Suplantando João Pereira no número de derrotas (cinco em dez jogos, ultrapassando já ten Hag, que perdeu quatro vezes em catorze jogos, tantas quanto o nosso ex-treinador desencartado em muito menos), já se ouvem gritos de protesto em Manchester e os comentadores especializados, na maior parte antigos jogadores do MU, têm arrasado o desempenho da equipa e por conseguinte do técnico.
Não está a ser fácil tal como eu previ por aqui, encarreirar uma equipa que andava sem rumo e orientação, mas perder com o Wolverhampton de um Vitor Pereira que saiu do avião directamente para treinar os lobos, já começa a ser complicado. A defesa não se entende, o meio campo não existe e em consequência disso, o ataque está em ausência permanente em parte incerta. Mais ou menos como o desempenho de João Pereira, que em competência está nos antípodas de Ruben e que conseguiu colocar o Sporting a jogar mais ou menos como o "naitede", isto é, a ponta de um corno.
É confrangedor ver aquelas vedetas todas, quais baratas tontas, a desevoluir em campo. Efectivamente pouca diferença houve entre o MU e o Sporting, neste último mês, com a agravante de eles terem um plantel muito mais caro, não terem tido lesões de monta e lá os árbitros se "enganarem" muito menos.
E por conseguinte, lá vai ter o MU que ir às compras para a semana.
Avisamos já que não encaramos com bons olhos que venham cá desbaratar o que já está desbaratado por conta de lesões e outras circunstâncias.
E, caso estejam a pensar pô-lo com dono, avisamos também que não aceitamos devoluções. Bom, se nos derem vinte milhões a gente reconsidera, já que estamos a precisar de treinador para os juniores.
Para a equipa A, já temos um treinador encartado. O gajo da associação dos treinadores ainda está à procura de um "pé" para apresentar queixa, mas desta vez vai pregar sozinho para o deserto que é a sua associação de desempregados.
Nesta troca no Sporting, parece-me ter acontecido um dois-em-um ainda que JP tenha sido, soube-se agora, empurrado para a jaula dos Leões (literalmente) e RA tenha optado por entrar num reptilário que lhe pode ser fatal. Em resumo, tendo na minha opinião uma tarefa mais fácil, porque pegou numa equipa oleada e a jogar um futebol de sonho, essa opinião confirmou-se: João Pereira perdeu apenas quatro jogos em... sete. Já Ruben, que entrou numa equipa que tinha tudo para dar a volta por cima, contrariou as minhas previsões e tem um "score" de cinco derrotas em dez jogos. Repito, pior que ten Hag e que João Pereira (não me obriguem a recorrer à matemática, para as percentagens, sáxavor).
Há oportunidades na vida que não podemos deixar passar.
Atento o título acima, os meus caros poderiam pensar que me estou a referir ao melhor treinador de que tenho memória que passou pelo Sporting, Ruben Amorim, que revolucionou e acordou um gigante adormecido, devolvendo-nos o orgulho de fazermos parte desta grande família sportinguista. Para ser justo, um laivo deste despertar tinha já acontecido com outro treinador, Jorge Jesus, a quem a pecha de não ter sido vencedor retirou alguma luz ao futebol também entusiasmante que a equipa chegou a praticar e tendo conquistado até à altura o maior número de pontos na prova raínha. Outros valores (ou a falta deles) concorreram para que não ficasse na história do clube como um treinador ganhador. Ainda assim, nada comparado e a anos-luz do brilho que hoje o futebol que se pratica, irradia.
Passado o intróito e descodificando o título, o que quero dizer é que até quase ao final da primeira parte do jogo de ontem que os rapazes brilhantemente venceram, quando o inevitável Gyokeres empatou a partida, a nossa equipa deu uma de Casa Pia para pior, já que defendeu não com duas linhas de cinco, mas com um 6X4, que até chegou a ser 7X3 e ao contrário dos Gansos, não ficaram bem fechadinhos lá atrás, mas foram dando abébia atrás de abébia, que felizmente o nosso redes, o melhor em campo na primeira parte, foi defendendo como pôde, algumas vezes de forma brilhante. Era a fase autocarro a que não estamos habituados ver o Sporting praticar e como não é hábito, não saiu tão bem como com os Casa Pias do nosso campeonato.
Mas eis que um puto faz um passe (assistência é modernice) magistral e o tanque sueco a mete lá dentro com um remate soberbo e parece que as amarras, como que por obra e graça dos deuses da bola, se quebraram colocando em campo outra equipa.
E veio o intervalo e no reatamento, em pouco mais de cinco minutos aquela equipa à rasquinha a defender e amorfa a atacar, metamorfoseou-se e "de rajada" meteu duas batatas lá dentro, a primeira por Maxi e a segunda num "petardo" da marca de grande penalidade, a castigar uma falta clara sobre Trincão, que de ausente em parte incerta na primeira parte, apareceu em pleno na segunda. Tal como Pedro Gonçalves, uma inutilidade que fez dois passes soberbos, um deles para o segundo golo que é de se lhe tirar o chapéu. Quando estas unidades aparecem e se libertam, o cheirinho a bom futebol é logo outro e a equipa chegou a ser brilhante nalguns momentos.
O futebol é assim, por isso é tão entusiasmante. De uma derrota anunciada que até poderia ter acontecido e por números complicados, os jogadores souberam manter a calma e responder ao golo sofrido não com o descalabro, mas com vontade de vencer. Comparando com aquele jogo em que levámos cinco do mesmo City, eu diria que a diferença foi uma grande exibição de Israel, a existência de Gyokeres e Quenda e as enormes exibições na segunda parte de Pote e Trincão. E uma pontinha de sorte, que também faz parte, como disse o ainda nosso treinador.
Fomos "ambos os dois", clube e treinador, do Casa Pia até ao Olimpo em situações diferentes. Que por lá fiquemos durante muito tempo.
Tenho a real consciência de que a emoção é inimiga da razão, já que cada uma entende, para cada tema, decisões opostas.
Se a razão diz sim a emoção dirá sempre que não e o inverso também se verifica. Mas adiante…
Saí de Lisboa ainda em Outubro para a Beira Baixa onde me aguarda uma tarefa campestre. Quando abandonei a capital o Sporting estava na frente do campeonato (e ainda está), a Liga dos Campeões corria bem (ainda corre), a Taça da Liga idem e Rúben Amorim fazia um fantástico trabalho. Portanto (quase) tudo perfeito!
Só que de um dia para o outro algo mudou no universo leonino. Acima de tudo a já assumida saída de Amorim para o Manchestrer United. Uma notícia que não caiu bem no universo leonino acima de tudo pela exigência do clube inglês na rápida assumpção dos comandos da equipa de futebol, não deixando que a época terminasse.
Amorim viu-se apertado e entendeu trocar Alvalade por Old Traford. Não lhe levo a mal e até poderia trazer aqui aquela frase, supostamente atribuída a D. Luísa de Gusmão, em que terá dito: mais vale Rainha uma hora que duquesa toda a vida.
Também não poderemos esquecer que Varandas foi, no início de 2020, buscar Amorim ao Braga numa contratação tão repentina quão inesperada. Portanto naquele ano o Sporting usou das mesmas razões que terão ditado a actual saída de Amorim para Inglaterra.
Posto isto diria que a minha emoção de ver partir, quiçá, o melhor treinador que passou por Alvalade para terras de Sua Majestade está incrivelmente de mão dada com a razão, pois jamais verei um futebol de tanta qualidade como aquele que tem sido apresentado pela nossa equipa. Uma verdadeira máquina de jogar futebol! Como nunca assisti...
Se dúvidas existissem sobre o que acabei de esgalhar basta rever a partida de ontem à noite contra o próximo rival de Amorim que redundou numa estrondosa vitória leonina. Sem igual! Primeira parte tremida e segunda demolidora.
Remato com a certeza de que a partir de ontem à noite Xandão foi finalmente substituído por outro herói: Gyökeres!
Num jogo comandado por um manhoso francês que deixou algo a desejar no capítulo disciplinar e na contagem do tempo e em que Inácio deu uma casa do tamanho dos Jerónimos ainda o jogo quase não tinha começado, acho o resultado final lisonjeiro para as nossas hostes. Passo a explicar:
1- Mais uma vez jogámos com dez, não com um 10. Escolham os leitores o que não esteve em campo, para mim à excepção de Adan, de Ugarte e Edwards, todos cabem neste saco (que me parece cada vez mais de gatos).
2- Ao treinador da Juventus bastou um jogo para anular a táctica maravilhosa do para trás e para o lado e dos três avançados móveis e ao contrário do nosso, tinha um plano B, teve um 4X1X4X1, que anulou Pedro Gonçalves e teve sempre um avançado fixo, a maior parte das vezes Di Maria, que acorrentou Nuno Santos à linha de meio campo, até nos cantos, onde o nosso esquerdino poderia remater uma "segunda bola".
3- Porque falhámos pelo menos quatro bolas de golo, duas de baliza quase escancarada, por Coates, que coitado faz o que pode como avançado-centro, mas não tem muito jeito para jogar com os pés. E como quem não marca não merece nem consegue ganhar, o resultado de hoje foi justo, ponto final parágrafo.
Queria dar uma nota final à forma como Ruben Amorim desconsiderou três dos maiores goleadores que passaram pelo nosso clube: Liedson, Derlei e Slimani, comparando-os com Paulinho e Tiago Tomás, dizendo que estes foram campeões e os três não o foram, querendo dizer, ou dizendo mesmo, que os golos que marcaram não acrescentaram nada ao palmarés do Sporting. É muita falta de chá e falta de respeito por três profissionais exemplares (um, Slimani, que mandou embora e é a génese desta malfadada época e a causa de ter perdido o título na época passada). Percebe-se o contexto, não se desculpa o deslize.
O nosso treinador não consegue explicar porque é que o Coates falha de baliza aberta. Eu, que não sou treinador mas vejo bola há mais de cinquenta anos, explico: É porque o Coates não é avançado-centro, ou ponta-de-lança ou matador, o que quiserem. Uma equipa tem que ter pelo menos dois jogadores para a mesma posição, ora o Sporting começou uma época apenas com um ponta-de-lança, ainda por cima num sistema de avançados volantes. Diz ele que não consegue perceber como se criam tantas oportunidades e se falham tantos golos. Pois eu ajudo, mister, é porque não temos ninguém que as meta lá dentro e não há ninguém para quem cruzar bolas. Excepto quando lá está o pronto-socorro do Coates, claro.
Hoje, no aquecimento, dei-me ao trabalho de estar atento àquela parte dos remates à baliza. Pois sabem que dos nossos supostos marcadores de golos, nenhum, nem a brincar, a meteu dentro da baliza? Ora se isto nem a brincar, como seria diferente a sério?
Com os mínimos por um canudo, e com participação provável (que não se sabe como vai ser isto daqui até ao fim) na Liga Conferência, vamos finalmente entrar na Liga do nosso treinador, o maior nas conferências.
Bom, se ele ainda for nosso treinador. Continuo a desejar que seja, mas um bocadinho menos teimoso, pode ser?
As minhas desculpas ao Paulinho, por ter duvidado da sua eficácia.
É exasperante ver uma equipa que até joga bem, muito bem aliás ontem e é tão ineficaz na finalização.
É certo que o GR japonês fez três ou quatro defesas de luxo, mas aquilo que se faz tão bem até ao tiro final, não merecia a falta de pontaria que se está a tornar um (mau) hábito.
Valeu-nos hoje Paulinho, o mal amado (mea culpa), com um golo de belo efeito e de difícil execução.
E valeu-nos o arrojo de Amorim, que nos deixou praticamente sem meio-campo para ganhar o jogo. Conseguiu-o, está de parabéns.
Tudo está bem, quando acaba bem.
Uma nota final para o apoio que se ouviu sempre do início ao fim do jogo. Eram escusadas as tarjas, bastavam as bandeiras e os cachecois.
Posso estar muito enganado (oxalá esteja), mas apesar de faltar ainda muito campeonato, ontem hipotecámos algo em que muitos de nós ainda acreditávamos, que seria possível aceder à liga milionária.
Perdemos mais uma vez por culpa do treinador, que errou claramente ao abandonar a sua máxima de "jogo a jogo", para jogar dois jogos num. Como era de prever correu mal e perdendo ontem um, pode perder o próximo também e ficará a 15 pontos do líder, a 9 do Braga e a 8 do Porto (se estes vencerem, claro), valendo-nos de pouco vencer um e outro nos jogos que temos em casa com as duas equipas e com o Casa Pia à espreita. Ou seja, com um tropeção maior até a Liga Europa poderá estar em causa.
A culpa foi claramente do treinador, repito, mas não só. É também de quem não lhe dá o que precisa.
Eu até sou paciente, se me disserem claramente que isto vai ser uma travessia no deserto por um, dois ou três anos, que iremos formar jovens para ter uma equipa competitiva e de qualidade, eu alinho! Não me venham é com a pantominice de que lutamos por todos os títulos, se temos uma equipa recheada de nulidades e continuamos a comprar carradas de jogadores para lugares mais que preenchidos e para onde são precisos não se investe. As dinâmicas, de vitória ou derrota, criam-se facilmente; Basta que quem dirige o demonstre e ao desinvestir na equipa, a direcção e o seu presidente, o primeiro responsável, dão um sinal claro de que a dinâmica não é de vitória. Já alguém dizia, uma antiga Madre do Convento de Odivelas provavelmente, que sem ovos não se fazem barrigas de freira e o desinvestimento vai criando rotinas que nos vão afastando cada vez mais dos lugares de decisão de títulos e retirando-nos a importância que temos e que é cada vez menor. Pode haver um brilharete quando os astros todos se alinham, mas isso é cada vez mais raro e confiar na divina providência é ainda pior que confiar nos astros.
Sou claramente favoravel a um clube/SAD com contas certas e admito não ganhar nada durante todo o tempo que for preciso para que elas se acertem, mas gastar carradas de dinheiro em jogadores que não entrariam no plantel do Marítimo (com todo o respeito) e encher algumas posições com uma camioneta de jogadores e esquecer-se daquelas onde eles são precisos, roça a gestão danosa.
Fomos claramente roubados, é verdade. Há um penalti claro sobre Porro que poderia dar outro desfecho a este jogo, mas sendo honestos, seria uma injustiça para a equipa que melhor jogou, que nos dominou toda a primeira parte, que foi do mais deplorável a que assistimos (eu ouvi, já que vinha em viagem de Tomar para casa e ia ouvindo na Antena1 e o relato dava-me mais nervos que a chuva intensa que me acompanhou todo o caminho e me obrigou a fazê-lo quase a passo).
Custa-me dizer isto, mas resta-nos ganhar o campeonato da segunda circular (há que não ter medo de dizer isto), tentar a taça da carica e não perder por muitos com um Barcelona qualquer na Liga Europa.
Criticamos aqui, com razão, as vigarices de lampiões e andrades, mas esquecemo-nos de enaltecer o seu arreganho nas horas menos boas; Nas derrotas cerram os dentes, ficam aziados e demonstram-no e ai de quem os defrontar no jogo seguinte que sabe que vai levar com a azia toda em cima. Connosco uma derrota é mais um dia no escritório e como não vi o jogo não sei se o jogador escolhido para a entrevista rápida não terá empregado aquela frase mítica "agora há que levantar a cabeça e pensar no próximo jogo", que define o grau de ambição de um grupo.
Em resumo: Esteve mal Amorim, que foi comido de cebolada pelo treinador do Marítimo e jogou a pensar no próximo jogo, contrariando-se a si próprio; Anda mal a direcção que tarda em reforçar a equipa com as peças de que realmente precisa; Esteve mal o árbitro que deixou por assinalar um penalti claro a nosso favor e estiveram mal os jogadores que após uma semana de descanso deram a sensação de que comeram demasiado bolo-rei.
Enfim, se não fosse assim, nem seria o Sporting...
Os rapazes ganharam ontem em Famalicão com toda a justiça. O resultado peca por escasso, dadas as oportunidades desperdiçadas, o que me leva a colocar aqui a questão do sistema de jogo e o facto que por aqui vamos (autores e comentadores) dizendo, que os adversários já conhecem e anulam facilmente o sistema Amorim.
Ora este sistema produz imensas oportunidades de golo por jogo (muitas, vá...), como ontem se verificou. Os golos não apareceram por inépcia dos finalizadores, já que ontem o GR adversário pouco trabalho teve, o que denota uma clara deficiência ao nível psicológico, uma clara fadiga mental e uma visível a olho nu fadiga física, ontem com mais uma lesão de Matheus Reis (que pode agradecer a Iemanjá não ter sido expulso por conduta incorrecta, algo em que incorre frequentemente).
Nada nos garante portanto, verificada a falta de pontaria, que qualquer outro sistema alternativo desse mais golos.
Vem aí a Taça da Carica, perdão, da Liga, onde acho que devem ser utilizadas as segundas linhas e alguns jogadores da equipa B. Há jogadores que têm que jogar para demonstrarem que podem entrar na equação, no banco e jogando cinco minutos quando se perde ou empata e se luta por um golo, não ajuda antes prejudica. Eu como sou daqueles que não atribuo grande importância a este troféu e como os adversários na primeira fase até são acessíveis, optaria por esta opção.
Com um mês e meio de paragem, com poucos jogadores nas selecções e alguns com previsível curta estadia no Catar, haverá tempo suficiente para descansar a mente e o corpo, para recarregar baterias, para recentrar o foco. Confio que Amorim, ele próprio a precisar de descansar a mente, conseguirá agregar os rapazes de novo, mas...
Não será suficiente! Há a necessidade urgente de contratar três jogadores que peguem de estaca como vamos todos por aqui escrevendo: Um central, um seis e um nove. Eu até acredito que haja jogadores identificados para estas posições se a opção for mesmo contratar (o "a la longo" agora contratado será mesmo para burilar e vender, "penso eu de que"), mas eu até tenho uma sugestão para nove...
Se conseguir verbalizar duas frases seguidas, claro.
Claro que não é ele que falha os golos, não é ele que dá casas na defesa, não é ele que passa noventa minutos a fazer que joga mas não joga, não é ele que escala a equipa, mas os sócios têm que ouvir a sua voz transmitindo o seu inconformismo.
Um presidente almofadinha não serve os interesses do clube.
Exige-se uma posição do presidente sobre esta desgraçada entrada na época em curso.
Não é preciso berrar, nem dar pontapés na parede do balneário.
Exige-se que fale e que exija comprometimento e que diga ao treinador que os jogos se ganham com golos e que só depois de se estar a ganhar é que se pode defender resultados.
Hoje a culpa é toda de Amorim, por não querer começar com os melhores. Se não é intencional, parece. E dos jogadores, que se estão cagando (perdoem o meu francês) para os resultados. A inflacção para eles passa ao lado e os milhares, centenas nalguns casos, pingam sempre ao final do mês. Faltam dois dias.
Nazinho falhou dois golos. Um deles "cantado", seja lá o que isso for.
O outro miúdo, o Mateus Fernandes, não esteve muito bem, terá entrado nervoso, faz parte.
Apostas falhadas de Amorim, virão aqui alguns dizer, desassombrados, como se com a idade daqueles miúdos, jogar na Liga dos Campeões fosse fácil.
E como eu gosto muito de ter cromos para a troca, não precisando de recuar muito no tempo, basta ir à última jornada da liga portuguesa e lembrar-me de um golo "cantado à capela" falhado pelo rapaz que ontem marcou um golaço, esse mesmo, Edwards. Quem sabe Nazinho não marca já em Arouca?
O afundanço do Coates, que seria o segundo, merecia os três pontos, mas bem vistas as coisas a gente não ficava automaticamente qualificados, a coisa só foi má no capítulo financeiro.
Não gostei da atitude de Amorim, virando a cara a certos lances, como se tivesse medo que algo de mau nos aconteça. Está a precisar também ele de umas sessões de mental coaching, assim mesmo em inglatónico, como diria Diniz Machado (ou Dennis McChade, para os amigos) em "O que diz Molero".
Não, não encontrei nada do presidente Frederico Varandas além do "fácil, fácil", mas voltei a uma entrevista interessante de Vanderlei Luxemburgo, treinador com vasta experiência e com alguns títulos importantes na carreira, a Danilo Gentili no talk-show da SBT "The Noite", bastante recente, onde entre as estórias normais do futebol, fala de coisas interessantes, como a de adequar a táctica aos jogadores de que dispõe.
Hoje reformado do futebol e dedicado à política e ao empresariado, não esquece (disse-o numa outra entrevista) que foi despedido do Real Madrid por ter tirado Ronaldo (fenómeno) de campo ao minuto 90 quando ganhava ao Barcelona por 1-0 e com menos um jogador, por expulsão de Beckam.
E isto vem a propósito de quê? Bom, vem a propósito da rigidez táctica que agora é moda no Sporting (e noutros clubes em abono da verdade), querendo a todo o custo formatar os jogadores para posições e estratégias para as quais não estão talhados.
Hoje, como muito bem diz Luxemburgo, os miúdos são impedidos de explorar as suas habilidades inatas em prol de um futebol esquematizado que o deixa sem a imprevisibilidade dos grandes génios.
Uma entrevista a ver com atenção, para quem aprecia o tema e que serve de termo de comparação para o momento actual do nosso clube e do futebol em geral. Descartem os fait divers e atentem no essencial.
Um pouco mais a frio, lá vai a minha análise ao jogo de ontem:
Positivo
Israel - Não é tão mau como a gente temia e até pode sair dali um belo guarda-redes; não comprometeu e teve até um punhado de boas e algumas difíceis intervenções. Para quem não tem jogado esteve muito bem.
Os outros miúdos todos - Lançados às feras, conseguiram empatar com o OM, o que não é nada mau.
Esgaio - Não joga no próximo jogo, o que quer dizer que se não entrar o Paulinho, iremos começar com onze.
Pedro Gonçalves - Ver cromo anterior.
Presidente - Não fala e bem (convém não piorar o que já de si é a antevisão de uma tragédia).
Negativo
A reacção dos sócios ao questionarem as opções do treinador. Onde já se viu a malta a mandar bitaites sobre a constituição da equipa e a criticar as substituições? Deve ser o único clube do mundo onde isto acontece!
O recado velado, ou ensurdecedor entendam como quiserem, do treinador, para dentro, nas declarações deploráveis que entendeu proferir no final do jogo. Se está mal, resolva a coisa no gabinete do presidente.
A casmurrice do treinador, que estando num processo de aprendizagem, terá de ir tirando apontamentos dos erros que vai cometendo para daí concluir que só evoluirá tentando ultrapassar esses erros. Por enquanto tem crédito para ir aprendendo, vai tendo pouco, cada vez menos, para ser casmurro. Daqui até ao assobio e à contestação é um "tirinho" e a gente sabe como é na bola, hoje génio, amanhã um falhado e eu gostava que Amorim crescesse no Sporting por alguns anos, que potencial tem ele.
Conclusão
Ainda estamos nas quatro competições da época apesar de duas delas ainda não terem começado e de outra não haver notícia de que desistamos, independentemente do lugar na tabela (já ficámos em sétimo, convém ter presente na memória). Na Liga dos Campeões estamos fortes, basta ganhar os dois jogos que faltam. Eu confio que sem Esgaio e Pedro Gonçalves a coisa até se dê, para nossa satisfação. Como diria o outro, pínares...
Há três dias o treinador escreveu um compêndio de bem dirigir uma equipa.
Hoje borrou a escrita toda.
Acontece.
Como acontece ao Esgaio, bom rapaz, Sportinguista dos quatro costados, mas com pouco jeito para a função que supostamente deveria exercer. Segunda vez que enterra a equipa. E acreditem que eu até nem lhe atribuo culpas. Consultar os dois primeiros parágrafos, s.f.f. para encontrar o culpado.
Meter em campo os mesmos que jogaram há três dias e quando foi necessário substituir, tirou só o melhor, Nuno Santos é, para ser simpático, um disparate.
Hoje, desculpa lá ó Amorim, foi uma derrota de autor.
Por razões pessoais que não interessam, tenho sido pouco assíduo por aqui.
Reconheço que felizmente, que às vezes no calor do momento vou sendo caustico e não estando e não escrevendo, pelo menos não erro.
Isto para dizer que mal vai um sócio ou adepto do Sporting que, mesmo numa situação de enfrentar uma equipa de um clube supostamente mais poderoso (vencedor da Liga Europa, sem derrotas, do ano transacto), não tenha a esperança, mínima que seja, de que os seus rapazes conseguirão ganhar e neste caso particular, matar o borrego, que era vencer pela primeira vez na Alemanha.
E eu tinha essa esperança, como tenho sempre. Mais esperançado estava/fiquei, quando vi a conferência de imprensa de lançamento do jogo e ouvi o treinador do Sporting. Pela enésima vez, eu sou um apoiante de Ruben Amorim e essa é uma premissa incondicional, mas por vezes critico-o (faz parte...). Ontem vi um rapaz, posso tratá-lo assim, é da idade do meu mais velho, com a maior calma do mundo dizer, com toda a convicção, que iria a Dortmund para ganhar. E fê-lo de uma forma que até a mim me deu mais uma injecção de confiança.
Assim, a vitória de hoje (ontem) começou a ser construída ontem (anteontem). A preparação deste jogo com os jogadores foi perfeita. Não sou mosca, não tenho informação do balneário, mas adivinho as palavras de Amorim, não ipsis verbis mas o seu conteúdo e o que é certo é que o plano traçado para a "batalha" de Frankfurt, foi cumprido quase na perfeição, já que nos momentos iniciais houve uns deslizes que não faziam parte da pauta e que nos poderiam ter saído caros. Mas deixando os "ses", o que aconteceu foi que os alemães não deram nem eine traque e nós demos, alto e em som estéreofónico, drei traques no seu salão de festas. E que festa fizeram os que lá estavam no estádio e todos os outros sportinguistas pelo mundo fora.
Obviamente que grande parte da "culpa" deste resultado histórico cabe também aos jogadores, que cumpriram o plano traçado e sem a sua perfeita actuação nada teria sido conseguido, mas se me desculparem eu direi que esta foi uma vitória com assinatura, por extenso. Uma vitória de/com autor.
O nome que lá está, sublinhado e a negrito, é: Rúben Amorim!
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