Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

És a nossa Fé!

Bruno Fernandes, Ugarte, Ruben Amorim

Bruno-Fernandes-comemorando-gol-contra-o-Arsenal-e

Bruno, com alma de leão, celebra o golaço aos 52': United eliminou Arsenal

 

Foi bom rever ontem dois nossos grandes ex-jogadores, Bruno Fernandes e Manuel Ugarte, num dos mais míticos estádios do planeta: o Emirates, em Londres. Disputava-se a Taça de Inglaterra, o Arsenal recebia o Manchester United, Ruben Amorim defrontava aquela que hoje é, para muitos, a melhor equipa do mundo.

Aqueles que entoam hossanas às arbitragens da terra de Sua Majestade deviam ter visto este jogo, emocionante do princípio ao fim. Jogo sem vídeo-árbitro, o que nos faz abrir a boca de espanto: como é que a segunda mais importante competição futebolística inglesa, em desafios de cartaz grande como este, prescinde do VAR?

Sem esta instância de recurso, o árbitro errou impune. Aos 38', Bruno Fernandes é claramente derrubado em falta por Gabriel Jesus em posição frontal à baliza, a um metro da grande área: o apitador fez vista grossa. E aos 68' é assinalada uma grande penalidade por alegada falta de Maguire que nunca existiu. Felizmente Bayindir, o guadião turco dos red devils que ontem terá feito a melhor exibição da sua vida, defendeu o penálti apontado por Odegaard .

 

Antes já o nosso Bruno, confirmando que esta experiência na Premier League só lhe refinou as qualidades, abrira o marcador num golaço a passe de Garnacho. Futebol linear e geométrico, em contra-ataque letal: o argentino progrediu junto à linha direita e cruzou para o capitão, que disparou de primeira, sem a deixar cair no chão. Era aos 52', rompia-se o empate a zero, os devils (ontem equipados de azul) haviam resistido à pressão ofensiva da equipa da casa com uma sólida defesa a cinco onde o veterano Maguire era o patrão.

Aos 61', desaire para o United: Dalot é expulso ao ver o segundo amarelo - Ugarte, também amarelado, viria a arriscar o mesmo. Foi já com um a mais em campo que o Arsemal marcou enfim, aos 63', por Gabriel Magalhães. Seguiu-se o tal penálti que nunca devia ter existido. E, aos 76', uma defesa do outro mundo do guardião turco, que voou com êxito para negar o golo a Declan Rice.

 

Houve prolongamento, sem golos. Mais meia hora de pressão constante do emblema anfitrião, impotente perante a muralha defensiva da equipa visitante, que podia ter resolvido a eliminatória a seu favor em dois ataques rápidos que puseram à prova os reflexos de David Raya entre os postes.

Seguiu-se a roleta dos penáltis. Bruno, com a braçadeira de capitão, fez questão de apontar o primeiro: assim se revela a fibra de um campeão. Marcou com o requinte que lhe conhecemos. Dando o mote aos colegas Diallo, Yoro, Lisandro Martínez e Zirkzee: nenhum falhou. Enquanto Bayindir voltava a brilhar, defendendo o pontapé de Havertz. 

Tarde de glória para a equipa agora comandada por Amorim: os red devils eliminavam o Arsenal na terceira ronda da Taça de Inglaterra. A "armada invencível" orientada por Arteta naufragava em casa, enquanto a estrelinha do português brilhava naquele empolgante fim de tarde londrino. As notícias sobre a agonia do United eram francamente exageradas.

E contudo, ele é humano

É inevitável continuar a falar do ex-treinador do nosso clube, Ruben Amorim.

Se a herança que deixou é pesada, eu diria leve, que deixar a equipa destacada no primeiro lugar da Liga, com dez pontos na Liga dos Campeões, nas meias da Taça da Liga e dentro da Taça de Portugal, se acarreta responsabilidade ao seu sucessor, também lhe deixa meio caminho andado para o sucesso, se a herança que deixou é pesada, dizia, a que recebeu não é melhor. Há até uma substancial diferença que paradoxalmente pode ser semelhante e passo a discorrer:

João Pereira herdou uma equipa a carburar com a precisa mistura de ar e combustível, ainda que o combustível seja um pouco (muito, para ser rigoroso) mais barato que o que Ruben Amorim encontrou em Manchester. Já o agora treinador dos "Red Devils", encontrou uma equipa com combustível a mais e ar a menos, daí demorar a sair fumo branco pelo escape.

Ontem assisti ao jogo entre o Arsenal, que nos "espetou" cinco sem resposta há pouco mais de uma semana e o Manchester United recheado de estrelas, a perder por 2-0 (que poderiam ser 3, ou 4, ou mais) e a levar "um baile de bola", com apenas dois remates enquadrados e desses um com "selo de golo" e apenas por volta dos 70'. Ou seja, a diferença de orçamento redundou num desempenho igual, a suposta superioridade individual foi semelhante, foi medíocre. E neste desempenho medíocre do MU vi várias coisas, algumas que me preocuparam e discorro de novo:

O sistema de jogo tão querido de Amorim começa a estar lá. Bruno Fernandes, p.e. até defende, coisa que raramente o via fazer até à chegada de Ruben, que eu acompanho com regularidade os jogos do MU; As dinâmicas de jogo começam a ser as que tinha no Sporting, a utilização de dois alas, etc. aquilo a que nos habituou, até aquela irritante troca de bola entre o GR e os defesas a "dois" metros da baliza. O que me preocupou foi o recuo de Bruno Fernandes, mais para 6, a defender e 8, a atacar e a falta de uma referência na frente de ataque. Perceberam já quem encaixa aqui na perfeição, certo? Isso, Pedro Gonçalves e Viktor Gyokeres.

Com o dinheiro que abunda por aquelas bandas, e a coisa por lá não é como por cá, a concorrência é grande e não se resume a três e mais um ou outro que de vez em quando manda um fogacho, temo que para fazer andar em ritmo de cruzeiro e a carburar bem esta equipa de Manchester, em Janeiro, se por cá a mistura de combustível se continuar a deteriorar, estas duas peças do tão bem oleado motor sportinguista nos sejam surripiadas em modo gangue dos catalizadores, que é como quem diz, quando dermos por ela, já o motor está completamente desiquilibrado e a emitir demasiado CO2 e a fazer mais barulho que a produzir força, isto é, a marcar golos, ou, parafraseando um ex-primeiro-ministro, a produzir "(isto é) só fumaça".

Resumindo: O jogo de ontem em Londres não foi muito diferente do jogo em Lisboa na semana passada, apenas o resultado foi diferente. Pontos a favor e contra em ambos: JP tinha a favor uma equipa rodada e a carburar na perfeição e contra, o poderio do adversário e a sua recente posse como mecânico-chefe; Deu barraca da grossa, principalmente porque resolveu inventar; RA tinha contra uma equipa ainda sem rotinas, em crise clara de identidade, com cada peça a trabalhar por si, desiquilibrada, que minimamente conseguiu pôr a jogar, mas que evidenciou que lhe falta a necessária rodagem, para seguir sem percalços na prova. Contra ambos estava a equipa que melhor está neste momento na liga inglesa e isso não é de menosprezar.

A pergunta-chave é: Isto é mais difícil para quem? Para Ruben, ou para João? Eu direi que para João, porque me parece menos preparado, o que é normal, começou mais tarde na função e herdou uma equipa que estava bem, mas que era a imagem de "outro" e está a ser difícil entender-se com os jogadores e os jogadores com ele. Seria avisado, uma vez que praticamente não há tempo para treinos profundos, continuar como estava, que no futebol há frases sábias como a que diz que "em equipa que ganha não se mexe" e depois, na pré-época, com os que ficassem e outros que indicasse para vir, começar a dar o seu cunho pessoal à equipa. O Ruben tem que fazer o contrário, tem que devolver ao jogo uma equipa animica, técnica e tacticamente destroçada e para alguém que entende tão bem o jogo, se tiver o condão de agarrar o balneário como teve no Sporting, mais cedo do que tarde as coisas melhorarão e o MU voltará à tona e a discutir títulos.

No entanto, como o que me interessa é o futuro do Sporting, o que eu queria era que o MU já estivesse a 100%, a "TOP" como dizem nuestros hermanos, para não se lhes meter na idéia de virem cá buscar já em Janeiro duas ou três das nossas peças fundamentais. É que um motor pode funcionar sem um ou dois segmentos, gasta um pouco mais de óleo e perde compressão e força, mas sem piston e cambota é que não funciona mesmo.

Ah! O título do post. É que Amorim também perde, é um mortal como João Pereira.

Quente & frio

 

Gostei muito de ver o Estádio José Alvalade com 47 mil espectadores, como é próprio das noites grandes de futebol, na recepção ao Arsenal, há três dias. Casa cheia e sem nunca faltar o incentivo ao nosso onze nem ao novo técnico, João Pereira, nesta sua estreia internacional à frente da principal equipa de futebol do Sporting.

 

Gostei do golo marcado por Gonçalo Inácio ao vice-campeão inglês. Aconteceu no minuto 47 deste Sporting.Arsenal: este primeiro quarto de hora da segunda parte foi o único período positivo da nossa equipa em todo o jogo. O golo, na sequência de um canto apontado por Trincão, permitiu-nos sonhar com uma reviravolta após termos chegado ao intervalo a perder 0-3. Infelizmente foi esforço sem sequência. Aos 65'' sofremos o quarto, que nos despertou os olhos para a realidade: iríamos perder por goleada - a nossa primeira derrota nesta campanha da Liga dos Campeões, em que Ruben Amorim nos deixou invictos. Cenário previsível - e que infelizmente aconteceu.

 

Gostei pouco da estreia do João Simões, agora um dos dez jogadores portugueses mais jovens de sempre a disputar a Liga dos Camões. Cumpriu um sonho com apenas 17 anos - esta foi a parte positiva. De negativo, entrar só aos 88', quando já perdíamos por 1-5, e mal dispôs de tempo para tocar na bola. Certamente o jovem médio teria preferido um baptismo na Champions muito diferente, em maré de vitória.

 

Não gostei que o nosso primeiro remate enquadrado tivesse ocorrido apenas aos 47', por Morita, quando já perdíamos por 0-3. Pior foi termos sofrido mais dois, numa quase antítese da goleada que havíamos imposto três semanas antes ao Manchester City, também no José Alvalade. Consequência directa do onze escolhido por João Pereira, com um inoperante Edwards como interior esquerdo sem a capacidade de penetração entre linhas característica do lesionado Pedro Gonçalves. Na prática, não apenas entrámos só com dez de início como rasgámos uma avenida no nosso flanco esquerdo para que o melhor jogador do Arsenal, Saka, pudesse impor o seu futebol como dono e senhor. Edwards não fechava à frente, Maxi Araújo era batido em sucessivos confrontos individuais, Gonçalo Inácio revelou uma tremideira inexplicável como central à esquerda. Enquanto Morita se via forçado a desguarnecer o meio-campo para acorrer às dobras laterais e recuar em apoio da defesa vezes sem conta, deixando Morten isolado. O capitão dinamarquês, apesar disso, foi o melhor do nosso lado: quase marcou aos 73' e aos 90'+2, com Raya a negar-lhe os golos com grandes defesas. Lá atrás as coisas não foram mais bem-sucedidas. Diomande, de cabeça perdida, deixou-se amarelar logo aos 3' e pode considerar-se um homem cheio de sorte: devia ter visto o segundo cartão em duas ocasiões posteriores, nomeadamente quando provocou um penálti, aos 63'. Também Israel esteve muito longe de se mostrar à altura do que lhe era exigido: teve culpas em pelo menos três dos golos que encaixou, aos 7', 21', 45'+1, 65' e 82'. Só neste jogo sofremos tantos como nas sete partidas anteriores. Na primeira derrota em casa desde Outubro de 2023, quando perdemos com a Atalanta, 32 jogos antes deste. Já quase não nos lembrávamos de um desaire assim em Alvalade.

 

Não gostei nada desta estreia em provas da UEFA de João Pereira como sucessor de Ruben Amorim ao comando da equipa principal do Sporting. Pior do que a derrota foi a inexplicável passividade de toda a equipa técnica no banco, o facto de não terem mexido no onze após o intervalo, quando já perdíamos por 0-3, e de só aos 68' decidirem fazer as primeiras trocas que há muito se impunham, com Daniel Bragança a render o inoperante Edwards e Geny a substituir um errante Maxi Araújo. Pior ainda só as declarações do técnico após o jogo, aludindo a «erros da casting» que ninguém parece ter compreendido, começando por ele próprio, e sublinhando a necessidade de ver a equipa «levantar a cabeça». Frase sem sentido: faz lembrar outros tempos, felizmente bem longe dos actuais.

Atropelados mas vivos

Saído da primeira sessão de fisioterapia, tenho a dizer-vos: Somos uns abençoados! Não é para todos sermos atropelados por um comboio e continuarmos vivos. Amassados, totalmente, mas vivos.

Uma sobrevivência que se afirma, talvez, porque no íntimo de cada leão haja a convicção de que não soubemos, por culpa própria, sair da linha que o Arsenal nos impôs - durante toda a primeira parte testemunhei-a do meu lugar no estádio, alinhado que estou com o limite da grande área: uma cerca inglesa apoiada numa linha de 4, coesa, agressiva, intensa, sempre capaz de destruir-nos e aos nossos tíbios ensejos ou fragilíssimos laivos de vontade de sair a jogar.

Uma desgraça tanto maior quando a intensidade dos bifes, que nos fizeram em picado, foi proporcional à moleza, displiscência e descrença leoninas. Na primeira parte jogámos sem personalidade e sem atitude. E isso para mim é o mais incompreensível.

Concordo com quem defende que o Marcus Sornas Edwards é vezes de mais um jogador a menos, que Matheus Reis deveria ter jogado de início, que Catamo devia ter entrado mais cedo, mas, repito, para mim foi a atitude da equipa que nos tramou. Incapazes de responder ao fortíssimo Arsenal - diga-se - que cedo nos encostou às cordas, intimidámo-nos, amedontrámo-nos. E com medo nunca se ganha.

Leio e oiço que João Pereira é líder, competitivo, exigente e que muito sabe de táctica e estratégia. De futebol, em suma. Ora sabendo que os nossos jogadores já deram provas que bastem de que também eles são vencedores, ganhadores e campeões; sábado lá estarei, seguro que daremos a resposta que se impõe, ganhando ao Santa Clara. Pondo na linha os espíritos mais derrotistas e descrentes na força deste Sporting.

"João, vai ser mais cedo"

joão.jpg

Assobiam-me aqui ao lado que o Ruben também perdeu no jogo de estreia na Europa com uma derrota volumosa e que na estreia na Liga dos Campeões levou com o mesmo resultado de hoje, com o Ajax aqui em Alvalade.

Se a consequência for o João igualar a performance de Amorim, fico-me já por aqui, mas...

Comparando os dois jogos (os primeiros de cada um), a seu favor o ex-treinador tem que, comparado com o de hoje, o plantel era de terceiro mundo. Mas também o adversário. As coisas estariam equilibradas, portanto.

Contra si, o João tem o factor de ter hoje um plantel à sua disposição que goleou o tetra campeão inglês há pouco mais de quinze dias e incomparavelmente com mais qualidade. Mas defrontou uma equipa muito superior ao Lask qualquer coisa. Eu acho é que aqui o equilíbrio não é tão visível.

E aí residirá o busílis. É que a gente já está habituados a ganhar por cinco, não a perder por cinco e parece-me que o João ainda não tem unhas para tocar esta guitarra. Ainda. Não se pede que seja um Paredes, um Chaínho seria excelente. Estaremos cá para ver.

Por hoje não se mostrou grande tocador do instrumento. Disse na CI que tinha estudado o adversário, mas quem descuida a defesa nas laterais, prescindindo de Matheus Reis em detrimento de um Edwards que nem terá necessitado de tomar banho e que se esqueceu do desiquilibrador Catamo, corre o risco de não passar no exame. E a consequência de jogar sem laterais, foi fazer com que os três centrais andassem toda a primeira parte aos papeis, com destaque para Inácio, que para além de fazer um ror de passes errados, ofereceu dois golos aos arsenalistas. Redimiu-se depois com o único que marcámos, mas o mal já estava feito.

A coisa correu tão mal que até o capitão esteve a leste, ou no Pólo Norte, de tão fria que foi a sua prestação.

A perder por três ao intervalo, não se percebeu porque continuava Harder no banco e Edwards em campo, mas o João deverá saber.

Em resumo, o João, com uma equipa incomparavelmente superior à que jogou o primeiro jogo internacional de Ruben, perdeu com uma equipa incomparavelmente superior ao adversário que derrotou Ruben. Não seria traumático se os rapazes tivessem jogado bem e tivessem tido o azar de perder, mas eles estiveram francamente mal. Eu quero pensar que hoje não passou de um dia mau de todos eles e que o João vai ter umas aulas no Conservatório.

E quero pensar que eles, os jogadores, ultrapassarão isto rapidamente e demonstrarão já no próximo jogo que tudo não passou de uma noite má.

Afinal o objectivo "Champions" mantem-se intacto, o primeiro lugar na Liga não foi violado, a permanência na Taça de Portugal está conseguida.

Só peço encarecidamente ao João que não volte a utilizar "aquela frase batida", parafraseando o nosso consócio Sérgio, de "agora é levantar a cabeça". Por duas razões: Ninguém bateu com a cabeça no chão, apesar do enorme melão e não quero que nos tempos mais próximos tenha razão para o dizer.

Agora é lamber as feridas e voltar à caça. Assim procede o Leão.

O dia seguinte

Derrota normal do Sporting em Alvalade embora por números exagerados perante um dos grandes ingleses, que não compromete os objectivos na Champions, que não deixou divorciar a bancada da equipa, mas que aborrece grandemente pela péssima primeira parte.

Francamente não me recordo de jogo algum em que Gonçalo Inácio ao minuto e meio de jogo já tenha oferecido três oportunidades claras de golo ao adversário. Que até ao intervalo, além dessas, tenha feito mais quatro intervenções falhadas embora menos graves. Com Maxi na ala do mesmo lado ainda em fase de aprendizagem, a falhar em posicionamentos e nas bolas paradas, e perante uma ala direita poderosa do Arsenal, mesmo com um Morita em regime de trabalhos forçados, foi um calvário até ao intervalo e o 0-3 era justo para o futebol apresentado.

 

Na 2.ª parte o Arsenal não abrandou a pressão mas o Sporting fez pela vida e depois dum remate perigoso de Morita que o guarda-redes contrário defendeu para canto, o tal pior em campo da 1ª parte marcou. A partir daí foi um jogo aberto com oportunidades claras para os dois lados. O Arsenal marcou as deles, o Sporting todas falhou, incluindo um remate na trave de Gyökeres. O resultado de 5-1 acaba por penalizar o desperdício ofensivo do Sporting na 2.ª parte.

João Pereira perde em casa por 1-5 na sua estreia na Champions, exactamente como tinha acontecido com Amorim anos antes frente ao Ajax, que não se compara com o Arsenal.

Que responsabilidade teve na derrota? Desde o modelo de jogo, ao onze inicial e mesmo às substituições, foi tudo "Amorim", no bom e no mau. Só sem a sorte que o criador da coisa teve contra o Man.City.

 

Agora claro que tudo pode ser posto em causa, que em vez do João Pereira devia ter vindo o Ancelotti, que devia ter sido chutão na frente em vez de sair a jogar pelos defesas, que deviámos ter jogado com três médios, que o Matheus Reis devia ter jogado em vez do Maxi, que deviamos ter feito como o Laje em Munique, 11 atrás da bola e só perder por 1-0, etc

Eu quero crer que perdemos um jogo mas (re)ganhámos a equipa depois da enorme perda que foi a saída de Rúben Amorim e todas as implicações da mesma que mexeram mesmo com a cabeça de alguns jogadores, Gonçalo Inácio à cabeça. Uma equipa unida, uma equipa oleada, uma equipa focada, ciente dos seus pontos fortes e das suas limitações. Com João Pereira a estar ao lado da solução e não do problema. Com o "lesionado crónico" St. Juste a ser um defesa de eleição. Os próximos jogos dirão se é assim ou não.

 

Melhor em campo? Morita, fez um trabalho incrivel a tapar buracos. Depois dele St.Juste e Quenda estiveram  bem na ala direita, Hjulmand também se fartou de trabalhar no centro, Trincão e Gyökeres sem sorte a atacar, Diomande sem sorte a defender. Os suplentes que entraram pouco acrescentaram.

Arbitragem? O Arteta "mamou na teta", fez o que quis deste polaco. Cada fora ou canto demoravam minutos a serem marcados até o amarelo surgir ao guarda-redes e o fora mudar de mão já a meio da 2.ª parte, Diomande vê um amarelo sem ninguem perceber porquê e openálti  é "à Taremi". O Arteta nada tem que ver com Guardiola, é um treinador da laia do Conceição, manhoso e trapaceiro. Tenho de ver se na Premier League proporciona também estas palhaçadas.

E agora? Não é preciso mexer no onze inicial para ganhar tranquilamente ao Santa Clara. A qualidade está lá, a confiança será outra e a sorte também.

 

PS:  Entretanto o nosso misto sub19, desfalcado do João Simões que jogou em Alvalade, e a jogar no mesmo modelo de jogo 3-4-3 da A, derrotou na YouthLeague este mesmo Arsenal por 3-0 em Alcochete e segue em 2º lugar. Afinal, formar nas derrotas sempre funciona.

SL

Pior estreia possível

Em três semanas, uma diferença abissal. A 5 de Novembro, no José Alvalade, goleámos o Manchester City por 4-1. Hoje fomos goleados, no mesmíssimo cenário: o Arsenal veio a Lisboa vencer-nos por 5-1. Primeira derrota da temporada como equipa visitada. Ha 32 jogos que não perdíamos em casa - desde 5 de Outubro de 2023, contra a Atalanta.

O que mudou nestes 21 dias? Só o treinador.

Pior estreia possível de João Pereira como técnico do Sporting em desafios internacionais. É um facto, não há volta a dar.

Boa Morte, boa sorte

Screenshot_2024-11-26-11-30-00-172-edit_com.google

Às vezes é preciso sorte nas escolhas que fazemos.

Do Lourinhanense ao Arsenal.

Outras vezes as coisas acontecem.

Hoje é dia de Sporting vs. Arsenal, um dia bom para recordarmos Luís Boa Morte, actual seleccionador da Guiné-Bissau. Sobre a selecção da Guiné-Bissau e a hipótese de um jogador do Sporting a representar falaremos noutra altura.

Hoje é dia de estarmos focados de (quase) garantirmos a passagem à fase seguinte da Liga dos Campeões.

Adenda:

Luís, o grande injustiçado de Scolari. Baía, bah, Boa Morte, sim, merecia 2004.

Como vai ser logo?

 

Atrevam-se a dar palpites sobre o desafio do Sporting, logo à noite, na Liga dos Campeões 2024/2025. Contra o Arsenal, vice-campeão inglês e actual quarto classificado da Premier League, em Alvalade.

 

ADENDA:

Não houve vencedores no repto que aqui lancei antes do Sporting-Manchester City. Um dos jogos mais memoráveis de toda a história do nosso clube nas competições europeias.

Sporting B 8 vs. Arsenal 6

Screenshot_2024-03-13-10-33-04-464-edit_com.androi

Na época passada uma equipa de B do Sporting, a jogar com 10, cilindrou o Arsenal, em Londres.

Foram seis para o Sporting, quatro para o Arsenal, penalties incluídos, claro.

Ontem foi mau, muito mau.

Um FC Porto sem ideias, com o único objectivo de levar o jogo para penalties, aí o melhor guarda-redes do mundo resolveria, não resolveu.

Arsenal 5, FC Porto 2.

Tanlongo, Essugo, Chermiti, Esgaio, Adán (o pior guarda-redes do mundo) Paulinho, Matheus Reis e mais uns quantos, eliminaram o Arsenal em Londres, os outros, os do pedigree europeu, apesar da frieza dos números "mereceram vencer e passar a eliminatória".

Haja paciência.

2023 em balanço (9)

 

GOLO DO ANO

Foi eleito, sem favor, o melhor da Liga Europa. Golo extraordinário, daqueles inesquecíveis, daqueles que gostaremos de recordar aos nossos netos. 

Golo de Pedro Gonçalves, marcado a 16 de Março no empate em Londres (1-1) que nos valeria - após a ronda de penáltis no fim - a eliminação do Arsenal, então líder da Liga inglesa, e a passagem aos quartos-de-final daquela competição europeia. Com ecos em toda a imprensa internacional mais influente.

Aconteceu com Pedro frente aos gunners o que tantas vezes lhe sucede: parecia alheado do jogo, algo escondido, pouco interventivo. Não lhe peçam para correr atrás da bola: ele funciona sobretudo com ela no pé. O golpe de génio ocorreu aos 62': pegou nela logo após a linha do meio-campo, ainda dentro do círculo central, e quase sem balanço, a 48 metros de distância, desferiu um remate mortal para as redes anfitriãs, num magnífico chapéu ao guarda-redes Ramsdale. Golaço de fazer abrir a boca, conforme as imagens documentam. E até valeu ovação de adeptos adversários.

Visto e aplaudido nos cinco continentes. Para gáudio e júbilo de toda a massa adepta leonina. Obra-prima do futebol.

 

Vale a pena destacar três menções honrosas de 2023, todas para lembrar também:

- O golo de Trincão no Sporting-Estoril, a 27 de Fevereiro (ganhámos 2-0);

- O golo de Nuno Santos no Sporting-Boavista a 13 de Março (vencemos 3-0);

- O golo de Nuno Santos no Paços de Ferreira Sporting, a 7 de Maio (ganhámos 0-4).

 

 

Golo do ano em 2012: Xandão, contra o Manchester City

 Golo do ano em 2013: Montero, contra a Fiorentina

Golo do ano em 2014: Nani, contra o Maribor

Golo do ano em 2015: Slimani, na final da Taça de Portugal

Golo do ano em 2016: Bruno César, contra o Real Madrid

Golo do ano em 2017: Bruno Fernandes, contra o V. Guimarães

Golo do ano em 2018: Jovane, contra o Rio Ave

Golo do ano em 2019: Bruno Fernandes, contra o Benfica

Golo do ano em 2020: Nuno Mendes, contra o Portimonense

Golo do ano em 2021: Paulinho, contra o Boavista

Golo do ano em 2022: Edwards, contra o Tottenham

2023 em balanço (8)

descarregar.webp

 

VITÓRIA DO ANO: ELIMINAÇÃO DO ARSENAL EM LONDRES

Nunca tinha acontecido: foi a nossa primeira vitória de sempre em Londres. Vitória não no tempo regulamentar, nem após o prolongamento (em que o 1-1 se manteve), mas na marcação de grandes penalidades - quando fomos mais competentes do que o poderoso rival inglês.

Vitória ainda mais saborosa porque a equipa adversária, à época, liderava de modo inequívoco a Premier League.

 

Foi a 16 de Março. Disputava-se o encontro da segunda mão dos oitavos da Liga Europa. Contra o adversário mais difícil que nos calhara. Uma semana antes tínhamos empatado 2-2 em Alvalade. Com golos de Gonçalo Inácio e Paulinho. Morita - azarado num autogolo - recebeu um amarelo que o afastou da partida de Londres, tal como sucedeu com Coates.

Mesmo assim, desfalcados de dois titulares, encarámos com optimismo e confiança o desafio do estádio Emirates, testemunhado por 60 mil espectadores nas bancadas. Eufóricos no início, desalentados no fim.

Seguimos em frente, com todo o mérito. Três golos marcados nas duas mãos desta eliminatória. Sem derrotas, melhores nos penáltis. Com cinco artilheiros que não falharam no momento decisivo: St. Juste, Esgaio, Gonçalo Inácio, Arthur e Nuno Santos.

E quem mais? Pedro Gonçalves: autor de um golo extraordinário, o melhor da Liga Europa, visto e aplaudido em todo o mundo. Adán: exibição fantástica, até defendeu um penálti. Toda a imprensa internacional pôs o Sporting em destaque, com toda a justiça.

 

Com seis jogadores muito jovens entre os 16 que participaram nesta partida épica: Diomande (19 anos), Gonçalo Inácio (21), Ugarte (21), Chermiti (18), Dário (18) e Tanlongo (19).

Contra uma equipa com mais de mil milhões de euros no seu orçamento para o futebol, cheia de estrelas: Oregaard, Trossard, Jorginho, Gabriel Jesus, Martinelli, Xhaka, Ben White, Zinchenko, Saka, Gabriel Magalhães e o ex-portista Fábio Vieira. Sem nunca tremermos perante os pergaminhos dos gunners.

Noite perfeita. Noite de festa. Nossa.

 

Vitória do ano em 2012: meia-final da Liga Europa (19 de Abril)

Vitória do ano em 2013: 5-1 ao Arouca (18 de Agosto)

Vitória do ano em 2014: eliminação do FCP da Taça no Dragão (18 de Outubro)

Vitória do ano em 2015: conquista da Taça de Portugal (31 de Maio)

Vitória do ano em 2016: conquista do Campeonato da Europa (10 de Julho)

Vitória do ano em 2017: eliminação do Steaua de Bucareste (23 de Agosto)

Vitória do ano em 2018: goleada ao Qarabag (29 de Novembro)

Vitória do ano em 2019: conquista da Taça de Portugal (25 de Maio)

Vitória do ano em 2020: conquista da Taça de Portugal em basquetebol (8 de Outubro)

Vitória do ano em 2021: conquista do campeonato nacional de futebol (11 de Maio)

Vitória do ano em 2022: conquista da Taça da Liga (29 de Janeiro)

contra a corrente


Os jogadores (e a maltinha dirigente, claro) têm muita culpa no que chamamos de 'futebol português'. Quase sempre os árbitros são enganados e comidos pela lógica trapaceira dos que estam em campo e por isso, quase sempre os árbitros agem por hábito e tradição. 

Ontem, claro que Diomande é bem expulso, À LUZ DOS HÁBITOS da bola lusitana.

Quando dois jogadores se empurram, é sempre amarelo para ambos, como se fossem crianças, PORQUE É ESSA A TRADIÇÃO. Os jogadores têm de tomar juízo ou ser mais bem treinados, para não fazerem esse tipo de fita. 

Quando se vê um cotovelo no ar (ou uma mão na cara) e o de trás ESTREBUCHA E REBOLA, é SEMPRE amarelo, porque é esse o hábito. Os jogadores têm de ser educados para manterem os braços em baixo.

Como é sempre amarelo quando um idiota rebola no chão porque parece ter sido pisado (o amarelo a Edwards). Como é sempre amarelo quando um jogador entra com 'fisicalidade' e o que tem a bola estrebucha e desata a ganir. Que pode um árbitro fazer, se o público assobia e os bancos se levantam? Como é que se acalma a malta? Com amarelo, pois claro...  

(O VAR não pode falar em amarelos mal dados, como sabemos)

Como NUNCA É PENALTY quando o guarda-redes se sai à Tarzan. Em Portugal, na pequena área, os Guarda-Redes até podem montar uma banca de queijadas de Sintra que será sempre falta do atacante...

A arbitragem é sobretudo vítima destas tradições ou hábitos. Um árbitro que vá contra a corrente não chega a internacional e porquanto não chegam à dinheirama que se ganha a apitar jogos europeus.

Duvido que se consiga mudar isto, somos um povo que gosta pouco de instituições fortes, regras e justiça independente (não há outra, mas vocês sabem do que estou a  falar...). 

p.s. No Arsenal-City, assistimos ao exagero em sentido contrário. Kovacic devia ter sido expulso umas dez vezes. Mas eu preferiria um futebol assim, rijo (sem lesões para os jogadores, claro).
 

Balanço (30)

 

OS CINCO MELHORES GOLOS DO SPORTING - V

Pedro Gonçalves, no Arsenal-Sporting

(16 de Março de 2023)

 

Derrubámos a equipa que então comandava o melhor campeonato do mundo. O Arsenal caiu em casa, nos oitavos da Liga Europa. Seguimos em frente, com todo o mérito. Três golos marcados nas duas mãos desta eliminatória. Sem derrotas, melhores nos penáltis que decidiram tudo. Com cinco artilheiros que não falharam: St. Juste, Esgaio, Gonçalo Inácio, Arthur e Nuno Santos. Exibições de sonho de Adán e Ugarte. Melhor em campo? Pedro Gonçalves, autor de um golo extraordinário, visto e aplaudido em todo o mundo (pode ser visto aqui a partir de 1'40''). Chapéu de 48 metros a sobrevoar toda a defesa, a dizer adeus a Ramsdale e a anichar-se nas redes londrinas. Para recordarmos sempre.

Uivos letais

uivos letais.jpeg

 

Enquanto se desenrolava o Arsenal-Sporting, na noite de quinta-feira, a turma dos letais, no sítio do costume, ia desbobinando bojardas visando os jogadores leoninos e o próprio treinador Rúben Amorim.

Passo a reproduzir alguns destes uivos, omitindo os mais grosseiros e escatológicos.

Todos anónimos, claro. As hienas são mesmo assim.

 

«Medo!!! O melhor treinador do universo e da Europa também continua na sua desvaira táctica!»

«Obrigado esgalho de merda.»

«Maior merda que este jogador é quem o mete a jogar.»

«Cultura Neo Sporting: natural losers.»

«É rezar pra não levarem um cabaz.»

«Esgaio não é nem nunca será jogador de futebol. Ponto.»

«Quando entramos com menos 3…. Milagres nem em Fátima…»

«Não ha meio campo. Zero.»

«Temos 11 mas só no número.»

«Aos 30 min Pote, Trincão, Paulinho e Esgaio já não correm… Andam a trote.»

«O pote parece um Sub16 a jogar contra seniores. Surreal a diferença de andamento.»

«Eles não tem é agressividade nenhuma. Só correm com bola.»

«Nenhuma equipa com o Esgaio a titular pode almejar ir onde quer que seja.»

«Cada vez me convenço que o Amorinho escala a equipa para perder! Não há outra explicação!!!»

«Esta merda é tão triste…»

«O Sporting é das melhores equipas do mundo a f***r jogadas de perigo.»

«Não temos jogadores para sair a jogar desde o guarda redes, a começar pelo guarda redes, mas depois também não temos ninguém no meio campo ou na frente para apanhar despejos de bola do guarda-redes. Que plantel, senhores.»

«O Edwards hoje entrou em modo mete nojo.»

«Epah tirem o merdas do Trincão….que nojo de jogador.»

«Mete o Fatawu, c*****o, Amorinho!»

«Só me dá para rir este nojinho…»

«Os jogadores que vieram do braga são mesmo uma merda.»

«Uma bela MERDA !!!!! Paga a peso de ouro!!!!!»

«Esgaio, pote, trincao, Paulinho… mas alguém consegue ser competitivo assim?!?»

«Rescindir com Esgaio agora ao intervalo.»

«Três jogadores de brincar, nos rivais nem no banco sentavam.»

«Os gajos estão a fazer um treino.»

«Esperar que o Ugarte segure um meio campo sozinho contra este Arsenal? De louco.»

«Trincão, Zerinho e Esgaio deviam pagar bem para jogarem no Sporting Clube de Portugal! Pote mete nojo, uma vedeta de pés de barro!»

«Epa, alguém que tire o Edwards do campo.»

«O Edwards só tem feito trampa.»

«Zerinho ridículo.»

«O trincao em campo é um perigo. O meio campo sofre.»

«Merda. Recuperam e ficam paradinhos.»

«Edwards vai pó c*****o jogador de PlayStation da merda!»

«Este filho da p**a deste Arthur f***u esta merda toda. Monte de merda que só faz merda.»

«Só erros… O Fatawu tinha ganho esta merda…»

«Não mete o fatawu para meter este merda.»

«Mete o Fatawu, mete o Fatawu!»

«Burrice do melhor.»

«Amorim não mexe na equipa. F***-*e impressionante. É um gajo borrado.»

«Eu percebo, é um merdoso de treinador!»

«É que é mesmo.»

«O Amorim esteve mal nas substituições. Sempre a mesma merda.»

«Em vez de tirar o chermiti dos penaltys…. Tira o Edwards clap clap clap.»

«O problema é não ter plantel. Quando mexe é para pior. E ele sabe disso.»

«Sérgio Conceição ganhava a estes merdas.»

Quente & frio: especial Arsenal

descarregar.webp

Ramsdale voa sem sucesso, minuto 62: Pedro Gonçalves marcava ao Arsenal num disparo de 48 metros

Foto: Vince Mignott / EPA

 

Quente

A nossa brilhante prestação em Londres, contra o Arsenal. Seguimos em frente, rumo aos quartos-de-final da Liga Europa. Num emocionante desempate por penáltis, com 1-1 após o tempo regulamentar, seguido de meia hora alucinante que manteve o resultado dos 90 minutos. Na sequência, por sua vez, do empate 2-2 em Alvalade. E beneficando das novas regras da UEFA, em que os golos marcados fora de casa deixam de valer a dobrar. Houve estrelinha? Sim. Mas, acima de tudo, houve muito mérito.

Esta sensação de orgulho. Derrubámos o Arsenal, hoje a melhor equipa do melhor campeonato do mundo. Uma equipa com mais de mil milhões de euros no seu orçamento para o futebol, que lidera a Premier League e está cheia de estrelas: Oregaard, Trossard, Jorginho, Gabriel Jesus, Martinelli, Xhaka, Ben White, Zinchenko, Saka, Gabriel Magalhães e o ex-portista Fábio Vieira. Sem nunca tremermos perante os pergaminhos dos gunners.

Os penáltis. Quem diz que os nossos vacilam nos momentos culminantes? Caramba, jamais poderão repetir tal frase após a impecável ronda dos penáltis - a que alguns chamam "lotaria", mas que eu insisto em chamar competência - com todos os jogadores leoninos a converterem, cumprindo a ascensão à glória no estádio Emirates. Aqui ficam os nomes deles, pela ordem de marcação: St. Juste, Esgaio, Gonçalo Inácio, Arthur e Nuno Santos. Quando o nosso ala esquerdo a meteu lá dentro, houve uma explosão de alegria: milhões de nós, em todo o mundo, celebrámos nesse omento. 5-3 nos pontapés de penálti.

Adán. Gigante na baliza. Fez aquilo que para muitos seria tarefa impossível: várias defesas monstruosas, impedindo a vitória do Arsenal. Destaco as suas intervenções aos 30' (Gabriel Jesus), 79' (Fábio Vieira), 90'+7 (Trossard, num desvio para o poste) e 117' (Gabriel Magalhães). Mesmo no golo sofrido de recarga por Xhaka, aos 19', faz inicialmente uma defesa enorme. E é ele o autor de uma quase-assistência, num passe vertical a partir da baliza, no lance do nosso golo. Cereja em cima do bolo: defendeu um dos quatro penáltis finais, travando o remate de Martinelli. Um herói.

Pedro Gonçalves. Aconteceu com ele frente aos gunners o que tantas vezes lhe sucede: parecia alheado do jogo, algo escondido, pouco interventivo. Não lhe peçam para correr atrás da bola: ele funciona sobretudo com ela no pé. Aconteceu aos 62': pegou nela logo após a linha do meio-campo, ainda dentro do círculo central, e quase sem balanço, a 48 metros de distância, desferiu um remate mortal para as redes anfitriãs, num magnífico chapéu ao guarda-redes Ramsdale. Golaço de fazer abrir a boca, conforme as imagens documentam, e até valeu aplausos de alguns adeptos adversários. Um golo que disparou a quotação do nosso melhor artilheiro e o projecta como sério candidato a ingressar nas fileiras da Premier League a partir da próxima temporada. Desde já o mais belo golo do ano. Obra-prima do futebol.

Ugarte. Baluarte nas recuperações. Foram em série: aos 28', 52', 53'', 58', 81' (duas), 99'. Mesmo sem ter por perto o seu parceiro Morita, ausente por castigo. Há quem lhe chame o novo Palhinha, há até já quem o considere superior a Palhinha. Uma coisa é certa: com a mesma idade, Palhinha não fazia ainda o que ele hoje faz. Médio defensivo com superior qualidade técnica e insuperável entrega ao jogo.

Defesa. Enfim, solucionados os problemas no nosso reduto defensivo. Com dois jogadores destros que puseram fim ao domínio de canhotos: St. Juste e Diomande. Magníficos desempenhos no estádio londrino, ambos grandes obreiros deste empate transformado em vitória. O holandês, veloz nas movimentações e muito útil nos cortes e recuperações - além de ter sido o primeiro a converter a decisiva série de penáltis finais. O marfinense, muito seguro e com inacreditável maturidade do alto do seu 1,92m, fez de Coates sem tremer e salvou um golo aos 118' já com Adán batido. Caloroso aplauso para ambos.

Aposta na juventude. Nunca fomos tão longe com jogadores tão jovens. Eis a prova, olhando para os 16 que participaram nesta partida épica: Diomande (19 anos), Gonçalo Inácio (21), Ugarte (21), Chermiti (18), Dário (18) e Tanlongo (19). Além de outros que estão longe de ser veteranos, como Trincão (23 anos), Pedro Gonçalves (24), Edwards (24), Arthur (24) e St. Juste (26). Lugar aos novos neste Sporting 2022/2023.

Aposta na formação. É mito? De forma alguma. Voltou a comprovar-se neste enorme desafio de anteontem, quinta-feira. Terminámos com quatro elementos formados na Academia leonina: Gonçalo Inácio, Esgaio, Dário e Chermiti. Venham mais.

Árbitro. Boa actuação do juiz da partida, o espanhol Mateu Lahoz. Devia servir de exemplo aos apitadores portugueses: deixou jogar, não interrompeu o tempo todo, não tentou ser ele o protagonista, ignora as fitas de quem adora mergulhar para a relva simulando falta, percebe que o futebol é desporto de intenso contacto físico. Valorizou o espectáculo.

Adeptos. Excelente "moldura humana" nas bancadas do Arsenal: quase 60 mil pessoas. Com natural destaque para cerca de quatro mil adeptos do Sporting, que souberam puxar pela equipa o tempo todo, incluindo nos 43 minutos (entre os 19' e os 62') em que estivemos a perder. 

Gratidão. Pedro Porro passou de manhã pelo hotel onde a nossa equipa esteve alojada, distribuindo abraços e palavras de incentivo. João Palhinha e Cédric Soares assistiram à partida nas bancadas. Não esquecem o clube que os projectou e valorizou. A gratidão é uma das maiores virtudes.

Rúben Amorim. O nosso treinador merece especial realce. Por estar a formar uma equipa em crescendo, que vem superando obstáculos após um período menos feliz. Por estar a indicar reforços que merecem mesmo receber este rótulo. Por ter introduzido alterações pontuais ao seu sistema táctico de raiz que foram muito bem-sucedidas nos 210' de futebol jogado contra o Arsenal. Por confiar no seu onze ao ponto de só ter feito agora a primeira substituição (troca de Paulinho por Chermiti) ao minuto 89, quando o técnico dos gunners já fizera as cinco alterações regulamentares. E pela sua inegável competência, que o põe no mapa europeu dos futuros técnicos da Premier League após quatro partidas sem derrotas contra clubes ingleses nesta temporada: uma vitória (Tottenham) e três empates (Tottenham e dois frente ao Arsenal). Merece este destaque. É o melhor técnico leonino em muitas décadas.

 

Morno

Esgaio. Esteve no pior, ao perder a bola e colocando em jogo Martinelli no lance do golo que sofremos, mas redimiu-se depois disso com um passe fabuloso para Edwards, aos 62', autêntica assistência para golo, infelizmente falhado. E sobretudo ao assumir protagonismo nos penáltis finais: converteu o segundo, de modo irrepreensível. E cerrou o punho, com determinação. Também obreiro desta passagem aos quartos da Liga Europa.

Trincão. Boa primeira parte: é dele a primeira oportunidade de golo do encontro, aos 13', num remate cruzado ao poste direito de Ramsdale. Sacou um amarelo a Xhaka (45'+2). Apagou-se durante o quarto de hora inicial da segunda parte, mas tem intervenção no golo. Balanço: pode e deve fazer melhor. Continua intermitente.

Edwards. Noite de desperdício para o avançado inglês, que regressou ao futebol da cidade onde nasceu e se formou para o desporto mais apaixonante do planeta. Estava escrito, porém, que esta não seria a sua noite de glória. Esteve quase a acontecer, mas Edwards, isolado por Esgaio aos 72', conseguiu acertar na cara do guarda-redes, como se a baliza tivesse subitamente encolhido. Convém referir, no entanto, que trabalhou e batalhou muito.

Dário. O mais jovem em campo. Ter-se-á deslumbrado quando entrou, aos 94', para substituir um exausto Pedro Gonçalves? É bem possível. Três minutos depois, foi protagonista pela negativa, entregando a bola em zona proibida - o que só por centímetros não proporcionou golo a Trossard. Único deslize seu digno de nota naquele electrizante prolongamento, mas esteve quase a ser-nos fatal.

Dinheiro da UEFA. A SAD leonina recebe 1,8 milhões de euros nesta passagem à fase seguinte da Liga Europa. Melhor que nada, obviamente. Mas a uma distância enorme dos valores que se praticam na Liga dos Campeões.

 

Frio

Sem Ugarte nos quartos-de-final. Não poderemos contar com o talentoso médio uruguaio no próximo confronto, já em Abril, frente à Juventus. Expulso por acumulação de amarelos mesmo no fim da partida, aos 118', num lance em que até arriscou o vermelho directo. Será uma baixa relevante: nada fácil de substituir.

Tochas. Voltaram a marcar presença, lamentavelmente. Momentos antes do apito inicial e logo após o nosso golo do empate. Por mais que se repitam os sérios avisos da UEFA, por mais que se renovem os apelos da Direcção leonina, por mais que vão pesando as multas, estes energúmenos continuam apostados em associar o Sporting à imagem de um clube desordeiro, incapaz de respeitar as normas. Nada a ver com os valores leoninos.

Letais. Passaram toda a semana a mandar farpas envenenadas ao treinador nas redes ditas sociais, nos seus blogues de estimação e até em algumas caixas de comentários do És a Nossa Fé. Zurzindo Rúben Amorim por causa de Fatawu, reforço do Sporting nesta temporada 2022/2023 que não chegou a ser utilizado no desafio da primeira mão frente ao Arsenal. Eles estão-se marimbando para o miúdo ganês. Só fazem questão em inventar motivos para cumprirem o seu lema: Letais ao Sporting.

Obrigado

Amorim, Martínez os “Puskas”

A Rúben Amorim e aos jogadores da nossa equipa por um dos melhores jogos do Sporting que vi na vida. Ontem, diante do Arsenal, houve esforço dedicação, devoção e glória. O caminho é este.


Obrigado também ao novo selecionador nacional por ter convocado Gonçalo Inácio. Já merecia e espero que seja para jogar. Mas ter deixado de fora Nuno Santos e Pedro Gonçalves (Pote) vem demonstrar realmente ao que vem: é mais do mesmo. Todos os sinais que dá são errados, desde a permanência de Pepe (com 40 anos) à insistência em jogadores que teimam em não mostrar nas quinas o que vão fazendo nos clubes.


Roberto Martínez deixa de fora os jogadores do momento, ambos candidatos ao prémio Puskas e ambos com lugar nesta convocatória, mesmo que tenham concorrência muito apertada nos lugares que ocupam. É injusto e eles não mereciam. Mas também não vão desistir e serão cada vez melhores. Aquele clube "reservado" tem outras lógicas e só a realidade os fará ver a evidência. Foi assim com Bruno Fernandes, no início, e com Palhinha, mais recentemente.

Mais um dia no escritório

Era assim que os gunners pensavam que iria correr o jogo de ontem. De tal forma que o treinador dos gajos até fez uma pequena gestão do plantel, deixando de fora dois ou três dos habituais titulares.

A coisa correu-lhes mal desde o início do jogo e nos primeiros 15 minutos apenas cheiraram a bola, tal o domínio dos nossos rapazes.

A partir daí conseguiram equilibrar até ao intervalo, tendo aproveitado um (co)lapso de Esgaio, mais um, para marcar um golo que nada fizeram por merecer. Logo ali me ocorreu que a coisa se resolveria nos penaltis, vá-se lá saber porquê. Também me poderia ter ocorrido os números do Euromilhões, mas saiu-me por assim dizer a terminação, o que dado o resultado, não deixou de ser uma premonição de luxo.

A segunda parte foi uma lição de como jogar bem à bola contra um adversário que já tinha acordado e já se tinha apercebido que pela frente tinha um conjunto coeso, disciplinado tacticamente e muito motivado.

Depois o meu homónimo decidiu criar um conflito com o colega Nuno Santos e roubou-lhe a possibilidade de vencer o prémio Puskas, assinando um quadro a óleo sobre tela, com assinatura reconhecida, digno de figurar no Tate Britain. Um golaço de meio-campo mesmo na gaveta, o golo de uma vida.

A segunda parte foi toda do Sporting, que não resolveu o jogo por manifesta falta de jeito de Edwards e também de competência do redes contrário, que lhe roubou o golo com uma (pega) defesa de cara(s).

No prolongamento a coisa pendeu mais para o lado dos ingleses, mas na baliza esteve um Adán enorme que defendeu tudo e quando ela, a bola, lhe passou ao lado, contou com a prestimosa ajuda de um puto que há pouco mais de um mês estava a jogar aqui ao lado em Mafra, na segunda liga e que foi um esteio no centro da defesa.

Nos penaltis, sem os habituais marcadores em campo, os cinco que foram chamados, Ste Juste, Esgaio (que não se deixou influenciar pelo lapso do golo do Arsenal e acabou fazendo um belo jogo), Inácio, Arthur e Nuno Santos, foram irrepreensíveis e Adán redimiu-se de algumas exibições menos conseguidas e deu-lhe para agarrar o quarto remate dos ingleses.

Se há coisas perfeitas, ontem a exibição do Sporting chegou lá, numa noite de sonho.

Os destaques individuais vão para Pedro Gonçalves e Adán, o primeiro pelo golo marcado e o segundo pela exibição conseguida. Todos os restantes estiveram a grande nível. Raios, que assim dá gosto ver o Sporting jogar à bola.

Gloriosa noite

Tavora.jpg


Já tinha saudades de uma noite europeia assim: um jogo com gigantes, transmitido em canal aberto, um golo inolvidável para os anais da história, resolvido a nosso contento na emoção dos penáltis. Uma mistura explosiva em termos mediáticos que promove audiências retumbantes a fazer lembrar um apuramento da selecção no tempo em que só havia um canal e o espectáculo mágico entrava nas casas de toda a gente. Viam-no a família toda: o avô, a mãe e o bebé – não só os aficionados.

Por isso esta manhã, no café e no ginásio, nas ruas, lojas, escolas, fábricas, escritórios e nas paragens de autocarros, toda a gente falava do mesmo assunto: o extraordinário golo de Pote que dá a volta ao mundo, as defesas de Adan, e da exibição dos miúdos do Sporting contra o Arsenal. Nos cafés como nas redes sociais os sportinguistas são felicitados por toda a gente, nacionais e imigrantes, benfiquistas, portistas e agnósticos.

Os sportinguistas mereciam uma noite gloriosa assim. Os seus olhos brilhantes e sorriso discreto nesta manhã não disfarçavam a enorme alegria - notava-se bem. É a nossa mística, um consolo que nos conforta o coração.

Venha a Juventus. 

Insónia gloriosa

3 da manhã e o sono não chegava. A glória leonina em Londres assim o ditava.

"Monumental". Nunca concordei tanto com um título de A Bola. Foi mesmo.

Monumental na qualidade de jogo. Na superioridade imposta ao adversário na segunda parte. Monumental pela aposta do grande timoneiro Rúben Amorim em miúdos que demonstram já uma maturidade monumental.

Pôr a jogar Diomande no lugar do líder e capitão Coates foi admirável. Terá sido enorme a confiança para todos os que alinharam conferida pela percepção que terá tido a equipa da liderança de Amorim. A confiança que gera confiança. 

Um circulo virtuoso replicado na troca de Paulinho por Chermiti. Na entrada de Essugo para robustecer o meio campo desfalcado do portento Ugarte. 

Foi essa mesma confiança que levou à obra-prima, à obra de arte de Pedro Gonçalves. Também ela fonte de confiança para toda a equipa. Para todo o universo sportinguista.

Épico. Histórico. Glorioso. Ficaríamos o resto da temporada a adjectivar um jogo que nos faz sonhar com a glória final. 

Joguemos nós como jogámos ontem todos os desafios que temos pela frente na Liga Europa e a passagem pelo Emirates terá sido "apenas" uma etapa ganha até à conquista do título europeu.

Confiança total nesta equipa, neste treinador, nesta direcção. 

Certeza que temos tudo para reptir o que ontem mostrámos ao mundo do futebol. Que somos e seremos, como aspirava o nosso fundador, tão grandes como os maiores da Europa.

Venha a Juventus. Venha nova insónia.

{ Blogue fundado em 2012. }

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

 

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D