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És a nossa Fé!

Não sejas André

Aos 52 anos, um livre de André Cruz, não só não foi direto à baliza, como foi para as nuvens. O simpático e sobretudo talentoso brasileiro, campeão há demasiado tempo, cometeu o maior erro que um sportinguista pode cometer em 2021. Cruz acha que o Sporting não pode não ser campeão e já deu os parabéns a Viana e Varandas. O sportinguista sabe que há sempre uma Lei de Murphy particular que pode fazer da euforia, depressão, através de “erros meus” e de “má fortuna”. Eu também estou confiante, mas com cautelas, que as galinhas ainda podem fazer um caldinho. A festa, para já, é apenas interna. Mesmo que o seja em milhões de pessoas.

Ben(e)dito seja o teu silêncio!

O podcast Sporting 160 está a levar a cabo uma série de entrevistas, bastante interessantes, a jogadores que integraram os dois últimos plantéis campeões. Esta semana o convidado foi o grande André Cruz.

Já na parte final, o antigo patrão da defesa leonina foi questionado sobre uma recente abordagem à sua disponibilidade para integrar uma lista candidata às próximas eleições. André Cruz, recorde-se, integrou a candidatura de João Benedito nas últimas eleições, nela figurando como o próximo director desportivo do clube.

Pois bem, André Cruz, à semelhança dos anos em que jogou futebol, não fugiu à questão e confirmou essa abordagem, referindo, no entanto, que de momento não se poderia comprometer com qualquer projecto, até porque não sabe se João Benedito, que apoiou nas últimas eleições, se irá recandidatar.

Pois, ninguém sabe o que pensa ou tenciona fazer João Benedito.

Há uns tempos, várias vozes reclamaram contra o silêncio ensurdecedor de Benedito. Tendo sido o candidato votado por mais sportinguistas e conhecidas que são as suas ambições em ter uma participação no futuro do clube, seria expectável que, a qualquer momento, dissesse de sua justiça.

Diz-se que os votos são dos candidatos até ao acto eleitoral. Mas não é totalmente bem assim. Quando um candidato alcançou um número expressivo de votos e mantém disponibilidade para uma próxima contenda, não pode atirar para trás das costas esses votos. Há um certo crédito que se adquire e tem de ser trabalhado.

Aceito que João Benedito tenha posição contrária, mas julgo que muitos que votaram nele não repetirão o voto num próximo acto eleitoral, salvo se os outros candidatos forem todos maus.

Pessoalmente, tendo votado em João Benedito, aguardo com expectativa uma sua próxima candidatura, mas que estou um tanto ou quanto desapontado neste momento, lá isso estou...

Os melhores golos do Sporting (43)

Golo de ANDRÉ CRUZ

Beira-Mar, 1 - Sporting, 2

5 de Janeiro de 2002

 

A minha segunda escolha recaiu em André Cruz, um dos melhores defesas que passaram no nosso clube.

Um jogador como não temos e que tanta falta nos fazia esta época. O André resolvia o que estava complicado com o seu pé esquerdo e que nos fazia pensar que qualquer livre do meio do meio campo para a frente era como um elementar penalty. Como aconteceu neste jogo em Aveiro em que marcou dois golos, recordados aqui.

 

Os melhores golos do Sporting (4)

Golo de ANDRÉ CRUZ

Salgueiros-Sporting

14 de Maio de 2000, Estádio Eng. Vidal Pinheiro

 

Nasci em 1983, uma época após Malcolm Allison ter guiado o Sporting à conquista do campeonato e precisamente na época que marcou o início de um jejum de 18 anos de campeonatos nacionais.

 

Um acérrimo benfiquista, o meu avô, tentou convencer-me, desde que me lembro, a ser do Benfica. Não o conseguiu. A emoção que via no meu pai enquanto acompanhava os relatos dos jogos do Sporting fez-me sempre pensar que o Sporting era diferente. O acesso à informação era completamente diferente e provavelmente o meu pai até gritava, para mim, os golos sofridos pelo Sporting como se fossem a favor. Quaisquer que tenham sido os motivos, o resultado foi definitivo e já não havia hipótese de reversão. Sporting sempre!

 

Como sempre acompanhei muito com o meu avô e os seus amigos, quase todos benfiquistas, está bom de ver que passei a infância a ser massacrado com perguntas como: “Então, conta lá quantas vezes viste o Sporting ser campeão?”, “Sabes o que é comemorar um campeonato?”, “Diz lá ao teu pai para te deixar ser do Benfica.”. Como se ser do Sporting fosse uma imposição, ou como se o amor a um clube dependesse apenas dos títulos conquistados. Ser do Sporting não é nada disso, ser do Sporting é ser diferente, é ser de um clube que nos ensina a amar sem esperar retorno, que nos ensina a viver ilusões que não acontecem. Um clube real, por vezes cruel.

 

Claro que os títulos são importantes e por isso, aos 17 anos, a época desportiva de 1999/2000 foi marcante. Foi o “meu” primeiro campeonato. O plantel estava recheado de jogadores que eu adorava e que ainda hoje considero dos melhores que vi jogar em Alvalade: Schmeichel, Quiroga, Rui Jorge, César Prates, André Cruz, Duscher, Barbosa, Iordanov e Acosta. Além de um tal de De Franceschi que foi absolutamente decisivo nessa temporada.

 

Como é natural, nessa época existiram imensos jogos e golos marcantes. Desde o golo do Vidigal ao Campomaiorense que foi sem dúvida o jogo em que a equipa embalou, passando pelos golos de André Cruz e Acosta ao Porto, pelo golo de Di Francheschi ao Rio Ave e pelas grandes defesas de Schmeichel.

 

Mas o jogo que consagrou o regresso do Sporting aos títulos nacionais tem que ter lugar de destaque. Ao intervalo, e após uma primeira parte muito disputada, o Salgueiros, que lutava para não descer, conseguiu manter invioladas as suas redes. Mas ao intervalo, Augusto Inácio espevitou a equipa e ao minuto 47 o Sporting beneficia de um livre à entrada da área. Quem mais o poderia marcar de forma tão perfeita?

 

Estava desimpedido o caminho para um imensamente festejado campeonato nacional. André Cruz voltaria a marcar nesse jogo, já depois de Ayew e Duscher terem deixado a sua marca no jogo. O Sporting ganhou por 0-4 mas ainda com o resultado em 0-2, Peter Schmeichel faz uma defesa assombrosa que terá valido tanto quanto um golo.

 

Dos Mundiais para o Sporting (IV) – André Cruz

André Alves da Cruz é um daqueles jogadores que não veio directamente de um qualquer Mundial para o Sporting, mas somente no ano de 1999, reforçando com qualidade a defesa leonina.

 

Já com 31 anos, deu a sensação de ser um daqueles jogadores que vinha para Alvalade para acabar a carreira de uma forma serena. Todavia este jogador fez parte das últimas equipas leoninas a sagrarem-se campeãs em Portugal. Foi um verdadeiro leão!

 

Ganhou dois títulos nacionais, uma Taça de Portugal e uma Supertaça. Senhor de forte pontapé, coleccionou golos muito importantes, enquanto evoluiu nos relvados portugueses. Em 78 jogos realizados marcou 9 golos.

 

Jogador de uma qualidade técnica muito acima da média, foi 47 vezes internacional pela selecção do Brasil participando no Mundial de 1998, em França, onde perdeu a final para a equipa anfitriã.

 

Após três fantásticos anos de Sporting, regressou ao Brasil para ingressar no Goiás, equipa onde viria, em 2004, a terminar a sua carreira.

André Cruz foi um defesa central que honrou – e de que maneira – a bela camisola do Sporting.

 

Os nossos ídolos (25): André Cruz

Uma questão como “qual atleta do Sporting é o nosso ídolo” não tem uma resposta única ou óbvia, pelo menos para mim. Muitos dos atletas já abordados nesta série, e outros que porventura nem serão nela incluídos, merecem que os classifique como “ídolos”, e não só no futebol. O nosso clube tem uma grande tradição em diversas modalidades, nas quais teve diversas importantes vitórias que deram origem a muitos títulos que ajudavam a compensar o jejum no futebol nas décadas de 80 e 90.

Se me perguntarem, porém, qual foi o futebolista mais decisivo, não o mais importante – todos foram importantes: essa era uma equipa equilibrada -, mas o mais decisivo, para pôr fim a esse jejum, aí responderei sem hesitação: foi o André Cruz (logo seguido pelo Acosta, é certo – mas para mim foi o André). Como para mim esse foi o mais belo e emocionante título do nosso clube, foi sobre o André que decidi escrever. Contratado cirurgicamente como reforço de inverno em 2000, o André, internacional brasileiro, era um central experiente e de invulgar categoria, distinguindo-se por uma característica que sempre admirei num jogador: uma extraordinária precisão de passe e de remate. Fazia lembrar outro grande leão com semelhante precisão, o Carlos Xavier, que bem merecia pertencer a esta lista de ídolos. Os livres do Carlos renderam muitos pontos na década de 90, mas infelizmente nenhum título (embora o Carlos até tenha sido campeão em 82, na sua primeira época). Já com o André o Sporting conquistou dois títulos de campeão nacional, uma taça e uma supertaça. Mas toda a gente o associa sobretudo aos dois momentos cruciais da época de 1999/2000: a vitória em Alvalade com o FC Porto, em que o Sporting assumiu a liderança no campeonato a meio da segunda volta pela primeira vez em 18 anos, e a consagração, contra o Salgueiros, em Vidal Pinheiro. Em ambos o André “faturou” golos importantes. Recordo ainda outro golo de livre, na época seguinte, no empate com sabor a vitória contra o Real Madrid do Figo, em Alvalade, na estreia na Liga dos Campeões nessa época, que comemorei em casa. Na altura não vivia em Portugal, e foi esse o único jogo do Sporting a que assisti em direto em minha casa.

Por essa mesma razão, nunca tinha assistido ao vivo a um jogo com o André, até aqui há dois anos, quando se realizou em Alvalade um amigável de homenagem ao grande Iordanov, com a presença de jogadores seus contemporâneos, como o André e o também grande, enorme Acosta (felizmente o Iordanov e o Acosta fazem parte desta lista de ídolos, e seria imperdoável que não fizessem!). Ao intervalo, havia um passatempo em que, com um único remate à distância de um penálti, se tentava enfiar a bola, não numa baliza, mas num buraco de dimensões pouco superiores às da bola. Um teste dificílimo, que exigia uma precisão de remate superior. Vários jogadores e espetadores tentaram, com um remate, enfiar a bola no referido buraco. O único que o conseguiu, à primeira tentativa, foi o André Cruz, aos quarenta e tal anos.

A referida precisão de passe do André não era útil somente a marcar livres, embora fosse essa a faceta mais visível e mais recordada. O André não se limitava a despachar bolas para a frente sem nexo, de qualquer maneira, como tantas vezes se vê centrais fazerem. O André colocava sempre a bola na posse de um companheiro de equipa, a longa distância, por vezes do outro lado do campo. Uma bola ganha pelo André era uma bola efetivamente ganha: era um ataque que começava.

Nunca mais tivemos um central como o André.

{ Blogue fundado em 2012. }

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