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És a nossa Fé!

Ecos do Europeu (8)

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Dois jogos contrastantes. No primeiro, domínio total de Espanha: o país vizinho quer recuperar a hegemonia que manteve no futebol planetário entre 2008 e 2014, período em que venceu dois campeonatos da Europa e um mundial. 

O Espanha-Itália era um dos jogos mais aguardados deste Euro-2024. Mas poucos imaginariam tão grande disparidade entre os contendores. Foi total o domínio físico, táctico e técnico da selecção que veste de vermelho e detém o título da Liga das Nações conquistado em 2023 na disputa final contra a Croácia. Os espanhóis asfixiaram os italianos, actuais campeões europeus, travando-lhes quase todas as veleidades ofensivas. Ao intervalo, era abismal a diferença entre remates: nove para Espanha, um para Itália. A squadra azzurra não registava qualquer oportunidade de golo. Scamacca, estrela da Atalanta (e "carrasco" do Sporting na Liga Europa) quase não tocou na bola.

Parecia uma reedição da final de 2012, quando a Itália também foi ao tapete. Contei sete ocasiões de golo dos espanhóis, protagonizadas por vários jogadores que merecem ser campeões: Pedri, Fabián Ruiz, o ainda adolescente Lamine Yamal e sobretudo o enorme Nico Williams, nesta sua estreia numa fase final de um Europeu. Foi extraordinária, a actuação do avançado do Atlético de Bilbau naquela ala esquerda, que dominou por completo: capacidade de drible, precisão de passe, superioridade técnica. E esteve a centímetros de marcar um golo de bandeira, aos 70': a bola embateu na barra. 

Com apenas 21 anos, Williams é o jogador que mais se valorizou até agora neste certame. Contribuindo para conduzir Espanha aos oitavos-de-final. Neste confronto da noite de anteontem em Gelsenkirchen só admira como a vitória espanhola foi alcançada pela margem mínima, com autogolo de Calafiori, aos 55'. O quinto autogolo deste Europeu.

«Banho de bola», chamou-lhe a Marca. E com razão. Nuestros hermanos mereciam ter vencido por goleada. A grande figura do encontro revelou-se Donnarumma, com defesas impossíveis aos 2' (remate de Pedri), aos 25' (Fabián Ruiz), aos 58' (Morata) e aos 90'+2 (Ayose Pérez). Mas esta Itália onde ainda actuam seis campeões europeus de 2021 parece uma sombra do que já foi.

 

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Sem Mbappé, que não saiu do banco após ter partido o nariz no embate contra a Áustria, a selecção gaulesa teve nova exibição insuficiente, agora no confronto com a da Holanda, que de "laranja mecânica" tem pouco. Ou nada.

Na partida de ontem à noite em Leipzig, a nota dominante, mas pela negativa, coube a Griezmann. Com três perdidas incríveis - aos 4', aos 16' (aqui em parceria com Rabiot) e aos 65'. Domínio territorial não traduzido no resultado: o jogo terminou como começou. O primeiro empate a zero deste Euro-2024. Indigno de um torneio europeu.

Mesmo sem brilho, a Holanda até marcou - aos 69'. Mas não valeu, devido a fora-de-jogo posicional de Dumfries quando Xavi Simons a enfiou nas malhas. Algo muito semelhante ao golo de Morten invalidado a 3 de Setembro em Braga, para o nosso campeonato: Pedro Gonçalves, mesmo parado, estava demasiado próximo do guarda-redes, dificultando-lhe a visão e a manobra entre os postes.

Sed lex, dura lex: é assim também no futebol de elevadíssima competição. Ficaram em branco, talvez merecessem isso. Nós, espectadores, é que não.

 

Espanha, 1 - Itália, 0

França, 0 - Holanda, 0

Quente & frio

 

Gostei muito do belo golo marcado por Pedro Gonçalves em Bérgamo. Foi ontem, aos 33', abrindo o marcador no jogo da segunda mão, após empate com muita sorte nossa em Alvalade (1-1) frente à turma italiana, sexta classificada no campeonato do seu país. Até aí tínhamos sabido fechar os caminhos para a nossa baliza, dando boa réplica à intensa pressão adversária sobre o portador da bola. O golo culminou exemplar lance colectivo em que intervieram Morten e Matheus Reis antes de Pedro Gonçalves pegar nela, fazer eficaz tabelinha com Gyökeres e isolar-se frente ao guarda-redes, encaminhando-a para o fundo da baliza. Sem vacilar, na primeira oportunidade da nossa equipa neste jogo. Décimo-quinta concretização com sucesso do nosso n.º 8 na época em curso, que promete ser a sua segunda mais goleadora de sempre. Infelizmente foi também esse o momento em que Pedro contraiu uma lesão - aparente rotura muscular - que o forçou a sair em lágrimas quando estava a ser o nosso melhor em campo. Talvez permaneça várias semanas afastado. Baixa preocupante nesta recta final da época.

 

Gostei de alguns jogadores nossos. Desde logo, Israel: a lesão de Adán acabou por dar oportunidade ao jovem guardão uruguaio, já internacional pelo seu país, para mostrar o que vale. Neste seu quinto jogo seguido como titular, confirmou os pergaminhos com boas defesas aos 3', 51', 70' e 77'. Nos dois que sofremos, infelizmente, pouco ou nada podia ter feito. Também gostei de Morten, que fechou como pôde os caminhos para a nossa baliza, recuperou várias bolas e ajudou a construir o golo. Boa nota igualmente para Daniel Bragança: rendeu Pedro Gonçalves aos 36' sem desequilibrar o nosso meio-campo, complementando a acção do dinamarquês, e ainda fez dois grandes passes para golo (visando Geny aos 84' e Paulinho aos 86'). Esteve ele próprio muito perto de marcar com um disparo forte, de longe, aos 70', para defesa incompleta de Musso: infelizmente nenhum colega compareceu nas imediações para a recarga. Nem sequer Gyökeres, bem policiado pelo seu compatriota Hien, seu colega na selecção sueca.

 

Gostei pouco de alguns passes longos, na fase de construção, que acabaram em pés italianos. Foi o caso do que viria a gerar o primeiro golo da Atalanta, no minuto inicial da segunda parte: Gonçalo Inácio tenta colocar a bola em Trincão, um dos colegas com menor intensidade colectiva na partida de ontem; um adversário antecipa-se e rouba-a, desencadeando um contra-ataque muito rápido em que vão falhando sucessivas tentativas de intercepção - desde logo do próprio Gonçalo, com Diomande aos papéis, St. Juste a falhar o corte no momento indicado e Esgaio ao segundo poste a marcar com os olhos. Lookman facturou à nossa custa. Doze minutos depois foi a vez de Scamacca fazer o mesmo, repetindo a proeza alcançada em Alvalade.

 

Não gostei do segundo golo sofrido, aos 58'. Novo naufrágio da nossa defesa, desprovida do seu comandante natural: Coates, por precaução física, ficou fora desta partida já a pensar na recepção do Sporting ao Boavista no domingo - menos de 72 horas após o apito final em Bérgamo, ficando assim por cumprir o período mínimo de intervalo para descanso recomendado entre dois jogos do calendário oficial. Esse segundo golo da Atalanta - numa partida em que não tivemos nenhum jogador castigado com cartões - acabaria por ditar a nossa eliminação. Saímos derrotados, caímos nos oitavos-de-final, dissemos adeus à Liga Europa.

 

Não gostei nada de ver dois jogadores falharem quatro golos nos dez minutos finais. Culpas repartidas por Edwards e Paulinho - sem surpresa, em qualquer dos casos. O inglês falha clamorosamente, trocando os pés, quando estava isolado frente a Musso (84') e consegue ter uma perdida ainda mais escandalosa, sem marcação e de novo com a baliza à sua mercê, disparando para as nuvens (90'). O n.º 20, que substituiu o apático Trincão aos 75', conseguiu entregar a bola ao guardião quando havia sido desmarcado de modo exemplar por Bragança (86') e cabecear na direcção errada, ao segundo poste, a dois metros da linha de golo (89'). Falta de mentalidade competitiva, falta de intensidade, falta de qualidade. Sobretudo no caso de Edwards: nem parecia estar em campo, tantas foram as vezes em que caiu sem ninguém lhe ter tocado, falhou passes fáceis, deixou fugir a bola, perdeu duelos por falta de comparência. Um descalabro. Não mereceu, nem de longe, ser titular nesta partida.

O dia seguinte

Não foi o melhor Sporting que se apresentou em Bérgamo, e para levar de vencida esta muito complicada Atalanta pelo modelo de jogo ancorado na potência física dos seus jogadores, mas no final de contas o jogo (e a eliminatória) foi perdido em erros nas duas áreas. 

Sem Coates faltou competência à linha defensiva do Sporting, a Atalanta marcou dois e falhou outros tantos, sempre superior nas bolas aéreas e com um Scamacca intratável. Esgaio mais uma vez falhou na cobertura ao segundo poste, Diomande falhou vezes de mais na posição de comando, valeu Israel entre os postes, sempre seguro.

Na linha ofensiva Trincão e Edwards estiveram sempre muito mal na conclusão dos lances. Paulinho e Catamo vieram ajudar ao desperdício. Nos minutos finais foram quatro as oportunidades claras de golo consecutivas a favor do Sporting.

Grande golo de Pedro Gonçalves, enorme jogo de Hjulmand, o melhor homem do Sporting em campo. St. Juste, Inácio, Matheus Reis e Gyökeres em grande nível também. Bragança e Quaresma entraram bem em campo.

 

Concluindo, duas equipas de valor muito semelhante até no Transfermarkt, duas equipas muito desgastadas pelo ciclo intenso de jogos em relvados complicados, passou aquela que falhou menos nas duas áreas de rigor.

Arbitragem? Impecável, como de costume na Europa para vergonha dos Pinheiros de trazer por casa.

E agora? Recuperar Pedro Gonçalves, porque a lesão dele foi o que de pior aconteceu em Bérgamo. Jogámos bem, podiamos até ter ido a prolongamento e talvez ganhar nos penáltis, passar para a eliminatória seguinte, apanhar um Liverpool ou um Bayer Leverkusen... a que custo interno?

Domingo há mais frente ao Boavista. Menos de 72h após o final da partida de hoje, ainda com uma viagem para fazer entretanto.

SL

Adeus, Europa

Acabamos de dizer adeus à Liga Europa após derrota (1-2) frente à Atalanta, em Bérgamo. Mantém-se a tradição: continuamos sem vencer em Itália. 

Péssimas exibições de Edwards, Trincão e Paulinho. 

O melhor foi Pedro Gonçalves - como de algum modo antevi aqui. Infelizmente saiu com lesão aparentemente grave logo após ter marcado o nosso golo, aos 33'.

Nada a fazer: restam-nos as competições internas. Parabéns ao Benfica, que ao vencer o Rangers em Glasgow transita para os quartos da Liga Europa. 

Amanhã à noite em Bérgamo

Sobre o jogo de amanhã com a Atalanta em Bérgamo eu e muitos Sportinguistas estamos com "mixed feelings" ou sentimentos contraditórios.

Dum lado o idealismo, a visão dos fundadores, o ADN do clube e aqui não entram nem sentimentos das claques, nem pensamentos de ressabiados e exigentes da treta ignorantes da nossa história, realmente não podemos abdicar de dar o máximo para subir na escala europeia no que ao futebol diz respeito.

Do outro lado o pragmatismo, a liderança da Liga que importa manter, a chegada ao Jamor que importa assegurar na Luz depois da vitória no dérbi de Alvalade, a situação física do plantel decorrente da exigência do calendário e do "general" inverno em Portugal, a qualidade do opositor italiano, a começar pela superior envergadura física mas também pelo grande técnico de que dispõe, e um jogo três dias depois para a Liga que importa ganhar. 

 

Faz sentido apostar tudo em Bérgamo correndo o risco de condicionar os jogadores mais importantes para as competições internas? Não.

Faz sentido poupar o núcleo duro do plantel em Bérgamo para o jogo de domingo com o Boavista e entregar de mão beijada o resultado da eliminatória aos italianos? Não.

Faz sentido agora questionar ou teorizar sobre a profundidade do plantel e a qualidade dos jogadores que temos (e não foi Edwards a desperdiçar um penálti decisivo da forma mais grosseira, foi aquele do Porto que andavam a "octaviar" para vender) quando são estes e não outros que nos trouxeram até aqui e que nos podem levar ao que todos queremos? Não.

 

O que faz sentido talvez é confiar em Rúben Amorim, que melhor do que ninguém sabe como se encontra cada um dos jogadores do plantel, para encontrar o melhor compromisso entre o onze de Bérgamo amanhã e o onze de Alvalade no domingo.

E eu confio!

Já agora o meu palpite para o onze de Bérgamo é:

Israel; St. Juste, Diomande e Inácio; Esgaio, Hjulmand, Bragança e Matheus Reis; Trincão, Gyökeres e Pedro Gonçalves.

Deixando no banco Catamo, Edwards e Paulinho para reforçarem a equipa na 2.ª parte.

E dando descanso a Coates, Quaresma, Morita e Nuno Santos.

SL

Quente & frio

 

Gostei muito da nossa sorte. Tantas vezes nos queixamos de que ela nos abandona e há mesmo uma elevada percentagem de adeptos caliméricos capazes de jurar que ela jamais nos visita. Pois esta gente terá de mudar o discurso a partir de agora pelo menos durante algum tempo. Pois se há equipa que pode queixar-se de azar, na nossa recepção de ontem à Atalanta para os oitavos-de-final da Liga Europa, é precisamente esta que segue em sexto no campeonato italiano. Em três ocasiões diferentes viu a bola embater no poste direito da baliza confiada a Franco Israel. Aconteceu aos 23', aos 24' e aos 60': bastariam uns centímetros mais ao lado para termos perdido 1-4 em vez de conseguirmos aguentar o empate, sem dúvida lisonjeiro face à pálida actuação leonina.

 

Gostei do nosso golo madrugador. Perante um adversário que se impõe no terreno com implacável marcação homem-a-homem, atacando sobretudo o portador da bola, uma eficaz jogada de futebol ofensivo com apenas três protagonistas pôs o Sporting em vantagem ainda cedo, aos 17'. Matheus Reis recuperou junto à linha esquerda, Trincão desmarcou-se de modo a libertar-se da marcação, abriu linha de passe e lançou de imediato Paulinho, ontem titular, que parecia imitar o ausente Gyökeres em velocidade, de olhos fitos na baliza. No momento certo disparou forte remate, cruzado e rasteiro, fazendo a bola anichar-se nas redes adversárias: há quase dois meses que não marcava. Curiosamente, esta vantagem pareceu tolher os movimentos da nossa equipa, incapaz de voltar a libertar-se da intensa pressão italiana. Então quem brilhou de leão ao peito foi a figura mais inesperada: Israel, em estreia na Liga Europa. Talvez pudesse ter feito melhor no golo sofrido, aos 39' - incapaz de impedir o espectacular remate de Scamacca após deficiente atraso de Eduardo Quaresma. Mas protagonizou duas excepcionais defesas, ambas em voo: uma aos 30', num salto fenomenal, e outra aos 42', esticando-se em gesto quase impossível. Só ele e o poste evitaram a goleada. O jovem internacional uruguaio parece ter conquistado os adeptos com esta exibição. Foi o melhor em campo do nosso lado. 

 

Gostei pouco das poupanças de Rúben Amorim neste confronto internacional. Já a pensar, seguramente, no desafio do próximo domingo em Arouca, estando assumida a nossa prioridade absoluta, que é a conquista do campeonato. Mas tendo nós já três titulares afastados por lesão (Pedro Gonçalves veio juntar-se na enfermaria a Adán e Gonçalo Inácio), foi arriscar em excesso deixar fora do onze vários outros: Gyökeres, Morten, Nuno Santos e Daniel Bragança. Daí o treinador ter sentido necessidade de rectificar a decisão inicial, fazendo entrar de uma assentada, logo após o intervalo, Gyökeres, Morten e St. Juste. Embora o sueco, muito anulado pela defesa adversária e mal servido pelos companheiros, tenha feito talvez a sua mais discreta exibição de verde e branco, a verdade é que com este trio em campo o resultado que se registava no final do primeiro tempo (1-1) já não se alterou. E aos 62' chegou até a nossa vez de atirar uma bola aos ferros, em cabeceamento de Coates. Para frustração de grande parte dos 28.528 espectadores presentes em Alvalade.

 

Não gostei da estreia de Koba como titular, lançado precisamente para poupar Morten de início. O ex-Estoril revelou-se demasiado apático, andou escondido do jogo. Pareceu sem ritmo, ainda algo inadaptado ao novo patamar competitivo em que se encontra agora. Como um corpo estranho à equipa. Não surpreendeu que Amorim o tivesse substituído ao intervalo. 

 

Não gostei nada da nossa incapacidade para vencer pela primeira vez os da Atalanta neste terceiro duelo com eles na temporada em curso. Sabendo, ainda por cima, que este adversário se encontra talvez na pior fase da época: vinha de três jogos sem vencer, tendo sofrido duas goleadas consecutivas. E também o treinador Gian Piero Gasperini poupou vários jogadores, a pensar igualmente nas competições internas. A verdade é que a equipa visitante foi claramente superior, como se comprova até no número de remates: fez 12, nós apenas cinco. Teremos de tomar precauções acrescidas na nossa visita a Bérgamo, de hoje a oito dias. Caso contrário dificilmente passaremos aos quartos-de-final da Liga Europa.

O dia seguinte

Muito complicada mesmo esta Atalanta, com um modelo de jogo baseado numa feroz marcação homem-a-homem muito pouco visto nos dias de hoje no futebol europeu, e menos ainda em Portugal, um plantel de  muitos cms e kgs, e extremamente prática no processo de ataque quando conquista a bola. E, já agora, com um belíssimo ponta de lança.

Mais complicada ainda para o Sporting quando três dias depois vamos a Arouca para um dos jogos mais determinantes da época, em que só a vitória interessa. Lá onde o Porto acabou de ser derrotado.

Supunha eu que iria a jogo o melhor onze para obter vantagem e gerir depois, mas Rúben Amorim fez o contrário e deixou no banco os indispensáveis para Arouca, os dois nórdicos, e também Nuno Santos. Eu vejo da bancada, ele sabe bem o que pode contar de cada um.

 

O problema é que o onze inicial do Sporting neste jogo da Liga Europa foi novidade completa, em particular, o guarda-redes suplente Israel, a linha defensiva Quaresma-Coates-Diomande e a linha média Morita-Koindredi, que me pareceu contra-natura com Morita adiantado relativamente a Koindredi quando esperaria o contrário. Assim toda a construção de jogo debaixo da feroz marcação dos italianos ficou comprometida por falta de articulação entre os jogadores.

A excepção foi mesmo o golo do Paulinho, fruto duma descida no terreno de Trincão que deixou perdido o seu marcador directo. Com essa marcação surgiam os erros de quem queria sair a jogar: a Atalanta logo aproveitava para criar grande perigo. Duas bolas nos ferros e um golo. O resultado ao intervalo era bem lisonjeiro para o Sporting.

Os defesas comprometidos por jogadas rápidas, os avançados a jogar quase sempre com o bafo nas costas.

Na segunda parte, com as entradas de St.Juste e os dois nórdicos, tudo melhorou. O Sporting conseguiu enfim equilibrar o jogo, mesmo com Quaresma a claudicar no seu lugar forçando a mudança de flanco. Com St.Juste, Esgaio e Catamo o Sporting ganhou o lado direito. Duas grandes oportunidades: por Coates, cabeçada ao poste, e Catamo ignorou Gyökeres desmarcado ao segundo poste.

 

Num jogo assim não consigo criticar ninguém. Todos estiveram em bom plano, os erros dum ou doutro foram mais provocados pelo adversário do que outra coisa qualquer.

Melhor em campo? Trincão, apesar de todas as vezes em que foi desarmado. Pelo que fez no lance do golo e pelo muito que correu para defender.

Quanto a Edwards, teve uma tarde ingrata. Raramente recebeu bolas para arrancar de frente para a defesa. Numa delas foi à linha de fundo e ofereceu um golo a alguém que não estava lá. Para receber a bola de costas para a baliza, tentar arranjar espaço para rodopiar e arrancar, não dá. Não vale a pena insistir.

Arbitragem? Impecável, como de costume nos confrontos europeus, demonstrando uma vez mais a mediocridade (com excepções) da arbitragem caseira por muito que a APAF e Duarte Gomes tentem vender a imagem contrária. 

 

E agora? Recuperar Inácio e Pedro Gonçalves, e ir a Atalanta fazer o que lá conseguimos alguns meses atrás. 

Mas antes há que ir ganhar a Arouca. Sem isso, toda a gestão que hoje foi feita ficará a carecer de sentido. A prioridade é e continua a ser a Liga.

Eu vou lá estar, como estive na época passada.

SL

Ciclo infernal

Daqui à paragem das Ligas pelas Selecções é mesmo um ciclo infernal para o Sporting e para as duas equipas com que o Sporting compete pelos objectivos imediatos:

Sporting (1.º na Liga, menos 1 jogo):

25/02 - Rio Ave - Sporting

29/02 - Sporting - Benfica (TP)

03/03 - Sporting - Farense

06/03 - Sporting - Atalanta (LE)

10/03 - Arouca - Sporting

14/03 - Atalanta - Sporting (LE)

17/03 - Sporting - Boavista

 

Benfica (1.º na Liga):

25/02 - Benfica - Portimonense

29/02 - Sporting - Benfica (TP)

03/03 - Porto - Benfica

07/03 - Benfica - Glasgow Rangers (LE)

10/03 - Benfica - Estoril

14/03 - Glasgow Rangers - Benfica (LE)

17/03 - Casa Pia - Benfica

 

Atalanta (5.º na Liga, atrás de Inter, Milan, Juventus e Bologna):

25/02 - Milan - Atalanta

29/02 - Inter - Atalanta

03/03 - Atalanta - Bologna

07/03 - Sporting - Atalanta (LE)

10/03 - Juventus - Atalanta

14/03 - Atalanta - Sporting (LE)

17/03 - Atalanta - Fiorentina

 

Quando terminar este ciclo muitos objectivos da época vão ficar clarificados para os três clubes.

Quem pensa que é a "prego a fundo" nos 90 minutos que se ultrapassam com sucesso estes ciclos não percebe patavina de futebol. Saber controlar os ritmos de jogo, ganhar com o mínimo desgaste, é fundamental. Entrando "com tudo" e marcando primeiro tudo fica mais fácil. Conseguir rodar jogadores sem prejuizo da dinâmica da equipa também.

Como o Sporting de Amorim tem feito excelentemente em muitas ocasiões.

PS: Valores actual dos planteis de acordo com o TM:

Sporting : 302 M€

Benfica : 365 M€

Atalanta : 330 M€

SL

UEFA recua: vamos jogar no dia 6

Afinal o Sporting-Atalanta, primeiro desafio da nossa participação nos oitavos-de-final da Liga Europa, irá disputar-se na próxima quarta-feira, dia 6, em Alvalade (17.45) e não na véspera. Inicialmente a UEFA estipulou que o jogo seria na terça, o que forçaria o adiamento do Sporting-Farense, a disputar 48 antes.

Seria péssimo, pois já nos basta termos o Famalicão-Sporting ainda por disputar. Menos mal assim.

Quente & frio

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Pedro Gonçalves, campeão do desperdício em Bérgamo: quatro golos fáceis falhados

Foto: Michele Maraviglia / EPA

 

Gostei muito de Edwards. Entrou só depois do intervalo no nosso jogo de ontem contra a Atalanta, em Bérgamo, mas fez logo a diferença. Após um primeiro tempo em que concedemos a iniciativa ao adversário, muito pressionante na nossa saída de bola, o Sporting veio da pausa revigorado. Quase irreconhecível, para muito melhor. O péssimo corredor direito foi alterado, com o inglês - tal como no desafio de Alvalade - a fazer novamente a diferença lá na frente. Aos 47' esteve à beira de marcar após boa combinação com Geny (outra entrada após o intervalo que trouxe grande dinâmica). E aos 56' marcou mesmo, lançado por Gyökeres, com perfeito domínio da bola superando quem tentou pará-lo. Meteu-a lá dentro, disparando com o seu pior pé - o direito - em  estreia absoluta como artilheiro na Liga Europa. Merece elogio até porque na véspera tinha sofrido um aparatoso acidente de automóvel, felizmente sem sequelas físicas nem psicológicas. Melhor em campo. 

 

Gostei das substituições feitas por Rúben Amorim: graças a elas, e em réplica quase perfeita do desafio contra os italianos em Alvalade, a 5 de Outubro, o onze leonino pressionou, dominou e empurrou em largos períodos a Atalanta para o seu reduto. Foi pena, uma vez mais, termos dado 45 minutos de avanço à turma que nos defrontou. Mas agora, pelo menos, conseguimos um empate (1-1), afastando o estigma da derrota (1-2) como a que ocorreu no nosso estádio e que tanto nos desagradou. Também gostei de ouvir centenas de adeptos a puxar pela nossa equipa, desafiando o frio de Bérgamo. E, naturalmente, de ver o Sporting garantir o segundo lugar no grupo D: este já ninguém nos tira.

 

Gostei pouco de ver tantos passes falhados em zonas de risco, sobretudo na primeira meia hora de jogo. Com a dupla Morten-Morita incapaz de suster o meio-campo da Atalanta e os nossos corredores laterais sem capacidade para produzir jogo ofensivo. Geny, pela direita, e Nuno Santos, pela esquerda, são bem mais acutilantes do que Esgaio e Matheus Reis nas mesmas posições - como viriam a comprovar na segunda parte.

 

Não gostei de perder a luta pelo primeiro lugar no nosso grupo: estivemos apenas a um golo do acesso praticamente garantido aos oitavos da competição. Assim teremos de disputar dois jogos extra, num play off, a 15 e 22 de Fevereiro - daí ter ficado perplexo com aqueles minutos finais em que os nossos andaram a queimar tempo à espera que o desafio acabasse, como se não pudéssemos ou não quiséssemos sair vitoriosos. Também não gostei de ver Gonçalo Inácio novamente amarelado sem qualquer necessidade logo no início, agora aos 11': Amorim devia fazer treino específico com ele para evitar a repetição destas entradas imprudentes que podem penalizar seriamente a equipa - e penalizaram mesmo, no clássico da Luz. 

 

Não gostei nada de sofrer o golo tão cedo, logo aos 23', marcado por Scamacca, goleador da Atalanta que já tinha concretizado duas vezes antes, mas sem valer por estar fora-de-jogo. Desta vez valeu, devido a uma perda de bola de Diomande junto à linha do meio-campo, à incapacidade dos restantes defesas de fecharem o corredor e à incorrecta posição de Adán, muito adiantado: ainda tocou na bola com a ponta dos dedos, sem conseguir pará-la. Via-se que faltava ali Coates, ausente do onze titular e só em campo a partir do minuto 80 (rendeu St. Juste, central à direita, com o marfinense ao meio). Também não gostei nada das exibições de Esgaio e Trincão, totalmente ineficazes no corredor direito: o primeiro foi incapaz de fazer um cruzamento, o segundo perdia a bola com uma facilidade impressionante, parecendo com a cabeça noutro lugar qualquer. Já não voltaram do intervalo, em claro benefício da equipa, que recuperou eficácia. Enfim, quase desesperei com Pedro Gonçalves, que desperdiçou quatro golos: aos 35' (chapéu falhado por completo após ter sido isolado por Gyökeres), aos 66' (bem servido por Edwards, consegue fazê-la embater nos dois postes sem entrar), aos 68' (atirou para cima da barra) e aos 71' (isolado por Morita, opta por um passe frouxo ao guarda-redes). Repetiu a desastrosa exibição em Lisboa: anda irreconhecível.

O dia seguinte

Perdermos hoje em Bérgamo a corrida pelo 1.º lugar no grupo da Liga Europa e assegurámos o 2.º lugar, o que desde logo traz vantagens e inconvenientes. Por um lado podemos descansar titulares na semana do clássico, mas vamos depender do sorteio para saber com quem iremos jogar no início do ano, sendo que não iremos defrontar nenhum dos rivais para a Liga nessa altura, e o Sp.Braga receberemos em Alvalade.

Não me recordo de num jogo fora das competições europeias contra um clube médio/grande duma grande Liga como a italiana termos sete ocasiões claras de golo contra duas do adversário. Conseguimos deixar de ganhar o jogo só mesmo por muita falta de inspiração e de sorte também. As duas coisas que faltaram ao melhor marcador da Liga no ano do título e que não queria acreditar no que estava a acontecer.

 

Esta Atalanta não é pera-doce para ninguém. Tem um modelo de jogo completamente "fora da caixa" no futebol actual, baseado na marcação em presssing homem a homem e no desequilíbrio ofensivo via homem livre vindo de trás, e contou com um árbitro inglês de critério bem largo ao seu gosto. Claro que entrando em pressing total a todo o campo haverá um momento em que as energias acabam, primeiro dum, depois doutro, e a equipa falha o pressing, perde o fulgor, perde o tempo de entrada aos lances, os amarelos vão surgindo e a equipa cada vez mais fica acantonada perto da sua área à procura dum contragolpe rápido e certeiro.

Com uma defesa sem Coates, com mais pedalada mas menos controlo, o Sporting nem sempre soube contrariar esse modelo de jogo na 1.ª parte, muito por culpa dum Trincão sem tempo nem espaço para receber, rodar e acelerar. Esgaio também foi de pouca ajuda, para além de um pontapé disparatado na sequência dum canto programado. As perdas de bola nas transições ofensivas do Sporting rapidamente eram transformadas em desmarcações para golo dum perigoso Scamacca (não foi falado há anos do interesse do Sporting nele?). Que marcou um grande golo mesmo contando com a colaboração de Adán. Mesmo assim o Sporting teve duas grandes oportunidades para levar o jogo empatado para intervalo. 

 

Na 2.ª parte Rúben Amorim corrigiu o que estava à vista de todos. Entraram como tinham entrado em Alvalade Edwards e Catamo, e, com a excepção de mais um passe falhado e uma desmarcação do mesmo Scamacca que falhou um golo certo, só deu Sporting. Edwards falhou um, marcou outro, Pedro Gonçalves falhou mais três lances de golo feito, incluindo um remate que foi aos dois postes. Dizer o quê ? O Messi falhou muitos também.

Melhor em campo? Edwards, grande entrada em campo dum jogador que se transcende nestes palcos. St. Juste provou mais uma vez que é um óptimo defesa central, e o seu processo de recuperação física está para já a resultar. Vai calar a boca a muito boa gente.

Arbitragem? Critério largo, deixar jogar, reprimir as faltas de respeito e as palhaçadas, podia dar aulas aos Soares Dias, Joões Pinheiros e Duarte Gomes.

E agora? Gil Vicente na segunda-feira.

SL

Tornar tudo mais difícil

Quatro grandes oportunidades desperdiçadas pelo Sporting na segunda parte, há pouco, em Bérgamo. Três delas escandalosas, por responsabilidade de um Pedro Gonçalves irreconhecível. Incapacidade total na finalização.

Vimos de lá com um empate (1-1) quando podíamos ter vencido até por mais de um golo de diferença. O que nos deixaria em primeiro lugar no nosso grupo, quase com presença garantida desde já nos oitavos-de-final da Liga Europa.

Temos esta mania de tornar tudo mais difícil.

Quente & frio

 

Gostei muito de ver Gyökeres voltar a marcar. O sétimo golo em oito jogos. Novamente de penálti - e vão três. Chamado a converter, aos 76', não vacilou. É extraordinária a relação que o internacional sueco tem com a baliza. Infelizmente não bastou para evitar a derrota: perdemos em casa  (1-2) contra a Atalanta, equipa italiana com nível de Liga dos Campeões - muito bem comandada há oito anos pelo veterano treinador Gian Piero Gasperini. Foi a nossa primeira derrota da temporada. Que, infelizmente, pôs fim a uma longa série de resultados positivos: há 22 jogos seguidos que não perdíamos um desafio oficial, desde 13 de Abril. Os 42.308 espectadores presentes no estádio mereciam ter visto um Sporting bastante melhor.

 

Gostei das substituições feitas pelo treinador ao intervalo. Saíram três jogadores com exibições calamitosas no primeiro tempo, entraram três colegas que muito contribuíram para relançar o jogo leonino neste período, em que fomos superiores à turma adversária já com Coates, Edwards e Geny em campo. Um golo, uma bola ao poste e quatro remates enquadrados: nada a ver com os 45 minutos iniciais, em que não fizemos um só disparo à baliza dos italianos. Entendi muito mal por que motivo Rúben Amorim deixou Coates de início no banco: com ele em campo, tudo foi diferente. Também Geny e Edwards mexeram com o jogo, acelerando-o sem temores nem complexos. Distinguiu-se sobretudo o inglês, para mim o melhor dos nossos: conquistou quatro faltas, uma das quais valendo o amarelo ao adversário, fez um cruzamento para golo (Gonçalo Inácio falhou, cabeceando para fora na grande área aos 52') e esteve ele próprio quase a marcar, aos 77'. Devia ter integrado o onze titular.

 

Gostei pouco de ouvir os mesmos que no início cantavam «farei o que puder pelo meu Sporting» desatarem, cerca de meia hora depois, a destratar a equipa no estádio, dando ânimo e alento à turma adversária. O nosso clube está cheio de adeptos que adoram assobiar. Infelizmente, em vez de assobiarem só no duche, vão de propósito a Alvalade para vaiar os nossos jogadores. «Farei o que puder pelo meu Sporting» é isto? Não parece nada.

 

Não gostei de perder. Não gostei dos 45 minutos de avanço dados à equipa de Bérgamo. Não gostei da forma como Amorim assistiu impávido àquele descalabro colectivo do primeiro tempo sem ter feito mais cedo as alterações que se impunham, corrigindo sobretudo o naufrágio do nosso meio-campo. Não gostei do enorme desgaste físico e anímico sofrido naquela primeira parte de avassalador domínio do Atalanta, que ficou em quinto lugar na Liga italiana 2022/2023: oxalá não seja mau prenúncio para a nossa partida de domingo contra o Arouca.

 

Não gostei nada de vários jogadores. Desde logo, a desastrosa estreia de Fresneda a titular: não revelou arcaboiço para aquilo, foi no nosso corredor direito que os italianos entraram como faca em manteiga, perante a impotência do ala espanhol, muito verde (no pior sentido) para tal função, fazendo-nos sentir saudades de Esgaio - que o substituiu aos 67'. Paulinho, sinónimo de nulidade: absolutamente inócuo na construção ofensiva, incapaz de se libertar da marcação individual a que foi sujeito, e é ele quem põe em jogo o autor do passe para o primeiro golo italiano. Morten continua a parecer peixe fora de água: não cumpriu os mínimos como médio defensivo nem formou eficaz parceria com Morita - o japonês melhorou bastante já com ele ausente. Nuno Santos apareceu oxigenado e talvez por isso destacou-se pela negativa, sem um só cruzamento perigoso e abusando dos passes à retaguarda. Pedro Gonçalves destacou-se por uma sucessão quase assustadora de perdas de bola e passes falhados - recebeu cartão aos 84' e devia ter visto outro por um pisão aos 35', convém não abusar da sorte. Finalmente Daniel Bragança, que substituiu Matheus Reis aos 90'+1, voltou a ver o amarelo com poucos segundos em campo pelo segundo jogo consecutivo. Assim mais vale ficar no banco. Ou na bancada.

O dia seguinte

Um primeiro tempo completamente falhado, um segundo tempo a correr atrás do prejuízo, o resultado reflecte a diferença entre o que o adversário conseguiu fazer depois de marcar o primeiro golo no primeiro tempo e o que o Sporting conseguiu fazer depois de ter marcado o seu primeiro golo também no primeiro tempo. A Atalanta marcou o segundo num remate mal defendido por Adán, Edwards falha o golo isolado e logo depois Catamo leva a bola ao poste.

Se a ideia de jogo de Amorim, criar situações de 3 para 3 no ataque, fazia algum sentido, o Atalanta com uma marcação "rotweiller" tornou tudo muito difícil e toda a estratégia ruiu quando colocou um "verdinho" Fresneda a titular. Com isso nunca o Sporting teve saída de jogo pelo lado direito, nem sei se alguma vez Diomande lhe terá passado a bola se esquecermos aquela vez que lhe acertou nas costas num alívio, e a defender foi uma passadeira para a Atalanta. Do outro lado, Nuno Santos estava num dia de passear o penteado, e nesses dias a única coisa que se pode fazer é deixá-lo na cabine ao intervalo. No meio campo, Morita e Hjlumand andavam a tentar tapar buracos dum lado para o outro, sem qualquer capacidade de controlo sobre o jogo. 

 

Ao intervalo, com 0-2 e um futebol "algemado" por uma muito competente Atalanta, eu diria que era esquecer o assunto e pensar no Arouca. Não foi isso que Rúben Amorim fez, só por questões de liderança dum grupo que não vale a pena explicar a quem não quer perceber não tirou logo Fresneda, mas Nuno Santos, Hjulmand e Paulinho deram lugar a um Coates que estabilizou a defesa e a Edwards e Catamo, este até que enfim no seu verdadeiro lugar, que, conjuntamente com o recuo do Pedro Gonçalves para organizador de jogo, transformaram por completo o futebol da equipa.

Todo o segundo tempo foi dum Sporting dominador que a Atalanta só em falta conseguia parar, os amarelos foram surgindo, as marcações ao homem ficando mais complicadas, e por volta dos 50 minutos Inácio teve uma oportunidade soberana de diminuir.

Depois veio o penálti, e depois do penálti as duas oportunidades de empatar atrás descritas e depois disso o resultado ficou definido.

Uma derrota em casa contra uma equipa italiana, penso que a última terá sido fora contra uma equipa italiana também, 15 ou 20 jogos atrás. Alguns sportinguistas devem sofrer de alguma doença ressabio-degenerativa, já não se recordam de quando perdíamos duas vezes na mesma semana ou contra uns albaneses jeitosos. E perder realmente custa.

Melhor em campo? Nem sei, talvez Diomande, que teve de jogar por ele e pelo parceiro do lado e que acertou no braço do defensor italiano que deu o penálti.

 

Que tirar desta derrota?

1. O primeiro lugar do grupo continua em aberto, os proximos dois jogos do Sporting e da Atalanta contra adversários menores vão ajudar a definir muita coisa antes da visita do Sporting a Bérgamo.

2. Coates não só é o capitão, líder da defesa, mas é mesmo o cérebro da equipa. Sem ele tudo se torna mais difícil, patrão fora, feriado na loja. Diomande e Inácio são os seus fiéis ajudantes, mas apenas isso.

3. Morita, Hjulmand, Bragança... As rotinas tardam a entrar, um não chega, dois são demais e é preciso recuar o Pedro Gonçalves. Médio centro, precisa-se. Com urgência.

4. Gyökeres e Pedro Gonçalves são imprescindíveis, para jogar sempre, e para pôr a equipa a jogar em função deles, independentemente do que falham aqui ou ali. Edwards, Paulinho, Catamo e Trincão a entrar conforme os jogos e os momentos dos jogos.

5. Esgaio ou Fresneda? St, Juste. Que volte depressa.

Bom, no domingo temos de ganhar ao Arouca, e não vai ser fácil.

SL

Amanhã à tarde em Alvalade

Mais uma vez vamos ter lotação esgotada em Alvalade na recepção ao Atalanta de Bérgamo, linda cidade nos arredores de Milão com um aeroporto muito funcional, para onde voei no ano passado e para onde não me importaria de voltar no final de Novembro.

Com excepção do empate na visita ao Sp.Braga, explicado apenas por um livre muito bem marcado pela equipa da casa já no final do encontro, o Sporting conta por vitórias os jogos efectuados, demonstrando sobejamente estofo de campeão, feito de disciplina, humildade, espírito de equipa, esforço de todos e talento dum ou doutro. Com um presidente que sabe qual é o seu lugar e não complica o lugar dos outros, um treinador trabalhador e muito inteligente e um capitão que lidera pelo exemplo de profissional e de homem.

Claro que tudo isto, numa determinada tasca mantida por um integrante duma candidatura arrasada nas urnas nas últimas eleições, se transforma em azia e desprezo. Qualquer vitória sofrida é motivo para um apontar de culpados, entre o "gayola" Varandas, o "rabolho" e burro Amorim, o reformado Adán, o coxo Coates, o inútil "esgalho", o 23M "zerinho", e assim por diante. Entretanto deixaram de pagar quotas e ir ao estádio. Voltarão apenas quando algum clone do seu ex-grande timoneiro tomar conta do clube. Letais ao Sporting.

 

Pois amanhã é mesmo para ganhar. Perante uma boa equipa italiana que joga e deixa jogar, com a experiência adquirida nos jogos de pré-época com as equipas espanholas, mas mantendo a ideia de gestão do plantel para que o desempenho na Liga não seja afectado, ou seja, fazendo descansar alguns jogadores com mais dificuldade em jogar dois jogos por semana a ritmo elevado.

Com Coates lesionado, imagino que o onze seja muito semelhante ao que actuou na Aústria:

Adán; Diomande, Inácio e Matheus Reis; Esgaio, Hjulmand, Bragança e Nuno Santos; Trincão, Gyokeres e Pedro Gonçalves.

Toda a confiança em Amorim, toda a confiança na equipa, uma tarde fantástica em Alvalade, um inferno verde no bom sentido, uma grande vitória no final.

SL

{ Blogue fundado em 2012. }

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