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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de anteontem

 

Não gostei

 

Da segunda derrota seguida na Liga. Desta vez foi em Moreira de Cónegos, onde não perdíamos há 21 anos. Contra uma equipa que já tinha imposto um empate (1-1) ao Benfica, ditando o afastamento do treinador Roger Schmidt, e escassas semanas antes havia eliminado o FC Porto da Taça de Portugal. João Pereira voltou a inovar, piorando. Ao inventar Daniel Bragança como interior esquerdo, ao afunilar o jogo pelo centro, ao transformar os alas em extremos com a missão de bombear um desamparado Gyökeres sem espaço para as suas movimentações letais. Acumulação de erros somada à chocante passividade da nossa "equipa técnica" no banco e à total incapacidade de fazer as alterações que se impunham.

 

Da nossa incapacidade de gerir a vantagem. Até marcámos cedo, logo aos 12'. Mas aquele golo de avanço, convertido de penálti, pareceu tolher ainda mais a equipa, onde se sucediam os erros posicionais, o jogo sem bola era nulo, a ansiedade crescia a cada minuto e a desconcentração tomava conta dos jogadores. Durou pouco, a esperança de sairmos de Moreira com três pontos: apenas sete minutos. A partir daí foi sempre a descer: equipa sem largura, sem confiança, sem poder de fogo. Lenta a tomar decisões. Desorganizada. Com momentos caóticos - e outros até caricatos, como aquele que nos custou o segundo golo. E a derrota por 1-2.

 

De Vladan. Voltou a demonstrar que não tem categoria para guarda-redes do Sporting. Mal posicionado entre os postes no primeiro golo, surgido na cobrança de um livre lateral com Dinis Pinto a elevar-se acima da nossa defesa (e de Trincão, que lhe fazia marcação directa) e a rematar vitorioso, de cabeça, apesar de ter apenas 1,78m. O sérvio viu-a passar, tal como viu no segundo, sofrido aos 35' num remate de primeira de Schettine com o nosso guardião lento de reflexos: tentou sem conseguir. 

 

Da prolongada ausência de Israel. Nem no banco de suplentes se sentou. Relegado das convocatórias há duas semanas devido a «síndrome gripal». Estranha gripe, que demora tanto tempo a ser debelada.

 

De Geny. Numa equipa desmotivada e deprimida, irreconhecível para quem há um mês a viu golear o Manchester City, o jovem internacional moçambicano recebe o nada invejável "troféu" de jogador mais desconcentrado em campo. Capaz de transformar um mero lançamento lateral, no nosso meio-campo defensivo, em entrega directa de bola ao adversário, que em dois segundos a meteu lá dentro. Naquele instante, mais que nunca, as campainhas de alarme deviam ter soado no banco leonino. Mas não: a equipa que regressou ao relvado após o intervalo, quando já perdíamos 1-2, foi a mesma que iniciou o jogo. As primeiras substituições, aliás inúteis, só ocorreram aos 65'.

 

De Maxi Araújo. Voltou a sair do banco, desta vez aos 65', e voltou a nada acrescentar. Tarda a impor-se no Sporting, continua a parecer carta fora do baralho. Não defende, não faz movimentos interiores, cruza de olhos no chão. Tem muitos aspectos a rectificar no plano técnico. Precisa de trabalhar com um treinador a sério.

 

Da nossa desorganização defensiva. Um dos maiores trunfos da equipa montada em Alvalade pelo actual treinador do Manchester United foi a robustez defensiva. Em poucos dias, este legado ruiu. Gonçalo Inácio cometeu falta desnecessária de que nasceu o primeiro golo do Moreirense, e até ao fim do jogo percorreu todas as posições defensivas. St. Juste (saiu aos 61') parece ter perdido o seu principal atributo, a velocidade. Diomande (saiu aos 78'), abusando de jogar com os braços no limite do tolerável, pode agradecer ao "critério largo" do árbitro não ter visto duas vezes o amarelo e aos 29' protagonizou uma arrepiante entrega de bola que quase originou golo. Debast (entrou aos 78') viu desaparecer a sua anterior habilidade no passe longo. Aos 87', tentou de tal maneira que acabou por entregar a bola, frouxa e enrolada, ao guarda-redes Kewin.

 

Da nossa inoperância ofensiva. João Pereira deu instruções expressas aos jogadores para despejarem bolas para a área, mesmo sabendo que o Moreirense tem defesa sólida, comandada pelo veterano Marcelo (nosso ex-jogador), e que o craque sueco está longe de ser um virtuoso em matéria de cabeceamentos. Aparentemente não havia plano B a partir do banco pois a nossa equipa manteve este fio de jogo do princípio ao fim. Consequência: João Pereira já perdeu tantos desafios em apenas duas jornadas da Liga como Ruben Amorim nas 34 rondas da época anterior. Há quem não goste de comparações? Lamento, mas são inevitáveis. O futebol é feito delas

 

Das bolas à barra. Excesso de pontaria ou falta de confiança? A verdade é que foram duas: aos 53', por Morten, na sequência de um canto, e aos 81', por Gonçalo, após a cobrança de um livre. 

 

Da terceira derrota consecutiva. Contando com a goleada sofrida frente ao Arsenal para a Liga dos Campeões. Não nos sucedia há mais de cinco anos, desde Setembro de 2019. Quando Leonel Pontes era o técnico interino. 

 

De um ciclo que se fechou. O ciclo de quase um ano sem perdermos fora de casa em desafios da Liga. A derrota anterior fora a 9 de Dezembro de 2023, em Guimarães. Página virada. Para pior.

 

 

Gostei

 

Do golo de Gyökeres. Logo aos 12', castigando falta cometida três minutos antes por Marcelo sobre o craque sueco. Viktor quebrou um jejum de duas partidas sem marcar: na Liga leva 17 apontados, sete dos quais na conversão de penáltis. Melhor leão em campo, não dispôs no entanto de qualquer oportunidade de golo em lance de bola corrida. E joga agora sem a alegria que todos lhe reconhecíamos.

 

Da arbitragem. Desempenho irrepreensível de António Nobre, bem auxiliado em lances capitais do jogo pelo vídeo-árbitro Helder Malheiro. Contraste absoluto com a arbitragem e a vídeo-arbitragem da ronda anterior.

 

Do Moreirense. Tem um bom treinador, César Peixoto. Não quererá vir para Alvalade?

A festa do golo e o sonho do campeonato

Sporting, 6 - Boavista, 1

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Gyökeres e Paulinho marcaram cinco dos nossos seis golos: foi a quinta goleada leonina nesta Liga

Foto: José Sena Goulão / EPA

 

Alguns diziam que esta seria uma das nossas partidas mais difíceis. Em primeiro lugar porque o Boavista tem bons jogadores - impuseram empate ao FC Porto no Bessa. Em segundo lugar, o Sporting trazia de Bérgamo uma desmoralizante derrota, embora tangencial (1-2), contra a Atalanta que nos pôs fora da Liga Europa. Além disso não chegámos a cumprir o descanso mínimo de 72 horas recomendado entre duas partidas do calendário oficial de futebol. Como se tudo isto não bastasse, o melhor jogador português do plantel leonino, Pedro Gonçalves, lesionou-se no embate em Itália.

Motivos de preocupação. Mas afinal não havia razão para isso. O Sporting exibiu classe, categoria, inegável superioridade perante a segunda melhor equipa da cidade do Porto. Ao ponto de termos arrancado a nossa segunda maior goleada da Liga 2023/2024 - apenas superada pelos oito golos sem resposta que impusemos ao Casa Pia. E assim chegámos aos 75 já marcados nesta prova. Completando uma média sem casas decimais: três golos por cada um dos 25 desafios que até agora disputámos.

O que desmente a teoria, propalada pelos do costume, de que o futebol de Rúben Amorim é cauteloso e defensivo, pouco vocacionado para a dinâmica ofensiva. Coitados desses tais: continuam a ser desmentidos pelos factos.

 

E no entanto este jogo ocorrido anteontem, domingo, até nem começou da melhor maneira para nós. Quando ainda vários adeptos nem estavam sentados nos seus lugares, já o Boavista se adiantava no marcador com uma bomba disparada sem preparação por Makouta. Grande golo, que gelou o estádio em noite quase primaveril.

Pior foi ter decorrido um longo período sem conseguirmos o empate - dos 3' aos 45', quando o suspeito habitual desatou o nó: Gyökeres, numa espécie de carrinho que quase o fez entrar na baliza, deu a melhor sequência ao centro que Paulinho desenhou com nitidez geométrica. Muito antes, aos 6', Trincão vira anulado um vistoso disparo muito bem colocado: Paulinho estava 26 cm deslocado nesse lance.

Assim se chegou ao intervalo: 1-1.

 

No segundo tempo só deu Sporting. Pressão intensa, ataque vertiginoso, impecável trabalho dos nossos jogadores com bola e sem ela, todas as alas a executar movimentos de ruptura de olhos fitos na baliza à guarda de João Gonçalves.

Queriam ainda mais golos no Sporting? Tiveram meia-dúzia. Para que a tal média acima mencionada resultasse perfeita, sem necessidade de baralhar aqueles que percebem pouco de aritmética.

O segundo surgiu aos 54'. Marcado por Paulinho, com Geny a dar espectáculo na assistência a partir da meia-direita.

O terceiro, aos 68', resultou de outra primorosa acção do craque sueco, lançado por Nuno Santos num passe vertical que queimou linhas.

Era o sexto bis de Gyökeres na Liga, mas a conta dele ainda não estava fechada. Viria a marcar outro, aos 79' - de penálti, a castigar falta cometida sobre Gonçalo Inácio. E foi ele a assistir Nuno Santos no quinto golo, aos 88'.

A conta só encerrou no último minuto do tempo extra, aos 90'+5, quando de um canto apontado por Nuno para a cabeça de Paulinho resultou o sexto. Mais de 38 mil espectadores abandonaram Alvalade de barriga cheia.

As claques ovacionavam a equipa. Mantínhamos o comando do campeonato. Isolados. O Benfica segue um ponto abaixo, o FC Porto vai sete pontos atrás. Tendo nós um jogo a menos.

 

Desta vez houve apenas assobios a António Nobre. Mas é irrelevante falar do árbitro num jogo em que goleámos por 6-1. Não nos foi anulado qualquer golo limpo, não foi validado qualquer golo irregular da equipa adversária, beneficiámos de um grande penalidade indiscutível, nenhum jogador nosso foi expulso.

Portanto, jogo sem história em matéria de arbitragem. Como deviam ser todos. Claro que nenhum árbitro é perfeito, tal como nenhum treinador é perfeito e nenhum jogador é perfeito. Nem sequer o Cristiano Ronaldo.

Deixemos os recorrentes protestos sobre arbitragem para aqueles embates muito específicos em que realmente temos queixas sérias de quem apita - não para a nossa segunda maior goleada da Liga 2023/2024.

 

Breve análise dos jogadores:

Israel - Podia ter feito melhor no lance do golo sofrido: socou a bola para o espaço à sua frente, entregando-a a Makouta. Mas não voltou a cometer erros. Aliás, não necessitou de fazer qualquer defesa.

Diomande - Faltou-lhe acorrer com eficácia à dobra, após Geny ter sido ultrapassado pelo extremo adversário no lance do golo. Arriscou algumas incursões ofensivas. Numa delas, aos 49', falhou recarga fácil.

Coates - É bom ver o capitão de regresso ao onze. Desta vez para durar o jogo inteiro. Único deslize: perda comprometedora de bola aos 71'. Aos 74', meteu-a lá dentro, mas o jogo já estava interrompido.

Matheus Reis - Missão cumprida, com a segurança habitual, na noite em que foi distinguido com galardão especial por ter cumprido 150 jogos de leão ao peito. Teve intervenção preciosa no nosso primeiro golo.

Geny - Confirma-se: tem mais vocação para atacar do que para defender. Primeira parte titubeante, ultrapassado aos 3' no lance do golo deles. Redimiu-se ao assistir no golo 2: cruzamento a rasgar, com nota artística.

Morten - Mostrou algum desgaste anímico pela derrota em Bérgamo. Entregou a bola aos 16', algo inabitual nele. Corte in extremis logo a seguir. Amarelado aos 32', já não regressou após o intervalo.

Morita - Recuperado da indisposição que o impediu de ir a Itália, esteve envolvido no 1-1. Aos 43' fez brilhante passe para um quase-golo de Trincão. Sempre em jogo, revelando qualidade técnica superior. Imprescindivel.

Nuno Santos - Novamente titular. A paragem fez-lhe bem: regressou com energia e arte futebolística. Magnífico passe de letra aos 38'. Assistiu Viktor no golo 3. Marcou o golo 5. E bateu o canto que originou o último.

Trincão - Meteu-a lá dentro aos 6', mas não valeu: Paulinho estava deslocado. Só o guarda-redes o impediu de marcar um excelente golo (43'). Foi dele a pré-assistência no golo 2. Saiu com queixas físicas. 

Paulinho - Como segundo avançado, fez parceria perfeita com Gyökeres. Matador por duas vezes: aos 54', com o pé, e aos 90'+5, de cabeça. Também num cabeceamento, esteve prestes a marcar também aos 73'.

Gyökeres - Inútil esbanjar mais adjectivos com ele: poupemos nas palavras e observemos a sua acção em campo. Mais três golos para a sua conta. Tem já 36 na temporada, mais 14 assistências. Um espectáculo.

Daniel Bragança - Fez toda a segunda parte, subtituindo Morten. Com brilhantismo. Venceu quase todos os duelos, posicionou-se de modo exemplar entre linhas. Excelentes recuperações aos 62' e 72'.

Gonçalo Inácio - Entrou aos 55', permitindo assim poupar Matheus Reis a maior desgaste físico. Pareceu longe da melhor forma nas suas primeiras acções em campo. Mas sacou um penálti aos 74'.

Eduardo Quaresma - Entrou aos 73', rendendo Diomande. Assegurou a circulação tranquila da bola, sem sobressaltos.

Esgaio - Refrescou a equipa aos 84' ao substituir Trincão, que saiu a coxear. Quando a partida estava ganha, já com 4-1 no marcador.

Koba - Entrou aos 84', rendendo Morita, só para cumprir mais uns minutos de leão ao peito. Poucas vezes tocou na bola. Nem era necessário.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da goleada de ontem ao Braga em Alvalade. Aplicámos uma manita à turma braguista: terceira seguida na deslocação desta equipa ao nosso estádio. Num jogo que dominámos do princípio ao fim. Aproveitamento de quase todas as oportunidades de que dispusemos. Os golos foram surgindo em cadência alucinante para os minhotos de visita a Lisboa: por Trincão aos 8', por Eduardo Quaresma aos 18', por Gyökeres aos 71', por Daniel Bragança aos 73' e por Nuno Santos aos 85'. A melhor equipa em Portugal é hoje a nossa, sem a menor dúvida. Como esta partida comprovou: quinta goleada em 2024.

 

Da atitude da nossa equipa. A cada jogo, o Sporting mostra-se ainda mais consistente, confiante, motivadíssimo. Tanto no processo defensivo como ofensivo. Um colectivo cheio de força, cheio de vontade, cheio de energia anímica. Inquebrantável.

 

De Gyökeres. Muito marcado na primeira parte, em que raras vezes conseguiu exibir a qualidade do seu futebol, o sueco soltou-se na meia hora final e voltou àquilo que melhor sabe: marcar. Assinou o terceiro, num remate a meia altura que desfez por completo qualquer veleidade do Braga em conseguir levar um ponto de Alvalade. Tem números impressionantes: este foi o seu 16.º golo no campeonato e o 27.º em todas as competições da temporada. Consolida a sua posição, já indiscutível, de melhor jogador da Liga 2023/2024.

 

De Trincão. O melhor em campo. Grande exibição do avançado que teve formação futebolística em Braga (e por isso não festejou o golo) e confirma agora todas as qualidades que levaram à sua contratação. Voltou a marcar num lance iniciado por ele próprio com uma recuperação muito oportuna, abrindo caminho à goleada. E foi dele a assistência para o terceiro, num magnífico trabalho na meia-direita ofensiva, sentando dois adversários antes de cruzar para Gyökeres. Já leva seis golos marcados nos últimos cinco desafios do campeonato.

 

De Eduardo Quaresma. Exibição superlativa do nosso central à direita. Não apenas no plano defensivo, confirmando todas as qualidades evidenciadas desde o início do ano, mas sobretudo pelo fantástico golo que marcou - desde já candidato a um dos melhores de 2024. Jogada iniciada e concluída por ele, numa corrida de 70 metros em que foi queimando sucessivas linhas com a bola dominada e depois a apontou para o fundo das redes já dentro da grande área quando Pedro Gonçalves tinha ficado sem ela. Golo à ponta-de-lança - o seu primeiro como profissional do Sporting após 25 jogos. Mais do que merecido. Ao ser substituído, no minuto 75, recebeu calorosa ovação no estádio. 

 

De Nuno Santos. O corredor esquerdo foi todo dele. Tanto a atacar (quase sempre) como a defender. Anda a mostrar, de jogo para jogo, que tem valor para estar entre os pré-convocados para o Europeu de França. Exibição coroada com o quinto golo - um golaço, de trivela. Justificando aplauso.

 

De Gonçalo Inácio. Será talvez a última época dele no Sporting: vai deixar saudades. Outra exibição de grande nível. Controlou por completo a manobra defensiva da nossa equipa, acorrendo às dobras dos colegas sempre que necessário, vencendo todos os duelos individuais, destacando-se na precisão do passe na fase de construção. Num desses passes, deu início ao quarto golo. Cortes fundamentais aos 15' e aos 62'. Neutralizou Djaló no seu sector. 

 

De ver o Sporting transformado numa poderosa máquina de fazer golos. Somos, de longe, a equipa mais concretizadora: média de 2,79 golos por jogo na temporada. Reforçamos a primeira posição com o melhor ataque do campeonato: 58 golos marcados nas 20 jornadas que disputámos. Marcámos em todas as rondas da prova. E continuamos invictos no nosso estádio: 11 jogos, 11 vitórias. Melhor ainda: há um ano que não perdemos em casa para a Liga - desde 12 de Fevereiro de 2023.

 

De termos mantido as nossas redes intactas. Terceiro jogo consecutivo sem sofrermos golos, após os encontros em Leiria (3-0) para a Taça de Portugal e contra o Casa Pia em Alvalade (8-0). Balanço destas três partidas em números: 16 marcados, nenhum sofrido. É obra.

 

Do árbitro. Boa actuação de António Nobre, que valorizou o espectáculo evitando ser a figura mais em foco no relvado. Aplicou o chamado critério largo, à inglesa, sem exibir nenhum cartão. Gostava que no futebol português houvesse mais árbitros como ele.

 

Da festa nas bancadas. Quase 40 mil pessoas presentes nas bancadas do nosso estádio: 39.851. Quarta maior afluência de público da temporada, apesar da forte chuva que foi caindo, quase todo o tempo, nesta partida iniciada às seis da tarde de ontem - enfim um horário decente, com reflexo óbvio na bilheteira. Exceptuando as escassas centenas de adeptos do Braga, todos saíram satisfeitos. 

 

 

Não gostei

 

Do Braga. Equipa vulgar, sem criatividade, sem intensidade nem chama. Parece ter entrado em campo já derrotada. Criou uma única oportunidade de golo, que Adán impediu, aos 62', com magnífica defesa a remate de Álvaro Djaló. Nada mais.

 

De chegarmos ao intervalo só a vencer por 2-0. Sabia a pouco.

 

Do primeiro canto a nosso favor ter ocorrido apenas aos 54'. Podia e devia ter acontecido mais cedo. 

 

De voltar a ver Moutinho em Alvalade. Justamente assobiado cada vez que tocou na bola. Não merece outro tratamento, por ter feito o que fez. Ao contrário de outros jogadores agora no Braga que vestiram as nossas cores, como José Fonte (que fez sete anos da formação leonina), Borja e Paulo Oliveira, profissionais dignos de respeito.

Na mouche

Vem o António Oliveira n´A Bola escrever que "as influências nos resultados por acção dos árbitros, mesmo com o VAR, continuam a ter falhas que adulteram os resultados. Com investimento tão elevado, como é possível errar de forma tão infeliz: será por incompetência ou outra eventual razão?"

Realmente depois de algumas arbitragens que permitiram ao Porto ganhar jogos com penáltis inventados e expulsões perdoadas e depois da arbitragem do Nobre em Alvalade pouco tempo depois da igualmente vergonhosa do Manuel Oliveira, a pergunta faz todo o sentido. Por incompetência ou outra eventual razão?

Trata-se de alguém que sabe muito bem a resposta. Ele que diga qual é.

SL

O dia seguinte

Penso que todos entenderão que a experiência dum jogo de futebol no estádio é muito diferente do mesmo pela TV. Eu sempre que vou ao estádio, como fui hoje, quando chego a casa fico a rever o jogo na TV, até para assentar ideias sobre o que vou dizer nesta rubrica. Digamos então que fico com duas perspectivas sobre a mesma realidade.

E a realidade deste jogo foi que um APAF Nobre parece que entrou em campo com a missão de roubar pontos ao Sporting. Nem o APAF Faustino da Sport TV, no meio de muitos elogios à boa forma do amigo Nobre, mesmo fugindo ao que foi a intervenção sempre inclinada do mesmo e às qualificações que a senhora sua mãe foi recolhendo das bancadas, conseguiu fugir à evidência que a expulsão de Diomande foi uma vergonha sem explicação que podia ter sido mais um atentado à verdade desportiva desta Liga. Fica apenas a dúvida sobre a boa forma do Nobre apregoada pelo APAF Fustino. Boa forma relativamente a quê exactamente? Cumprir a missão? A soldo de quem?

Retirando o APAF Nobre da equação, o Sporting entrou em campo com as ideias bem definidas sobre o que tinha que fazer, rodar a bola à frente do 5-4 do Arouca até encontrar o momento de lançar um médio ou um interior em profundidade. Ou então de pôr a bola no sueco, que ele havia de encontrar a solução. E sem o Arouca produzir qualquer lance de ataque digno desse nome, o Sporting estava a ganhar por 1-0 num óptimo cruzamento de Edwards.

Depois, com o Arouca nas cordas a suplicar que o intervalo chegasse, era apenas marcar o segundo e controlar na segunda parte. Enfim, sem as asneiras cometidas contra o Vizela.

Mas o APAF Nobre achou que não podia ser assim tão simples. Depois duma situação em que Diomande é vítima sai o primeiro amarelo “salomónico”, faz-se estúpido o suficiente para acreditar na palhaçada do jogador do Arouca sem ter visto seja o que for porque nada havia para ver e expulsa Diomande. Pouco depois, achando que ainda era pouco, inventa um amarelo a Edwards. Com tanta cacetada que o Arouca foi dando, quantos amarelos contava o Arouca ao intervalo? Penso que zero.

 

Veio o intervalo, a senhora mãe do árbitro foi mais uma vez ofendida pela vergonha que o filho APAF estava a produzir e Rúben Amorim tratou do óbvio: tirar o próximo candidato à expulsão mesmo que Edwards estivesse a ser o abre-latas de que a equipa necessitava.

Em vantagem numérica ao intervalo e com alguns reajustamentos, o Arouca reentrou com confiança e com a lição bem estudada, passou a dominar e a conseguir fazer ao Sporting o que o Sporting lhe tinha feito em vantagem numérica. Num lance com alguns pontos em comum com o do golo do Sporting, alcançou o empate. A basculação proporcionou um centro excelente a que o ponta de lança correspondeu com uma bela cabeçada.

Consentindo o empate, a ter de ganhar o jogo em desvantagem numérica, parecia que o pior ainda estava para vir. Quando entraram Quaresma e Catamo, saindo Esgaio e Nuno Santos, ainda o pior se tornou mais provável, pela falta de capacidade defensiva dum e doutro.

 

Quaresma logo fez aquilo que eu temia, um falta clara para amarelo, e mais uma vez a equipa ficou próxima de ficar com nove. Ainda conseguiu escorregar noutro momento que obrigou a uma intervenção SOS de Coates que se o APAF Nobre marcasse penálti alguém ainda iria dizer que o Coates tinha sido burro e se tinha colocado a jeito como o Diomande.

Então, tal como aconteceu em Braga há quase três anos, quando o APAF Dias quis roubar o título ao Sporting, aconteceu o milagre. Do nada, o Pote de ouro descobriu um centro, e do centro o Morita fez um golo.

De novo a ganhar, o Sporting adoptou a fórmula “Inácio”, não falo do Dragão de Ouro e péssimo director desportivo de Bruno de Carvalho, falo do treinador campeão nacional pelo Sporting. Bola no Adán, pontapé por alto para o Acosta de serviço, que só em falta é que lhe tiram a bola.

As faltas grosseiras foram acontecendo, os amarelos também para os do Arouca, um deles foi expulso e o Sporting chegou ao fim com uma vitória mais do que merecida pelo que fez em campo.

Sobre o APAF Nobre não digo mais nada. Diz e muito bem o Cantinho do Morais.

Melhor em campo? Claramente o Super Viktor.

Piores ? Os dois alas, Esgaio e Nuno Santos. Qualquer semelhança com Porro e Nuno Mendes é pura coincidência. Muita da eficácia ofensiva do Sporting se vai perdendo por ali. 

SL

Um nobre sem pingo de honradez

À mesma hora que os Lobos obtinham a sua épica vitória no Campeonato do Mundo de Rugby, honrando a modalidade e o país que representam, um pulha da pior espécie, de aspecto lívido e macilento, com esgares de ódio típicos dos fracos, destruía um jogo de futebol em Alvalade.

O rugby é um desporto dificílimo de arbitrar, com muitas regras e situações confusas e, no entanto, os árbitros são atentos, ponderados e criteriosos; estão ali para deixar jogar e promover a fluidez do jogo, além de que interferem preventivamente, falando com os jogadores para os impedir de cometerem faltas. São respeitados porque respeitáveis. E tudo isto de microfone aberto.

O energúmeno que se apresentou em Alvalade foi lá para castigar e punir, mostrar cartões a esmo, expulsar jogadores por uns nadas que nem faltas eram quanto mais amarelos. A expulsão de Diomande foi uma aberração, própria de quem subiu ao relvado com más intenções, de um verme em bicos dos pés a querer mostrar quem manda aqui. A verdade do jogo acabou por vir ao de cimo, mas o futebol, um espectáculo que é para dar prazer a quem o vê, ficou azedado e estragado com a atitude anti-desportiva daquele canalha.

Na mesmo noite em que os Lobos entoaram um hino ao rugby, António Nobre, assim se chama a reles figurinha, tudo fez para rebaixar o futebol.

Que miséria, que miserável.

{ Blogue fundado em 2012. }

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