Eu conheço alguém que também está desiludido. Com os jogadores.
Conheço o Manuel, que ganha o ordenado mínimo e rouba um pouco do seu ordenado miserável para pagar as quotas e a GB mais baratinha, porque o seu único vício é o Sporting e todas as vezes que vai a Alvalade, salvo raras excepções, sai de lá a pensar que esse dinheiro seria mais bem empregue num belo jantar com a família num restaurante baratinho lá do bairro;
A Rita, que veio de Angola para se licenciar e pôde finalmente passar a assistir aos jogos do seu clube do coração. Como estuda com uma bolsa e o dinheiro é pouco, fez-se sócia de uma claque, mas está triste porque é revistada jogo sim, jogo sim, como se fosse um guerrilheiro do MPLA nos anos 1960 e vista como uma perigosa agitadora;
O António, com um bom emprego e sem dificuldades financeiras, que está na bancada A, é sócio desde que se lembra de ser gente e não falha um jogo e que apesar de tudo acha que os bilhetes em geral são demasiado caros para o espectáculo apresentado;
A Margarida, que gosta de ver o Sporting e que conta com a boa vontade e o sportinguismo do avô para comprar os bilhetes para ir espaçadamente a Alvalade, que quer rapidamente ser independente e fazer-se sócia e comprar uma entrada anual, mas que vem de lá sempre cabisbaixa com as paupérrimas exibições a que tem assistido e pensa seriamente se há-de dar esse passo tão ansiado;
O João, empresário e Sportinguista que faz um esforço para manter dois lugares de camarote que vai dividindo com um cliente a cada jogo e que de há tempos a esta parte deixou de ter companhia e ele sabe bem porquê e está ele próprio a pensar desistir de ir ao estádio e de manter os dois lugares, que a pequena empresa está também ela a passar por dificuldades e o entusiasmo com o jogo praticado começa a desvanecer-se;
E provavelmente mais de 95% dos sócios que ainda vão pagando as quotas está desiludido com o desempenho da equipa. E com o desempenho da direcção que tem uma política de preços e de comunicação que está completamente divorciada dos sócios, dos adeptos e dos núcleos, pois o João, que vem de Castelo Branco fazer 500 km e o Francisco que vem de Faro e que faz 600 e a Joana que vem com a Claudia de Braga e faz as mesmas centenas de km que os seus consócios, poderiam ter um incentivo para virem mais vezes, mas como gastam uma fortuna nas deslocações e nas entradas, vão deixar de vir. Dizem eles todos que os bilhetes para os núcleos, deveriam ter em atenção os sportinguistas de mais longe e os custos associados às viagens. E quem não concorda?
Como consequência disto tudo, o estádio vai estando às moscas. Nem com o Porto, num jogo que nos poderia deixar mais confortáveis no ataque ao acesso à liga dos campeões, o estádio encheu.
Alguém um dia, adaptando JF Kennedy, disse que os adeptos deverão perguntar o que deverão fazer pelo Sporting e não o que o Sporting deve fazer por eles e eu não poderia estar mais de acordo.
Mas querem mais exemplos do que os adeptos fazem pelo seu clube do que os que vos dei acima? Desde quem tem uma vida desafogada a quem faz enormes sacrifícios? Multipliquem os Manuéis e as Joanas por milhares.
E depois, depois temos as prima-donas, que são pagos a peso de ouro, que não jogam um carapau, que pouco fazem pelo seu clube e que não entusiasmam os adeptos, que estão desiludidos connosco, dizem, assim a modos que a meterem o carro à frente dos bois. Pergunta de "caracacá": O que têm feito eles este ano pelo nosso clube?
Estive na Amoreira e confirmo, como sempre: gosto muito de jogos fora, sobretudo em estádios mais pequenos. Estamos com a nossa tribo e há um comportamento grupal diferente. Não tem a ver com ser melhor ou pior que em Alvalade, é a nossa casa e não a troco por nada, mas num jogo fora, sentimos mais "os nossos", estamos ali juntos, reconhecem-se os cânticos - não tendo a melhor acústica, pouco se ouvia de um lado ao outro na mesma bancada, mas cada lado se organizou da melhor forma - e parece haver mais vontade geral em participar. Além do bom apoio à equipa, foi também divertido, há sempre bons momentos na bancada.
Era necessária, vital quase, uma vitória. Para andar em frente, para a nuvem negra se ir afastando, para os arautos da desgraça sossegarem. Ganhou-se e bem. Prossigamos.
Ao contrário do que alguns receiam, ninguém se torna menos sportinguista por apoiar sem reservas a selecção nacional.
É o que eu faço, desde miúdo. Considerando-a a equipa de todos nós, jogue quem jogar.
Formei-me nesta cultura desportiva e assim prossigo, sem a renegar.
Durante décadas, festejei segundos e terceiros lugares. Eram festejos menores, que souberam a pouco. No Europeu de 1984, em França. No Europeu de 2004, em Portugal. No Europeu de 2012, na Ucrânia.
Tive a imensa alegria de celebrar enfim a conquista de um Campeonato da Europa, quando erguemos o caneco em Paris, a 10 de Julho de 2016.
Um festejo a sério. Sem desculpas nem entretantos.
Sem vitórias morais.
Com um onze titular que integrava vários jogadores do Sporting, com um plantel onde havia dez elementos formados na Academia leonina.
Mas sem isso teria celebrado à mesma, teria aplaudido sem reservas a subida das cores nacionais ao posto mais elevado do pódio, concretizando um sonho tantas vezes adiado.
Nestes tempos esquisitos de pandemia e teletrabalho associado, durante a tarde a televisão faz-me companhia, depois de a "acender" à hora do almoço para ver o "telejornal". Em regra, depois das notícias mudo para o canal 11, que é muito interessante e vou dando uma olhadela, para limpar a vista dos ecrãs dos portáteis. Há por lá uma rubrica/programa de nome "Sagrado Balneário", apresentada por Toni (um senhor!) e António Carraça. Dedicada a antigos jogadores, com o objectivo de contarem de forma descontraída as suas carreiras e principalmente peripécias acontecidas durante a dita cuja. Já por lá passaram muitos, uns craques outros nem tanto. Há relato de situações hilariantes e caricatas, no fundo é um espaço despretensioso, leve, alegre, que tem por objectivo criar durante o seu tempo de emissão, empatia entre o "entrevistado" e os espectadores.
Alguns dos que por lá já passaram jogaram em grandes clubes em Portugal (nos três) e no estrangeiro e onde quero chegar com toda a ladainha que atrás rascunhei é que todos, sem excepção, os que passaram pelo FCPorto referiram a pressão que é ter que ganhar; Dentro e fora do balneário. Um exemplo de quem jogou nos três grandes: "Um simples pedido de autógrafos. No Sporting ou Benfica pedem(iam) um autógrafo, dá cá o papel e a caneta, como é que te chamas, assinar e toma. Obrigado, resposta do adepto. No Porto? No Porto era igual, mas no final o adepto não agradecia, dizia: Temos que ganhar no Domingo, cara...!"
Vem isto a propósito da derrota, eu diria desleixada, do Sporting nos Açores, na última jornada.
Concordando inteiramente com o Pedro Correia no post abaixo e tendo toda a confiança no técnico e nos jogadores, não perdemos nada em ser exigentes, antes pelo contrário. Já é tempo de esquecer o "levantar a cabeça e pensar no próximo jogo" tão usado e abusado durante anos a fio no nosso clube.
Cultura de exigência precisa-se, o apoio passa muito por aí e quem a confundir com desapoio andará completamente desajustado daquilo que deve ser o Sporting.
Quero eu com isto afirmar que a mentalidade ganhadora deve ser pressionante, a vontade de vencer devendo estar no balneário, deverá ser alimentada por uma exigência de excelência em todos os jogos e nunca por uma atitude fatalista após um desaire.
Outro jogador dos referidos lá em cima, relatando duas viagens de avião de regresso de jogos das competições europeias, após derrota: "Num avião conversava-se, ria-se, mostravam-se as compras. No voo do FCPorto o silêncio era sepulcral."
Há coisas que, apesar da relatividade da importância de um jogo de futebol tão bem descrita por Bill Shankly, quando afirma que "algumas pessoas acreditam que o futebol é uma questão de vida ou morte. Fico muito decepcionado com essa atitude. Posso assegurar que futebol é muito, muito mais importante[", se achamos que devemos abraçar, deveremos copiar. Esta cultura de vitória, esta mentalidade ganhadora, esta cultura de exigência poderá ajudar a que deixemos de dizer que "temos que jogar três vezes mais que eles para ganhar" e a largarmos a nossa tão querida fatalidade. Talvez assim só duas vezes passem a ser suficientes...
Rúben Amorim sem dúvida que merece todo o crédito. Tem feito um trabalho extraordinário. Não nos esqueçamos que temos um plantel muito menos valorizado, em termos de orçamento, que os dos rivais. E mesmo assim, somos campeões! E mesmo assim, esta época não estamos a jogar pior que qualquer equipa em Portugal.
Falta-nos apenas experiência europeia. E aí, o nosso treinador também vai evoluir. Terá de ver que na Europa as equipas são mais audazes (e capazes) e atacam mais facilmente os nossos pontos fracos. Tem sido esta a única falha (se é que é falha) do trabalho de Amorim.
Além disso, falando de adeptos, por natureza, o acto de criticar, desde que feito de forma construtiva, não é algo que mereça reparo. Felizmente todos temos a nossa forma de pensar e de ver as coisas, e temos o direito de não estar sempre de acordo uns com os outros. Agora, durante o jogo, durante aqueles 90 e tal minutos em que o objectivo é ganhar, seja lá quem for o presidente, seja lá quem for o treinador, aí não se pode aceitar a crítica ao Clube ou à Direção. É talvez o único momento em que a liberdade de expressão deve ser deixada de lado, por um bem maior.
Há outros momentos em que quem não gosta pode dar voz à sua opinião. Mas ali, quando são 11 vs 11, os nossos têm de estar acima de tudo. Nós somos a retaguarda, somos o empurrão que tantas vezes nos faz um clube ímpar.
Por isso digo que o que se passou na pré-pandemia foi péssimo. Assistimos a um momento histórico de rebelião que podia bem ter aniquilado o nosso clube.
Posto isto, sou a favor da regeneração - leia-se, refundação - das claques. Pode ser controverso, mas se for possível que uma claque tenha apenas por missão apoiar incondicionalmente a sua equipa, sem interesses pessoais, então as claques são uma arma poderosa para o clube e que pode ajudar as equipas a sentirem-se em casa em todos os combates.
A máxima do Liverpool é muito isso: you'll never walk alone… lembra o "onde vai um vão todos’" É isso que uma claque deve ser. Mesmo no estádio mais longínquo, mesmo na cidade mais remota, a claque serve para dizer presente e fazer lembrar que representa milhões de adeptos.
Por isso, tenho para mim que o nosso Presidente devia resolver este problema de uma forma diferente do que simplesmente eliminar as claques. Há muita gente muito válida dentro da Juve Leo e do Directivo XXI. Os que forem meros aproveitadores, esses sim devem ser expurgados. O estatuto das claques deve ser o mais claro possível e a linha entre o que a claque pode e não pode fazer deve estar bem vincada. Atropelos, aproveitamentos, incitamentos à desordem, negócios laterais e ilícitos, são tudo actos não próprios do espírito de uma claque e portanto, à cabeça, devem ser listados como motivos para expulsão e exclusão.
Não sei se é possível o que estou aqui a propor, mas o momento é o ideal. O clube está vencedor, há alguma união, e há que aproveitar esta onda (lembra-se da Onda Verde? Era outra claque, certo?).
Texto do leitor Ulisses Oliveira, publicado originalmente aqui.
Rúben Amorim, o treinador campeão, merece todo o crédito.
Em ano e meio ao serviço do Sporting, como treinador da nossa equipa principal de futebol, venceu o campeonato (19 anos depois da anterior conquista), a Taça da Liga e a Supertaça.
Mais do que Leonardo Jardim, Marco Silva e Jorge Jesus em cinco anos.
No último ano, com ele ao leme, o Sporting só sofreu quatro derrotas. Contra o Lask Linz, o Marítimo, o Benfica (já com a Liga 2020/2021 conquistada) e o Ajax. Em meia centena de jogo disputados.
Há quem destaque - e eu próprio o fiz - que os adeptos leoninos, neste regresso que já tardava às bancadas dos estádios, têm apoiado entusiasticamente os jogadores. Foi assim em Alvalade, foi assim no campo do Estoril.
Regista-se com muito agrado. Mas era o que mais faltava se num contexto desses não expressassem apoio...
Apoiar esta equipa campeã não é mérito nenhum.
É um acto de elementar justiça. É um dever de todos nós.
Sporting ciclotímico: não faltaram adeptos - até nas nossas caixas de comentários - a resmungar e reclamar após o Benfica-Sporting de sábado. Dizendo, entre outras coisas, que se perdeu uma excelente oportunidade para se "fazer história".
Alguns dos que agora resmungam, subitamente muito exigentes, são os mesmos que no início da época davam como garantido que seríamos ultrapassados pelo Braga e nos arriscávamos a discutir o quarto lugar com Paços de Ferreira e V. Guimarães.
Esses, apostados já em denegrir o treinador e os jogadores que repuseram o Sporting na rota dos títulos, acabam por dar razão a quem argumenta que o campeonato só conseguiu ser conquistado por não haver adeptos no nosso estádio.
Por mais que a equipa faça, nunca estão satisfeitos.
Antes criticavam João Mário porque jogava, agora criticam porque ficou no banco. Antes criticavam o técnico por não "dar oportunidades" a Daniel Bragança, agora criticam porque Amorim integrou o jogador no onze titular do clássico.
Só apoiam no fim de tudo, quando a vitória se consuma E mesmo assim, poucos dias volvidos, começam de imediato a denegrir a equipa campeã. Como se vê.
A esses, que queriam "fazer história" no penúltimo jogo de um campeonato já conquistado, tenho a dizer o que vai seguir-se.
- Fazer história é vencer o campeonato após o nosso mais longo jejum de sempre - que perdurou nas presidências de Soares Franco, Bettencourt, Godinho Lopes e Bruno de Carvalho.
- Fazer história é termos o mais longo período (32 jornadas) sem derrotas alguma vez registado no campeonato nacional. Sagrámo-nos campeões invictos.
- Fazer história é termos concluído 20 partidas (em 33 já disputadas) sem sofrer um só golo nesta Liga 2020/2021.
- Fazer história é liderar o campeonato isolados desde a jornada 6, como este ano aconteceu.
- Fazer história é chegarmos à Luz já campeões a duas jornadas do fim.
Tudo isto é fazer história.
Agora há que preparar desde já a próxima época. Tão bem como esta foi preparada.
Apoiando jogadores, equipa técnica e dirigentes do princípio ao fim. Apoiar só na linha da meta, como alguns este ano fizeram, não vale nada.
Obrigado ao Núcleo Sporting Clube de Portugal de Braga e a todos os sportinguistas que proporcionaram esta magnífica receção à nossa equipa. A épica vitória do domingo passado de certeza que começou por aqui.
O que alguns pseudo-adeptos do nosso clube fizeram ao ponta-de-lança é incompreensível e só prejudica o próprio e a equipa do Sporting Clube de Portugal. Nestes seis jogos que faltam temos que estar unidos mais que nunca e não podemos estar desavindos, não devemos apontar o dedo a ninguém e vamos dar tudo. Mas tudo mesmo.
Muita malta temos entre nós que não acredita que podemos ser campeões. Fico sem perceber se desses a maioria é apenas racional e não quer alimentar expectativas que venham a sair goradas, ou se, por outro lado, não acreditam que esta equipa e o seu líder conseguem ser campeões. Achando deles que não têm estaleca nem futebol para tal façanha.
Parem com isso! Metam lá isto na cabeça: para esse discurso bota-abaixo e derrotista bastam os nossos adversários. E eles não são poucos.
Ontem, a superioridade do Sporting relativamente ao B foi, é, de uma evidência indiscutível. Se a memória não me falha fizemos 27 remates à baliza, o B fez 2. Os mesmos que lhes deram os golos marcados nas poucas vezes que foram lá à frente, sem futebol que justificasse vantagem tão grande, a não ser a nossa ineficácia e erros defensivos, condenáveis, sim, mas não ao ponto de nos atirar para a forca.
Não contando com a cambada de trogloditas frustrados e anti-Sporting, ainda que se afirmem sportinguistas, sobram muitos pessimistas entre nós. E não devia ser assim. Ouvir tantos dos nossos dizerem a cada empate que "não jogamos nada", que "já fomos", que "isto vai para o Porto", "não, vai para o Benfica" é para mim um exercício de auto-fagia, estéril, infrutífero. Um mero passatempo masoquista.
A malta, muitos de nós, fala como se o Sporting ganhasse campeonatos de dois em dois anos, de três em três. Como se no período dos últimos dez campeonatos tivéssemos sido bicampeões, tricampeões, tetracampeões.
Baixem a bola e apoiem a equipa. Não se distraiam com medos e desesperanças. Continuamos líderes. Invencíveis. Só dependemos de nós para conquistarmos o título. Chamem-me o que quiserem mas para mim tudo o que não seja apoiar expressamente esta equipa e acreditar nela, reconhecer que nunca esperámos que nos pudesse dar tanto, que é jornada atrás de jornada líder, que ontem apesar do empate deu mostras de ter fibra, para mim tudo o que não seja acreditar que este fantástico grupo nos pode dar o tão sonhado títitulo de campeão nacional de futebol é um atentado ao Sporting.
Bastou um pequeno percalço para muitos adeptos se esquecerem rapidamente da temporada brilhante que conseguimos até aqui, e de que o caminho faz-se caminhando, umas vezes mais depressa, outras mais devagar, mas sempre a caminhar. Não é possível a uma equipa estar sempre no topo de forma. Aqui ou ali vão aparecer dificuldades, sejam elas "plantadas", sejam fruto da competitividade dos adversários. Mas a verdade é que se no início da época perguntassem a qualquer sportinguista se aceitaria estar nesta altura com 6 pontos de avanço do segundo classificado, de certeza que a grande maioria comprava, de olhos fechados. Portanto, temos de nos orgulhar do que conseguimos até aqui.
É normal que a equipa nesta fase acuse um pouco mais a responsabilidade. É normal vermos menos alegria nos jogadores e sentirmos que as coisas acontecem mais em esforço, menos fluidas. Como digo, é normal. Estranho seria se tal não acontecesse. Já nem falo nos miúdos do plantel. Mesmo aos graúdos falta-lhes experiência a este nível: Adán foi quase sempre suplente nas grandes equipas por onde passou; Coates, desde que está no Sporting nunca foi campeão; Feddal, que eu saiba, também não tem hábito de lutar por títulos; João Mário e Palhinha, idem, tal como o Paulinho, e outros.
A própria equipa técnica, também ela é inexperiente a este nível. Mesmo os adeptos, também não estão nestas andanças há muitos anos, alguns nem sequer viram o Sporting campeão. Portanto, é normal que o sorriso que os jogadores espelhavam até metade da época tenha sido parcialmente substituído por um tom mais sério, próprio da responsabilidade de quem está perante um feito que a acontecer, ficará para a história. Não se confunda com falta de determinação.
Cabe-nos a todos nós, sportinguistas, passar aos jogadores toda a confiança possível. Sabemos que o caminho está carregado de armadilhas e que as regras não são as mesmas para todos, e sabemos que há um esforço conjugado para nos tirar confiança e determinação... mas se fizermos dessa "concorrência desleal" a nossa força e se verdadeiramente onde for um forem todos, nada parará a equipa.
Trabalhei com alguém que em tempos pediu paixão e foco a toda a equipa que trabalhava com ele. Sábias palavras. Especialmente agora, chegados às grandes decisões, há que cerrar fileiras. Todos juntos, com paixão e com foco, vamos conseguir.
Texto do leitor Ulisses Oliveira, publicado originalmente aqui.
Não sejamos bipolares. Dos dos nervos e das emoções e dos que acham que isto é a dois, que é só dos dois do costume. Não é. Estamos cá nós para o provar.
Isto é uma maratona e ninguém nos disse que ia ser fácil. Antes pelo contrário. Como aliás ninguém nos prometeu uma corrida de duzentos metros sem barreiras. Antes pelo contrário.
Aqueles que nos representam, no campo e fora dele, têm sido verdadeiros connosco. Desde a primeira hora que nos ensinaram que isto é jogo a jogo. E que é muito difícil. Muito difícil.
Se nunca me deslumbrei com a campanha extraordinária que temos feito esta época - os foguetes nem sequer os comprei quanto mais tê-los atirado! -, também não vou embarcar no discurso de que está tudo perdido porque encaixámos dois empates seguidos e perdemos a confortável vantagem de dez pontos para o segundo classificado.
Ontem custou a não conquista dos três pontos. Chiça se custou... Perdidos ainda por cima por culpa nossa.
Falhámos, não uma carrada, mas um camião de golos cantados. Fomos de uma superioridade técnica e táctica face ao adversário indiscutível. E não quero com isto garantir uma vitória moral, que dessas está o Inferno verde e branco cheio.
Talvez tenhamos jogado a passo num ou noutro momento do jogo, mas as mexidas na equipa (porventura algumas delas tarde) produziram jogo de equipa grande, reduzindo o adversário ao seu reduto defensivo. Não me quero enganar nem a ninguém, julgo que o Famalicão desde o golo que marcou só rematou de novo à nossa baliza na segunda parte e esta avançada.
Têm dúvidas na equipa, não tenham. Se tiverem dificuldade em nela acreditar, aconselho-vos, vejam a conferência de imprensa do Rúben Amorim no pós-jogo. Aquilo é um bálsamo de lucidez, determinação, rumo e liderança. Já tenho ouvido que o nosso timoneiro estava ontem mais nervoso e instável do que o habitual (leitura inicialmente propagada pelos narradores televisivos da partida), discordo. Vi um RA igual a si próprio. Comprometido com a equipa, tomando-lhe as dores e investindo nela pondo-a mais ofensiva. Querendo ganhar o jogo.
O fecho deste abrupto tem confiança e crença suportadas pela consistência que este Sporting tem apresentado já lá vão meses e largos: Jogo a jogo vamos ser campeões!
O "O Jogo" de hoje diz que a gente vai embrulhar o Jovane Cabral num laço bonito, puxá-lo com a tesoura como se faz nos presentes, ao laço, claro e que o vamos oferecer por 10 milhões de Euros ao primeiro que aparecer.
Porra, até eu que não gosto nada do Varandas e que às vezes ando distraído, percebo que isto é conversa pra boi dormir. Em português de Portugal, notícia para desestabilizar.
Pois podem vir com as bombinhas de carnaval ou o fogo de artifício da passagem de ano e até com os alho-porros e as cascatas sanjoaninas, que daqui não levam nada.
A gente tem cá umas divergências internas, mas isto é como os nossos filhos, a gente sabe que eles às vezes se portam menos bem, mas ai de quem diga mal deles...
Portanto, virem lá as baterias para outro lado, que daqui este ano não levam nada!
Os nossos adversários, "purinhos" ou impuros, que não se enganem: nesta recta final da temporada, vamos estar ainda mais firmes na defesa do nosso clube e no incentivo aos nossos jogadores e à nossa equipa técnica.
Quanto mais tentarem prejudicar-nos, mais cerraremos fileiras com eles. Quanto mais golpes baixos empregarem, mais resistiremos. Quanto mais tentarem combater-nos, mais unidos nos encontrarão.
Onde vai um, vão todos. Não tenham ilusões: agora é mesmo assim.
Não vale a pena gastar muitas palavras. A questão é esta: como são incapazes de nos derrotar em campo, tentam vencer-nos na secretaria.
São "casos" atrás de "casos": o da Unilabs, com os falsos testes positivos à Covid que deixaram de fora Nuno Mendes e Sporar antes do clássico do Dragão; o da ameaça de perda de pontos ao Sporting por João Palhinha ter usado um direito, que a Constituição e a lei geral do País lhe conferem, de recorrer para a justiça civil de uma decisão considerada injusta no âmbito desportivo; é agora a Comissão de Instrutores da Liga a dar provimento, um ano depois, a uma queixa do órgão profissional dos treinadores contra Rúben Amorim, sob a acusação de fraude. Tese delirante da instrutora Filipa Elias, supostamente com base no depoimento dum jogador que já não integra o plantel leonino, estando agora ao serviço de outro emblema.
2
Há incontáveis precedentes de treinadores que orientaram ou ainda orientam equipas de futebol da I Liga portuguesa sem possuírem o título profissional, quase tão difícil de obter como um segredo de alquimia: Paulo Bento, Sérgio Conceição, Nuno Espírito Santo, Marco Silva, Paulo Fonseca, Jorge Costa, Petit, Silas, Pepa, Pedro Emanuel, Sandro Mendes, Filipe Martins, Tiago Mendes, Sérgio Vieira, Mário Silva, Carlos Pinto, Rui Borges, Luís Freire, João Henriques...
Espantosamente, a Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), entidade queixosa neste processo, só investe contra Amorim - aliás com reincidencia, pois já havia procedido assim quando o actual treinador do Sporting orientava o Casa Pia, embora tenha silenciado qualquer protesto quando ele conduzia a equipa do Braga.
Existe, portanto, perseguição ad hominem. Espantosamente, por parte da associação que devia defender os treinadores, em vez de os acusar fosse do que fosse. A ANTF - liderada há oito anos ininterruptos pelo mesmo indivíduo, um antigo director desportivo do Vitória de Guimarães que nunca se distinguiu nos campos de futebol - faria bem melhor em actualizar o seu organigrama oficial na Internet, que apresenta como segundo vice-presidente da Direcção alguém que há um ano deixou de exercer aquelas funções. Afinal a transparência, que tanto apregoam, não é aplicada lá em casa.
3
Temos, portanto, uma associação de classe agindo como perseguidora de membros da própria classe. Um deles, pelo menos. O que torna o caso ainda mais inaceitável.
Entendamo-nos: a ANTF não pode exercer medidas punitivas contra um dos seus membros por não estar equiparada a ordem profissional - para isso necessitaria de diploma outorgado pela Assembleia da República. Será mais adequada a sua equiparação a organismo sindical, o que torna ainda mais abjecta a denúncia feita em Março de 2020 contra Amorim, mal iniciou funções na equipa técnica do Sporting. Os sindicatos agem na defesa dos interesses sócio-profissionais dos associados, não agem contra eles.
O que dirá disto Domingos Paciência, primeiro vice-presidente da ANTF e portanto cúmplice do senhor José Pereira nesta senha persecutória contra Rúben Amorim? O facto de Domingos, actualmente inactivo enquanto treinador, se assumir como fervoroso adepto do FC Porto poderá ser a chave da questão?
4
O caso agora vindo a lume suscita outras perplexidades, ligadas ao labiríntico processo de certificação profissional de um treinador de futebol em Portugal, mais complicado do que o de um médico ou de um engenheiro - ao ponto de os candidatos a treinadores de nível IV se verem forçados a concluir a formação em países estrangeiros.
Mas o que agora importa é perceber qual será a decisão da Liga Portugal. Irá suspender Rúben Amorim negando-lhe o exercício da profissão por um período de um a seis anos, na linha do que propõe a respectiva Comissão de Instrutores? Atrever-se-ão a condenar Amorim por uma prática que sempre validaram com qualquer outro?
Uma certeza existe: a actual pontuação do Sporting no campeonato nacional não será afectada, seja qual for o desfecho do processo. Que vai demorar anos, pois o Clube - e muito bem - já anunciou a intenção de levar o caso às últimas instâncias, incluindo à justiça civil, culminando no Tribunal Constitucional.
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Entretanto, não tenhamos ilusões: todas estas queixas e queixinhas visam um só objectivo: desestabilizar a nossa equipa nos 12 confrontos que ainda faltam.
Mas não conseguem. Pelo contrário: vão torná-la ainda mais forte. E nós estaremos com ela: onde vai um, vão todos.
Com a concorrência dos canais televisivos no que ao futebol diz respeito surgiu uma nova classe de protagonistas, algures entre os jornalistas e os funcionários: os comentadores desportivos afectos aos clubes.
Logo alguns clubes tentaram distorcer o debate através do coaching ou da entrega regular de guiões ou cartilhas aos comentadores afectos, destacando-se nesse aspecto o Benfica e a "cartilha do Janela". Por outro lado, alguns dos comentadores menos alinhados com as direcções dos clubes respectivos logo aproveitaram o tempo de antena para lavar a roupa suja dos mesmos, e alguns "sportinguistas" nesse aspecto "pintaram a manta".
Entre uns e outros são mesmo raros os tais comentadores que pensam pela sua cabeça, e que transportam para o ecrã um genuíno e desinteressado amor clubista.
Fernando Mendes nasceu na terra do seu amigo Paulo Futre e chegou a defesa esquerdo da equipa A com 18 anos, tal como o Nuno Mendes. Também ele tinha um estilo de jogo vibrante e empolgante. Saiu do Sporting quatro anos depois com 115 jogos realizados, tendo representado depois vários clubes: Benfica, Est. Amadora, Boavista, Porto, Belenenses e outros, digamos que foi um saltimbanco do futebol português. A sua vida pessoal também conheceu altos e baixos, toda uma história que registou num livro que ainda não tive oportunidade de ler.
Ao contrário de Paulo Futre, um "cidadão do mundo" que julgo saber se mantém sócio do Sporting, o Fernando Mendes, na caracterização que dele faz Futre, "só vê Sporting", é um verdadeiro "tifoso".
Várias vezes vi os dois amigos entrar com estatuto VIP no tempo de Bruno de Carvalho no átrio central de Alvalade rumo aos elevadores que os iriam conduzir ao camarote presidencial. Depois do assalto a Alcochete, parece que as relações entre eles esfriaram, como esfriaram as do ex-presidente com muita gente desse tempo, que se atrevia a dizer o que ele não gostava de ouvir. Pouco tempo depois da destituição, Fernando Mendes já era "persona non grata" dos brunistas, e perseguido de diversas formas que ele já teve oportunidade de contar.
Desde então foi-se mantendo na CMTV. O que ganha deve dar-lhe muito jeito para ultrapassar anteriores dificuldades que não teve vergonha de assumir. É uma pessoa que fala com o coração ao pé da boca, diz o que sente doa a quem doer. Sobre os cartilheiros diz que "são uns tristes". Para o cartilheiro Amaral do Porto, acabado de perder a Taça da Liga, foi curto e grosso: "tens azia, come iscas."
Depois da derrota da época passada com o Rio Ave, naquela noite super-infeliz de Coates que ditou o fim de Marcel Keizer no Sporting, ficou desvairado e foi bem duro com a equipa. Disse que "o Sporting não joga nada !"
Pois anteontem, também na CMTV, lá foi sofrendo com o jogo, dizendo que "o Sporting não pode facilitar em momento algum", mas quando o mesmo Coates marcou o golo final a reacção dele ultrapassou em muito aquela que eu tive, e ainda hoje o meu sobrinho veio reclamar que o acordei. A reacção dele foi esta.
Fernando "il tifoso" Mendes, não gastes tudo agora. Cada vez mais me vou convencendo que este ano vais ter tu e vamos ter nós todos a alegria que há muito merecemos.
Imaginem se Benfica ou Porto tivessem todos os problemas que o nosso Sporting teve e tem. Ou se estivessem décadas sem ganhar o campeonato...
Muita paciência e amor pela camisola têm os Sportinguistas. Sempre [com] a esperança de sermos sérios candidatos ao título, quando qualquer pensamento racional demonstra que quase nunca o somos. E mesmo quando desportivamente estivemos fortes, já sabemos o que se passa nos bastidores, [o] que nos tira o tapete do chão.
Este Sporting CP só é ainda visto como um grande porque tem uma massa adepta que acredita nisso e mantém a chama do Clube acesa. Porque a história do Clube - em particular o futebol, que é o mais importante, digam o que disserem - vai ficando cada vez mais no passado.
O que verdadeiramente vai ajudando o Clube a manter a sua dimensão é a massa adepta. Que, apesar dos muitos desapontamentos, vai-se mantendo fiel. E vai ensinado os filhos a serem Sportinguistas. Com BdC, também houve um boom de novos sócios e adeptos. O que aconteceu depois não torna os Sportinguistas inferiores a quaisquer outros adeptos. Pelo contrário, só mostra a força de carácter. Pode ter diminuído o fervor de muitos, mas não apagou o Sporting do coração.
Basta ganharmos este campeonato para reacender a massa adepta que anda mais adormecida ou de costas voltadas.
Texto do leitor Ângelo, publicado originalmente aqui.
Devemos todos, sportinguistas, desejar sempre a vitória do nosso emblema. É para mim incompreensível ler em redes sociais supostos adeptos exprimirem abertamente a vontade de ver o Sporting perder agora em tudo. «Para corrermos com esta direcção mais depressa», argumentam, quase sempre num português menos fluente que este.
Têm azar, esses imbecis que adoptam como lema "quanto pior, melhor". Para eles, este foi um fim de semana de pesadelo. Com vitórias do Sporting em todas as frentes: futebol A e B, futsal, hóquei em patins, voleibol, andebol, futebol de praia, futebol feminino, hóquei feminino, vólei feminino.
Terão de esperar por piores dias. Ou melhores, na perspectiva deles.
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