Arthur recebeu guia de marcha - ele e outros seis contratados em 2022 e já em 2023
Arthur (agora no plantel do Cruzeiro), Rochinha (emprestado a um clube do Catar), Bellerín (com entrada confirmada no Bétis), Marsà (prestes a sair porque não conta para Amorim), Sotiris (pronto a negociar, pois é carta fora do baralho), Tanlongo (também riscado pelo treinador, com empréstimo quase certo ao Estoril) e Fatawu (com veto do técnico, está no mercado para ser despachado do Sporting).
Sete jogadores.
Vou recordar quando chegaram e quanto custaram. Vale a pena, pois a memória dos adeptos nem sempre é forte.
Abdul Fatawu, internacional ganês de 18 anos, foi contratado ao Dreams FC, emblema do seu país, em Abril de 2022. Ficou ligado ao Sporting por cláusula de 60 milhões de euros. Custou 1,2 milhões de euros. Jogou 143 minutos na equipa A.
José Marsà, 19 anos, foi contratado após cessar contrato com o Barcelona B em Julho de 2022. Fixaram-lhe cláusula de rescisão de 45 milhões de euros. Jogou 549 minutos na equipa A.
Rochinha, 27 anos, foi contratado ao V. Guimarães em Julho de 2022. Por 2 milhões de euros, ficando o clube minhoto com 10% dos direitos económicos do jogador, a quem foi fixada cláusula de rescisão de 45 milhões de euros. Jogou 487 minutos.
Sotiris Alexandropoulos, 20 anos, já internacional pela Grécia, foi contratado ao Panathinaikos em Agosto de 2022. Por 4,5 milhões de euros, ficando ligado ao Sporting por cláusula de 60 milhões de euros. Jogou 314 minutos na equipa A.
Arthur Gomes, 24 anos, foi contratado ao Estoril em Setembro de 2022. Por 2,5 milhões de euros por metade dos direitos desportivos do jogador mais uma parte do passe de Tiago Santos, formado em Alcochete. Tinha uma cláusula de 60 milhões. Jogou 1516 minutos.
Mateo Tanlongo, 19 anos, veio para o Sporting, oriundo da formação do Rosario Central, em Janeiro de 2023. Internacional sub-20 pela Argentina, ficou vinculado por cláusula de 60 milhões de euros. Jogou 158 minutos.
Héctor Bellerín, 27 anos, chegou a Alvalade em Janeiro de 2023. Vindo do Barcelona, após ter cessado contrato com o Arsenal. Custando 1 milhão de euros até ao fim da época. Jogou 523 minutos.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre ARTHUR:
- José Navarro de Andrade: «Chego a ter pena de Arthur Gomes. Na primeira vez que enverga a camisola do Sporting, na primeira vez que se apresenta na Champions, na primeira vez que pega na bola, vai por ali fora prega uma cueca num defesa e outra no guarda-redes, e logo o Lloris, e marca um golo - quantas vezes isto pode acontecer numa vida?» (13 de Setembro)
- Luís Lisboa: «Um Edwards ou um Arthur Gomes como estes é que não havia no Tottenham. Foram dois lances que os melhores do mundo não desdenhariam assinar, no primeiro ainda Lloris deve estar a tentar perceber como conseguiu defender, no segundo não teve hipóteses.» (13 de Setembro)
- Marta Spínola: «No golo de Arthur... entre os "segura agora!" e os "não... ai vamos ao segundo?!", todos acreditámos e, com a magnífica jogada individual (depois de bom trabalho de Esgaio e Paulinho), a euforia foi total. Inaugurei assim, também eu, mais uma temporada de abraços a estranhos na bancada.» (15 de Setembro)
- Francisco Almeida Leite: «Não se percebe a opção de ontem por Arthur Gomes de início e as entradas de Jovane e de Rochinha quando estamos a perder e temos que dar a volta.» (9 de Janeiro)
- Eu: «O brasileiro que veio do Estoril vai-se revelando decepcionante jogo após jogo. Ao ponto de já não faltar quem se questione se é mesmo reforço.» (30 de Janeiro)
- Vítor Hugo Vieira: «Numa linha de jogadores para não vender já, porque têm margem para valer muito mais, coloco Diomande, Trincão, Arthur Gomes, St. Juste e Fatawu.» (11 de Maio)
O Sporting tem no actual plantel seis defesas centrais. Ontem Coates descansou e jogaram os outros cinco.
Com os três que entraram de início mais Ugarte a destruir e Pote a construir, o Sporting fez uma excelente primeira parte: marcou dois e falhou outros tantos, tamanha foi a superioridade que exibiu em campo.
Também os dois alas estiveram em excelente nível. Faltou apenas melhor articulação com os avançados porque os bons centros seguiam para ninguem.
Veio a segunda parte e veio a gestão de esforço. Veio também o golo de Edwards, uma carga que deixou Pote a mancar, uns minutos de moralização para Neto e Rochinha e a equipa foi decaindo até final. E o Santa Clara ia marcando.
Melhor em campo? Pote.
Melhor exibição desde que chegou ao Sporting? Arthur Gomes
E Diomande? Um colosso, a classe é imensa, precisa apenas de não exagerar na demonstração da mesma. Que renove primeiro com a clausula revista.
E o árbitro? Impecável, o que é de estranhar com a canalhice dos Pinheiros e dos Dias levados ao colo por estes Apafs que mandam na arbitragem a contento de Porto e Benfica.
O Sporting perdeu e perdeu bem ontem nos Barreiros, e se quisermos apontar culpados disso mesmo rapidamente encontramos três: Hélder Malheiro, José Gomes e Rúben Amorim. Desta vez o relvado estava com bom aspecto, chuva não havia, estava tudo em condições para jogar bem e ganhar.
Sobre o primeiro, uma desigualdade de critérios evidente no penálti que não marcou relativamente ao que marcou, duas entradas por trás em que o avançado é derrubado e nos amarelos a que foi poupando o adversário, sempre a entrar no limite sobre os nossos jogadores.
Sobre o segundo e depois da goleada em Alvalade para a Taça da Liga fez muito bem o trabalho de casa, e colocou em campo um onze que manietou o Sporting e o colocou sempre em desconforto, marcou de penálti mas além disso esteve próximo de marcar em mais uma ou outra situação em jogadas rápidas e intencionais de contra-ataque. Com certeza vamos ouvir falar de Leo Pereira.
Sobre o terceiro, que tantas vezes tenho elogiado e de que sou um apoiante desde a primeira hora, esteve francamente mal, desde o erro de casting para mim evidente de Mateus Fernandes, até à insistência numa saída a jogar que não tinha no meio-campo quem lhe desse sequência como o fazia Matheus Nunes. O jogo pedia um jogo mais directo para trás da linha de pressão do Marítimo, e esperar por eles em vez de os ter sempre de frente para o jogo, a pressionar e a tapar as linhas de passe. A equipa partiu-se ao meio, os três avançados não tinham jogo, valiam as arrancadas de Porro sempre muito marcado pelo Leo Pereira, num desses lances surgiu o penálti escamoteado.
Não dá para entender como é que o médio ofensivo da equipa B, o mais avançado dos três médios, é colocado a 8 num jogo com estas características. Tudo poderia ser diferente se ao lado de Ugarte estivesse um Marsà e ele mais à frente em vez dum Trincão ou dum Edwards, mas assim nem atacava nem defendia, os desarmes eram invariavelmente em falta, e dum deles o penálti.
Não dá para entender a insistência num Jovane e num Rochinha que tal como Esgaio andam às voltas com os seus problemas e frustrações e não têm condições psicológicas para trazer valor à equipa. St. Juste veio fazer uns minutos para acelerar a recuperação.
Também Arthur esteve muito mal. Nuno Santos entrou tarde, Coates saiu cedo, isto de andar a jogar dois jogos no mesmo jogo só pode dar mau resultado.
Enfim, era um jogo que tínhamos mesmo de ganhar. Andamos a fazer crescer jovens fora da sua posição e a recuperar lesionados no físico a na cabeça.
Tudo tem origem num plantel curto e desequilibrado, sem condições para atingir os objectivos da época. Temos um bom onze, mesmo assim carenciado fisicamente, mais dois ou três em determinados lugares, e depois mais ninguém ao mesmo nível. Temos alguns jovens de imenso potencial, mas apenas isso. Faltam três jogadores altos, fortes e experientes no eixo central que no jogo de ontem dariam imenso jeito para ganhar os duelos a meio-campo e pôr o adversário em sentido.
Melhor em campo? Qualquer dos três defesas, os menos maus.
E agora? Agora é ganhar na Luz como aconteceu no ano passado. Temos onze para isso, o problema é o resto.
Muito ainda para conquistar esta época. Confiança total em Rúben Amorim, confiança total nesta equipa!
Gostei muito da nossa vitória (2-0) contra o Tottenham desta noite em Alvalade. Segundo triunfo consecutivo na Liga dos Campeões após a recente goleada frente ao Eintracht na Alemanha. Já lideramos o nosso grupo da Champions, com seis pontos, cinco golos marcados e nenhum sofrido. Ganhamos balanço para fazermos a nossa melhor prestação de sempre na prova máxima do futebol, embolsámos mais 2,8 milhões de euros graças a esta vitória e voltamos a apresentar uma equipa que faz lembrar a da conquista do campeonato há 16 meses. Mudam as peças, mas o colectivo mantém-se sólido. Agora com organização defensiva reforçada (apesar de termos dois centrais lesionados), a procura do golo acentua-se e o conjunto leonino demonstra não recear nenhum adversário, seja em que prova for: enfrentamos qualquer um de olhos nos olhos. Para alegria dos adeptos.
Gostei de quase todos os jogadores, embora alguns mereçam menção especial. Começando por Nuno Santos, que fez talvez a sua melhor exibição de Leão ao peito. Combativo, batalhador, recuperou bolas, ganhou duelos, sem dar um lance por perdido, partiu os rins a Emerson em vários confrontos individuais, fazendo-lhe marcação cerrada. E criando constantes desequilíbrios no seu corredor, que patrulhou com eficácia. Destaque também para Edwards, protagonista do mais belo lance do jogo, aos 45'+2, parecendo imitar Maradona ou Messi ao entrar como faca por manteiga pela defensiva do Tottenham - clube onde se formou. Lance que só não deu golo (tal como outro, aos 67') devido a magníficas defesas de Lloris. Adán, Ugarte, Pedro Gonçalves e Matheus Reis também estiveram muito bem. Mas o Sporting ganha o jogo devido à visão de Rúben Amorim, que lançou do banco os marcadores dos dois golos: Paulinho entrou aos 76' e meteu-a lá dentro de cabeça, na sequência de um canto, aos 90'; e o estreante Arthur Gomes, que entrou aos 90'+2. Em estreia absoluta de verde e branco, marcou o seu golo inaugural no primeiro (e único) minuto em que esteve em campo e na primeira vez que tocou na bola, partindo meia defesa do Tottenham. Estreia de sonho: o céu é o limite.
Gostei poucoque o número de espectadores ontem em Alvalade estivesse abaixo de 40 mil. Em rigor, havia 39.899 nas bancadas - número inferior às expectativas, atendendo ao facto de recebermos uma das cinco melhores equipas da Premier League. Também é verdade que o horário do jogo, nesta terça-feira, não ajudou: a partida tinha início marcado às 17.45 - creio que foi a primeira vez que o Sporting jogou em casa a esta hora para a Liga dos Campeões. Mas o mais importante é que quem lá esteve não regateou incentivos em forma de cânticos e de aplausos aos jogadores.
Não gostei do desempenho dos craques do Tottenham, uma das melhores equipas inglesas da última década: o Sporting conseguiu anular Son, Richarlison e Harry Kane. Que até estavam bem mais folgados que os nosso craques, pois a turma londrina não disputou a jornada do passado fim-de-semana, com o Manchester City como adversário. Também não gostei de ver Eric Dier, que esteve nove anos em Alvalade, jogar desta vez contra nós: mantenho a esperança de voltar a vê-lo de verde e branco.
Não gostei nada, uma vez mais, de ouvir o Hino da Champions ser assobiado por centenas ou até milhares de adeptos no nosso estádio. Insisto: é uma enorme estupidez. Esta gente parece que preferia ver o Sporting excluído da liga milionária. Questiono-me se também exigirão à administração da SAD que devolva de imediato os 5,6 milhões de euros que receberemos só pelos primeiros dois jogos nesta prova 2022/2023. Tão elevado encaixe financeiro também lhes dará vontade de assobiar?
Foi um excelente jogo de futebol entre um dos "big3" portugueses e um dos "big5" ingleses, um jogo digno duma Champions onde temos mesmo de estar ano após ano, duas equipas que têm muitas coisas em comum mesmo com orçamentos e valores de plantel completamente distintos. Uma equipa portuguesa que vinha cansada por três jogos numa semana, uma equipa inglesa que vinha descansada pela anulação da jornada da Premier League pelos motivos conhecidos.
Desde logo o mesmo sistema táctico 3-4-3, o mesmo tipo de guarda-redes experiente, tremendamente concentrado e extraordinariamente eficaz, o mesmo tipo de patrão defensivo imponente, o mesmo tipo de ponta de lança associativo que funciona como pivot de toda a manobra ofensiva da equipa. Mas também todo um modelo de jogo que previlegia as transições e os avanços em profundidade dos dois interiores.
Se Lloris conseguiu duas defesas do outro mundo a remates de Edwards e Porro, Adán esteve seguríssimo. Se Eric Dier mostrou bem porque é titular da selecção inglesa, quase 10 anos depois de ter sido lançado por Jesualdo Ferreira como trinco na equipa principal do Sporting, com uma capacidade de passe à distância notável, Coates esteve ao seu nível e foi uma parede intransponível para o ataque adversário. Se tudo passava por Harry Kane no ataque do Tottenham embora desperdiçando ele um dos melhores centros do encontro (acontece aos melhores), Paulinho entrou e logo se antecipou ao mesmo Kane para desviar para a baliza contrária uma bola que entrou como um missil na baliza de Lloris.
Mas um Edwards ou um Arthur Gomes como estes é que não havia no Tottenham. Foram dois lances que os melhores do mundo não desdenhariam assinar, no primeiro ainda Lloris deve estar a tentar perceber como conseguiu defender, no segundo não teve hipóteses.
O Sporting entrou em campo com a lição bem estudada: construir desde trás para atrair, conseguir colocar a bola atrás da linha de pressão para partir em velocidade em direcção à baliza contrária. O Tottenham saía fácil, Kane recuava para atrair a defesa e facilitar a colocação de bolas nos dois interiores atrás da nossa linha defensiva. Ao intervalo tinham sido três oportunidades claras do Sporting, contra apenas outras três situações de fora de jogo por parte do adversário.
Na 2.ª parte as coisas complicaram-se para o Sporting, a fadiga acumulada começou a pesar especialmente em Morita e Trincão, o Tottenham começou a ter uma facilidade muito maior em ganhar os duelos e circular a bola e as situações de verdadeiro perigo começaram a acontecer na baliza de Adán. Valeu que o Tottenham nunca forçou verdadeiramente o jogo aéreo, porque aí é que estava o grande problema do Sporting, como naquele lance em que Nuno Santos é facilmente batido, a cabeçada vai ao solo e Adán salva.
Com as entradas de Sotiris e Paulinho, Rúben Amorim equilibra o jogo, as duas equipas parecem conformadas com o empate e eu também, quando Porro tem um daqueles lances "à Porro" que Lloris defende milagrosamente, no canto Paulinho marca da forma atrás descrita, e ainda andava eu meio louco aos pulos na bancada quando olho para o relvado vejo o Arthur, que nem sequer tinha reparado que tinha entrado, ir por ali fora tipo futebol de praia e marcar o segundo.
Inacreditável, tive de me beliscar para ver se não estava mesmo a sonhar, mas também tudo à minha volta me dizia que não. E foi verdade mesmo, uma grande vitória do Sporting, a quarta consecutiva sem sofrer qualquer golo, 6 pontos na Champions e quase 6M€ de encaixe, bem mais próximos de repetir o feito do ano passado e passar aos oitavos de final da competição.
Um dia de glória para Rúben Amorim. A ele, mais que a ninguém, devemos este feito, duma resiliência e duma competência a toda à prova. Glória a este punhado de jogadores com uma alma de leão incrível, um dia de glória para uma equipa com vários estreantes na Champions, e especialmente um dia de glória para um brioso jogador que não merecia a campanha idiota e vergonhosa (que não se confunde com a crítica legítima e fundamentada) que alguns dentro e fora do clube não se cansaram de fazer talvez apenas para chegar a outros objectivos: desestabilizar este treinador, desestabilizar este presidente, desestabilizar este clube, o Sporting Clube de Portugal.
Agora aguentem e vão chatear o Taremi.
Melhor em campo?
Foram tantos que é difícil escolher, se for pelos que entraram de início e duraram o tempo todo talvez Ugarte. Se for para quem decidiu o jogo, claro que terá de ser o Paulinho.
1. Gostava de saber quem na equipa técnica do Sporting tem a tarefa de analisar as equipas adversárias. Já se tinha visto contra os Francofortenses e agora ficou evidente contra os Spurs: chegou a dar a impressão que sabíamos mais sobre eles do que eles próprios. Em cima desta informação até parece fácil montar as dinâmicas adequadas e depois executa-las em campo. Parece, parece...
2. Se Lloris não fosse um dos melhores guarda-redes do mundo não teria defendido aquela jogada cósmica de Edwards no final da primeira parte. Até a Rainha resssucitava caso tivesse sido golo.
3. Houve momentos em que a disposição das equipas em campo era quase simétrica. Que terá passado pela cabeça de Conte ao ser vencido por um declarado émulo do seu futebol? É um caso em que o aprendiz de feiticeiro supera o mestre.
4. Chego a ter pena de Arthur Gomes. Na primeira vez que enverga a camisola do Sporting, na primeira vez que se apresenta na Champions, na primeira vez que pega na bola, vai por ali fora prega uma cueca num defesa e outra no guarda-redes, e logo o Lloris, e marca um golo - quantas vezes isto pode acontecer numa vida?