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És a nossa Fé!

Os melhores golos do Sporting (1)

Tenho a honra de começar uma série que irá animar esta casa nos próximos tempos. O Pedro Correia já tinha destapado um pouco o véu na crónica do nosso último jantar, pelo que hoje dou o pontapé de partida. 

 

Golo de DIEGO CAPEL

Sporting-Athletic Bilbao

19 de Abril de 2012, Quinta-feira, 20h05, Estádio José de Alvalade

 

Nessa época, tremida e demasiado instável para o investimento que tinha sido feito no plantel, o Sporting alimentava então duas esperanças: chegar à final e vencer a Liga Europa, conquistar a Taça de Portugal. O título já não estava ao nosso alcance. Nessa noite europeia, orientados por um treinador muito querido entre os adeptos, Ricardo Sá Pinto, jogava-se a 1ª mão das meias-finais da Liga Europa. Do outro lado, o forte e competitivo Athletic Bilbao. Alinhámos com o seguinte 11: Rui Patrício (e que época fez o nosso guardião!), Insúa, João Pereira, Anderson Polga, Xandão, André Martins, Daniel Carriço, Schaars, Izmailov, Diego Capel e Ricky Van Wolfswinkel. 

 

Nas bancadas, uma fraca assistência: 37.286 espectadores para uma meia-final europeia é pouco Leão para tamanha empresa (fosse hoje e tínhamos gente pendurada na cobertura do estádio). No campo, eles batiam-se, batiam-se, mas o Bilbao - principalmente o seu meio-campo - não era pêra doce. Ao intervalo, 0-0. A começar a 2ª parte, balde de água fria. Aurtenetxe inaugurava o marcador para os bascos. Livre da direita cobrado por Susaieta para a área, mau alívio de Insúa, com a bola a sobrar ao segundo poste para Aurtenetxe, que só teve de encostar. O Sporting sofreu mais um bocadinho e os falsos espanhóis quase que faziam o segundo (poupou-nos o poste da baliza de Patrício aos 60').

Nos últimos 25 minutos, começou uma noite europeia inesquecível. Aos 68', entrava Carrillo e o Sporting parecia endiabrado. Chegámos ao tento do empate ao minuto 75' com uma cabeçada estranha, raivosa, mas certeira do lateral-esquerdo argentino Insúa.

 

E a seguir chegou a magia que justifica este texto e o sorriso com que estou enquanto escrevo estas linhas: nas bancadas cantava-se "Aperta com eles, Sá Pinto!" (música que nos acompanhou na recta final dessa época 2011/2012).

Sá Pinto apertava, gesticulava, gritava, não parava um segundo. O banco do Sporting parecia outro onze que queria entrar e jogar. Aquele jogo tinha de ser nosso. E foi nosso devido a uma jogada que ligou a Sevilha à Rússia, fazendo estremecer meia Lisboa: Izmailov faz meio terreno adversário com a redondinha agarrada aos pés, deixa para Capel, que remata forte e rasteiro de fora da área, sem hipóteses de defesa para o guarda-redes Iraizoz.

Grande golo de Diego Capel.

Eu tive a oportunidade de ver a bola dirigir-se para dentro da baliza sul, visto que me encontrava na Superior Sul com o Frederico Dias de Jesus. O estádio explodiu. O sonho de ir a Bucareste começava a parece algo fazível para os nossos rapazes. O povo leonino ficou endoidecido com Diego Capel. Se já era querido por todos nós (pese algumas limitações técnicas e tácticas), essa noite transformou-o no herói da ocasião.

Partilho aqui o link de um dos melhores vídeos que existem no Youtube desse mesmo momento (com relato Antena 1 e TSF). É emocionante, dá vontade de voltar a essa noite de Abril de 2012 para sentir aquela loucura em Alvalade. 

 

 

Neste blog, então ainda muito jovem, festejou-se nos dias seguintes (e de que maneira) essa vitória, esses golos e o momento decisivo de Diego Capel. O Bernardo Pires de Lima, o José Navarro de Andrade, o João Távora, o Adelino Cunha e o David Dinis, entre outros, deram nota da nossa alergia e orgulho. Um golo e uma noite europeia para a história desta grande instituição.

Obrigado, Diego Capel. Obrigado, Sporting!

Triste, triste e confiante

Triste porque eu queria que o Athletic ganhasse e o Atlético perdesse - lembro os nossos jogos com os bascos e com os madrilenhos, como foram diferentes em termos de fair-play. Triste, ainda, porque creio que este Sporting poderia (com mais sorte e, sobretudo, com mais maturidade) ter estado na final. Os golos perdidos em Lisboa poderiam ter-nos levado a Bucareste, se os nossos atacantes tivessem mais maturidade. E é por isto que estou confiante: se crescermos consistentemente, se dermos tempo aos nossos meninos e fortalecermos a equipa, vamos ter mais vitórias e mais orgulho nas nossas hostes. Se Sá Pinto conseguir manter a raça e o querer da equipa e continuar, ele, a crescer como treinador... vamos lá. Vamos mesmo. 

Oportunidade perdida

Um pouco mais de sorte, um pouco mais de eficácia (no primeiro jogo) e o Sporting poderia ter tido a oportunidade de derrotar um Atlético de Madrid que pouco mais é que Falcão. Quem não marca, sofre, sempre foi verdade e sempre será. O Athletic Bilbao entrou em campo algo tímido, face à circunstância de uma final e aquele primeiro belo golo de Falcão ditou o jogo. Esperamos ter uma nova oportunidade num futuro próximo.

" Enorme rival, enorme afición y enorme Club."

Fui a Bilbau e tenho a dizer que foi uma experiência única. Com um final muito triste mas orgulhoso. O convívio entre os adeptos de ambos os clubes foi algo que nunca tinha visto ou presenciado. Nas ruas antes do jogo havia sempre um sorriso, uma picardia positiva ou um convite para beber uma cerveja. O sentir orgulho em ser Sporting Clube de Portugal esteve muito presente nestes dias. A noite anterior e o dia do próprio jogo foram momentos de verdadeiro rejubilo Sportinguista. No final do jogo os adeptos do Athletic estiveram de pé vários minutos a aplaudir-nos e a cantar "eSporting". Quando saímos do estádio tínhamos à nossa espera um corredor humano com milhares de adeptos mais uma vez a aplaudir-nos, a cantar "eSporting" e a pedir para trocarmos camisolas ou cachecóis. Foi um momento fantástico e que nunca vou esquecer. 

 

Passei pelo fórum deles e partilho convosco algumas frases que lá se encontram:

 

"Todo fue perfecto ayer, todo salio como estaba planeado. Y en este post queria dar las gracias a todos los aficionados de este club, que lograron que despues del partido el ambiente fuese espectacular. Te paraban a hablar, nos deseaban suerte para la final... Un lujo de aficionados. Que pena que esto se vea poco en el futbol."

 

"No pararon de animar a su equipo (fueron bulliciosos en el buen sentido), y al final se llevaron la ovación de San Mamés.
Me dieron muy buena impresión."

 

"Club, equipo y afición han demostrado excelencia. Chapeau para ellos.Da gusto cruzarse con gente así."

 

"Demostraron ser un equipo grande en el campo y en las gradas. Suerte Sporting!!! "

 

"El fair play ha estado presente en todo momento. Así da gusto, el fútbol es una fiesta. Un Gran rival "

 

"Espectaculares en Lisboa y lo mismo en San Mamés. Es una afición muy parecida a la nuestra. "

 

"Enorme rival, enorme afición y enorme Club." 

 

"Les voy a tener siempre en el corazón. Estuve en Lisboa y nos trataron de lujo, y ayer verles tras la derrota cambiándose las camisetas con nosotros era la hostia. "

 

"Un gran equipo y una gran afición "

 

Sporting Sempre!

Confiança

O Sporting não é, em nada, inferior à equipa do Athletic Bilbao. Esse é o primeiro pensamento que deve passar pela cabeça dos jogadores e dos adeptos que vão estar amanhã em bom número no San Mamés. Espero que a equipa entre confiante das suas capacidades e que o árbitro não atrapalhe, mesmo sabendo que os bascos irão criar contrariedades. É natural, querem estar na final da Liga Europa em Bucareste tanto quanto nós próprios queremos. Acredito que o Ricardo Sá Pinto sabe o que vai fazer amanhã. Com Capel, Matías (terá recuperado?), Wolfswinkel, Patrício e companhia. Vamos a eles Sporting!

De smoking e fato-macaco

 

Gostei muito que fossem eles a marcar primeiro.

O neófito ao meu lado suspirou um “acabou-se!” e a família de 3 bascos, até aí muito composta por ter percebido que se intrometera na bancada mais restrita do estádio, deu pulos de contida euforia, se tal coisa existe. Agoniados, os jogadores em cada bola parada agitavam os braços como patos a reclamar connosco por só ouvirem a língua de euzkadi no estádio. A ave agoirenta da debacle arrastou por ali as suas asas e com aquela bola ao poste tudo parecia liquidado.

O futebol ou é drama ou comédia bufa. Fora isto não é nada. Sucedeu então que aqueles jogadores que eu passara o tempo a criticar, o Polga de biqueiradas para a frente ou passes irresolutos e um Diego Capel que na 1ª parte nada fizera além de ralhar com Sá Pinto junto à linha, tiveram o seu momento Jake LaMotta filmado por Scorsese. Desembainharam um brio heróico e formando um trio de mosqueteiros com Izmailov (ontem foi o melhor jogador do mundo durante 45’) negaram a realidade.

O que eu vi a seguir foi ainda mais metafísico do que vira há uns anos, no jogo em que fiquei afónico ao derrotarmos o benfica para a taça depois de estarmos a perder 0-2 ao intervalo. Era o ponto que Sá Pinto faltava provar, a capacidade de proceder a uma reviravolta.

Quando o jogo acabou não tive dúvida que este foi um daqueles que ficará para contar.

 

PS - Só tenho a dizer que foi uma "grave irresponsabilidade" de Sá Pinto ter posto André Martins como titular. Num jogo transmitido para toda a Espanha e pela maneira como o menino jogou, acho que acabámos de o perder, tal como sucedeu com Ronaldo no dia de inauguração do estádio.

 

PS 2 - Não é muito lisonjeiro com o Sporting, embora aponte as limitações que objectivamente temos, e exibe aquele irredimível grão de arrogância com que os espanhóis nos tratam (ou será o nosso complexo de inferioridade?). Mas, caramba, está tão bem escrito e desmente tão categoricamente a suposta arte atribuída a certo escribas deste lada da lusitânia, que merece ser desfrutado.

http://deportes.elpais.com/deportes/2012/04/19/actualidad/1334859297_630948.html 

Isto é o Sporting

Foi mais uma noite em que terminei como gosto e sinto a bola: afónico, fisicamente esgotado, emocionalmente ao rubro. Para mim o Sporting continua a ser o Bóia Verde, os amigos, os planos para ir a Bilbao, o sonho da viagem a Bucareste. Os abraços pela raça de Insúa e as lágrimas quando, de pé, nos rendemos ao mágico Capel. Seremos dois mil em Bilbao, mas prometemos não vos deixar sós. Do primeiro ao último segundo. Isto é o Sporting.

Foi bonita a festa, pá!

 

Os mais de 4 mil bascos que estiveram ontem à noite connosco em Alvalade, reparem, não escrevo bascos por acaso, escrevo bascos porque não quero escrever adeptos do Athletic de Bilbao, isto diz mais, não diz?, dizia eu que os mais de 4 mil bascos que estiveram ontem à noite connosco em Alvalade estavam nas bancadas reservadas aos adversários, estavam nas laterais e estavam nas centrais. Estiveram ao pé de mim a ver o jogo e estiveram no intervalo a comer cachorros quentes no bar (já agora: os preços são um assalto legalizado). Não me lembro de ter visto tantos adeptos de uma equipa adversária no nosso estádio e não me lembro de ter visto um único problema na festa de ontem. Eles gostaram de estar connosco e nós gostámos de estar com eles. Eu gostei de ver aquela homenagem da Juve ao adepto do Athletic de Bilbao que morreu há pouco tempo e todos nós ficámos sensibilizados com os imensos aplausos de agradecimento dos bascos. Muito simples, muito genuíno, muito bonito. A nossa claque foi capaz deste gesto digno e emocionante. Foi a nossa claque. A Juve é isto, mas já não é isto: gritar "Bilbao é merda" repetidamente é medíocre. Não é? É poucachinho. Uma coisa é levar ao Festival da Canção o belíssimo trecho poético "em cada lampião há um cabrão". Outra, é atacar as gentes que estão ao nosso lado, a ver o nosso jogo, em nossa casa, as gentes que ao intervalo nós homenageámos com o coração. Esta Juve não é a minha. A minha Juve é aquela que quando grita "Diego Capel" deixa 40 mil pessoas com as lágrimas nos olhos.

 

{ Blogue fundado em 2012. }

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