A equipa de sonho
No dia em que está nomeada uma verdadeira "dream team" da arbitragem para o relvado de São Domingos, é legítimo perguntar:
Para quando direitos iguais, para quando uma "Stephanie" a apitar no Campeonato português?
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No dia em que está nomeada uma verdadeira "dream team" da arbitragem para o relvado de São Domingos, é legítimo perguntar:
Para quando direitos iguais, para quando uma "Stephanie" a apitar no Campeonato português?
João Palhinha já se notabilizou como o "rei dos desarmes" na Premier League. Em recentes declarações disse: "Aqui podes disputar a bola com maior intensidade, algo que sentia não ser possível em Portugal. Por vezes era extremamente difícil, pois ao mínimo toque vias cartão amarelo. Aqui é completamente diferentes."
À atenção dos bandalhos da arbitragem lusitana, como o parvalhão de ontem.
Os jogadores portugueses estão cada vez mais bem cotados no mercado futebolístico internacional. Para um país da dimensão do nosso, é um bem inestimável. E uma publicidade permanente a Portugal em qualquer recanto do planeta.
Os treinadores portugueses também nunca foram tão apreciados além-fronteiras como agora. Até no Brasil, que durante décadas alimentou fobias e preconceitos em relação aos nossos técnicos e ao nosso futebol. Esse tempo terminou. Temos hoje compatriotas a orientar clubes nas principais Ligas europeias e até nos mais destacados emblemas brasileiros.
O próprio dirigismo clubístico melhorou um pouco, em termos gerais. Sobretudo se o compararmos com as décadas de 80, 90 e a primeira do século XXI. Não temos Pimentas nem Valentins nem Fiúzas nem outros que tais.
Na arbitragem, pelo contrário, tem-se andado para trás. Apesar de nunca ter havido tanto investimento em formação, em condições de trabalho, em financiamento de todo o género, em acções de esclarecimento e reciclagem de conhecimentos, em intercâmbio com organismos internacionais.
É lamentável. E com efeitos óbvios nesta segunda ausência de árbitros portugueses do palco de um Mundial.
O último foi Pedro Proença, em 2014.
Antes tivemos Joaquim Campos (1958 e 1966), Saldanha Ribeiro (1970), António Garrido (1978 e 1982), Carlos Valente (1986 e 1990), Vítor Pereira (1998 e 2002) e Olegário Benquerença (2010).
Ou seja: desde a década de 50 (1950 e 1954) que não estávamos há dois Mundiais seguidos sem um representante da arbitragem portuguesa.
Coincidência? Nem pensar.
É incompetência mesmo.
Muito se fala da arbitragem. Talvez com alguma razão. A prova como as coisas não andam bem é o facto de nenhum árbitro ser convocado para o Mundial. Somos fracos, dependentes de uma estrutura que se movimenta como um polvo, onde uma cadeia de favores se vai consolidando desde os Conselhos Regionais de Arbitragem, passando pelos observadores, que também pertencem a um Conselho Regional, indicados por esses mesmos Conselhos, até que chegam ao patamar mais alto e passam para observadores da Liga. Muitos desses observadores, senão praticamente todos, foram ex árbitros, muitos não passaram dos escalões mais baixos e são muito fraquinhos. São eles que nas ações de formação e de reciclagem trabalham com os árbitros. Se ao nível da elite da arbitragem nenhum árbitro é escolhido é porque os " professores" que os ensinam, que os emendam, e que os classificam não sabem para eles, quanto mais para ensinar e avaliar os árbitros. A estrutura está toda mal. Enquanto não tirarem a arbitragem aos ex-árbitros, os erros vão continuar e a desconfiança continuará a manter-se.
Era uma vez um tipo que tinha uma pastelaria.
Acumulava com uma função arbitral e até havia quem o chamasse de "o melhor".
Um dia, numa reunião com os seus pares, enquanto davam conta do preparo do físico para o exercício da função, saíram-lhe ao caminho um bando de dragões, vomitando fogo.
O tipo, com receio de que tanto calor estragasse as regueifas e como quem tem cu tem medo e como tem morada fiscal na Invicta, por via das dúvidas toca de se acorrentar a um dos bichos e tem andado alegremente a fazer de pagem do dragão.
Ontem lá arranjou mais uns cordeirinhos para dar de comer ao animal.
E a arrogância com que ele enfrenta as vítimas? O Porro e o Adán que o digam, que se aqueles olhos matassem...
Bom, o que interessa é que a montra da pastelaria lá continua intacta e os dragões continuam a encher o papo.
A bem da nação.
Nota: Na imagem acima Soares Dias transforma uma agressão a Porro, num penalti contra o Sporting. Um nojo.
Para os negacionistas, parem o vídeo aos 7'' (sete segundos) e vejam quem bate primeiro em quem:
https://www.facebook.com/groups/sportingcp.contratudo.e.todos/posts/508864460662620/
Ainda há poucas semanas resmungava aqui sobre este tema, claramente sem grandes ilusões e expectativas de mudança. Um CA enfeudado aos dois rivais, minado pela APAF, árbitros medíocres, alguns como Luís Godinho promovidos a martelo a internacionais, completamente incapazes de perceber o jogo. E um Sporting que domina os jogos e os adversários, campeão nos amarelos e nas expulsões do sossegado Amorim, nas antípodas do mal educado e arruaceiro Conceição.
Depois tivemos algumas jornadas em que os rivais não conseguiram ganhar, perderam terreno na classificação e choraram baba e ranho com as decisões arbitrais. Coisa estranha e muito pouco vista. Duarte Gomes e os medíocres colegas comentadeiros sempre a fustigar os árbitros, sempre a dizer que sim senhora são bestiais, montes de qualidades, a nata da arbitragem mundial e tal, mas tinham tido uma péssima noite, Mas que se passou entretanto afinal?
Bom, parece que chegou um ex-árbitro inglês internacional David Elleray, Director Técnico da influente IFBA ( International Football Association Board), a entidade guardiã das leis do jogo e onde a FIFA tem assento, o "pai do VAR", para explicar aos árbitros portugueses o que é isso do futebol, um desporto inventado nas ilhas britânicas, com uma bola, duas balizas e onze jogadores para cada lado, e qual o papel do árbitro e do VAR no assunto. Parece que houve umas sessões de formação e indicações claras para alinharem pelos padrões internacionais, aqueles que vemos na Champions e noutras competições.
Depois da formação houve a necessária avaliação no terreno, através de relatório sobre os lances polémicos. Então esse senhor analisou alguns desses lances que deram baba e ranho, e não é que chegou à conclusão que, excepto a expulsão do Luis Diaz, tinham sido todos bem analisados? Ellery distingue com clareza causa e efeito, contacto provocado de acidental, intervenção do VAR por "claro e óbvio erro" e palpite a partir do Jamor.
Sobre o tal lance de Coates que para Duarte Gomes foi penalti claro, diz até que "as imagens mostram também que no lance na área de penálti o atacante caiu no terreno de jogo porque tropeçou nele próprio".
Ou seja, e do que se sabe, este senhor Ellery terá dito:
1. Lance de Nanú - Não houve penalti.
2. Lance de Luis Diaz - Não devia ter sido expulso.
3. Lande de Vertonghen - Não houve penalti.
4. Lance de Weigl - Não houve penalti.
5. Lance de Coates - Não houve penalti.
6. Lance de Nuno Mendes - Não houve penalti.
Pois se é este o entendimento de alguém influente na arbitragem ao mais alto nível, com o qual aliás concordo integralmente, só resta aos árbitros portugueses arrepiarem caminho, e aos comentadores como Duarte Gomes arranjarem trabalho digno, deviam ter mesmo vergonha do que andam a fazer.
Os meus parabéns a seja quem for que tenha mandado vir este senhor. Claro que a arbitragem portuguesa é como o meu quintal, cheio de erva daninha: limpa-se hoje, põe-se herbicida, mas o que está lá por baixo tem muita força e passado um tempo volta a confusão. Aproveitemos enquanto durar.
#OndeVaiUmVãoTodos
SL
Quinta-feira, dia 4 de Fevereiro o guarda-redes do Bcoiso choca violentamente com Nanu do FC Porto na disputa de uma bola. Este cai no chão inanimado e sofre uma grave lesão. Entra a ambulância em campo e atrás dela vem Conceição espumejante a exigir ao árbitro um penálti, que a ser marcado exigiria em coerência cartão vermelho ao guarda-redes. Na subsequente flash interview o dito Conceição filosofa sobre a causalidade das intenções humanas e diz que anda a ser roubado.
Menos de uma semana depois, terça-feira dia 10, Luís Diaz desfere um remate e ao poisar o pé no chão esmaga involuntariamente o artelho de David Carmo que entretanto se pusera debaixo, causando-lhe grave lesão. De novo entra a ambulância em campo e Conceição atrás dela, não menos espumejante do que da outra vez, indignadíssimo por o árbitro ter mostrado cartão vermelho a Diaz. Na subsequente conferência de imprensa D. Corleone da Costa exclama "Basta!", talvez porque se gritasse "Chega!" ainda o acusariam de benfiquista, e atira-se como gato a bofe ao governo, vá lá que deixando incólume o Tribunal de Haia.
Estas cenas escabrosas provam que a arbitragem portuguesa é ignóbil e pauta-se por uma aberrante dualidade de critérios. Ultraje que qualquer sportinguista tem provado há mais de 30 anos. Mostram também que essa dualidade não é só dos ditos árbitros, mas também de quem os julgava ter no bolso e afinal estão noutro.
Para um pequeno país periférico como Portugal, temos no futebol profissional um dos principais expoentes da nossa capacidade e talvez o maior motivo de orgulho dos portugueses espalhados pelo mundo. Temos alguns dos melhores futebolistas da actualidade, alguns dos melhores treinadores, mesmo alguns dirigentes muito bem conceituados internacionalmente, temos até (dizem) o melhor empresário do mundo.
Então para alguém que não conheça o burgo é dificil perceber porque é que não existe um árbitro português reconhecido internacionalmente e, para quem conheça, porque é que a arbitragem portuguesa é tão medíocre.
Antes do mais, em que consiste uma boa arbitragem? Assim de repente diria o seguinte:
1. Na interpretação correcta, uniforme e com base no bom senso das leis do jogo, procurando sempre valorizar o espectáculo desportivo.
2. Num estilo sóbrio mas assertivo de apitar que garanta o respeito dos jogadores e corte pela raiz eventuais excessos.
3. Na imparcialidade durante o jogo e durante a época, apitando de igual forma lances idênticos com diferentes jogadores e clubes envolvidos.
4. Na capacidade de deixar jogar no limite permitido pelas leis do jogo, sabendo identificar claramente as situações que ultrapassaram esses limites e tomar as decisões daí decorrentes.
Vemos aqueles que alguns dizem ser os melhores árbitros do momento, um Soares Dias, um Fábio Veríssimo, um Tiago Martins, um Luís Godinho, e nada disto são capazes de fazer. São uns artistas que apitam como querem e lhes apetece, que querem controlar o jogo à maneira deles, comprometidos com uns e outros, e com as costas quentes por um CA controlado pela APAF, ou seja, por eles mesmo.
A introdução do VAR foi uma conquista importante para impedir que algumas decisões claramente erradas fossem em frente, mas não serve para fazer de maus árbitros bons árbitros e, mal utilizado, pode servir para que maus árbitros se tornem ainda piores (vide Sporting-Porto e Famalicão-Sporting).
Como é que chegámos a este ponto?
Em primeiro lugar, se estamos mal agora ainda estivemos pior no passado, quando o Porto controlava a arbitragem e se roubava à descarada. O livro Golpe de Estádio conta como Reinaldo Teles e Pinto da Costa montaram o "sistema" que durou muitos anos, com prendas, quinhentinhos, prostitutas, árbitro novinho era árbitro seduzido e corrompido. Quem queria subir e chegar longe tinha que alinhar. Quem desalinhava tinhar azar na vida, como aconteceu com Francisco Silva.
Depois o Benfica foi atrás e vieram os padres e as missas, as ordenações de novos padres, no fundo a mesma sedução e corrupção mas feita doutra forma. E estamos na situação em que estamos: maus árbitros, árbitros apadrinhados, árbitros que estão no bolso duns ou doutros. E os novos têm outra vez que alinhar, uma das melhores arbitragens desta época do Sporting foi dum jovem árbitro em Alvalade, teria de procurar o nome que já não me recordo, e na altura quando fui ver a avaliação do "comentador de arbitragem", tinha sido negativa. A mensagem foi clara: assim não te safas, amigo.
Agora até os maus árbitros de há alguns anos se tornaram comentadores de arbitragem, para branquear a situação e iludir o pagode. O caso mais mediático é o de Duarte Gomes, o tal "comentador de arbitragem" de que eu falava e que o Pedro Oliveira costuma aqui trazer, que prima pelo malabarismo corporativista e pelo ressabiamento no que diz respeito ao Sporting.
Como mudar isto? Como impedir que um Fábio Veríssimo qualquer mostre o primeiro amarelo dum jogo ao Palhinha aos 70 minutos dum jogo num lance que nem falta era, para depois Soares Dias não mostrar o segundo ao Gilberto numa patada por trás ao Nuno Mendes que o deixa na enfermaria, e a seguir o mesmo Fábio deixar fazer tudo e um par de botas no Belenenses-Porto?
Outra coisa, no que respeita à uniformidade de critérios. Como é que se explica que o lance de Nanu não seja falta e o de Adán no mesmo Jamor seja falta e penálti? Nos dois casos não houve um choque entre dois jogadores a correr em direcções opostas para disputar a bola? O avançado é protegido no choque e o guarda-redes não? Desde quando? E se fosse o guarda-redes a ir para o hospital e o avançado do Porto continuasse em jogo?
Enfim, logo à noite temos um árbitro que no meio desta seita me merece respeito porque já o vi fazer boas arbitragens: Hugo Miguel. Confio que tenha um bom desempenho, que seja competente e imparcial. Porque é só isso que o Sporting Clube de Portugal pretende e exige.
PS: Vem agora a APAF, com muito jeitinho para não chatear ninguém, publicar este comunicado a dizer que dará todo o apoio a Fábio Veríssimo para o que se calhar vai ser coisa nenhuma, que a consciência é pesada:
Vamos lá, equipa. Há um extra a justificar ainda mais ganhar o próximo jogo.
Infelizmente esta praga arbitral estende-se a todos os escalões seniores de futebol do Clube, senão vejamos: na quinta-feira, Nicolai Skoglund nos sub-23 foi expulso; no sábado, na final da Taça da Liga, Pedro Gonçalves foi expulso; e no domingo, na equipa B, João Silva aos 58' e Edu Pinheiro aos 90+1 minutos foram expulsos (duas expulsões nos B).
Se houvesse jogos todos os dias tínhamos expulsões todos os dias da semana...
Curiosamente, tanto a principal equipa como a equipa B estão à frente da classificação dos seus respectivos campeonatos. É uma excentricidade digna do Guinness Book of Records que equipas que lideram os campeonatos sejam as mais caceteiras. Só [acontece] em Portugal e só acontece ao Sporting.
Isto é apenas o espelho da não-escolha de qualquer árbitro português para o maior evento futebolístico mundial, o Campeonato do Mundo na Rússia, alegadamente por falta de qualidade suficiente para lá estarem. Mas, sendo assim, por que razão a praga só recai sobre o Sporting?
Resposta que dá como prémio um curso de árbitro do Inatel, patrocinado pelos do costume.
Texto do leitor JMA, publicado originalmente aqui.
À 14.ª jornada do campeonato nacional de futebol:
Sporting - sancionado com 223 faltas de que resultaram 40 cartões amarelos (um cartão a cada 5,5 faltas).
FC Porto - sancionado com 221 faltas de que resultaram 24 cartões amarelos (um cartão a cada 9,2 faltas).
Benfica - sancionado com 207 faltas de que resultaram 29 cartões amarelos (um cartão a cada 7,1 faltas).
Caramba, o campo está cada vez mais inclinado.
Além de todos os outros obstáculos, Rúben Amorim e os nossos jogadores ainda têm de enfrentar mais este: os apitadores que distribuem cartões pelo Sporting como se o nosso emblema fosse um perigo público.
É altura de a Sporting TV dedicar um programa semanal a isto. Sem rodriguinhos, sem punhos de renda, sem conversa de chacha.
É chegado o momento de a Sporting TV estabelecer um ranking de árbitros anti-Sporting.
Apresentando factos e números, suportados por imagens. E destacando os casos de comprovada reincidência na militância arbitral contra as nossas cores.
A incompetência na arbitragem é mais contagiosa do que o coronavirus.
Como podemos classificar a atitude peregrina do Conselho de Arbitragem, uma hora depois do fim do jogo [Famalicão-Sporting]? E o comunicado da APAF? Qual o resultado efectivo do Apito Dourado? E o processo E-toupeira com a história das missas, padres e classificações? E os vouchers na Catedral da Cerveja?
Se começarmos a escrever um livro sobre todas as situações escandalosas na arbitragem em Portugal, Os Lusíadas iriam parecer um volume da colecção Vampiro.
Nas últimas semanas, assistimos a erros clamorosos em vários campos, mas só um elemento da arbitragem foi para a "jarra", curiosamente, aquele que "errou escandalosamente" no golo do Pedro Gonçalves. Onde estava a APAF para defender o seu associado?
Só assistimos a estas atitudes deploráveis por parte dos elementos destas instituições, com determinados clubes. Isso demonstra incompetência ou má-fé.
Não quero que o Sporting seja beneficiado, mas também não admito que seja prejudicado. Tal como não pretendo que outros, poucos, sejam constantemente beneficiados em prol de outros, muitos, inúmeras vezes espoliados.
Uma vez por todas, quem está na arbitragem deve assumir equidistância e justiça e exigir competência e qualidade a quem a exerce. Só assim poderão sair do ambiente lodoso onde estão enterrados.
Não nos esqueçamos que a justiça portuguesa pode tardar, mas funciona.
Texto do leitor Luís Barros, publicado originalmente aqui.
Nunca é de mais lembrar um dos mais escandalosos roubos de que fomos vítimas. Aconteceu na final da Taça da Liga em 2009, quando um tal Lucílio Baptista - espécie de Inocêncio Calabote do século XXI - ofereceu de bandeja o título ao Benfica no momento em que inventou um penálti contra o Sporting e deu ordem de expulsão ao nosso lateral direito, Pedro Silva. Um penálti a pedido de um jogador encarnado, Di Maria, que logo levantou o polegar em sinal de agradecimento.
É instrutivo rever este vídeo para jamais esquecermos o obsceno nível de degradação a que chegou a descer a arbitragem em Portugal nesse tempo anterior ao VAR. Sob o irónico lema "limpinho, limpinho", imortalizado pelo neobenfiquista Jorge Jesus na sua primeira passagem pelo clube da Luz, onde nunca deixou de ser bafejado pelos apitadores de turno.
Neste caso concreto, lamento dizê-lo, a incompetência dolosa não foi apenas de Baptista: foi também dos jornalistas da SIC que narravam em directo esta final e que logo validaram a versão fraudulenta do herdeiro espiritual de Calabote. «Que é um facto que a bola bate na mão de Pedro Silva, é verdade: bate», apressou-se a declarar um deles. «A bola parece que bate claramente na mão esquerda do defesa do Sporting», corroborou o outro. Ambos coniventes com o atentado à verdade desportiva.
Não esqueçamos nunca. Porque estes (árbitros e jornalistas-comentadores) até já podem nem andar por aí, mas outros - pouco diferentes - tardam a sair de cena. Sempre prontos a embaciar a transparência desportiva ao serviço do emblema a que prestam vassalagem.
ADENDA: Alertado por um leitor, verifico que Baptista ainda anda por aí. Como vice-presidente da Secção de Classificações do Conselho de Arbitragem da FPF. Medalha por bons serviços?
Procuradoria-Geral da República investiga Conselho de Arbitragem por corrupção e falsificação de documentos, segundo a RTP. Em entrevista ao canal, Jorge Ferreira revela que foi ele quem fez a denúncia e fala de pressões para favorecimento aos grandes.
Semana exemplificativa do que é desporto nacional por estes dias.
Na sexta-feira, o Desportivo de Aves apanhou-se a vencer no Estádio da Luz. O árbitro, Carlos Xistra, conseguiu ver um penalty que permitiu o empate e catapultou o Benfica para a vitória.
Um par de horas depois, o Moreirense marca um golo contra o Porto e meia-dúzia de minutos depois prepara-se para fazer o 2-0 quando o árbitro, Artur Soares Dias, escolhe apitar antes da bola entrar, não dando hipótese ao VAR de averiguar se o golo seria legal ou não. O Porto apanha balanço e acaba por vencer o jogo.
Já no domingo, o futebol feminino deslocou-se ao Estádio da Tapadinha para defrontar o Benfica na primeira jornada da Taça da Liga em futsal. O Sporting vencia por 2-1, graças a um golo de levantar o estádio de Diana Silva, quando a árbitra, Catarina Campos, inventa um penalty de Carole Costa e acaba por expulsar a central Sportinguista. O Benfica acabou por empatar o jogo.
O domingo não fecharia sem mais um exemplo gritante. Na final da Taça da Liga, o Benfica atinge as cinco faltas a sete minutos do final. Um minuto depois, faz a sexta falta sobre Cardinal. Em qualquer outro lado do mundo seria livre direto para o Sporting. Mas no Pavilhão do Centro de Congressos de Matosinhos, o árbitro, Rúben Santos, assinalou a falta ao contrário. Na sequência do lance, o Benfica acaba por se adiantar no marcador e vencer a partida.
Terça-feira, mais um jogo onde o Benfica se encontra a perder em casa e o árbitro, Artur Soares Dias, a "mando" de Rui Costa perdoa a expulsão a Rúben Dias. Como nenhum outro resultado é permitido em Portugal, o Benfica acabou por vencer o jogo.
Amanhã joga-se o derby da cidade de Lisboa. Um jogo histórico do qual Coates foi afastado por um árbitro, Tiago Martins.
Ferran Soriano escreveu um livro chamado “A bola não entra por acaso” e é bem verdade. Infelizmente, em Portugal, o resultado não é ditado pelo mérito, nem pela sorte do jogo ou pela estrelinha de campeão. O resultado é o que o árbitro quiser!
O incompetente Pinheiro de Natal ontem plantado no estádio de Portimão "viu" uma bofetada que Bolasie não deu a um tal Willyan, expulsando o nosso jogador e forçando o Sporting a disputar toda a segunda parte só com dez.
O mesmo apitador não viu outras bofetadas, essas sim bem reais, aplicadas na segunda parte por jogadores da equipa da casa a Coates e Bruno Fernandes - esta com a agravante de ter ocorrido dentro da grande área do Portimonense.
Recordo que este senhor foi o mesmo que marcou três penáltis contra o Sporting no mesmo jogo, quando seguíamos em primeiro no campeonato.
Árbitros deste calibre são letais ao futebol português. Merecem ir para a jarra a título definitivo.
«A arbitragem tem o poder supremo, hoje. O da incompetência, da irresponsabilidade e da inimputabilidade. E ainda por cima (os clubes) pagam-lhe para ser assim. É completamente óbvio que nunca foi tão importante para os clubes como actualmente controlar e dominar a vontade pessoal dos árbitros e as suas decisões em campo. A possibilidade de isenção e assumpção da responsabilidade foi amplamente corrompida. Não pelo VAR, mas pelas pessoas e pelas instituições, que se alimentam da falta de cultura desportiva e de responsabilidade do espectador médio. Olhar para o futebol doméstico e para a arbitragem portuguesa é estar a olhar para o lado medíocre do país.»
João Gil, neste meu texto
1
Eis o futebol que temos, formatado e condicionado para a vitória sistemática do mesmo clube que envergonha o nome de Portugal nas competições internacionais: o Benfica, vencedor de seis campeonatos internos nos últimos sete anos, perdeu 12 dos últimos 15 jogos que disputou na Liga dos Campeões e sofre golos há 14 desafios consecutivos nas competições da UEFA. Explicação lógica: lá fora não beneficia dos favores da arbitragem nem de generosos autogolos concedidos por equipas adversárias.
Lá fora também as autoridades desportivas não permitem que um clube contrate jogadores só para os distribuir por equipas supostamente adversárias. Nem há televisões oficiais de clubes a transmitir em exclusivo as provas em que esses clubes participam - outra originalidade portuguesa, o escandaloso privilégio concedido à BTV.
Isto já para não falar do tratamento editorial totalmente diferenciado de que o SLB beneficia face aos clubes rivais. Basta apontar um exemplo: na mais recente assembleia geral benfiquista, 19 sócios subiram ao palanque para criticar o presidente dessa agremiação, mas nenhum deles foi procurado pelos canais de televisão cá do burgo para serem entrevistados. Se fosse no Sporting, alguns deles acampavam nos estúdios serão após serão e tornavam-se até "comentadores residentes". Dois pesos, duas medidas.
2
Este dirigismo domesticado, esta arbitragem vesga, este jornalismo que perdeu a virtude da isenção: eis factores fundamentais que contribuem para explicar o jejum de títulos leoninos neste século em que só por uma vez festejámos o campeonato nacional. Tirando a inesquecível Liga 2001/2002, o melhor que conseguimos foram seis segundos lugares - quatro com Paulo Bento, um com Leonardo Jardim e outro com Jorge Jesus.
Estivemos, é certo, à beira de novos festejos por três vezes: em 2004/2005 (com Dias da Cunha e José Peseiro), em 2006/2007 (com Soares Franco e Paulo Bento) e em 2015/2016 (com Bruno de Carvalho e Jorge Jesus). Mas erros clamorosos de arbitragem - tolerados por dirigentes inaptos e silenciados por uma comunicação social medrosa e cúmplice - impediram-nos de concretizar esse sonho ainda adiado.
3
Eis o pano de fundo. Não faz o menor sentido haver agora no Sporting quem se apresse a "exigir títulos", sobretudo no rescaldo do traumático ataque à Academia de Alcochete, que provocou um rombo desportivo, financeiro e reputacional à instituição leonina.
Tal como uma casa começa a ser erguida pelos alicerces e uma equipa começa a ser construída a partir da defesa, nenhum projecto com solidez, ambição e perspectiva de longo prazo pode ser edificado em Alvalade sem considerar o conjunto de circunstâncias que enumerei e lutar para superá-las, uma a uma.
Haverá, naturalmente, quem diga o contrário - são os heróis do teclado, instalados no conforto anónimo de um sofá doméstico. Infelizmente, as questões reais são muito mais vastas e complexas do que estes indignados das redes sociais imaginam na sua visão simplista. As forças estão há muito desequilibradas. Ao Sporting não basta superar os adversários em campo - é também preciso derrotá-los fora das quatro linhas.
«Acho gravíssimo, a suspensão de Hugo Miguel e de Luís Godinho.»
«Tenho a informação de que no Conselho de Arbitragem fazem a mesma leitura de todos os analistas de arbitragem na comunicação social em Portugal: de que aquilo [golo de João Félix contra o Rio Ave] é fora de jogo. E isso é grave, é muito grave. Porque é revelador daquilo que eu tenho dito há muitos anos: os árbitros em Portugal conhecem as regras mas não percebem o jogo. Conhecem as leis, mas não percebem nada do jogo jogado. José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem, e Luís Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem, acham que isto é posição irregular, é fora de jogo. Porque não conhecem as regras. Ou melhor: conhecem as regras, mas não conhecem o jogo.»
Rui Pedro Brás/Braz, hoje, na TVI 24