Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

És a nossa Fé!

Amanhã à noite em Alvalade

Este ano a nossa casa está a ser a nossa fortaleza, um pleno de vitórias excepto na recepção ao Young Boys que incluiram Benfica, Porto e Braga. Amanhã existirá oportunidade de continuar nesse registo, frente a uma equipa que muitos problemas nos colocou em Faro.

Como o tempo não está convidativo para a minha actividade de "outdoor" vou-me entreter a fazer uma breve análise SWOT ao futebol do Sporting, ou seja das principais Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças, positivos as Forças e Oportunidades, negativos os restantes, internos as Forças e Fraquezas, externos os restantes.

 

Forças:

1. Modelo de jogo baseado em 3-4-3 consolidado e mecanizado, os jogadores podem passar por diferentes posições sabendo o que lhes é pedido em cada uma.

2. Enorme ponta-de-lança "artilheiro" com capacidade física tipo CR7, muito bem complementado por um "mágico" intuitivo como Pedro Gonçalves.

3. Estrutura central Coates-Hjulmand-Gyökeres muito forte.

 

Fraquezas:

1. Guarda-redes a que faltam a classe extra necessária para serem determinantes nas vitórias, como acontece com Trubin e Diogo Costa nos rivais.

2. Linha defensiva de 5 muito variável, o que impede a sincronização perfeita de movimentos, coloca avançados contrários em jogo nos cruzamentos e a torna particularmente vulnerável nos lances de bola parada.

3. Meio-campo (no sentido lato, os dois médios residentes mais as intervenções dos alas e interiores no sector) sem capacidade física para aguentar 90 minutos com o mesmo desempenho.

 

Oportunidades:

1. Regresso em condições de St. Juste, capaz de dar outra dimensão ao lado direito da equipa. 

2. Explosão de Catamo em termos de marcador de golos, caso avance para interior direito.

3. Explosão de Koindredi para patamares de rendimento próximos de Hjulmand, permitindo outra rotatividade no meio-campo.

 

Ameaças:

1. Arbitragens manhosas dos artistas estabelecidos no futebol português.

2. Lesões, num plantel muito curto sem suplentes de nível próximo dos titulares em diversas posições.

3. Esgotamento físico dos elementos que constituem a estrutura central.

 

Nos factores externos tudo vai depender da resposta dada pelas indivualidades envolvidas. Não é muito o que Rúben Amorim poderá fazer para impedir que as ameaças se tornem fraquezas. Não foi ele que transformou um penálti a favor em Vila do Conde numa lesão dum jogador que estava a passar o melhor momento da temporada.

Nos factores internos, ressalta a necessidade da gestão quase cirúrgica do plantel, em que a utilização de cada jogador é controlada ao minuto, mesmo à custa do rendimento do onze naquele momento do jogo.

Ficam então aqui estas notas como convite a uma discussão serena e sportinguista sobre o assunto.

 

PS: Comentários de "trolls", "bullys", travestis morcões ou nicks da tasca seguem directamente para o lixo.

SL

Estabilidade, espírito de corpo e excelência

É cada vez mais difícil a um sócio ou adepto do Sporting não reconhecer que estamos perante a melhor equipa de futebol desde há muitos, muitos anos. Um modelo de jogo evoluído e dominador, futebol com diferentes ritmos e nuances, nas antípodas do "futebol de matraquilhos" doutros tempos, treinador e núcleo duro do plantel com quatro ou mais anos de Sporting, um grupo unido e solidário sob o lema "onde vai um vão todos", dois ou três jogadores de classe extra que fazem a diferença dentro do campo.

Mas isso só por si não garante que os objectivos sejam atingidos. Os adversários e rivais também jogam e têm pontos fortes, os seus jogadores que constroem resultados, a arbitragem APAF é tudo menos confiável, é preciso que a sorte não nos vire as costas nos momentos certos como aconteceu na Taça da Liga.

O plantel são todos e todos são importantes, o Israel, o Neto, o Esgaio, o Pontelo, o Koindredi, o Paulinho são tão importantes como as maiores estrelas do plantel, num ou noutro momento podem ser e serão cruciais.Todos merecem estar no Sporting, todos têm capacidade para o efeito, todos foram escolhidos por Rúben Amorim.

Uma excelente pessoa, um enorme treinador de futebol.

Jogo a jogo, todos juntos vamos conseguir!

 

PS: Como tenho vindo a assinalar, no futebol feminino e nas modalidades, com as nuances de cada uma e de cada plantel, são visíveis os mesmos princípios e a mesma forma de ser e estar. Mesmo competindo com rivais com outros orçamentos conseguimos produzir resultados, lutar pelos títulos e trazer troféus para o museu. Queria deixar aqui uma palavra para o treinador do voleibol feminino, o Rui Pedro Costa. A equipa está a atravessar um mau momento, não interessa agora analisar as razões, mas todos acreditamos que seja rapidamente ultrapassado e que estejamos na Final Four da modalidade.

SL

Os médios do Sporting

Quatro anos depois de Rúben Amorim chegar ao Sporting continuamos com o mesmo sistema táctico, pouco visto no futebol português, o 3-4-3, e os mesmos princípios de jogo. Construção pausada a partir do guarda-redes para atrair o adversário à pressão e "alargar" o terreno de jogo, alas bem projectados nos corredores, avançados interiores de pé contrário a recuar para pedir a bola, ponta de lança móvel alternando entre as desmarcações em profundidade e em largura. Neste modelo de jogo, o maestro, aquele que define o ritmo, acaba por ser o defesa do meio, normalmente Coates, por vezes Inácio ou Diomande.

O ponto fraco é o meio-campo, cujos dois médios-centro têm de fazer pela vida muitas vezes em inferioridade numérica com ajudas pontuais dos restantes. Quando fraquejam logo a linha de 3 defensiva fica em apuros. Foi assim com Palhinha e João Mário no primeiro ano, Palhinha e Matheus Nunes no segundo, Ugarte e Morita no terceiro, e agora Hjulmand e Morita. Curiosamente Palhinha e Matheus Nunes estão na Premier League, Ugarte no PSG, João Mário sabemos onde, Hjulmand bate à porta da selecção dinamarquesa e Morita é titular da selecção do Japão. Se há jogadores que Amorim consegue projectar ao máximo são os médios-centro. Ou seja aqueles que integram o tal ponto fraco, o que não deixa de ser curioso.

Também Bragança conseguiu evoluir tremendamente com Amorim e neste momento é uma alternativa viável aos titulares. Já Pedro Gonçalves tem um talento que dispensa treinador.

 

Mateus Fernandes é o melhor exemplo que se pode encontrar da actual política de gestão da formação do Sporting. Entrou no Sporting com 14 anos vindo do Olhanense, percorreu todos as equipas da formação, foi chamado por Amorim ainda júnior para o "grupo de elite", alternando os treinos na A com os jogos na B, foi a jogo na A duas ou três vezes e agora, com 19 anos e contrato até 2027, é titular absoluto no Estoril com quase 2.000 minutos de jogo. Na próxima temporada está pronto para lutar pela titularidade no Sporting.

Não sei se alguma vez foi campeão de algum escalão, mas isso não é o mais importante. Formou-se a ganhar e a perder com muitos mais velhos do que ele.

Samuel Justo e Dário Essugo estão no mesmo percurso. Formação centrada no jogador.

 

Depois temos aqueles jovens que vieram de fora de Alcochete, todos internacionais, todos também com características distintas. Os estrangeiros Sotiris, Tanlongo e Koindredi e os nacionais Diogo Abreu e Marco Cruz.

Projectos de crescimento, jogadores com muito potencial, mas que ainda não encontraram o seu caminho para o sucesso.

De repente temos aqui uma dúzia de médios, de diferentes idades e características, muito interessantes. Para quem, como eu, vê da bancada, o futuro do Sporting na posição está bem assegurado.

 

Daquilo que fui vendo, Pedro Gonçalves à parte, podia dividi-los em quatro grupos:

- Médios defensivos, posição "6", jogar à frente da defesa: Tanlongo (20) e Essugo (18)

- Médios versáteis, "6/8" subindo ou descendo no terreno à vez: Hjulmand (24), Morita (28), Diogo Abreu (21), Marco Cruz (19)

- Médios "box-to-box", de esticar jogo, posição "8": Sotiris (22), Koindredi (22)

- Médios ofensivos, próximos dos avançados: Bragança (23), Mateus Fernandes (19), Samuel Justo (19).

Quanto custaram no conjunto ao Sporting? Digamos que à volta de 30M€. A maior parte foi formada em Alcochete ou veio a "custo zero". Bem menos do que vendemos Ugarte.

Quanto é que já valem e poderão valer no futuro? Vários Ugartes, isso é certo.

SL

Um trabalho bem feito

Passou o mês de Janeiro e com ele o mercado de Inverno, que decorreu ao mesmo tempo que as competições de selecções da África e da Ásia que nos levaram três jogadores importantes, previa-se o pior e nada disso aconteceu. Muito pelo contrário:

1. Rúben Amorim reorganizou a equipa à volta de Pedro Gonçalves, recuando-o para médio de ataque, recuperou dois jogadores em baixa, Quaresma e Trincão, e o Sporting partiu para uma sequência de vitórias, várias por goleada, que só tiveram excepção na meia-final da Taça da Liga, em que uma das melhores exibições da época encontrou a maior falta de sorte dos últimos (muitos) anos.

2. A Direcção não permitiu a saída de nenhum dos melhores jogadores do plantel, provavelmente terá até definido quem irá sair no Verão e nesse lote poderá não estar o nosso sueco.

3. Foram contratados dois jogadores jovens para adaptar ao clube e preparar para a próxima época dentro desse cenário de saídas, enquanto se colocaram outros para rodar fora,  quase todos em clubes da 1.ªLiga: Callai, Essugo, Afonso Moreira, Rodrigo Ribeiro, também Tanlongo, juntando-se a Mateus Fernandes e Samuel Justo. Quase uma equipa completa a rodar para voltar.

Faltou apenas concretizar um negócio, dizem que dum extremo internacional jovem argentino.

Catamo e Morita já estão de volta sem lesões a assinalar. Diomande é o caso mais problemático, pelo tempo que vai passar sem competição nem treino em condições.

 

Podia ser melhor? Talvez, mas dificilmente.

A equipa está estruturada, o onze definido e o futebol é de excelência. Muito dificilmente se iria encontrar quem chegasse e entrasse no onze sem pedir licença. Esse alguém talvez fosse titular doutro clube que não o deixaria sair agora também.

Por outro lado, St. Juste e Fresneda estão a voltar em condições. Se tudo correr bem serão reforços para o que resta da temporada.

Pelo que só posso considerar que se tratou dum trabalho bem feito.

 

Parabéns a Frederico Varandas, Hugo Viana e Rúben Amorim.

Exactamente ao contrário do que afirma o ex-candidato Nuno Sousa, que na véspera da AG da SAD veio a público demonstrar toda a sua azia. A derrota colossal nas últimas eleições não lhe serviu de muito.

SL

Sofrendo golos na Liga

Decorridas 18 jornadas na 1.ª liga, o Sporting segue na liderança com 46 pontos, correspondentes a 15V, 1E e 2D,  45GM e 19GS, melhor ataque da prova e terceira melhor defesa.

Assim, e para uma equipa de Rúben Amorim, não há dúvida de que o Sporting está a sofrer demasiados golos para o habitual. O que, para quem entende que ataques ganham jogos e defesas campeonatos, é de alguma forma preocupante e terá de ser corrigido.

Afinal que golos foram sofridos e de quem foram as principais responsabilidades dos mesmos?

 

Ataques rápidos dos adversários (8):

1. Sporting - Vizela  75m - Ataque rápido pelo centro, falta de cobertura de Morita

2. Sporting - Vizela  75m - Ataque rápido pela esquerda defensiva, centro, golo

3. Rio Ave - Sporting 60m - Ataque rápido pelo centro, falta de cobertura de Paulinho

7. Sporting - Arouca, 52m  - Cabeceamento frontal de Mujica, a partir de cruzamento da direita  - Indefensável

9. Sporting - Est.Amadora, 54m  - Remate frontal de Kikas a partir de solicitação pela esquerda defensiva - Indefensável

11. Benfica - Sporting, 98m - Contra-ataque rápido pela esquerda defensiva, centro, golo

15. V.Guimarães - Sporting 85m - Incursão individual pelo centro-direita defensivo, Adán não fecha o primeiro poste

19. Vizela - Sporting 63m - Incursão frontal, Coates batido, golo.

 

Conversão de livres directos (3):

4. Sp. Braga - Sporting, 78m - Livre directo frontal de Tiago Djaló - Indefensável

5. Farense - Sporting, 36m  - Livre directo descaído na direita defensiva de Mattheus Oliveira - Indefensável

6. Farense - Sporting, 54m  - Livre directo frontal de Mattheus Oliveira - Indefensável

 

Bolas paradas laterais (5):

10. Benfica - Sporting, 96m - Canto da esquerda defensiva desviado de cabeça ao primeiro poste para remate frontal

12. Sporting - Gil Vicente, 36m  - Livre na esquerda defensiva, cabeceamento, golo

16. Portimonense - Sporting 68m - Livre na esquerda defensiva, centro, golo

17. Sporting - Estoril 81m - Canto na esquerda defensiva, alívio para a direita, remate, recarga, golo

18. Vizela - Sporting 13m - Livre na esquerda defensiva, passe curto, centro, golo

 

Penáltis (2):

8. Sporting - Est.Amadora, 49m  - Penálti evitável de Coates

13. V. Guimarães - Sporting 44m - Penálti inventado pelo Pinheiro

 

Erros grosseiros / azares (1):

14. V. Guimarães - Sporting 60m - Carambola em Morita

 

Então já temos na Liga 5 golos sofridos de livres laterais/cantos, todos saídos de cruzamentos do lado esquerdo defensivo.

Ontem aconteceu algo semelhante, um centro largo duma bola morta a partir da esquerda defensiva, cabeça/ombro, golo. 

Porque é que estamos a sofrer tantos golos esta temporada? Poderá ser por:

A) A equipa jogar mais ao ataque e a defesa ficar mais exposta

B)  Os guarda-redes, no caso da Liga o Adán, não estarem à altura

C) Alguns defesas falharem em excesso 

D) A organização defensiva estar a comprometer

O que é mesmo estranho é que isto acontece ao mesmo tempo que dois defesas, Diomande e Inácio, são dos mais procurados por grandes clubes europeus e vão valer mais de 100M€ ao Sporting quando saírem.

Deixo aqui aberto o debate. Comentários idiotas e/ou de "bullying" aos jogadores seguem directamente para o lixo.

SL

Um plantel curto mas equilibrado

Existem duas grandes razões para explicar a diferença entre o desempenho da equipa nesta primeira metade da época e a do mesmo momento da época passada. A exigência da Champions relativamente à Liga Europa e o equilíbrio do plantel em termos físicos e técnicos. 

Rúben Amorim sempre foi apologista de plantéis curtos, à moda inglesa: cerca de 20 jogadores "adultos" polivalentes e adaptáveis, o resto jovens "estagiários" da formação. Isso garante oportunidades para todos e facilita um balneário saudável.

Pensou o plantel da época passada para um modelo de jogo de avançados móveis ao jeito dos grandes clubes ingleses ou espanhóis, descurou o peso e altura na zona central, a lesão de Paulinho no início da temporada não ajudou e a equipa sofreu bastante na primeira volta da Liga.

Para esta época contava já com Diomande. Vieram Gyökeres e Hjulmand, Fresneda foi uma terceira opção ainda muito jovem. E, mesmo com os problemas físicos recorrentes de St. Juste, conseguiu-se um plantel curto mas com diferentes soluções para diferentes problemas.  

 

Na baliza, Adán e Israel têm dado conta do recado, mesmo que distantes daquela excelência que faz a diferença frente aos rivais. Diego Callai acabou de ser emprestado e no final da época se definirá o futuro na posição.

Na defesa temos dois dos jogadores mais valiosos da Liga: Diomande e Inácio. St. Juste estaria no mesmo plano se não fossem as lesões. Coates começa a sentir o desgaste da carreira. Matheus Reis e Neto fiáveis dentro das suas possibilidades e limitações e Quaresma a recuperar a olhos vistos do fosso em que se deixou enfiar. Pontelo parece ser um projecto de Feddal para a próxima época. Os (demasiados) golos sofridos têm mais a ver com as flutuações do quinteto composto pelos três defesas e dois médios do que pelo desempenho individual dos defesas.

 

Nas bandas laterais, entre alas e interiores - Pedro Gonçalves à parte, que esse é doutro patamar competitivo - todos começaram relativamente mal a época mas têm vindo a crescer de rendimento individual.

Esgaio, com todas as suas limitações em termos de definição de lances atacantes, cumpre o que lhe é pedido.

Nuno Santos começa finalmente a centrar em condições, mas continuo a pensar que Catamo e Edwards combinam bem mas já Edwards e Trincão não deviam jogar juntos, que Trincão é muito mais objectivo quando joga do lado esquerdo, mas ali é o lugar de Pedro Gonçalves, o jogador mais importante da equipa em termos de manobra colectiva.

Pedro Gonçalves no ataque significa que o meio-campo joga com 2,5 elementos, o mesmo no meio-campo, significa que joga com 1,5 elementos, e a defesa fica necessariamente exposta. Afonso Moreira precisaria de sair para rodar, de momento pouco acrescenta à equipa.

 

No miolo também Hjulmand, Morita e Bragança têm progredido imenso física e tecnicamente ao longo da época, o japonês muito "castigado" pelos compromissos da selecção. Essugo precisa de sair para jogar, o francês do Valência será também um projecto para a próxima época. Continuo sem perceber porque é que Diogo Abreu não tem hipóteses, nem que seja no banco, como já tiveram outros que não demonstram a mesma maturidade e competência quando jogam na B.

No centro do ataque, Gyökeres e Paulinho (este com a falta de instinto matador que vem de longe) dão garantias, quer jogue apenas um ou em dupla, são os dois melhores marcadores da equipa e dos melhores marcadores da Liga. Assim nunca mais tivemos os avanços suicidas de Coates no terreno a meio da 2.ª parte.

De qualquer forma mais um avançado seria bem vindo. Rodrigo Ribeiro está a passar ao lado da época, e o Nel ainda está muito verde.

Que tipo de avançado? Um "rato de área" com bom jogo de cabeça. Por exemplo o Bozenick, do Boavista: 24 anos, 1,88m, 9 golos na temporada.

Tudo isto obviamente supondo que nenhum grande inglês chega aqui e bate a cláusula dum ou doutro. Espero bem que não.

 

Assim sendo, o (meu) melhor onze do Sporting ainda não alinhou:

Adán; Diomande, Coates e Inácio; St. Juste, Hjulmand, Morita e Nuno Santos; Edwards, Gyökeres e Pedro Gonçalves.

Trocava algum destes por jogadores dos dois rivais? Se calhar um ou dois, mas não mais que isso.

Chega para sermos campeões? Ainda agora a primeira volta terminou, até Maio muita água passará por baixo das pontes. Vamos com calma, jogo a jogo, que a sorte nos acompanhe, e que a arbitragem tenha a isenção que até agora não demonstrou sempre em prejuízo do Sporting relativamente aos dois rivais.

SL

Jogar como nunca e perder como sempre

Faz-me grande confusão o incómodo de alguns Sportinguistas, e não falo dos ressabiados da tasca, sobre o modelo de jogo que o Sporting continua a praticar com Rúben Amorim, mais ou menos igual ao que sempre praticou sob o seu comando desde que chegou a Alvalade há quase quatro anos.

Esses mesmos falam em vontade, em atitude, em exigência, em muita coisa que bem esprimida não é garantia de coisa nenhuma em termos de capacidade de ganhar jogos e garantir títulos.

Por exemplo Gyökeres entrou na Polónia com toda a vontade, atitude e exigência competitiva ao adversário a abrir o jogo, foi expulso, o Sporting jogou com 10 o resto do tempo e empatou o jogo. Já Pedro Gonçalves, um dos mais criticados por falta disso tudo, um dos "..." do plantel, mesmo a mancar com uma unha do pé partida fez um passe teleguiado, parecia um "pitch" de basebol, que Gyökeres aproveitou para pôr o Sporting à frente do marcador em Portimão. E muitos mais exemplos poderia dar neste sentido, mesmo sem falar do Pepe.

Em Alvalade, um sócio mais velho com lugar cativo mesmo na minha frente, sempre à beira do colapso nervoso, farta-se de berrar de cada vez que a equipa passa para trás e para o lado, outro na central vociferava quando Nuno Santos mais uma vez passava para trás, queria a bola atirada lá para a frente e depressa, foi preciso isso acontecer e a equipa perder a bola para o sócio do lado lhe perguntar se assim já estava satisfeito.

Realmente não percebo que raio de futebol andam a ver. Nos velhos matraquilhos é que era sempre para a frente.

 

O modelo de jogo de Amorim consiste em sair a jogar pausadamente desde Adán, para levar a equipa toda junta para perto da área adversária, rodar a bola de um lado para outro do campo para confundir as marcações e desposicionar os defensores, criando situações de perigo para o adversário e tentando cortar pela raiz as saídas em contra-ataque. Contra o Portimonense, pelo "estacionar do autocarro" de Paulo Sérgio, ainda mais isso foi evidente. Na 1.ª parte a equipa parecia estar a jogar andebol de 11 com os pés. A verdade é que mesmo o adversário defendendo muito bem, e faltando aqui e ali as entradas dos médios em velocidade na estrutura defensiva adversária, o Sporting teve na 1.ª parte uma grande oportunidade de golo para nenhuma do adversário.

A 2.ª parte, pelo cansaço acumulado do adversário, naquela defesa reforçada, já foi bem diferente com as oportunidades a sucederem-se infelizmente desaproveitadas, tendo o adversário apenas três oportunidades de golo, o livre directo (continuo a dizer que a falta não existiu, como não existiu causa para o amarelo a Diomande mesmo antes) e as duas situações de contra-ataque rápido. Ou seja, mais uma vez o Sporting ganhou um jogo difícil por 2-1, mas pelas oportunidades para cada lado o resultado podia ser 6-3 ou algo assim.

 

Vamos agora supor que desfalcados de três titulares fulcrais no centro do terreno, Coates, Inácio e Hjulmand, e com cinco levezinhos no onze como Edwards, Catamo, Nuno Santos, Morita e Pedro Gonçalves, Bragança no banco, o Sporting entrasse em Portimão de peito aberto, meia bola e força, ora ataco eu, ora atacas tu, corro agora para lá, logo a seguir para cá. 

Isso era garantia de alguma coisa? Paulo Sérgio chamava-lhe um figo, e se calhar teriamos um resultado como tempo do Peseiro em que perdemos por 4-2...

 

Se depois de tantas vitórias conseguidas desta forma pela mão de Amorim alguns ainda não gostam e não querem, parece que têm vergonha de ganharem assim, querem o quê exactamente? Jogar como nunca e perder como sempre? 

Sabem quantos jogos é que o Sporting perdeu em 2023 e como os perdeu? Não chega? Querem mesmo o Jesus de volta? Ou então quem ?

Não entendo...

SL

2023, um ano bom para o Sporting Clube de Portugal

Com todos os seus altos e baixos o ano que ainda agora findou só pode ser considerado  bom para o nosso clube.

- Primeiro, o clube e a SAD reportam resultados financeiros positivos num quadro de permanente reforço de infraestruturas e plantéis, estando o valor do plantel do futebol muito próximo (*) de ultrapassar o do FC Porto, de acordo com o TM.

- Segundo, existem resultados positivos assinaláveis no futebol e nas modalidades, dos quais se salienta a boa campanha europeia no Futebol e a conquista da Liga Nacional de Futsal, mesmo em luta directa com dois rivais que gastam duas ou três vezes mais. Chegámos ao fim do ano no topo da classificação nas Ligas de Futebol, Futsal, Andebol, Hóquei e Basquetebol, em 2º lugar em mais duas modalidades.

- Terceiro, porque foram finalmente obtidos com dois bancos privados portugueses os acordos que significam a reestruturação financeira do universo Sporting em termos muito vantajosos. Abrem a porta para a entrada dum parceiro estratégico para a SAD.

- Quarto, porque ao contrário de situações anteriores, no estádio e no pavilhão, as nossas equipas voltaram a gozar do apoio incondicional de todos a começar pelas claques (pirotecnia e javardice muito penalizadora para o clube é outro tema).

 - Quinto, porque foi finalmente começado o processo de reabilitação do estádio e zonas circundantes, ainda muito aquém da grandeza do clube.

Tudo isto só foi possível :

- Pela estabilidade que se sente a todos os níveis, que começa no presidente e se estende aos plantéis. Em todos existem atletas com muitos anos de casa que sentem a camisola e transmitem aos mais novos o ADN Sporting.

- Pelo comportamento de dirigentes, treinadores e atletas. Calmos, educados, assertivos, focados, sem espaço para personagens rasteiras e sem vergonha como alguns que representam os rivais, com Sérgio Conceição e Pepe à cabeça.

- Pela competência dos técnicos que têm sabido fazer evoluir e projectar jovens formados localmente ou contratados fora, conjugando-os com atletas mais experientes e modelos de comportamento. Nesse aspecto, Rúben Amorim, Nuno Dias e Ricardo Costa, cada com as especificidades da respectiva modalidade, "escreveram o livro" do que é ser treinador do Sporting nos próximos tempos.

 

Alguns dirão que está de volta o "Campo Grande FC", que este não é o Sporting deles, o da exigência desbragada, da luta contra tudo e todos, da pirotecnia irresponsável, das "associações" desligadas do clube a que dizem pertencer.

Mas é o meu, aquele que conheci com o saudoso presidente João Rocha quando comecei a frequentar as bancadas de Alvalade.

Mas não chega, queremos mais, muito mais!

Vamos então a 2024!!! 

A começar pela próxima sexta-feira, dia em que recebemos o Estoril.

 

(*) Estava mas já não está. À data de hoje:

1. SL Benfica 352,5 M€

2. Sporting CP 315,3 M€

3. FC Porto 280,1 M€  (Mesmo incluindo o David Carmo a 14M€... )

4. Sp Braga 137,0 M€

SL

Um primeiro balanço

Com o mercado de Verão praticamente fechado e decorridas que foram as 4 primeiras jornadas da Liga interessa fazer um primeiro balanço do que tem sido esta temporada, deixando completamente de lado as questões externas ao Sporting, quer porque algumas metem mesmo nojo e outras apenas serviriam para distorcer a discussão.

A primeira constatação tem de ser que o Sporting colocou à disposição de Rúben Amorim o melhor plantel dos últimos anos, não só pelas últimas contratações, Diomande, Gyokeres, Hjulmand e Fresneda, mas também pela permanência de quase todos os melhores jogadores da época passada como Pedro Gonçalves, Inácio, Edwards e Trincão, do núcleo duro do balneário, Adán, Coates, Neto, Esgaio e Paulinho e daqueles jogadores fiáveis como Matheus Reis, Nuno Santos, Morita e Bragança. Depois existem os jovens de Alcochete, Callai, Quaresma, Muniz, Essugo, Catamo, Moreira e Rodrigo Ribeiro, que por razões já muito debatidas não têm ainda a qualidade/maturidade para serem alternativas aos titulares no curto prazo. Talvez o plantel fosse melhor com um novo Matheus Nunes como parecia ser Sotiris, e com Tanlongo e Fatawu em vez de Essugo e Catamo, estes a sair para rodar, da bancada não consigo entender as decisões mas elas existirão na relação com eles e respectivos empresários, não na capacidade futebolística dos mesmos. Que Catamo não estava pensado para ficar é evidente pela questão contratual pendente.

A segunda é que a ideia de jogo pensada por Amorim para esta época, um 3-4-3 que se transforma em 4-2-4 pelo adiantamento dum ala e com o defesa do mesmo lado a descair para a lateral e o interior daquele lado a juntar-se a Gyökeres no centro, ainda está mal consolidada quer pela falta de rendimento extra dos alas quer pela incapacidade dos médios titulares, ainda mais expostos que no passado, conseguirem manter a mesma intensidade nos 90 minutos de jogo. Nuno Santos e Matheus Reis não começaram bem a temporada, Esgaio continua limitado, Fresneda acabou de chegar, Moreira teve um deslize que custou um golo e ia custando dois pontos, e Catamo anda a saltar de lado para lado o que lhe quebra a progressão, sabendo-se que será sempre mais um Edwards do que um Porro.

A questão física é essencial numa equipa de futebol. Uma coisa é o onze inicial poder aguentar o jogo todo, e as substituições ocorrerem para melhorar o desempenho da equipa, outra coisa são jogadores nucleares irem desaparecendo do jogo, especialmente médios e alas, e ter de recorrer a substitutos que não demonstram o mesmo rendimento na posição. Substituir um desgastado mas forte Hjulmand por um frágil Bragança mantendo o meio-campo a dois perante um forte Braga é brincar com a sorte, mesmo que a coisa até tenha corrido bem com o Famalicão em casa. 

A quarta questão é que, se Paulinho encontrou em Gyökeres o parceiro que não tinha desde Slimani, e se Pedro Gonçalves continua a ser o "mágico" do onze, Trincão mais e Edwards menos andam às voltas consigo mesmos, parece que só se sentem realizados quando pegam na bola no círculo central, fintam quatro e a metem ao ângulo, e que tudo o resto lhes passa ao lado. Por exemplo, passar a bola no momento certo para pôr o colega frente ao golo fácil.

 

O que espero nos próximos tempos?

- Que continuemos na liderança da 1.ª Liga pelo menos até aos jogos com os rivais, rodando o plantel a ganhar na Liga Europa, conjugando controlo do jogo com intensidade ofensiva.

- Que Israel seja na Liga Europa o que Adán é na Liga, e assim tenhamos dois guarda-redes em boas condições, não esquecendo que Callai está a ser jogo a jogo o melhor da equipa B.

- Que St.Juste comece a ir tendo minutos naquela defesa que para mim está a ser o melhor sector do Sporting, com Diomande, Coates e Inácio nas posições certas a entenderem-se de olhos fechados, porque vai ser bem preciso mais lá para a frente da temporada.

- Que Hjulmand e Morita comecem a aguentar os 90 minutos juntos, e quando algum deles sair que entre Essugo e não Bragança, ficando este reservado para o reforço do meio campo na segunda parte dos jogos trocando o 3-4-3 por um 3-5-2 de maior controlo do miolo. 

- Que Trincão e Edwards regressem ao melhor da época passada porque vão ser necessários para abrir muitas latas.

- Que Gyökeres, Paulinho e Pedro Gonçalves não tenham lesões nem impedimentos, sejam quais forem as razões, porque está encontrada a linha avançada titular. Que nos vai dar muitos golos e muitas alegrias.

SL

Que plantel vamos ter?

Na época passada por esta altura deixei aqui bem claro que o plantel apresentado aos sócios me parecia curto e desequilibrado para as necessidades da época. Depois da troca de Matheus Nunes por Sotiris ainda mais curto e desequilibrado ficou, e todo o esforço de Rúben Amorim para obviar a situação não chegou para conseguir o desejado sucesso.

Mas, além dos jogadores em si, havia uma nova ideia de modelo de jogo, esboçada contra a Roma no estádio do Algarve, a do ataque móvel, que até funcionou bem nas competições europeias mas que fracassou internamente.

 

Esta época começou também no mesmo estádio, agora contra o Genk, com um esboço de ideia de jogo bem diferente. Um futebol mais directo, de "tracção à frente", com um ponta de lança possante apoiado de perto por um avançado móvel, alimentados por dois alas ofensivos, dois organizadores de jogo e um passador à distância tipo "quaterback" do futebol americano que torna bem menos previsível o futebol da equipa. Uma ideia muito à medida de Gyokeres, Trincão e Inácio, em que Pote e Morita ainda estão a procurar o melhor encaixe.

Por outro lado começa também com uma estranha "purga" de jogadores contratados ou emprestados com intenção de compra na última época, como Arthur, Rochinha, Sotiris, Fatawu, Tanlongo e Alcantar, e de alguma desvalorização do trio proveniente do FC Porto: Gonçalo Esteves, Diogo Abreu e Marco Cruz. Estranha porque para além de terem sido avaliados e seleccionados por Amorim, são quase todos jogadores de inegável valor que poderiam integrar o plantel deste ano. Se calhar a mudança de ideia de jogo teve alguma coisa a ver com isso.

A contrapartida é uma aposta ainda mais forte na formação, com alguns jovens de Alcochete a darem tudo para aproveitar a oportunidade, como foi visível neste último jogo em Chermiti e Afonso Moreira, e mesmo em Quaresma e Jovane. Afonso demonstrou que, depois de Chermiti, é um valor seguro, não para competir com Nuno Santos ou Matheus Nunes a fazer todo o corredor, mas para actuar no terço ofensivo quando o 3-4-3 se transformar num 3-3-4 pela sua entrada a substituir o ala e o adiantamento de Gonçalo Inácio.

 

Não existe grande equipa sem grande espinha dorsal. No 3-4-3 a espinha dorsal é constituida pelo guarda-redes, o defesa do meio, o médio defensivo, médio ofensivo e o ponta de lança. Neste momento não se percebe bem se o 3-4-3 é para manter, e quem assumirá esses lugares, se Coates ou Inácio serão os centrais do meio, se o médio defensivo será ou não Morita, e o ofensivo Pedro Gonçalves. Mas fica claro que não existe nenhum Palhinha nem nenhum Matheus Nunes no plantel para as posições de médio - jogadores altos, fortes, rotativos, resistentes, que durem toda uma época em bom nível. O único com esse perfil é Essugo, que ainda tem enorme dificuldade de gerir a sua intensidade e escapar a amarelos que muito o condicionam para o resto do jogo.

 

Fixada a espinha dorsal, tudo o resto se encaixa. Pode haver maior rotatividade noutras posições de forma a garantir frescura física sem prejuízo da qualidade de jogo. Mas com jogadores pequeninos, macios e tecnicistas nessas posições centrais, sem conseguir impor o físico nas bolas divididas e manter a intensidade nos 90 minutos de jogo, tudo se torna mais difícil.

Não é preciso ser um Conceição qualquer para perceber esse ponto fraco, lançar contra-ataques pelo corredor central solicitando no momento certo em profundidade um atacante ou cavando faltas perigosas e tentando a sorte nas bolas paradas.

 

Estamos em plena pré-época, o fecho do mercado vem ainda longe, a primeira prioridade em termos de reforços está realizada, importa agora fazer os acertos restantes.

Sem pressas excessivas, importa contratar soluções e não novos problemas como parecia ser o caso do defesa direito do Sevilha.

Na terça-feira temos mais uma jornada dupla no Algarve. Podemos então confirmar ou não as ideias que aqui deixo para debate.

Todos os pontos de vista contrários são bem vindos. Comentários idiotas dos "trolls" do costume seguem directamente para o lixo.

SL

Primeiras impressões

Começou já a nova época futebolística, a quarta que Rúben Amorim inicia como treinador do Sporting. Daquilo que vou lendo e vendo, parece que fez uma reflexão sobre aquilo que correu mal, especialmente na primeira metade da época passada, e aposta numa ideia diferente de jogo para esta temporada fora da Champions, mais físico, mais intenso, mais vertical. O ataque móvel dos três baixinhos foi colocado na gaveta e por mim é lá mesmo o lugar dele. O Guardiola é na Premier League.

Logo no arranque da época passada falei aqui em plantel curto e desequilibrado com falta de peso e altura no eixo central. Com  as entradas em jogo de Chermiti, Diomande e Tanlongo ainda na época passada e agora com Gyokeres e José Angel, com as saídas de Ugarte, Rochinha e Arthur Gomes, com mais uma outra entrada ou saída, vamos ficar com um plantel bem mais forte fisicamente.

Com Pedro Gonçalves, Trincão, Edwards, Gyokeres, Paulinho e Chermiti, mais Fatawu a "joker", ficamos finalmente com um ataque que dá opções a Amorim para entrar em campo ou mudar o rumo do jogo.

Com Diomande, St.Juste, Coates, Neto, Inácio, Matheus Reis, mais Muniz às sobras, também na defesa a coisa está bem resolvida. E bem resolvida está também em termos de guarda-redes, com Adán, Israel e Callai.

Nas alas, Esgaio, José Angel, Afonso Moreira, Nuno Santos e mais o Matheus Reis quando necessário também cumprem os requisitos.

O problema está apenas por resolver no meio-campo, continuando a faltar o legítimo sucessor de Matheus Nunes, que muito bem poderia ter sido Sotiris mas não conseguiu adaptar-se. Mateus Fernandes e Daniel Bragança continuam a parecer-me cartas fora do baralho neste 3-4-3, Tanlongo e Essugo têm ainda de aprender a passar ao lados dos cartões, fica apenas mais um baixinho, Morita, que não aguenta mais de 60 minutos em bom ritmo. Continuo a não entender porque é que o Diogo Abreu e até o Marco Cruz não têm outras oportunidades, como as tiveram e desaproveitaram Chico Lamba, Nazinho, Mateus Fernandes e Rodrigo Ribeiro na época passada. 

Alguns dizem que Amorim não aposta na formação. Parece-me que aposta até demais. Os formados em Alcochete estão a ter mais oportunidades que os jovens contratados, aos que já referi podia ainda acrescentar Alcantar e Marsà, e a verdade é que apenas Chermiti justificou.

É o tal gap que muitos teimam em não entender, como não entendem que ganhar títulos na formação só por si não é garantia de coisa nenhuma. Muitos campeões nacionais de iniciados, juvenis e juniores dos anos de 2016 a 2018 devem andar agora a "servir cafés" algures. Pelo menos o Rafael Leão finalmente pagou parte do que deve e ficou Daniel Bragança como amostra. Gostei muito de o ouvir na última entrevista, merece todo o apoio que o Sporting lhe deu no momento difícil que atravessou.

SL

O que faltou afinal?

O balanço desta época desportiva está feito, no que respeita ao futebol e às modalidades. Para mim foi uma época a roçar o razoável considerando tudo o que aconteceu de bom e de mau na bipolaridade que a caracterizou. Digamos que merecia nota 10 no escalão de notas do antigamente. Mas cada um terá a sua opinião. Mais do que discutir a mesma importa perceber porque é que não foi bem melhor.

O que faltou afinal?

 

1) Mais investimento

Comum a todos os plantéis do futebol e das principais modalidades é a falta de quantidade de qualidade dos mesmos, sobrecarregando alguns porque outros não estão ao mesmo nível. Depois há modalidades em que a formação própria tem condições para ajudar a suprir essa falha e outras que não, até pela diferença existente entre a força da modalidade no desporto escolar e juvenil em determinadas regiões do país relativamente a outras. E a formação custa muito dinheiro, entre técnicos, infraestruturas, etc.

Exemplos, podia dar muitos. No andebol, por exemplo, saiu a meio da época o lateral direito Schöngarth, substituído por Ronaldo Almeida, um cubano de 20 anos ainda com muito para evoluir. A meia-distância ficou a cargo apenas de Francisco Costa (top), Martim Costa (top), Salvador Salvador (top) e Edmilson Araújo (muito abaixo dos outros). O resultado é que a equipa chegava aos finais dos jogos cruciais com os três primeiros completamente rebentados. E por aí se resolveu a temporada, nos empates e derrotas no último minuto de jogo.

No basquetebol então tudo se resolve na qualidade dos americanos. Como confidenciou um dos treinadores adjuntos do prof. Luis Magalhães, quando era necessário comprar um americano eles faziam uma lista, um custava 100, outro 50, outro 10, outro 5... e vinha o de 5.

No futebol andamos a comprar por 5 e achamos muito, num ou noutro caso vamos aos 10 e aos 15 e alguns ainda ficam escandalizados, enquando outros compram por 15, 20 e 30 sem qualquer problema existencial. Depois temos um plantel 30% ou mais abaixo dos rivais, segundo o TM. Mas exigimos-lhes o mesmo.

É óbvio que falta dinheiro, falta aumentar o orçamento da SAD e do clube para continuarmos a ter êxito desportivo. Só o êxito desportivo traz felicidade e paz dentro do clube e... mais dinheiro. A tal espiral positiva.

De onde poderá vir o dinheiro? Até agora tem vindo muito da competência de Rúben Amorim nos confrontos europeus e na projecção de jovens para grandes transferências, mas isso não chega.

 

2) Mais presença nos poderes

A única pessoa ligada ao Sporting que conheço nos diferentes poderes que dominam o futebol, FPF, LIGA, CA, CD, etc, é Rui Caeiro vogal da Direcção de Bruno de Carvalho e que ele conseguiu encaixar lá em troca do apoio ao seu colega de liceu Pedro Proença, afastando da corrida o ex-homem forte da SAD do Sporting Luís Duque. O que tem feito esse senhor em benefício do Sporting? Não faço ideia. Suspeito que nada ou pior do que isso.

Mas que tem feito esta Direcção para colocar Sportinguistas nos centros de poder dominados pelas máfias de Benfica e Porto? Também não sei de nada.

Apenas um exemplo. Saíram as classificações dos árbitros. Soares Dias e João Pinheiro (que tem roubado o Sporting descarada e repetidamente) no topo. Desceu Vitor Ferreira da AFBraga, aquele que depois de expulsar Luís Gonçalves em Fevereiro foi ameaçado por este que iria "fazer-lhe a folha". Depois desse jogo, apitou apenas mais três e agora foi despromovido. Quem nomeia? Fontelas Gomes e Paulo Costa. Quem classifica? Fontelas Gomes e Lucílio Baptista. É preciso dizer mais alguma coisa?

Nas modalidades as coisas são diferentes modalidade a modalidade. A roubalheira lampiónica do hóquei aparentemente não passa para o futsal ou para o andebol. No basquetebol, depois da "greve" do Porto, aquilo parece ter ficado confuso.

 

3) Menos claques em guerra

Além das multas e dos danos reputacionais ao clube, as claques continuam a contribuir para afastar sócios e adeptos do estádio e do pavilhão. Mas o pior é a instrumentalização que fazem do apoio às equipas para a guerra que mantêm com o presidente.

O principal alvo é a equipa de futebol, que por diversas vezes em Alvalade e fora dele foi hostilizada pela claque aquando em desvantagem do marcador. Em Arouca terminaram o jogo com um pelotão de intervenção da GNR em frente enquanto insultavam os jogadores, mas o melhor exemplo do que acabo de dizer foi a reacção do Pedro Porro depois de dar a marcar o golo da vitória contra o Casa Pia, enfrentando a claque e exigindo respeito.

 

Concluindo, a fórmula para mim é simples:

Mais investimento + Mais presença nos poderes + Menos claques em guerra = Mais Sporting Clube de Portugal.

SL

Uma época de equívocos

Quando ontem, ao intervalo do jogo com o Benfica, a equipa estava confortavelmente a vencer por duas bolas a zero, interpretando de forma sublime as ordens do treinador, subjugando um adversário valoroso, como se veio a verificar, que esta época demonstrou estar muitos furos acima do futebol praticado nas últimas épocas e que poderia ter ido para intervalo com outra expressão, não fora Pedro Gonçalves falhar um golo feito (hoje passou completamente ao lado do jogo, mais uma vez) e Esgaio (uma excelente exibição) obrigar o GR dos visitantes a defesa apertada a remate que ia lá pra dentro, nada fazia prever o descalabro táctico, físico e anímico que veio depois.

Esta, a da primeira parte, foi a equipa dos jogos com Frankfurt, com Arsenal, com Benfica na Luz, até com Porto no Dragão e em Alvalade (apesar do resultado, não esquecer os gamanços do Pinheiro) e na Pedreira e em Alvalade com o Braga, p.e. A equipa que todos queremos, do adepto ao treinador e que apareceu muito poucas vezes esta época.

Depois do descanso houve uma estranha metamorfose e a equipa que estava a sair bem da defesa, com segurança de passe, com o meio campo controlado, de repente começou uma onda de pontapé para a frente, a perder bolas em zona de perigo e sentiu-se que algo de Mr. Hyde se estava a sobrepor ao Dr. Jekyll perfeitinho até aí.

Todos no estádio se aperceberam que à onda de euforia que viveram na primeira parte, se adivinhava uma segunda de sofrimento. Não sei que disse Amorim aos jogadores ao intervalo, mas quase todos os da defesa desceram de rendimento, a começar por Diamonde que esteve no melhor, o golo que marcou e no pior, os dois que consentiu de forma infantil e acabando em Coates que definitivamente já vai pedindo alguém para o seu lugar. Hoje errou várias vezes, com prejuízo e perigo para a nossa baliza. Temos de volta o Coates trapalhão, o que foi uma constante das últimas jornadas. E ele não merece, que foram dele muitos dos golos que nos deram o título.

Há depois aquilo a que o treinador define como "verdice", falta de traquejo, demasiada juventude, falta de calo. É capaz de ser verdade, mas quem marcou o segundo do Benfica foi um puto imberbe, quase, que terá menos calo que qualquer dos nossos que estiveram em campo hoje.

Outro equívoco foi desfazer a dupla dinâmica que na primeira parte tão bem funcionou, fazer sair Morita sem fazer recuar Pedro Gonçalves, foi uma espécie de hara-kiri, agravado com a saída de Nuno Santos, que se atirou para o chão para queimar tempo e o treinador interpretou com dificuldade física. A juntar a isto, a saída de Esgaio, que foi o nosso melhor na primeira parte, com duas assistências e um remate perigoso, deixou-nos numa situação caricata, a saber: Na primeira parte, sem ponta de lança fixo, usámos e abusámos dos centos para a área, na segunda, com um PL em campo, nem um centro para amostra. E realmente Arthur, Matheus, Paulinho e Essugo não vieram acrescentar nada ao jogo do Sporting, antes pelo contrário.

Eu diria que o Sporting mais uma vez se pôs a jeito e como se a coisa tem tudo para correr mal, connosco corre, mais uma vez desperdiçámos um pecúlio bom, deixando-nos empatar num jogo em que fomos claramente melhores num período em que poderíamos ter matado o jogo e fomos metidos no bolso noutro, podendo agradecer o jogo ter terminado evitando males maiores.

Dizem-me que Duarte Gomes e a SportTV consideram que o 2.º do Benfica foi mal validado por fora de jogo posicional de um seu jogador, que impediu Coates de disputar a bola. Não vi, mas vindo de quem vem, acredito, sem deixar de dizer isto em relação ao lampião Pinheiro, que hoje estando amestrado pelo seu guru do norte, foi o escorpião que é e como é de sua natureza, foi incapaz de anular um golo ao seu clube do coração, talvez perdendo com isso uma excursão a um sultanato qualquer, ou a umas ilhas remotas. Quando um tipo é mau e incompetente, o favorecimento está-lhe na massa do sangue. Não foi contudo por isso que perdemos (digo perdemos porque é essa a minha sensação) este jogo. Perdemos este jogo porque na segunda parte fomos o Sporting que nenhum de nós quer.

Vem aí uma nova época, onde queremos muitos jogos, de preferência todos, como esta primeira parte. A pressão está toda em cima de Amorim. Oxalá tenha solução para as extirpações que se avizinham.

E olhem, apesar dos equívocos da segunda parte, acho que caímos de pé e a vitória nos assentaria muito bem e serviria para dar um belo par de coices, em sentido figurativo claro, no Bonzinho, na RTP, na SIC, na TVI e nos demais que anteviram a festa benfiquista em Alvalade como se fosse uma inevitabilidade. Como dizia a minha querida avó Matilde, nascida em 1917 e que frequentou a escola, coisa rara no interior do país e era uma mulher extraordinária, "cagou-lhes o cão no carreiro, coitados que iam tão direitinhos".

Cu para duas cadeiras

cader.jpeg

Penso que a expressão acima foi do húngaro judeu Béla Guttmann, aquele treinador do Benfica dos anos 60 da célebre maldição, de que "nem nos próximos cem anos" aquele clube voltaria a ganhar títulos europeus. E já não falta muito para isso.

O maior problema do Sporting nos últimos anos talvez seja mesmo esse, não ter cu para duas cadeiras, capacidade para na mesma época conseguir bons desempenhos nas Ligas Europeias e nas competições internas.

Vejamos o que aconteceu nos últimos dez anos comparando o que aconteceu na Champions com a posição final na Liga interna :

 

2013/2014, Leonardo Jardim - Sem Champions, 2.º na Liga

2014/2015, Marco Silva - 3.º lugar no grupo Champions + 1 eliminatória Liga Europa, 3.º na Liga

2015/2016, Jorge Jesus - Sem Champions, 2.º na Liga

2016/2017, Jorge Jesus - 4.º lugar no grupo Champions, 3.º na Liga

2017/2018, Jorge Jesus - 3.º lugar no grupo Champions + 3 eliminatórias Liga Europa, 3.º na Liga

2018/2019, Peseiro/Keizer - Sem Champions, 3.º na Liga

2019/2020, Keizer/Silas/Rúben Amorim - Sem Champions, 4.º na Liga

2020/2021, Rúben Amorim -  Sem Champions, 1.º na Liga

2021/2022, Rúben Amorim - 2.º lugar no Grupo Champions + 1 eliminatória Champions, 2.º na Liga

2022/2023, Rúben Amorim -  3.º Lugar no Grupo Champions + 3 eliminatórias Liga Europa, 4.º(?) na Liga

 

Resumindo, das quatro vezes nos últimos dez anos que ficámos em 1.º ou 2.º na Liga apenas com Rúben Amorim estivemos na Champions. Mais atrás no tempo, Paulo Bento conseguiu 2.º na Liga disputando a Champions, em três anos consecutivos, 2006/2007, 2007/2008 e 2008/2009, mas o Benfica não tinha o poderio no campo que tem hoje, chegando a ficar em 4.º lugar atrás do V. Guimarães.

 

No que respeita a esta época, que para mim está longe de se poder considerar fracassada ou deprimente como querem alguns, seria interessante analisar o resultado dos jogos dois ou três dias depois dos jogos pela Champions. 

Eintracht F - Vitória 

Tottenham C - Derrota (Boavista)

Marselha F - Vitória

Marselha C - Derrota (Varzim)

Tottenham F - Derrota (Arouca)

Eintracht C - Vitória 

Midtjylland C - Vitória

Midtjylland F - Vitória

Arsenal C - Vitória

Arsenal F - Vitória

Juventus F - Empate (Arouca)

Juventus C - Vitória

Resumindo: foram três derrotas e um empate contra equipas menores em jogos imediatamente a seguir aos jogos da Champions.

Foram sete pontos perdidos na Liga, o que nos colocaria em vantagem relativamente ao Sp.Braga, que não vai à Champions, saiu esta época da Liga Europa com uma cabazada sofrida com a Fiorentina (0-4 em casa, 2-3 em Florença) e nos jogos com eles o Sporting conseguiu 2V e 1E, 13-3 em golos. 

 

Disputar a Champions dum ano e conquistar um lugar na Liga que permita assegurar que estamos lá na época seguinte é essencial para o futuro do Sporting. Por isso, assegurar o acesso para a época seguinte será sempre o principal objectivo da época. Tudo o que possa ocorrer de melhor, óptimo.

Mas como é possível atingir esse objectivo época a época?  Através de plantéis mais adultos e extensos, que possam incluir alguns "Netos" que, não sendo titulares na Champions, possam ajudar a resolver os jogos subsequentes, em vez de obrigar o treinador a recorrer aos titulares mais esgotados ou atirar às feras os mais novos.

 

PS: O melhor exemplo duma época deprimente com Champions é o de 2016/2017. Reforços foram BetoDouglasPetrovicMeliEliasMarkovicAndréCastaignosCampbellAlan Ruiz e Bas Dost, e apenas Bas Dost triunfou. Deprimente desportivamente e deprimente pela guerra aberta que o presidente da altura resolveu travar com treinador e plantel, com o episódio lamentável ocorrido no balneário de Chaves, que conheceu o clímax na época seguinte e lhe custou a presidência. Nada disso aconteceu esta época, nem o falhanço quase completo dos reforços, nem qualquer guerra entre presidente e treinador e plantel. 

SL

Tragam-me a vassoura e o livro de cheques

É uma frase atríbuída a Luís Duque, na altura um presidente da SAD diferente do presidente do clube em vez do que acontece actualmente, para dar conta da sua insatisfação perante o que encontrou no plantel, muito devido às mudanças sucessivas de treinador, de entendimento sobre o tipo de jogadores necessário e dos fracassos nos jogos e nas épocas. Um conjunto de entulho que importava despachar, e ir contratar craques ou pseudo-craques fosse onde fosse.

Bom, se fosse eu amanhã na SAD em vez de Hugo Viana a última coisa que diria era isso. Para mim não existe entulho no actual plantel do Sporting como existiu em anos recentes. Todos os jogadores "feitos" tiveram minutos e mostraram as suas capacidades e a sua utilidade. Depois temos um conjunto de jogadores "a fazer-se", de grande potencial mas ainda de inferior desempenho, o futuro dirá da sua evolução.

O que falta no futebol de Sporting e que terá de ser devidamente acautelado na definição do plantel da próxima época é o equilíbrio interno e o peso na balança. Imaginem uma balança com dois pratos, dum lado com os objectivos da época, conquista da Liga, acesso à Champions, conquista das Taças, a força da concorrência, e do outro Rúben Amorim e o seu plantel.  Com certeza não será com a equipa B reforçada com Adán, Coates, Neto, Esgaio e Paulinho que teremos a balança nivelada. 

Saindo ou não Ugarte, saindo ou não Edwards, saindo ou não um ou outro, é preciso fazer um exercício sério de definição de dois jogadores de valor tanto quanto possível idêntico por posição, com jovens "sombra" para evoluir na retaguarda, e também de definição de um valor mínimo de peso e altura do plantel.

Para este novo Sporting de Amorim, e sem ele voltaríamos para trás vários anos, jogadores do tipo de Diomande, de Essugo, de Tanlongo ou de Chermiti são fundamentais: altos, fortes, massacrantes para os adversários. Poderão dizer que ainda não conseguem ser nada disso, mas a ideia está lá, o físico e a idade também, e os anos de carreira farão o resto de acordo com as capacidades de cada um.

 

Vamos então imaginar que Ugarte e Edwards sairiam mesmo.

Na baliza, Adán, Israel e Callai garantiriam a época, com uma rotação maior do que a deste ano.

Na defesa, Arthur, St.Juste, Diomande, Neto, Coates, Inácio, Matheus Reis, Nuno Santos também, com Marsà e Muniz na retaguarda. Se calhar St.Juste é melhor ala direito do que defesa central pela direita. Arthur precisa de rotinas na posição.

Na linha média, um 6 tipo Musrati a contratar, um 8 tipo Matheus Nunes a contratar, Tanlongo e Morita, com Essugo e Diogo Abreu na retaguarda.

Nos interiores, um craque como Sarabia a contratar, que garanta golos e assistências, um bulldozer tipo Marega a contratar, Pedro Gonçalves, Fatawu e Tiago Tomás, com Afonso Moreira e Diogo Cabral na retaguarda.

Nos pontas de lança, um 9 tipo Bas Dost a contratar, Paulinho e Chermiti, com Rodrigo Ribeiro na retaguarda. 

 

Fora desta lista ficam Bellerín, Esgaio, Daniel Bragança, Mateus Fernandes, Nazinho, Chico Lamba, Gonçalo Esteves, Jovane, Rochinha, Trincão, Sotiris, Quaresma, Rafael Veiga e Catamo. Jogadores que já alinharam pela A ou andaram perto. Gosto de todos e é mesmo difícil dizer mal de jogadores nados e criados em Alcochete. Mas uns precisam de "estrada", outros passaram ao lado da sorte, alguns falhos de intensidade competitiva, outros sempre a tentar fazer a festa sozinhos. Não vejo em nenhum deles, no momento, para o futuro próximo do Sporting. 

Poderão dizer: Amorim gosta duns e não gosta doutros. Mas a verdade é que alguns de quem ele gosta não conseguem desempenho, pelo menos constante, e alguns que conseguem desempenho não se percebe porque não gosta. 

Talvez o que esteja a faltar seja alguém ao lado dele mais velho e experiente e que faça de advogado do diabo. Recordo-me de que o adjunto de Paulo Bento foi Carlos Pereira, o pendular defesa-esquerdo da magnífica equipa de Mário Lino que conquistou a dobradinha no ano da revolução de Abril, e não por acaso irmão do mestre Aurélio Pereira.

Mas não é agora que isso vai acontecer.

 

Outra questão é a equipa B. Se calhar faria sentido acabar pura e simplesmente com a equipa de sub23, criada por uma decisão infeliz do ex-presidente a reboque do seu amigo Proença. O Porto nunca a teve, o V.Guimarães acabou agora com ela.

É também preciso garantir para a B um plantel fixo e um modelo de jogo idêntico à da primeira equipa. Desta forma não seria difícil lutar pela subida à 2.ª Liga em vez de andarmos a lutar pela manutenção na 3.ª.

E a vossa ideia qual é?

SL

Sporting 2022/23 - Fim de linha e pensar a nova época

A (paupérrima...) época 2022/23 encaminha-se do fim. Mais do que isso, e para que na próxima a equipa volte a encontrar o caminho dos títulos, é um fim de linha para alguns dos protagonistas.

Não creio que seja fim de linha para Ruben Amorim - treinador com títulos, com futuro e carismático. 

Para mim, o fim de linha é para vários jogadores que estiveram muito aquém daquilo que se exige a um clube como o Sporting Clube de Portugal. Incluo-os abaixo numa lista de dispensas. Fim de linha também para jogadores que têm qualidade, mas que por isso mesmo entram nas contas do encaixe que o Clube precisa fazer "tapar buracos". Dado que a nova temporada será de vacas magras, creio que a substituição dos jogadores que saem deve ser feita a partir dos jovens que emergiram na excelente equipa que chegou às meias finais da Youth League.

Eis as minhas escolhas para a próxima época (que deveria começar já a ser preparada no jogo de amanhã...):

Guarda-Redes: Callai, Israel, André Paulo

Defesas: Coates, Diomande, Mateus Reis, Inácio, St. Juste, Quaresma, Muniz, Gonçalo Esteves

Médios: Morita, Daniel Bragança, Essugo, Diogo Abreu, Mateus Fernandes, Marco Cruz

Avançados: Edwards, Nuno Santos, Trincão, Fatawu, Chermiti, Paulinho, Rodrigo Ribeiro, Tiago Tomás, Afonso Moreira 

 

Vendas: Pote, Ugarte, Jovane Cabral

Dispensas: Esgaio, Bellerin, Rochinha, Artur Gomes

Reforma: Adan (34 anos), Neto (35 anos)

 

Notas finais: 

1. Callai deve ser aposta já esta época. Tem tudo para dentro de 1 ano estar na selação A. E até a equipa ganharia em ter um GR com mais garra e rápido a repor a bola em jogo. 

2. Quaresma e TT são campeões nacionais, agora com experiência internacional, e devem voltar a ser aposta.

3. Diogo Abreu não estar já na equipa principal para mim é um mistério insondável. Tem qualidade de passe muito acima da média, capacidade de variar flancos rapidamente (qualidade muito importante no futebol moderno, que nos tem faltado desde a saída de Matheus Nunes) e é um grande marcador de livres (que não temos na equipa principal)

4. Pote e Ugarte foram provavelmente os jogadores mais influentes da equipa desta época. São dois craques. Mas vamos ter que fazer vendas e são os jogadores que mais podem render. Só por isso os incluo. No lugar de Ugarte apostaria em Essugo (que até dá mais força física ao MC) e no de Pote poria Edwards a pisar terrenos mais centrais (Fatawu a extremo). Edwards seria para mim, nesta fase, inegociável. Seria também de ponderar a contratação de Nani para o lugar de Pote (está na fase declinante da carreira mas é um símbolo, campeão europeu e tem garra que nos falta)

5. Ruben Amorim daria um grande sinal de capacidade de aprender dispensando Esgaio, que não acrescenta nada à equipa a não ser erros individuais. É um jogador para um clube de meio de tabela, não mais do que isso. Mais uma época seria o que os ingleses chamam de "escalation" - prejudicar-se a si, ao jogador e, sobretudo, ao Clube.

 

O pecado original

Como era previsível, o Sporting caiu hoje, frente à Juventus, nos quartos-de-final da Liga Europa, ao empatar 1-1. Com quase enchente em Alvalade: 45.900 espectadores, grande parte dos quais a puxar pela equipa.

Voltámos a marcar à equipa que segue em terceiro na Liga italiana e é um dos nomes históricos do futebol europeu. Mas, de novo, só conseguimos isso de penálti - desta vez por Edwards, aos 20'. Em lance de bola corrida continuámos incapazes de a meter lá dentro, apesar de não terem faltado oportunidades. Por Trincão (que aos 17' visou o poste), Diomande (35'), Esgaio (75') e duas vezes por Coates quase no fim (87' e 90'). 

Eis o problema estrutural que se tornou mais notório nesta época: falta-nos um matador na área. De modo a evitar que necessitemos de 41 remates para conseguir um golo.

Não ter um artilheiro de referência é péssimo. Fazemos o mais difícil - dois grandes jogos com a Juve - e fracassamos no mais elementar: não converter em golos o domínio claro que mantivemos em largos períodos destas duas partidas. É o pecado original desta época em que falhámos todos os objectivos.

Nada de novo. Nada que não tivesse sido afirmado aqui em tempo útil. Nada que não possa ser rectificado.

Infelizmente, só no mercado de Verão. Até lá, resta isto: mais do mesmo.

Pós-Palhinha (e pré-pós-Coates) - uma defesa à espera de melhores dias

Sendo ainda relativamente cedo para balanços da época, os três golos ontem sofridos contra o Casa Pia (4-3) mostram bem aquele que tem sido o grande problema da equipa esta época - uma defesa menos competente. É certo que Ruben Amorim optou por deixar no banco um titularíssimo (Gonçalo Inácio) e um habitual (St. Juste), mas isso não justifica por si só a facilidade (displicência, mesmo) com que o SCP encaixa 3 golos - sobretudo estando lá o mais titular dos centrais, Coates.

Com os 3 golos encaixados ontem, o SCP 2022-2023 tem em média quase um golo sofrido por jogo. E, a 7 jornadas do fim, tem mais 3 golos sofridos do que em toda a última época. Caso se mantenha esta média até final da temporada, estará praticamente ao nível de 2019-2020, uma das piores épocas da história do clube.

WhatsApp Image 2023-04-09 at 21.31.50.jpeg

Na época do título, este quadro acima mostra bem, a defesa foi fundamental. Apenas 20 golos sofridos em 34 jogos (sem recorrer a calculadora, deve dar uma média de 0,58 golos por jogo). Uma única derrota em todo o campeonato. Na época passada, a defesa manteve a qualidade, mas as derrotas passaram a 3 (incluindo uma no Dragão, com uma expulsão absurda de Coates que nunca esqueceremos e que, feitas as contas, dá a vitória - e o título - ao FCP).

Com uma equipa rotinada, com processos consolidados e sem grandes alterações ao plantel, o que terá mudado das duas últimas épocas para esta, que nos leva a sofrer tantos golos? Na minha opinião, duas coisas.

Primeiro, a falta de Palhinha - um jogador único que funcionava como uma espécie de central à solta em todo o campo, ganhando bolas atrás de bolas (pelo ar, pelo chão...) e destruindo jogo adversário antes de chegar à nossa defesa. Será sempre, para mim, o jogador mais importante das duas últimas épocas. Ugarte é um bom recuperador de bolas - e um grande jogador - mas João Palhinha é um dos melhores jogadores do mundo nesse aspecto, combinando força física, inteligência e intensidade.

Segundo, Coates. Ele que foi decisivo nas duas últimas épocas - magistral na época do título, com sete golos marcados que terão rendido dezenas de pontos - está este ano em clara perda de rendimento. O que é normal num jogador de 32 anos. Os números demonstram-no - apenas 2 golos marcados - mas as grandes exibições também começam a escassear. Ontem terá sido dos piores jogos que já o vi fazer pelo SCP. 

WhatsApp Image 2023-04-09 at 21.37.35.jpeg

Estamos claramente numa fase de transição na defesa, em que Coates perde importância e Luís Neto, outro jogador importante  no título de há duas épocas, se prepara para arrumar as chuteiras. As boas notícias são duas: Amorim está ciente disso e as contratações de Diomande e St. Juste prometem. Há muitos jovens defesas com potencial no plantel, outros a rodar (Quaresma, campeão nacional) e a equipa B está recheada de talentos que rapidamente darão o salto (Muniz parece-me o caso mais óbvio nesta fase). 

Palhinha, repito, é insubstituível. Mas temos um jovem com características semelhantes que dentro de 2 anos acredito que estará ao seu nível - Dário Essugo. Caso Ugarte saia no final da época, deve ser aposta. 

 

PS - Vi o 3o jogo do SLB esta época, contra o FCP(1-2). Havia visto outro jogo em que o SLB foi vulgarizado (contra o Braga, 0-3) e contra o SCP (2-2). Pertenço portanto a um grupo de pessoas restrito que não viu o SLB ganhar uma única vez esta época e assistiu a uma equipa vulgaríssima. Admito que só saiba da "missa" metade. Mas também admito que haja a habitual "missa" de adversários "acólitos" dóceis, árbitros simpáticos e jornais a fazer "coro" das maravilhas do treinador e de um jogador que vieram roubar ao SCP e marca os (muitos) penáltis ganhos. Posso estar a ser injusto, mas tendo visto os 3 jogos que vi, espanta-me que o SLB esteja em 1o.

"Nem chegam ao Dia de Todos os Santos"

Uma nota prévia para agradecer o convite que Pedro Correia me endereçou para escrever neste blogue, que muito me honra, e para assinalar esta como sendo a minha primeira publicação no mesmo.

 

Depois de mais uma jornada em que ganhámos com facilidade, com uma exibição dominadora e convicente, no seguimento do que tem acontecido ultimamente, fui por curiosidade consultar a sucessão de resultados da equipa. 

Não me surpreendeu que fosse a 5ª vitória consecutiva para o campeonato após a derrota com o Porto em casa, na 20ª jornada, o que me surpreendeu foi ter reparado que desde início de Novembro, para o campeonato, contamos com 11 vitórias, 1 empate e 2 derrotas.

Se tivermos em conta que o empate foi no estádio do Benfica e uma das derrotas foi com o Porto, sobra apenas um resultado "anormal", a derrota com o Marítimo na Madeira na 15ª jornada.

Para comparação os resultados dos nossos rivais no campeonato, no mesmo período, início de Novembro até hoje, foram:

Benfica- 13 vitórias, 1 empate e 1 derrota. A derrota foi com o Braga e o empate com o Sporting.

Porto- 12 vitórias, 2 empates e 1 derrota. Os empates foram com o Braga e Casa Pia, a derrota foi o Gil Vicente.

Braga- 11 vitórias, 1 empates e 3 derrotas. O empate foi com o Porto, as derrota foram com Sporting, Vitória SC e Casa Pia.

Nota nº 1: Todos estes clubes têm um jogo a mais, vamos fazer o jogo em atraso da 25ª jornada no dia 5 de Abril.

Nota nº 2: Os clubes que mais tiraram pontos aos 3 da frente, exceptuando os confrontos directos, foram Sporting e Casa Pia.

 

Chegamos assim à conclusão que o fosso que nos separa dos 3 primeiros classificados foi cavado até à 11ª jornada, pois depois disso estaríamos a 3 pontos do Benfica, a 1 do Porto e 3 pontos à frente do Braga.

Até à 11ª jornada tivemos 6 vitórias, 1 empate e 4 derrotas, resultados que atribuo às saídas não colmatadas do plantel, especialmente a de Matheus Nunes, sobrecarga de jogos devido à Liga dos Campeões e um plantel curto e em sub-rendimento nessa altura.

Assim, ao contrário de várias épocas em que o Campeonato estava perdido por alturas do Natal, chegámos ao Dia de Todos os Santos, 1 de Novembro, já sem possibilidades de disputar o campeonato. 

Que sirva de lição para as próximas épocas os efeitos nefastos que uma temporada mal planeada tem numa equipa.

Dez reflexões sobre o Sporting

image.jpg

 

1

Há um grave problema estrutural neste Sporting 2022/2023. Uma vez e outra, temos de recorrer em desespero a Coates como "ponta-de-lança" improvisado. Uma vez e outra, fica demonstrado que montar uma equipa que sonha ser campeã sem avançados goleadores é um erro lapidar. Imperdoável - e há responsabilidade directa do técnico disso - foi ter-se descurado a contratação de um artilheiro.

Equipa sem golos não vence jogos, não pontua, não ganha títulos. Balanço da temporada até agora: 18 jogos, oito vitórias, dois empates, oito derrotas. Golos marcados: 29. Golos sofridos: 24. Não há coincidências.

 

2

Existe agora a mania de justificar derrotas invocando orçamentos. Se isso servisse para alguma coisa, o Sporting teria a obrigação de golear o Varzim por 8-0 na Taça de Portugal - da qual fomos eliminados pela equipa poveira.

 

3

No final de Dezembro, quando for desmontada a tenda do Mundial do Catar e retomado o campeonato nacional de futebol, estaremos fora de combate. Sem Taça de Portugal, sem possibilidade de competir para sermos campeões. A lutar (espero) pelo segundo lugar da Liga. É voar baixinho. Coisa pouca, com a glória em parte incerta.

 

4

Nunca me recordo de uma época com tantos jogadores nossos lesionados. Na última semana, mais três: Morita, Nuno Santos e Ugarte. O que suscita sérias interrogações sobre o modo como é assegurada a gestão física dos futebolistas.

Se estes jogadores não têm pedalada para jogar pontualmente de três em três dias (mas os do Benfica, do FCP e até do Braga são sujeitos a igual pressão do calendário) é sinal que existem problemas ao nível da preparação física.

Nesta temporada cumprimos 18 jogos em três meses. Será motivo para ter metade da equipa rebentada? Será motivo para estarmos num humilhante sexto lugar à 11.ª jornada?

Tenham paciência, mas não faz o menor sentido.

 

5

Questiono-me se as "bolas paradas", ofensivas e defensivas, não fazem parte dos treinos leoninos. E se o mesmo acontece com os pontapés de meia-distância.

 

6

Na opinião de alguns, o Sporting está na segunda pior época de que há memória por causa dos árbitros, das claques, do mega-empresário Mendes e do seleccionador nacional de futebol. E também dos comentadores e dos jornalistas que escrevem nos mesmos diários a que dá jeito recorrer quando se pretende validar a tese de que «o Sporting é sempre roubado».

Culpas próprias? Jamais. Ou "jamé", como dizia o outro. 

 

7

Desde a exclusão de Slimani, em Abril, nunca mais o Sporting se endireitou. Muitos falam de Palhinha e Matheus Nunes, mas o grande problema para mim sempre foi lá na frente. Perdermos o artilheiro argelino causou mais danos do que a saída dos outros dois, que aliás geraram uma receita de cerca de 67 milhões de euros.

Convém não esquecer: Palhinha e Matheus Nunes já declararam publicamente que queriam jogar na Premier League. Sem deixar lugar a dúvidas. Faria algum sentido mantê-los em Alvalade contrariados? O que lucraria o Sporting com isso?

 

8

Alguns dos que agora tentam desviar as atenções invocando a saída daqueles dois jogadores como causa fundamental dos problemas são os mesmos que há um ano diziam que Ugarte era «claramente melhor» que Palhinha e criticavam Matheus por «querer a bola só para ele» e «empastelar» o nosso jogo a meio-campo.

É sempre assim. Entoam hinos aos jogadores do Sporting... apenas quando eles deixam de ser jogadores do Sporting.

 

9

Parece sina deste clube: quando há um pequeno ciclo de vitórias, logo é engolido por um longo ciclo de não-vitórias. Foi assim com os últimos presidentes vencedores - João Rocha (por três vezes), Roquette, Dias da Cunha. Está a ser assim também com Frederico Varandas.

 

10

Rúben Amorim tem cometido vários erros. A exclusão de Slimani, a obstinação em não contratar um ponta-de-lança alternativo a Paulinho, a reacção absurda à saída de Matheus Nunes como se isso o privasse dum salvador da pátria (algo que não deve ter dado moral nenhuma aos que ficaram), contínuas indirectas à estrutura directiva, a insistência em fazer alinhar Trincão de início para um lugar em que Edwards está muito mais qualificado, a confissão de que tem jogadores "preferidos" no plantel...

Precisa de adquirir alguma humildade. E de saber conviver com a pressão e as críticas.

Ser fiel às ideias é de aplaudir. Mas se as ideias não forem adequadas às necessidades impostas pelas circunstâncias, deve ter flexibilidade suficiente para se recriar, para se reciclar, para assimilar novas ideias, novos processos de jogo, novas dinâmicas.

Se me perguntarem quem prefiro como seu sucessor, responderei sem hesitar: Amorim deve substituir o próprio Amorim. Ou seja: o treinador do Sporting tem de reinventar-se. Corrigindo teimosias, atenuando obstinações, limando casmurrices.

Está em início de carreira, tudo lhe sorriu até agora, falta experimentar o outro lado - menos feliz e sorridente. Se estes problemas o ajudarem a crescer como profissional do futebol, um dia há-de olhar para eles com alguma gratidão. Possamos nós dizer o mesmo.

{ Blogue fundado em 2012. }

Siga o blog por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

 

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D