culpado da derrota, se tivéssemos um ponta de lança a sério tínhamos ganho aquilo.
Ora bem. Em Outubro de 2017 tínhamos um mesmo a sério, o Bas Dost, gostava imenso dele. E fomos (eu também) a Turim com Jorge Jesus ao comando da equipa perder com esta mesmo Juventus (Allegri incluído, Cuadrado também) por 1-2, num jogo em que marcámos de chouriço/autogolo, e depois fomos defendendo e defendendo até à derrota final. Dominio total da Juve. Remates enquadrados fizemos um, não sei se foi do Bas Dost.
Ontem o domínio foi nosso, remates para golo tivemos meia dúzia. Chermiti fez um trabalho de sapa muito importante para libertar os três baixinhos lá na frente.
Claro que nesse tempo os seguidores devotos do grande timoeiro tudo engoliam, desde logo o que o grande mestre da táctica debitava no seu pre-tuguês, enquanto agora reduzem a Juve a um Chaves qualquer na sua Arena. Acabar por perder o jogo devido a duas falhas individuais claras nas duas áreas já é motivo para caça às bruxas.
Falando por mim, sem Ugarte nem Paulinho, com jogadores vindos de jogos pelas suas selecções no outro lado do mundo, com lesões, doenças e "ramadões", nunca pensei assistir a tamanho desempenho.
Só posso ter orgulho nesta equipa e neste treinador. Chermiti incluído.
Em Alvalade, na quinta-feira, lá estarei confiante na ultrapassagem da eliminatória mas bem ciente da capacidade competitiva desta Juventus.
Até porque Porto e Benfica ja sentiram o veneno do Inter e o Braga sentiu o mesmo da Fiorentina.
Admito estar enganado, claro, mas acredito sinceramente que Slimani - pelo menos este Slimani que vimos pela última vez em Abril e entretanto remetido para a nossa equipa B - sentaria o Paulinho actual.
Quem pensar de maneira diferente, faça o favor de pronunciar-se. E quem concordar também, se quiser.
Com a saída de Luiz Phellype para o Japão (empréstimo com opção obrigatória ao FC Tokyo) e de Renan para a Arábia Saudita (onde passou a integrar o plantel do Al-Ahli), a SAD leonina continua sem solucionar o futuro de oito jogadores que mantém sob contrato.
Interessam-me sobretudo os avançados. Neste caso, há quatro: Slimani, Jovane, Sporar e Pedro Mendes.
Como é sabido, o argelino está riscado desde Abril por Rúben Amorim e o caboverdiano deixou de fazer parte dos planos da equipa técnica a partir do momento em que terá recusado renovar o seu vínculo contratual. Mas o português (que volta de um empréstimo ao Rio Ave após 10 golos em 43 jogos na Liga 2) e o esloveno (que também regressa a Alvalade após empréstimo ao Middlesbrough, da segunda divisão inglesa, onde marcou oito golos em 37 partidas) poderão ainda ser recuperados para a nova temporada com a missão específica de a meterem lá dentro?
Partilho esta interrogação convosco. Talvez seja útil reflectirmos sobre o tema.
P. S. - Os outros quatro jogadores com destino incerto são Battaglia, Eduardo Henrique, Eduardo Quaresma e Idrissa Doumbia.
O Sporting iniciou a pré-temporada com três exclusões do plantel. Uma já anunciada - a de Feddal, que chegou ao fim do contrato. Outra já aguardada - a de Slimani, que entrou em ruptura com o treinador. E uma terceira, algo inesperada - a de Vinagre, autorizado a não comparecer em Alcochete porque a SAD tenciona emprestá-lo durante a próxima época futebolística. Está, portanto, fora dos planos de Rúben Amorim apesar do elevado montante que o Sporting pagou por ele.
Perante este cenário, reitero o que aqui escrevi a 11 de Maio: foi uma contratação inexplicável. Estamos perante um lateral esquerdo que raras vezes foi opção na temporada cessante, tendo sido ultrapassado por Matheus Reis, Nuno Santos e até Esgaio como lateral esquerdo.
Dos reforços até agora anunciados, apenas a vinda de St. Juste - o central mais caro de sempre da nossa equipa - me parece inquestionável. Morita, para mim, continua a ser incógnita. E o muito jovem Fatawu, para já, será remetido aos sub-23.
Sabe-se, entretanto, que Gonçalo Esteves irá rodar por empréstimo noutro emblema da I Liga - falando-se no Estoril ou no Casa Pia, clubes com os quais mantemos boas relações. Não me parece mal, pois continuaria tapado por Porro e Esgaio.
Estando assente a saída de Palhinha, mantém-se a incógnita em torno de Matheus Nunes. Os dois jogadores não se apresentaram ontem em Alcochete por estarem ainda de férias após terem participado pela selecção na Liga das Nações.
É tudo? Não pode ser.
Continua a faltar um elemento fundamental. Alguém que marque golos, que seja concorrente directo de Paulinho. Tiago Tomás rumou ao campeonato alemão, Jovane deixou de contar para Amorim, Sarabia - nosso maior marcador em 2021/2022 - regressou a Paris, de onde viera por empréstimo.
Temos um défice evidente neste sector da equipa. O problema permanece por resolver. Com poucos golos, é difícil ganhar jogos - e quase impossível vencer campeonatos.
O plantel do Sporting precisa de mais um avançado. Caso Paulinho falhe, Tiago Tomás tem mostrado que não é ponta-de-lança e o seu jogo nessa posição fixa é facilmente anulável pelos adversários. TT pode ser um excelente jogador, mas a partir das alas para o meio, como aliás o fez em boa parte da época passada.
Em termos de perfil, não acho necessário um "pinheiro". Para isso temos Coates e os demais defesas centrais, bem como Palhinha. Quando é preciso eles estão lá.
Seria interessante ter um jogador que se movimente bem, com golo (com último toque), com boa relação com a bola (capacidade técnica) e rápido. Se não pudermos investir forte, recomendaria o regresso de Pedro Marques.
É top? Até agora não podemos dizer que o seja. Mas há aqui um ponto muito importante que é a gestão de expectativas do jogador que vier. É que, para vir alguém, provavelmente será para substituir Paulinho e/ou TT apenas a espaços. Ora Pedro Marques, neste momento, creio que preferia ser suplente no Sporting, mesmo que com pouca utilização, do que sê-lo no Famalicão (ainda assim, não deixa de marcar uns golitos).
Portanto, para avançado votaria em Pedro Marques. No entanto, caso houvesse dinheiro para investir, as últimas exibições de Vitinha do Braga têm dado a conhecer um avançado aparentemente com muito potencial. Só que o Salvador iria abrir a boca com um valor proibitivo para nós.
Precisamos também de um defesa central, ainda que aqui sinta que as adaptações estão a correr muito bem e que só mesmo pelo Covid e pelo desgaste da época possa ser necessário pensar em algo. Falam muito bem de Marsà como central do lado esquerdo (o que obrigaria Inácio a permanecer na direita), mas não o conheço.
Quem gostaria de ver seria Domingos Duarte, ou Tiago Djaló (este, mais difícil, creio, mas com maior margem de progressão e de valorização). No caso de não termos capacidade para investir, outra possibilidade -- mais velho, mas polivalente -- seria Daniel Carriço (33 anos).
Imagino que provavelmente esta opinião não terá o apoio de quase ninguém, mas seria como veio João Pereira, como esteve Antunes e, ainda que com outra utilização, como está Neto. Não sei em que forma está, nem sei se está lesionado, se está em boas condições físicas, mas é experiente e sportinguista.
Em suma: regresso de Pedro Marques e de Domingos Duarte ou de Tiago Djaló. Se não puder ser, então que venha o Carriço.
Texto do leitor Ulisses Oliveira, publicado originalmente aqui.
Nuno Moreira, avançado formado no Sporting que na época anterior tinha jogado na equipa B, foi cedido ao Vizela no Verão passado.
Depois de vê-lo marcar aquele golaço pelo seu novo emblema no jogo que eliminou o Braga da Taça de Portugal, na quinta-feira, interrogo-me se fizemos bem em prescindir dele pois precisamos de reforçar a nossa linha ofensiva.
Há quase dois anos mencionei-o aqui depois de o ver uma partida enorme contra o Benfica para a Liga Revelação: dois golos e assistência para um terceiro. Num jogo que começámos a perder 0-2 e acabámos por vencer 3-2. Graças a ele.
Gostaria que o Nuno tivesse outra oportunidade no Sporting. Serei o único a pensar assim?
Como assinala Rogério Azevedo no jornal A Bola, o Sporting só por três vezes marcou mais de dois golos nos últimos 44 jogos que disputou. Um deles nesta época: a vitória por 3-0 frente ao Vizela, na primeira jornada do campeonato.
É pouco, muito pouco.
Temos um problema. Que exige solução urgente, à atenção do nosso treinador.
Perdoa a franqueza, mas interessa-me pouco o teu "trabalho sem bola". Quero é que marques golos de verde e branco.
Quero que deixes de ser Paulinho e passes a ser Paulão. Que rima com Leão.
Se não te sentes em forma, por algum motivo, pede ao treinador para fazer avançar o Tiago Tomás. Tu ficas no banco a ganhar balanço. Talvez te faça bem.
«Continuo a não perceber a dispensa do Pedro Marques, a não ser que esteja alguém na calha. O Tiago Tomás sempre teve menos golo que o Pedro Marques e não teve guia de marcha para ganhar calo noutro sítio. E daquilo que mostrou na pré-época, também não anda muito certeiro. Espero, sinceramente, que a partir de Setembro, quando as competições começarem em alta rotação, que haja uma alternativa viável ao Paulinho, senão sinto que vamos sofrer muito.»
Não quero crer que seja Paulinho o ponta-de-lança que irá reforçar o Sporting nesta janela. Não é mau jogador, mas tem quase trinta anos e um custo absurdo, pronto a ir para os cofres de um clube da mesma liga. Pelo que se lê e ouve, é uma pequena obsessão de Amorim e hoje, todos confiamos em Amorim mas se temos 12 a 15 milhões a mais, acredito que haja melhores opções, em ligas periféricas. A saber:
Dennis Man, 22 anos, romeno, Steua Bucareste, 6,5 milhões de euros (valorização do Transfermarkt) – É jovem, buscará outro patamar competitivo e é um goleador que leva 17 golos em 20 jogos esta época. Está rodeado de outros jogadores de qualidade e um deles, o extremo Florian Coman, também seria bem-vindo, numa operação mais para o verão.
Bruno Pektovic, 26 anos, croata, Dínamo Zagreb, 11 milhões de euros – Mais experiente e corpulento do que a opção anterior, Pektovic é um jogador que me enche as medidas. Internacional croata, leva 8 golos esta época depois de 25 nas duas últimas. Não teve grande sucesso em Itália e terá a ambição de se afirmar fora do seu país.
Giorgos Giakoumakis, 26 anos, grego, VVV-Venlo, 0,8 milhões de euros – Opção mais desconhecida e barata da lista, este grego soma 20 remates certeiros na liga holandesa, depois de alguns anos interessantes no seu país. É bem verdade que esta não é a liga mais competitiva do mundo mas a verdade é que soma mais golos do que nomes mais sonantes ou a quem apontam grande futuro como Malen, Boadu, Antony ou Tadic.
Paul Onuachu, 26 anos, nigeriano, Genk, 12 milhões de euros – É o goleador da liga belga e tem sido um marcador de golos consistente na Europa. Experiente, mas com margem de progressão seria uma adição de primeira linha. É companheiro do compatriota Cyril Dessers, da mesma idade, que fez grande época no ano passado e que seria uma opção também interessante.
Estes são apenas alguns nomes, muitos mais existem, de avançados que não são Paulinho e que nos impedem de enriquecer ainda mais o Braga e sobretudo, nos dão garantias de golos.
Paulinho no Sporting, só mesmo o que já lá está há mais de 30 anos.
Agora a sério. Não consigo perceber e aceitar a paixão pelo jogador mediano do Braga, que nunca fez parte do pódio dos melhores marcadores nacionais. Nas últimas épocas o Sporting teve quase sempre um goleador no trio do pódio e nenhum deles foi aposta superior a 10 milhões (Bas Dost), sendo que um custou umas centenas de milhares de euros (Slimani). Agora, apostar num jogador com 28 anos, pertencente a uma agremiação que tem sujado o nome do Sporting e que reclama valores completamente irreais, nem pensar.
Rúben Amorim falou que se deve fazer contratações como aposta de futuro e aí concordo com ele.
Como já escrevi algumas vezes, há jogadores no mercado europeu que se adaptam ao perfil adoptado pela equipa.
João Klauss, com 23 anos, tem jogado pouco este ano, mas na época anterior esteve emprestado ao Lask Linz e marcou 20 golos em 45 jogos. Antes esteve emprestado ao HJK da Finlândia onde marcou 24 golos e foi o melhor marcador do campeonato. Este jogador tem um físico considerável e joga bem com os pés e de cabeça - no fundo um jogador tipo Paulinho, mais barato, mais novo e mais possante.
Uma proposta de empréstimo com opção de compra poderia ser uma aposta ganha.
Se o estilo é mais do género de Slimani, então porque não Arthur Cabral, de 22 anos, do Basel e que já conta com experiência no campeonato suíço, onde leva 8 golos em 16 jogos nesta época e marcou 18 em 39 jogos na época anterior.
E se as finanças estivessem mais abonadas há ainda Odsonne Édouard, avançado internacional pelas camadas jovens da França e que joga actualmente no Celtic, clube com uma camisola semelhante à nossa. Portanto, sem dificuldade de adaptação ao traje.
Estes três nomes mostram que opções há muitas, e certamente mais atractivas em todos os aspectos, do que comprar um avançado que ao fim destes anos nem chamou atenção ao Clube-mãe da agremiação bracarense.
Texto do leitor Luís Barros, publicado originalmente aqui.
O Sporting goleou o Sacavenense para a Taça de Portugal: 7-1. Mas nem um desses golos foi marcado pelo suposto artilheiro de serviço, o esloveno Sporar. O mesmo que dispôs de pelo menos quatro oportunidades flagrantes de a meter lá dentro na partida seguinte - contra o Moreirense, para o campeonato - e falhou todas.
Único suposto ponta-de-lança operacional no actual plantel leonino, o ex-avançado do Slovan Bratislava leva apenas dois golos marcados nesta época 2020/2021. Atrás de Pedro Gonçalves, Nuno Santos, Tiago Tomás, Jovane e Coates. Algo aqui não bate certo.
É o momento de perguntar: deve Sporar ser remetido ao banco de suplentes por falta de aptidão para o golo? E, nessa hipótese, quem deveria jogar no lugar dele? Fica a questão, aguardando respostas.
Na conferência de imprensa de antevisão do jogo de ontem, quando lhe pediram para comentar a escolha de Jovane em detrimento de Sporar para o jogo inicial, Rúben Amorim disse o seguinte: «São jogadores de características diferentes. Estamos a apostar de início no Jovane que com a sua indisciplina tática cria espaço e depois temos dois jogadores, como o Pedro Gonçalves e o Nuno Santos, que estão a saber ler bem as movimentações do Jovane. Quando é o Sporar é porque escolhemos ter uma pessoa mais fixa no centro e que apareça mais vezes na área do que o Jovane. Depende muito do que o jogo está a pedir. Aliás, tem-se visto que nos últimos jogos tenho substituído sempre o Jovane pelo Sporar. Não porque um está a jogar mal, mas porque é o que o jogo está a pedir».
Quando as coisas não estão a funcionar, Amorim, mantendo o sistema táctico, mas trocando jogadores e alterando posições, ao mesmo tempo que coloca o tal ponta de lança que ocupa o espaço, parece de alguma forma também apostar na tal indisciplina táctica como forma de desmontar bloqueios e marcações, e fazer com que o talento dos jogadores resolva os problemas que o modelo de jogo definido não consegue resolver.
Nestes três últimos jogos, não há dúvida que a fórmula da tal indisciplina táctica funcionou. Foram um empate e duas vitórias conseguidas nos últimos minutos das partidas, sinal que os jogadores estão com ele e acreditam na mensagem que lhes é passada. Nunca é de mais lembrar que muitos desses jogadores são jovens nados e criados em Alcochete, não são Alans nem Bryans Ruizes (que me perdoe o Bryan pela companhia), vindos de longe e pagos a peso de ouro.
No entanto, cada vez mais se nota que os adversários estudam a forma de jogar do Sporting, sabem como anular as suas dinâmicas e falta a tal via alternativa ou a "táctica do martelo", ou seja, ter a capacidade de num remate de longe, na sequência dum canto, dum livre frontal ou lateral, num lançamento de bola lateral, pôr a bola lá dentro e assim, meio do nada, dar uma martelada forte na moral do adversário. Pelo contrário, as tais marteladas temos sofrido nós: logo com o Lask levámos uma e ainda ontem, num desvio de classe do gilista, que deixou Adán sem reacção, levámos outra que nos ia custando a derrota. Sem resolver esta questão nas duas áreas, marcar assim e não sofrer assim, não podemos ter grandes veleidades.
Para isso, além do treino específico que Palhinha, Coates, Feddal e Neto terão de fazer, bem como os especialistas do remate de meia distância, há uma coisa que me parece essencial: entrarmos em campo com um ponta de lança.
E como Acosta, Jardel, Liedson, Slimani ou Bas Dost não podem, já cá não estão, então temos de entrar em campo com... Sporar.
Foi preciso ano e meio para termos uma janela de mercado relativamente razoável, comparando com três janelas de mercado onde vendemos ao desbarato (nem todos, mas Bas Dost, Nani e El Avioncito foram, literalmente, jogados fora) e comprámos entulho, do qual teremos muitas dificuldades em nos livrar.
Relativamente razoável porque comprámos alguns reforços dignos desse nome, até ver - casos de Pote, Nuno Santos, João Mario e Porro.
Mas ainda não fomos capazes de comprar/arrendar um avançado forte e bom no jogo aéreo, o que torna bastante infrutíferos os bons cruzamentos de Nuno Mendes e Porro.
Não trouxemos Paulinho, o que é sempre bom, [para não] dar dinheiro ao Braga por um jogador que marcou muitos golos esta época, mas que marcou apenas cinco na Liga 2018/2019, em 29 jogos.
A ser verdade que considerámos dar 15/20/25 milhões por Paulinho mas considerámos incomportável trazer o Slimani, fico estupefacto.
O argelino marcou, esta época que findou, nove golos em 18 jogos, com sete assistências.
Mesmo com 32 anos, continua aguerrido, capaz de pressionar o primeiro defesa da equipa. Boa constituição, boa capacidade física, disponbilidade, poucas lesões.
Teria sido uma óptima escolha para este plantel, com amor pelo clube e uma experiência que seria benéfica.
Na minha opinião de bancada, claro.
Voltando [à] "vaca fria", João Mário é um excelente regresso. Um campeão da Europa. Desaproveitado e desmotivado, retorna a casa para dar novo rumo à sua carreira, como Nani fez.
Se, no mínimo, tiver o impacto que Nani teve, ficámos indubitavelmente mais fortes.
Ficamos com excelentes opções no meio-campo.
No primeiro jogo pós-Wendel, vimos um Matheus mais solto, mais dinamizador, menos preocupado em equilibrar as correrias de Wendel. Que se mantenha assim e temos um Matheus renovado, Palhinha, João Mário, Pedro Gonçalves. Tudo gente capaz de solidificar aquele meio-campo.
Fica a faltar o tal Slimani (similar) e um defesa central capaz de empurrar Feddal para o banco. Ou então aproveite-se Gonçalo Inácio ao máximo, o rapaz tem dado boa conta de si.
Texto do leitor Rautha, publicado originalmente aqui.
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