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És a nossa Fé!

Até sempre, Coates. Sê bem-vindo, Quenda

Spporting, 3 - At. Bilbao, 0 (Troféu Cinco Violinos)

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Coates entrega a Morten Hjulmand braçadeira de capitão: momento emocionante em Alvalade

 

Os clubes desportivos vivem muito da iconografia capaz de congregar e mobilizar os apoiantes. Aconteceram ontem, no Estádio José Alvalade, vários momentos desses. Que guardaremos mais tarde na memória.

A ocasião era propícia a isso, neste nosso último jogo antes do início da época oficial de futebol. Celebravam-se os quase-míticos Cinco Violinos, que quase já ninguém viu jogar. Iríamos defrontar os "leões" bascos do Athletic Bilbao, trazendo a má recordação daquela partida perdida em San Mamés que há 12 anos nos afastou da final da Liga Europa. E dizíamos «até sempre» ao enorme capitão Sebastián Coates, que regressa ao seu Uruguai após quase nove anos entre nós: foi o melhor defesa do Sporting neste século. Momento agridoce, o da vibrante ovação colectiva a quem nunca nos abandonou nos tempos mais difíceis, bem diferentes dos actuais. Sai como bicampeão nacional de futebol.

 

Uns partem, outros chegam.

Ontem estreou-se na equipa principal um adolescente de 17 anos, nascido em Bissau. Actuou como extremo clássico, no corredor direito. Rúben Amorim confia  a tal ponto nele que adaptou o sistema táctico às características do rapaz, dispensando-o do habitual vaivém naquela ala: havia sempre um colega apto a ir ali à dobra em missão defensiva.

Geovany Tcherno Quenda - melhor em campo - correspondeu às expectativas. E assim deu nova amplitude à iconografia leonina, neste magnífico fim de tarde em que víamos emergir um astro em nossa casa. Aos 10', protagonizou pré-assistência para o golo inaugural ao tocar de modo irrepreensível para Gyökeres. Aos 33', rematou ao poste com aquele que dizem ser o seu pé menos bom, o direito. Aos 40', num remate cruzado, encaminha-a para a baliza onde ia anichar-se no canto inferior direito: só um corte providencial a travou in extremis.

«Se jogar assim, não voltará à equipa B», afirmava um sorridente Rúben Amorim no final do jogo. Impossível contrariá-lo: é mesmo caso para dizer isto.

O miúdo de Bissau deu forte contributo para as estatísticas deste jogo: 19 remates nossos, apenas nove da turma basca.

 

Solto, com bola ao primeiro toque. Dinâmico, com toada colectiva no comprimento e na largura. Criativo, capaz de desenhar lances que nos transmitem a ideia de um campeão nacional disposto a revalidar o título sem pedir licença a ninguém. Foi assim que se mostrou o Sporting neste desafio testemunhado ao vivo por mais de 35 mil adeptos num estádio que vai sendo remodelado por etapas até se pôr fim ao famigerado fosso, lá para 2026. Perante o detentor da Taça do Rei, quinto classificado da Liga espanhola.

Com Nuno Santos ausente do onze por lesão e Diomande a cumprir castigo, o treinador aproveitou estas baixas para testar a equipa com vista à Supertaça, que disputaremos com o FC Porto a 3 de Agosto. Houve adaptações bem-sucedidas. Desde logo na saída de bola, visando o passe na profundidade para explorar com rapidez os espaços livres lá na frente. E ampliando os momentos em que defendemos numa linha a quatro, cabendo a Geny - na ala esquerda - esse movimento de recuo. 

Teste superado. Também o de outro estreante: o belga Debast, transferido aos 20 anos do Anderlecht e com participação no recente Euro 2024 pela selecção do seu país. Mostrou-se destemido com bola e pressionante sem ela. Reforço a sério, não a fingir.

 

E que mais, na crónica deste jogo? Os golos, claro.

Fundamentais - pelos três que marcámos, conquistando o belo Troféu Cinco Violinos. O primeiro (10') por Pedro Gonçalves, em remate rasteiro, isolado por Gyökeres neste seu primeiro (e último) jogo da pré-temporada testemunhado pelo público. O segundo (79') com Edwards a encostar após cruzamento milimétrico de Matheus Reis. O terceiro (83') com Trincão a facturar e Matheus novamente a assistir após intervenções decisivas de um par de jovens: Mateus Fernandes e Rodrigo Ribeiro. Oriundos da Academia de Alcochete, fábrica de campeões.

Fundamental também, termos mantido as redes da nossa baliza intactas. Vladan (até aos 68') e Israel (com recente participação na Copa América pelo Uruguai) deram boa conta do recado.

No final, o sorriso de Amorim era igual ao nosso. Sebastián Coates pode regressar tranquilo a Montevideu: a equipa está bem entregue.

 

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Homenagem nas camisolas ao melhor defesa do Sporting neste século XXI

 

Breve análise dos jogadores:

Vladan - Não fez uma defesa digna desse nome na primeira parte. Bloqueou bem a bola aos 51', saída oportuna a pontapé aos 62'. Controlou a profundidade.

Eduardo Quaresma - Devolvido ao lado direito da linha de centrais, melhorou face ao jogo anterior. Pequenos lapsos sem relevância. Sacou um amarelo aos 16'.

Debast - Estreia absoluta do jovem belga de verde (e negro) e branco. Mostrou talento, exibiu confiança. Bons dotes técnicos, presença na área.

Gonçalo Inácio - Não o víamos em acção desde o Europeu. Aos 22 anos, é já o mais experiente dos três centrais. Cabeceou à trave após canto, aos 33'.

Quenda - Outro estreante. E logo como melhor em campo. Foi seta apontada à área bilbaína. Serviu Viktor no primeiro golo, rematou ao ferro (33'), quase marcou aos 40'.

Morten - Agora capitão, mostrou-se em excelente forma após um Europeu que lhe correu bem. Eficaz no desarme e nas recuperações. Inegável sentido posicional.

Morita - Parece jogar há muitos anos com o dinamarquês, de tal forma se complementam no meio-campo. Constante pressão sobre o portador da bola. 

Geny - Remetido à ala esquerda, revelou dificuldade no seu habitual movimento de fora para dentro: falta-lhe automatismo. Saiu ao intervalo com queixas físicas.

Trincão - Voltou a marcar: foi dele o golo que selou o resultado, aos 83. Andara lá perto num cabeceamento, aos 61'. Garantiu lugar como titular da equipa.

Pedro Gonçalves - Naquele seu jeito habitual de fingir que nem lá anda, apareceu no sítio certo para abrir o marcador logo aos 10'. Sempre muito activo.

Gyökeres - Voltámos a vê-lo após ter sido operado: 58 dias sem competir. Ninguém diria: está em plena forma. Impecável assistência no primeiro. Rondou o golo aos 54'.

Fresneda - Entrou aos 46' para render Geny. Primeiro na ala esquerda, algo trapalhão; depois à direita, mais à vontade. Recupera a bola no lance que gera o segundo golo.

Rodrigo Ribeiro - Substituiu Gyökeres (59'). Voltou a dar nas vistas. Grande articulação com Mateus Fernandes a construir lance que culmina no terceiro golo.

Daniel Bragança - Rendeu Morten aos 68'. Já com a braçadeira de capitão, iniciou segundo golo com transporte seguro e temporização perfeita.

Israel - Aos 68' substituiu Vladan entre os postes. Saiu bem, a pontapé, aos 77'. Grande defesa aos 90'+1: está em forma.

Edwards - Aos 68' saiu Quenda, entrou ele. Grande contraste. Mas aos 79' saiu da aparente letargia para a meter lá dentro após boa movimentação. Quase nem festejou.

Matheus Reis - Só entrou aos 68', substituindo Gonçalo Inácio. Mas chegou a tempo de brilhar na assistência a dois golos. Nota muito positiva.

João Muniz - Substituiu Debast aos 68'. Cumpriu, evidenciando segurança.

Mateus Fernandes - Entrou aos 81', rendendo Morita. Voltou a dar nas vistas com a arrancada que daria o golo 3. Serviu muito bem Trincão aos 86'. 

O dia seguinte

Grande noite do Sporting hoje em Alvalade. As bancadas quase cheias de adeptos com camisolas de todas as épocas e de todos os gostos (muitas daquelas de que alguns não gostam mas que se vendem como pipocas), despedida sentida do grande capitão Coates, homenagem merecida a outro grande capitão, Manuel Fernandes. Uma bela 1.ª parte em que dominámos completamente o quinto classificado do campeonato espanhol. Uma 2.ª parte onde com tanta substituição o resultado foi de somenos importância.

Gostei muito da 1.ª parte do Sporting. Um 3-4-3 ainda mais assimétrico do que na época passada que muitas vezes se tornava num assumido 4-2-4. Quenda projectava-se no corredor direito enquanto Catamo assumia a posição de lateral esquerdo e Quaresma a de direito. Um duplo-trinco com capacidade de trabalho incrível, quer na saída a jogar quer na compensação dos adiantamentos dos alas.

Depois disso, um tridente ofensivo verdadeiramente letal. Recuperada a bola, era pôr num deles para o perigo ser iminente. Futebol mais parecido com o da primeira época de Rúben Amorim, caracterizado por contra-ataque letal, do que com a quarta, feita sobretudo de controlo do jogo e rotação de bola costa a costa ao jeito do andebol.

Quaresma-Debast-Inácio estiveram muito bem nesse período. Debast esteve tão bem que já não sei qual vai ser a decisão de Amorim sobre a posição central. Diomande-Debast-Inácio ou Debast-Diomande-Inácio? Quaresma está lá depois para o que for preciso.

 

Huljmand e Morita partem à frente de Bragança e Mateus Fernandes neste modelo de jogo, porque têm leitura de jogo incrível, tanto correm para trás como correm para a frente, metem o pé e ganham o lance. Não é mesmo o caso dos segundos, nem têm físico para o efeito. Mas são um regalo com a bola controlada a correr frente à defesa contrária.

Catamo é uma alternativa válida ao Nuno Santos na ala esquerda ?  Acho que sim, cada um deles tem capacidade de centro e de remate a partir da esquerda.

Quenda é solução para a ala direita? Assim ele queira, porque Fatawu e Plata não quiseram. Ele tem tudo para vingar, veja-se o primeiro golo do Sporting e o remate ao poste. O resto a equipa trata, ou seja jogar pela esquerda para a bola lhe chegar com terreno livre à sua frente.

Pedro Gonçalves, Trincão e Gyökeres começam a época em grande forma e entendem-se às mil maravilhas. Os tempos dum Trincão a fintar de olhos fechados estão ultrapassados. Edwards? A capacidade está lá, não vale a pena vender a pataco porque vale o dobro do que um Jota Silva qualquer. Falta o segundo ponta-de-lança peitudo e rompedor. Rodrigo Ribeiro ou Nel podem fazer o papel do terceiro.

 

No final foi 3-0 contra um Atlético de Bilbau de má memória para mim, que fui a Bilbau no tempo do Sá Pinto. Da formação de Alcochete jogaram Quaresma, Inácio, Bragança, Quenda, Catamo, Muniz, Rodrigo Ribeiro e Mateus Fernandes, prova do grande trabalho de Amorim ao apostar na formação. A verdade é que nenhum deles desiludiu.

A única desilusão veio dum jogador que me lembra o Cancelo, que pode vir a ser melhor do que o Cancelo, que tem um perfil físico invejável para um lateral, mas que por agora quase não consegue ganhar um lance de disputa de bola nem fazer um passe com sucesso. Não é difícil descobrirem quem é. Probema mental? parece.

Melhor em campo? Morita. Samurai. Oxalá a selecção do Japão meta férias por uns tempos.

Quem não foi a jogo dos apresentados? Vários, mas Essugo e Esgaio parecem estar de saída, por empréstimo ou não.

SL

Triste, triste e confiante

Triste porque eu queria que o Athletic ganhasse e o Atlético perdesse - lembro os nossos jogos com os bascos e com os madrilenhos, como foram diferentes em termos de fair-play. Triste, ainda, porque creio que este Sporting poderia (com mais sorte e, sobretudo, com mais maturidade) ter estado na final. Os golos perdidos em Lisboa poderiam ter-nos levado a Bucareste, se os nossos atacantes tivessem mais maturidade. E é por isto que estou confiante: se crescermos consistentemente, se dermos tempo aos nossos meninos e fortalecermos a equipa, vamos ter mais vitórias e mais orgulho nas nossas hostes. Se Sá Pinto conseguir manter a raça e o querer da equipa e continuar, ele, a crescer como treinador... vamos lá. Vamos mesmo. 

Oportunidade perdida

Um pouco mais de sorte, um pouco mais de eficácia (no primeiro jogo) e o Sporting poderia ter tido a oportunidade de derrotar um Atlético de Madrid que pouco mais é que Falcão. Quem não marca, sofre, sempre foi verdade e sempre será. O Athletic Bilbao entrou em campo algo tímido, face à circunstância de uma final e aquele primeiro belo golo de Falcão ditou o jogo. Esperamos ter uma nova oportunidade num futuro próximo.

" Enorme rival, enorme afición y enorme Club."

Fui a Bilbau e tenho a dizer que foi uma experiência única. Com um final muito triste mas orgulhoso. O convívio entre os adeptos de ambos os clubes foi algo que nunca tinha visto ou presenciado. Nas ruas antes do jogo havia sempre um sorriso, uma picardia positiva ou um convite para beber uma cerveja. O sentir orgulho em ser Sporting Clube de Portugal esteve muito presente nestes dias. A noite anterior e o dia do próprio jogo foram momentos de verdadeiro rejubilo Sportinguista. No final do jogo os adeptos do Athletic estiveram de pé vários minutos a aplaudir-nos e a cantar "eSporting". Quando saímos do estádio tínhamos à nossa espera um corredor humano com milhares de adeptos mais uma vez a aplaudir-nos, a cantar "eSporting" e a pedir para trocarmos camisolas ou cachecóis. Foi um momento fantástico e que nunca vou esquecer. 

 

Passei pelo fórum deles e partilho convosco algumas frases que lá se encontram:

 

"Todo fue perfecto ayer, todo salio como estaba planeado. Y en este post queria dar las gracias a todos los aficionados de este club, que lograron que despues del partido el ambiente fuese espectacular. Te paraban a hablar, nos deseaban suerte para la final... Un lujo de aficionados. Que pena que esto se vea poco en el futbol."

 

"No pararon de animar a su equipo (fueron bulliciosos en el buen sentido), y al final se llevaron la ovación de San Mamés.
Me dieron muy buena impresión."

 

"Club, equipo y afición han demostrado excelencia. Chapeau para ellos.Da gusto cruzarse con gente así."

 

"Demostraron ser un equipo grande en el campo y en las gradas. Suerte Sporting!!! "

 

"El fair play ha estado presente en todo momento. Así da gusto, el fútbol es una fiesta. Un Gran rival "

 

"Espectaculares en Lisboa y lo mismo en San Mamés. Es una afición muy parecida a la nuestra. "

 

"Enorme rival, enorme afición y enorme Club." 

 

"Les voy a tener siempre en el corazón. Estuve en Lisboa y nos trataron de lujo, y ayer verles tras la derrota cambiándose las camisetas con nosotros era la hostia. "

 

"Un gran equipo y una gran afición "

 

Sporting Sempre!

Confiança

O Sporting não é, em nada, inferior à equipa do Athletic Bilbao. Esse é o primeiro pensamento que deve passar pela cabeça dos jogadores e dos adeptos que vão estar amanhã em bom número no San Mamés. Espero que a equipa entre confiante das suas capacidades e que o árbitro não atrapalhe, mesmo sabendo que os bascos irão criar contrariedades. É natural, querem estar na final da Liga Europa em Bucareste tanto quanto nós próprios queremos. Acredito que o Ricardo Sá Pinto sabe o que vai fazer amanhã. Com Capel, Matías (terá recuperado?), Wolfswinkel, Patrício e companhia. Vamos a eles Sporting!

De smoking e fato-macaco

 

Gostei muito que fossem eles a marcar primeiro.

O neófito ao meu lado suspirou um “acabou-se!” e a família de 3 bascos, até aí muito composta por ter percebido que se intrometera na bancada mais restrita do estádio, deu pulos de contida euforia, se tal coisa existe. Agoniados, os jogadores em cada bola parada agitavam os braços como patos a reclamar connosco por só ouvirem a língua de euzkadi no estádio. A ave agoirenta da debacle arrastou por ali as suas asas e com aquela bola ao poste tudo parecia liquidado.

O futebol ou é drama ou comédia bufa. Fora isto não é nada. Sucedeu então que aqueles jogadores que eu passara o tempo a criticar, o Polga de biqueiradas para a frente ou passes irresolutos e um Diego Capel que na 1ª parte nada fizera além de ralhar com Sá Pinto junto à linha, tiveram o seu momento Jake LaMotta filmado por Scorsese. Desembainharam um brio heróico e formando um trio de mosqueteiros com Izmailov (ontem foi o melhor jogador do mundo durante 45’) negaram a realidade.

O que eu vi a seguir foi ainda mais metafísico do que vira há uns anos, no jogo em que fiquei afónico ao derrotarmos o benfica para a taça depois de estarmos a perder 0-2 ao intervalo. Era o ponto que Sá Pinto faltava provar, a capacidade de proceder a uma reviravolta.

Quando o jogo acabou não tive dúvida que este foi um daqueles que ficará para contar.

 

PS - Só tenho a dizer que foi uma "grave irresponsabilidade" de Sá Pinto ter posto André Martins como titular. Num jogo transmitido para toda a Espanha e pela maneira como o menino jogou, acho que acabámos de o perder, tal como sucedeu com Ronaldo no dia de inauguração do estádio.

 

PS 2 - Não é muito lisonjeiro com o Sporting, embora aponte as limitações que objectivamente temos, e exibe aquele irredimível grão de arrogância com que os espanhóis nos tratam (ou será o nosso complexo de inferioridade?). Mas, caramba, está tão bem escrito e desmente tão categoricamente a suposta arte atribuída a certo escribas deste lada da lusitânia, que merece ser desfrutado.

http://deportes.elpais.com/deportes/2012/04/19/actualidad/1334859297_630948.html 

Isto é o Sporting

Foi mais uma noite em que terminei como gosto e sinto a bola: afónico, fisicamente esgotado, emocionalmente ao rubro. Para mim o Sporting continua a ser o Bóia Verde, os amigos, os planos para ir a Bilbao, o sonho da viagem a Bucareste. Os abraços pela raça de Insúa e as lágrimas quando, de pé, nos rendemos ao mágico Capel. Seremos dois mil em Bilbao, mas prometemos não vos deixar sós. Do primeiro ao último segundo. Isto é o Sporting.

Foi bonita a festa, pá!

 

Os mais de 4 mil bascos que estiveram ontem à noite connosco em Alvalade, reparem, não escrevo bascos por acaso, escrevo bascos porque não quero escrever adeptos do Athletic de Bilbao, isto diz mais, não diz?, dizia eu que os mais de 4 mil bascos que estiveram ontem à noite connosco em Alvalade estavam nas bancadas reservadas aos adversários, estavam nas laterais e estavam nas centrais. Estiveram ao pé de mim a ver o jogo e estiveram no intervalo a comer cachorros quentes no bar (já agora: os preços são um assalto legalizado). Não me lembro de ter visto tantos adeptos de uma equipa adversária no nosso estádio e não me lembro de ter visto um único problema na festa de ontem. Eles gostaram de estar connosco e nós gostámos de estar com eles. Eu gostei de ver aquela homenagem da Juve ao adepto do Athletic de Bilbao que morreu há pouco tempo e todos nós ficámos sensibilizados com os imensos aplausos de agradecimento dos bascos. Muito simples, muito genuíno, muito bonito. A nossa claque foi capaz deste gesto digno e emocionante. Foi a nossa claque. A Juve é isto, mas já não é isto: gritar "Bilbao é merda" repetidamente é medíocre. Não é? É poucachinho. Uma coisa é levar ao Festival da Canção o belíssimo trecho poético "em cada lampião há um cabrão". Outra, é atacar as gentes que estão ao nosso lado, a ver o nosso jogo, em nossa casa, as gentes que ao intervalo nós homenageámos com o coração. Esta Juve não é a minha. A minha Juve é aquela que quando grita "Diego Capel" deixa 40 mil pessoas com as lágrimas nos olhos.

 

{ Blogue fundado em 2012. }

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