Leio no estádio tarjas como esta: «SCP dos adeptos e de mais ninguém.»
Discordo. O vínculo ao clube é feito via filiação como sócio. Não é feito da nebulosa informe dos adeptos que tenta falar em nome dos sócios. Seria a inversão total dos princípios, até da ética desportiva.
O adepto de hoje deixa de o ser amanhã. Que o digam os "adeptos" sportinguistas Jorge Jesus e Sérgio Conceição, por exemplo.
Sou sócio do Sporting.
O fulano que anuncia, com aparente orgulho, ter rasgado o cartão de sócio não me representa.
O beltrano que se gaba de não pagar quotas há cinco anos não fala por mim.
O sicrano que proclama «o Sporting morreu em 2018» não é meu porta-voz.
Imaginem se isto acontecesse na política: o populismo no seu esplendor. Os "coletes amarelos" a tomarem conta dos centros de decisão política.
Eu sou antipopulista no futebol como sou na política. Não separo estas duas dimensões como se fossem compartimentos estanques. Porque não são.
Paulo Freitas: "A principal motivação é o símbolo que trazemos ao peito" - fonte: perfil FB do Sporting Clube de Portugal
Guardo de Paulo Freitas, ex-treinador de hóquei em patins do Sporting Clube de Portugal, não só cara e muito grata memória pelos títulos conquistados, como a lembrança, vívida, da polidez extrema que pautou uma breve interacção, em Portimão.
Tive pena de vê-lo sair, embora compreenda que a vida é feita de ciclos. Tenho muito mais pena, confesso, de ver consócios e adeptos "esquecidos". Das mais elementares bases de educação e do passado recente desta modalidade.
Ao mister Paulo Freitas a certeza de que somos muitos mais os que o recordam com saudade e apreço do que os que o maltratam.
Muitos sportinguistas gostam de falar do nosso clube como exemplo de desportivismo e até de autoridade moral face aos outros. Faz parte do legítimo orgulho de ser adepto do Sporting Clube de Portugal. Compreensível.
Sendo assim, é ainda mais intolerável que o Sporting encabece uma estatística humilhante e indecorosa. Neste momento lideramos o "campeonato" dos adeptos banidos dos estádios portugueses, por decisão soberana da Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD).
Das 335 medidas de interdição decretadas durante a temporada 2021/2022, mais de 76,2% visaram adeptos de cinco clubes: Sporting (138), Benfica (49), FC Porto (44), Braga (13) e V. Guimarães (13). Existem portanto, mais banidos que se assumem como sócios ou simpatizantes leoninos do que dos restantes quatro emblemas juntos.
Este é o número mais elevado de sempre. E que representa um aumento de 109% relativamente à época 2020/2021 - percentagem impressionante.
Entre os factos comprovados que originaram as acções punitivas da APCVD já postas em vigor incluem-se a posse ou uso de artefactos pirotécnicos, incitamento à violência, agressões e manifestações de xenofobia e racismo.
Mais factos: a grande maioria dos interditados são homens, residentes em Lisboa (37%), Porto (22%) e Braga (13%), e cerca de metade tem entre 16 e 25 anos. A quase totalidade dos actos violentos relaciona-se com o futebol e 86,5% dos visados pertencem a claques ou estão envolvidos com elas.
Números que me envergonham enquanto sportinguista. Tenho a certeza de que não serei o único a sentir esta repugnância por praticantes da violência, militantes da xenofobia e amantes do racismo. Por mim, concluo sem hesitar: tolerância zero com esta escumalha.
Qualquer santo perde a paciência com alguns adeptos do Sporting. Não creio que se deva dar grande importância a este episódio, mas eu dei-me ao trabalho de passar pelas redes sociais do irmão de Rúben Amorim. Vi mais apoio à equipa que da parte de muitos desses adeptos. Sugiro que lhe seja oferecida uma gamebox até ao fim da temporada. Tenho a certeza de que passaríamos a ter ali mais um sportinguista ou, pelo menos, alguém capaz de respeitar e sentir o clube, como o irmão Rúben aprendeu. Fosse como fosse, tenho a certeza de que a presença do Mauro em Alvalade seria muito mais positiva do que a de alguns desses "adeptos" que só lá vão lançar petardos e arranjar confusão.
A sul o dia amanheceu cinzento - às vezes, mais parece que a Natureza traduz-nos os sentires - e frio. É difícil vislumbrar um raio de luz nos céus e o convite ao recolhimento, por demais evidente. Mesmo que o aceite(mos), há uma certeza inabalável que lá está faça chuva ou faça sol:
Declaração de interesse: Estou-me completamente borrifando que ao meu lado na bancada esteja sentado um/uma adepto/a com a camisola do adversário vestida, ou com outro qualquer acessório identificativo, cachecol, boné, o que seja.
Posto o assunto assim, percebo que haja situações em que, como na recentemente acontecida em Famalicão, na bancada reservada exclusivamente a sócios, não sejam admitidos espectadores identificados com o adversário. Eu já assisti a jogos no antigo estádio da Luz e nas Antas, na bancada de sócios desses clubes, sem qualquer sinal que me identificasse como sportinguista e confesso que nalgumas situações tive algum receio. Vezes aconteceu em que tive que refrear o festejo de golos dos nossos. O mesmo servirá para adeptos de clubes adversários em Alvalade, calculo eu.
Num Sporting/Benfica (tenho ideia que o de má memória do falhanço de Bryan Ruiz), um dos lugares próximo do meu foi ocupado por uma jovem com a camisola do Benfica vestida e não foi agradável ouvir os comentários de que a miúda, entre os 13 e 15 anos, foi alvo. Para estar naquele local, ou era amiga ou familiar do titular do lugar, que para ali não se vendem bilhetes.
Poder-se-á argumentar que a jovem não tinha nada que ir para ali. Podia e se calhar até faz sentido, porque infelizmente a educação para a cidadania deixa muito a desejar no sistema educativo português, o que em conjunto com uma clubite aguda e com um exacerbar de maus fígados entre adeptos, aconselharia à separação de "camisolas".
Não raras vezes vemos casais, jovens principalmente, cada um com a vestimenta do clube que apoia, sentados nas bancadas a assistir aos jogos de futebol ou de outras modalidades. Esta seria a situação ideal, o desporto, a actividade desportiva e os espectáculos desportivos deveriam ser propícios ao são convívio entre as pessoas. Mas não é, na maior parte dos casos.
A propósito do caso da camisola em Famalicão, disse o presidente do Rio Ave que um jogo de futebol é um espectáculo privado e como tal com regras privadas decretadas pelo organizador do espectáculo. Terá toda a razão, mas não poderá esquecer que mesmo os espectáculos privados não estão acima da Lei, logo as regras não podem contrariar a Lei em vigor, nomeadamente sobre o acesso a espectáculos desportivos.
Esta é infelizmente a situação existente e apesar de ir contra todas as regras do fair-play que deverá ser o primado no desporto, o pai desta criança não tinha necessidade de a expor a tamanha humilhação. Às vezes manda o bom senso que um passo atrás é mais importante que dois em frente (como diria mais ou menos um político conhecido). Certamente que o episódio ficará negativamente gravado na memória da criança, esperemos que sem consequências de maior.
Já hoje tive conhecimento de uma agressão à bala por parte de um adepto do Benfica sobre um outro indivíduo, só porque um não gostou da exuberância com que o outro comemorou a vitória dos encarnados sobre a Juventus. O segundo foi atingido com 3 tiros, um deles na cabeça. Nada, muito menos o desporto, justifica agressões entre pessoas.
Sem querer atacar ninguém, espero que amanhã apareça n' A Bola tal como hoje uma foto dos jogadores do Benfica sem camisola (os sonsos, como que a dizer que lá no estádio deles é diferente. NÃO É!), amanhã uma com cada um deles com um revólver na mão, ao alto. A legenda pode ser "somos todos John Wayne"...
Pepe no FCP-Brugge (0-4): «noite de desastre» no Dragão, segundo O Jogo
Há 15 dias, precisamente, perguntei aqui aos leitores - em jeito de óbvia provocação - que jogadores do FC Porto gostariam de ter no Sporting.
Eis algumas respostas recolhidas, que agora recordo sem comentários adicionais:
«Todos.»
«Diogo Costa, Pepê, Otávio e Evanilson.»
«Toni Martínez no lugar do Paulinho.»
«São tantos que se tornaria exaustivo referir todos. Nesse sentido, vou referir aqueles que acho que entrariam no onze titular, ou seja, Diogo Costa, Pepe, Zaidu, Uribe, Otávio e Edmilson ou Tony Martínez.»
«Qualquer ponta-de-lança deles tinha lugar no Sporting.»
«Otávio para o lugar do Matheus Nunes, Evanilson para o lugar do Paulinho.»
«Diogo Costa, um excelente guarda-redes. Uribe para o nosso carenciado meio-campo. Toni Martínez para o ataque.»
«O Pepê é mesmo um belo jogador, o melhor do Porto. Para ser titular no SCP, só mesmo ele e o Uribe.»
«Diogo Costa, Uribe e Evanilson. (...) Creio que estes jogadores supriam lacunas no nosso plantel actual!»
«Se fizermos o exercício ao contrário, Porro, Matheus Reis e Pedro Gonçalves são os únicos que entram de caras no 11 do FCP.»
«Nenhum Sr. Pedro Correia, nenhum Sr. grande mestre do blog. Ai de quem se atreva a responder com nomes a esta inocente pergunta. Leva logo um correctivo que é para aprender. É claro que nenhum dos jogadores do Porto pode ser superior aos do nosso grande Sporting ou teria a mais mínima possibilidade de entrar no nosso melhor onze. Aquele frangueiro do Costa, aquele molinho do Uribe, aquele brinca na areia do Otávio ou aquele cabeça de pepino do Martinez que mete um golo cada vez que entra. Nunca na vida. O facto de eles nos terem enfiado 3 batatas é só porque nós deixámos. Foi para dar um pouco de animação ao campeonato. Assim, com o Sporting a 8 pontos da liderança a partir desta noite, os outros distraem-se e há grandes probabilidades de ganharmos o campeonato. Principalmente se contratarmos mais um extremo ao Estoril.»
Enfim, limito-me a questionar os mesmos se duas semanas depois - e após o FCP ter sido humilhado pelo Brugge no Dragão, sofrendo goleada 0-4 - continuam a pensar tão bem do plantel portista e tão mal do plantel leonino.
Bernardo Paçó. Esteve muito, muito bem e é para mim a figura do jogo. Uma simpatia, o mano Paçó das Redes.
Final da partida contra Movistar, ganha o Sporting por 3 a 1.
Quem é que precisa de inimigos quando tem amiguinhos destes, não? Alex Merlim é acarinhado pelos colegas aquando da proclamação: melhor jogador do torneio
Muito amor para partilhar, esta nossa equipa de futsal. Esteban, melhor marcador do torneio, que o diga
9 tentativas. Captar uma imagem nítida do kickboxer? pugilista camisola 8, Erick Mendonça, não é fácil.
Tomás Paçó e a sua mão em direcção à minha. Mano Paçó de Campo também ele muito bem disposto e gentil
O irreverente Esteban. Será pré-requisito para ser-se admitido na nossa equipa?
Merlim em modo sério. Custa a acreditar, mas aconteceu.
(segundos antes das fotografias anteriores) Merlim, Esteban e a mãozinha marota deste último
O primeiro é um velho conhecido, respeitável sportinguista e venerado jogador. Não tenho uma, u-m-a, fotografia decente para publicar. Mas reparem na mão esquerda, na fita azul.
O segundo chama-se Gonçalo, é portimonense e respeitável sportinguista desconhecido, cuja mãe autorizou que publicasse esta fotografia. Estão a pensar bem. Na impossibilidade de dar camisola, chuteiras, caneleiras (até as cuecas pedem, caríssimos, as cuecas!) João Matos deu a sua medalha a esta sortuda criança. Não sei se esta noite não dorme um segundo, se dorme o sono dos justos, mas este leãozinho lesionado ficou mudo depois do gesto do enorme capitão. Muito obrigada à mãe e ao filho e muitíssimo obrigada, capitão Matos.
Esta época vou aventurar-me em escrever umas brevíssimas crónicas relativas aos jogos oficiais a que vou assistindo em Alvalade. Não pretendo chegar ao nível de outros (óptimos!) comentadores que temos por aqui, mas servirá para (minha) memória futura. Obviamente que a crónica se iniciará a partir do local em que sair com destino ao jogo. E só escreverei quando assistir… Nada de escrever sobre coisas que não vi ao vivo!
13 de Agosto de 2022 – Sporting - Rio Ave (3-0)
Dos quatro que costumamos ir ao estádio, só foram três, já que um iniciou mesmo neste fim de semana as férias. Saí de casa por volta das 7 da tarde com o meu filho, estacionei o carro no sítio do costume e pelo movimento pouco verde imaginei um jogo com pouca assistência. Por acaso enganei-me já que estiveram presentes 31.762 espectadores… o que para mim não foi nada mau!
Curiosa também foi a facilidade com que entrei… nem uma fila. De tal forma que às 19 e 37 já estava sentado na minha bela cadeira. Também é verdade que hoje não houve direito a sandes nem imperial… o almoço fora farto e isso talvez tenha facilitado.
À hora do início do jogo constatei que ao meu redor havia poucas cadeiras vazias.
Finalmente o jogo: Gostei muito não só pelos três golos marcados pelo Sporting e nenhum sofrido, mas pela equipa que se mostrou sólida e coesa a defender as poucas ameaças da equipa adversária. Algumas dificuldades sentidas pela equipa leonina em lançar o jogo para a linha da frente, mas após o primeiro golo as coisas correram melhor.
Há muitos adeptos anti-Paulinho, mas também vi algumas camisolas com este nome estampado nas costas. As opiniões dividem-se.
Quanto a Esgaio… gostei da forma como foi ovacionado quando entrou. Parece bom sinal.
Dois problemas que tenho de aturar: um conjunto de jovens muuuuuuuuuuuuuuito tagarelas e opinativos… não se calam o jogo todo; o segundo prende-se com os fumadores pois continuo a levar com o fumo dos cigarros.
O público portou-se bem, mesmo aquando do minuto de silêncio a Chalana.
Finalmente parece que a camisola branca deste ano (3.º equipamento) é muito apreciada já que à saída notei muitos adeptos de branco vestido.
Faz agora dois anos, antes de começar a época que nos conduziria à reconquista do título de campeões nacionais de futebol após o mais longo jejum da nossa história, as caixas de comentários do És a Nossa Fé fervilhavam com centenas de leitores que aqui apareciam a rasgar a equipa, o treinador e o presidente.
Não faltava quem defendesse uma revolução no clube, mudando tudo de alto a baixo. Quando apenas tinham decorrido 22 meses desde o escrutínio que conduziu Frederico Varandas à presidência do Sporting e menos de cinco meses desde a contratação de Rúben Amorim.
No melhor estilo do pior adepto leonino, que antevê sempre hecatombes a cada início de temporada, traçaram-se aqui os mais negros prognósticos.
Vou lembrar apenas uma pequena parte do que foi publicado nos últimos três dias de Julho de 2020 - negro ano da pandemia por um lado, início da arrancada vitoriosa dos Leões comandados por Rúben Amorim rumo ao título, por outro.
Leiam e comentem, se vos apetecer.
«Quem fez este texto a defender Varandas deve estar muito contente com a contratação de Antunes com um contrato de 2M de euros por época. A culpa desta aquisição também foi da gestão anterior?» (anónimo)
«Para o Sporting não, mas essa foi uma boa contratação para a clínica do Varandas. E o Feddal, se vier, depois de chumbar por duas vezes os testes médicos, também será um bom cliente.» (anónimo)
«Até gostaria que algumas dessas notícias fossem verdade. Significaria que conseguiríamos despachar algum do entulho e, quiçá, se o Hugo Viana abrir os olhos, conseguir contratar reforços dos verdadeiros e não Feddais e Antunes ou Adans. Infelizmente, nem 1/3 dessas notícias são verdade, nem Hugo Viana alguma vez abrirá os olhos.» ("Rautha")
«Adan, Porro, Feddal e Antunes. Aí estão os "reforços"... Só me dá vontade dizer asneiras...» (Carlos Alves)
«"Quanto à saída de Acuña, parece lógica". Que lógica? Financeira? Só se for, porque desportivamente não se vislumbra lógica absolutamente nenhuma. "... o puto [Nuno] Mendes dá-lhe 20-0". Se é pra rir, objectivo alcançado.» (Mário Ferreira)
«Até acho que o Sporting tem jogadores que num Porto, Braga ou Benfica renderiam bem mais.» (anónimo)
«No Sporting vive-se, nos dias que correm, à luz do princípio da "navegação à vista". A todos os níveis.» (Mário Fernandes)
«Quem manda no clube [são] os jogadores e o Jorge Mendes.» (Ferreira)
«Vítor Oliveira seria uma grande aquisição. O problema é que não temos organização, a nossa estrutura está [um] caos.» (anónimo)
«Alguém tem paciência e vontade para aturar mais uma época de total incompetência? Esta gente não tem mais crédito nem apoio dos sócios para continuar. Se são sportinguistas, que ponham o lugar à disposição.» (anónimo)
«Desta gente só pedimos uma coisa: que se demitam. Mais nada. Se não o fizerem nós sócios destituí-los-emos.» (anónimo)
«Nós sócios temos que nos mexer e exigir a destituição. Quanto antes!» (anónimo)
«Quanto ao Amorim, eu até aceito pagar 10M por um treinador se for o resultado de uma aposta estratégica a longo prazo, não aceito é contratar sem ter os recursos para tal...» ("Schmeichel")
«Se é para colocar miúdos a jogar, que os produtos da centrifugação todos juntos não fazem um, contratem-me que levo baratinho, faço o mesmo e sou do Sporting.» (Miguel Correia)
«Para mim é evidente que no próximo ano [o] Braga vai ficar à nossa frente, e com muito mais folga do que este ano.» (João F.)
«Estamos mais perto de ser um novo Belenenses do que de nos aproximarmos dos dois clubes do topo.» (J. Melo)
«Perante tamanhos disparates, todos os sportinguistas sejam eles da JL, do Império do norte, do oeste ou de outro lado qualquer têm de ficar caladinhos? Não têm o direito de mostrar o seu descontentamento? Eu diria até que é um dever.» (Júlio Vaz)
«Cada vez mais acho que esta direcção nem composta por sportinguistas é. Pelo menos sportinguistas como se entende pelo amor a um clube.» (anónimo)
«O Sporting em toda a sua história nunca tinha batido tantos recordes negativos, calotes, calotes, cada vez mais calotes!» (Daniel Silva)
«Um líder incompetente não pode, nem deve, liderar gente competente por muito tempo, chega!» (anónimo)
«Ou saem já pelos próprios pés, ou quando saírem vão ser expulsos e após uma auditoria serão criminalmente acusados de gestão danosa.» (Ferreira)
«Je suis VarandasOut.» (anónimo)
«O titulo de campeão é impossivel para o SCP.» (anónimo)
Reitero: isto é apenas uma pequena amostra do que aqui tantos vieram bolçar em apenas três dias, de 29 a 31 de Julho de 2020.
Certos sportinguistas só conseguem dar prova de vida criticando seja o que for, não importa o quê.
Vai fazer dois anos, vários adeptos contestaram a vinda de Antonio Adán alegando que era "um guarda-redes velho e cheio de reumático" e de Pedro Porro por se ter apresentado em Alvalade com uns "calções ridículos".
Vale tudo para dizer mal.
Quando não há sabedoria para mais, dizem-se disparates como estes. Uns após outros após outros.
Se o Estádio José Alvalade não é escolhido para jogos da selecção nacional de futebol, protestam porque o Sporting está a ser discriminado.
Se é escolhido para jogos da selecção, resmungam porque o relvado fica em mau estado e pode haver espectadores "inimigos" sentados nas bancadas.
Se o seleccionador mantém os mesmos jogadores no onze inicial, atiram-se a ele por ser imobilista. Se faz alterações profundas, cascam-lhe por não fixar uma equipa-base.
Se o seleccionador promove futebol defensivo, reclamam contra a falta de espectáculo. Se o seleccionador estrutura uma equipa para atacar, dominar e somarvitórias (59 remates portugueses contra 29 checos, no mais recente jogo, e 87% de eficácia de passe luso), fazem de conta que não viram nada.
A sul está bom tempo. Estranhamente, está ainda melhor por, às 5:11 da manhã, ter acordado ao som das razoavelmente desafinadas vozes que, na rua, em Portimão, entoavam os cânticos conhecidos de todos os Sportinguistas. Algures entre o susto causado pelo despertar abrupto e aquela fracção de segundo em que se reconhece o que estamos a ouvir, sorri. Será que ganhámos o campeonato e eu que estou a dormir me esqueci? Foram segundos prazenteiros. Tive vontade de ir à janela rugir Sporting (seria praticamente impossível que os vizinhos não associassem à minha leonina pessoa; uma grande chatice isto dos 'entas', sabem?). Escusado será dizer que seria bem mais do que um grito pelo Sporting, do que validar o esforço dos vespertinos (ou matutinos) leões-cantores. Para além da quase incontrolável vontade de irmanar-me neste avassalador afecto por um clube, seria dar corpo ao enorme orgulho que sinto.
As vozes que ouvi (não seriam mais de quatro, apostaria em três), cuja afinação denunciava uma soma conjunta nunca superior a 5% na "rubrica" sobriedade, mas as vozes, caríssimos, as vozes só se deixaram de ouvir à medida que se sumiram pela rua. Nas vozes, o mesmo sentir e a mesma intensidade com que iniciámos a época.
Ao despertar do dia, algures na cidade que hoje serve de palco para a exibição da nossa equipa, contra todas as probabilidades, há quem acredite e lute, literalmente, até ao fim. Mesmo quando tudo joga a favor do adversário maior.
Se o "candidato da bancada" parece que perdeu o pio, ainda deve estar a tentar perceber que o carnaval já passou, e que o verdadeiro Bruno lá anda, por enquanto, feliz da vida no "shoue businesse" e a fazer contas às notas de banco que vai recebendo, a bancada do João Rocha continua ainda muito vazia para a qualidade das equipas do Sporting que ali evoluem. Mas há um pequeno grupo que sempre ali está na zona central em frente às câmaras e no "Apoio às modalidades", dizem-me que conta também com o ex-motorista do Bruno. Esses sim, são os "adeptos de bancada" que o Sporting muito precisava de multiplicar.
Não vale a pena colocar na Direcção do Sporting, nesta ou noutra qualquer, a responsabilidade pelas bancadas estarem assim tão despidas de público. Depende de todos nós, uns dias uns, outros dias outros, uns numas modalidades, outros noutras, que as bancadas do João Rocha mereçam as equipas que no conjunto lideram o panorama desportivo português em termos de modalidades de pavilhão.
Se hoje irei eu lá estar a apoiar o andebol do Sporting na passagem à fase seguinte da competição europeia face aos franceses do Nimes, ontem pude ver pela TV a equipa de voleibol feminino assegurar a passagem à Final Four da Taça de Portugal, ganhando por 3-1 ao Clube K dos Açores.
Curiosamente ontem a bancada das claques estava reduzida a dois elementos, um deles pacatamente sentado, o outro a fazer a festa, era de longe o adepto mais vibrante do pavilhão. O pacatamente sentado pareceu-me ser o Shakir Smith, mas o folião vestido da cabeça aos pés com um "pijamão" verde e branco só podia ser mesmo... o Travante Williams. O nosso grande craque do basquetebol.
A minha esposa ficou curiosa sobre quem era esse Travante, pesquisou na Internet e chamou-me a atenção para uma história que desconhecia e que aqui partilho, a carta na íntegra que Travante Williams endereçou a Kobe Bryant aos 13 anos, publicada pelo próprio no Instagram aquando da trágica morte deste:
"Caro Mr. Bryant:
Olá, o meu nome é Travante Williams, tenho 13 anos e vivo em Anchorage, Alaska. Eu tenho dois irmãos mais velhos e um monte de primos. Adoro jogar basquetebol e outras atividades. Neste momento jogo pelos Mountaineers, somos campeões sem derrotas da nossa cidade. Comecei a jogar quando estava na quarta classe. Os meus dois irmãos são parte da razão pela qual eu jogo. Fui expulso de equipas, só tenho o tempo de jogo obrigatório, mas eu jogo na mesma porque eu sei que já passei por mais.
Nem todos os jovens passam por aquilo que eu passo. As drogas correm nas veias da minha família tal como o sangue. O meu pai é traficante de droga desde os 19 anos; ele tem 40 agora. O meu pai tem entrado e saído da minha família; as drogas e a cadeia têm-no mantido longe. Neste momento ele está a cumprir 27 anos em Herlong, Califórnia por conspiração. A minha mãe também é igual, dentro e fora das nossas vidas. Então os meus irmãos deixaram o basquetebol e começaram a seguir as pegadas do meu pai. Assim como o meu pai, ambos os meus irmãos foram postos na cadeia. Então fiquei só eu, por mim mesmo, e por isso tive de me mudar para a minha avó. Mesmo assim não deixei que isso me parasse porque acredito que vai melhorar.
Espero tirar o melhor proveito da minha vida. Tento não deixar que o meu passado leve o melhor de mim, mas às vezes leva. Eu sei que o meu pai tentou dar-me tudo o que queria, mas o "jogo" levou a melhor sobre ele. Planeio tornar-me o melhor que conseguir, planeio tornar-me o que Deus tiver planeado para mim, e planeio tornar-me um homem de sucesso.
Não quero ser aquele tipo normal, Só quero ser uma estrela, Mas não no céu."
Além das belas equipas que temos, como esta do voleibol feminino que é um prazer ver jogar, este Travante Williams hoje, Frankis Carol ontem, outros antes, são exemplos de grandes craques das modalidades de pavilhão que vão passando pelo Sporting e que é mesmo um crime, para quem possa obviamente, não fazer por desfrutar a cores e ao vivo no belo pavilhão João Rocha.
PS: Na foto de costas a brasileira Bruzza e a peruana Regalado. Jogam que se fartam...
No futebol, já se disputaram dois títulos e troféus esta época. O Sporting venceu ambos: Supertaça e Taça da Liga.
O Sporting chegou apenas pela segunda vez aos oitavos da Champions, com o maior encaixe financeiro de sempre.
Nada disto era imaginável quando Varandas assumiu a presidência, há três anos e meio, com o clube feito em estilhaços - ou «em cacos», para usar uma expressão proferida à época por Augusto Inácio, que foi director do futebol com Bruno de Carvalho.
Apesar do caminho trilhado de então para cá, ainda há adeptos sempre a resmungar. Conquistámos o primeiro título de campeões nacionais em 19 anos, e lá continuam eles a resmungar. De barriga cheia.
Cultura de exigência, provavelmente, passa por honrarmos os nossos melhores, Hilário é dos maiores exemplos vivos de sportinguismo e irmos passando para as novas gerações os valores do Sporting.
Fotografias de hoje, em Alvalade, a assistir aos treinos dos sub-7 das nossas escolinhas.
No seguimento do lúcido e fulminante texto abaixo de Filipe Arede Nunes, tenho a dizer que cartão de adepto mas é uma ova, assim me coibindo de referir a mãezinha de quem pariu tão asinina ideia. Deve-se o repúdio que aqui manifesto ao facto de tomar como grave ofensa a possibilidade de ser considerado adepto. Adepta era a tua tia pá, eu sou SÓCIO do Sporting Clube de Portugal. Tenho um cartão numerado e as cotas em dia. Para frequentar Alvalade - aliás, neste momento proto-pós-covidiano, para comprar bilhete para entrar em Alvalade - é uma torpeza, uma ignomínia, que me seja exigida qualquer outra identificação relativa ao clube e ao estádio onde tenho lugar. Não faltaria mais nada, ora então...
O Sporting entrou da melhor forma nesta nova temporada, conquistando mais um troféu frente a um adversário sempre complicado, e para isso foi muito importante o apoio entusiástico e incondicional dos adeptos que tiveram a sorte de estar presentes em Aveiro. Dada a distribuição de bilhetes efectuada, presume-se que na esmagadora maioria desses adeptos seriam sócios com antiguidade de gamebox considerável, independentemente de serem ou não membros das claques, e poucos seriam não sócios. A verdade é que, pelo menos pelo que pude observar na TV, a equipa contou sempre com o seu apoio, particularmente quando sofreu um golo que poderia ter complicado muita coisa e comprometido o resultado final. Pena tenho eu de não ter podido lá estar, mas desta vez tinha mesmo de rumar para Sul.
No meio parece que apareceu um ou outro adepto que resolveu estar numa final da Supertaça - apenas possível porque o Sporting com Varandas ganhou a Liga e assegurou as condições para apresentar uma equipa para ganhar - com máscaras #VarandasOut. Se calhar foram aos saldos de fim de estação da claque DirectivoXXI que já renovou o catálogo. E agora que se pagou há que usar.
Uma nota dissonante foi o comunicado doutra claque que se recusou a ir, uma claque que foi andando por cima do muro entre a direcção eleita e as duas claques desmamadas, a Torcida Verde, e que aparentemente trocou o seu dever de apoio incondicional ao Sporting pelo amor à sua identidade, a causa Ultra, seja lá isso o que seja. Se não querem não vão, só faz falta mesmo quem vai.
No fundo é esta a situação normal. A equipa precisa do apoio dos adeptos, os adeptos precisam que a equipa corresponda e estão dispostos a tudo para que isso aconteça. Fazendo muitos quilómetros, gastando muito dinheiro, seguindo a equipa por todo o lado. Aconteceu o mesmo no Jamor há pouco mais dum ano, aconteceu o mesmo em Londres frente ao Arsenal, aconteceu o mesmo em Alvalade e em muitos estádios deste país e no estrangeiro.
Aconteceu desde sempre em palcos onde as claques tiveram um papel predominante nesse apoio, aconteceu desde sempre em palcos onde não passaram duma minoria ultrapassada pela multidão anónima de adeptos. As claques do Sporting não são os adeptos, são apenas uma muito pequena parte deles, que se tornam dominantes no palco muitas vezes apenas porque conseguem ultrapassar os adeptos anónimos no acesso aos bilhetes ou criar um ambiente no estádio em que muitos adeptos desistem de lá ir.
Mas o Sporting viveu recentemente uma anormalidade. Poucos meses depois daquela jornada gloriosa do Jamor, e muito por causa da degradação de resultados decorrentes dum erro de casting tremendo para treinador do Sporting, um jogo em Alvalade foi antecedido de manifestação à porta do estádio e várias vezes no decorrer do mesmo o apoio à equipa por alguns, obviamente os das duas claques em guerra contra o clube, foi substituido por cânticos e insultos contra o presidente eleito.
Pouco tempo antes, o estádio do Tondela estava rodeado duma companhia de GNR pelos vistos disposta a tudo, eram cavalos, eram cães, era unidade de intervenção, parecia o Afeganistão... pelo menos para quem nunca lá pôs os pés.
Ainda um pouco mais atrás no tempo, o autocarro do Sporting era recebido em Vila da Feira por um banco de alucinados, um deles agitando um lençol branco, a insultar a comitiva. Não li nos jornais, não vi na TV, em todos os casos relatados estava lá e vi a cores e ao vivo.
Imaginemos o que seria daquele final de época, com Rúben Amorim a testar jogadores. alguns deles muito jovens num novo sistema de jogo, outros que tinham passado pelo assalto a Alcochete, e a ter que levar com um clima de guerra civil nas bancadas, que até incluia petardos e tochas de vez em quando, e fora dele com tarjas em viadutos sempre a recordar a bomba-relógio em que viviam.
Pior ainda: o que teria sido a época passada, depois duma abertura com uma derrota humilhante com o Lask, o Sporting fora da Europa, a equipa a precisar da concentração máxima para ganhar desafios mesmo que no final dos mesmos, e as aquisições sistematicamente enxovalhadas, do Adán ao Feddal, como ainda agora continuam a dizer do Paulinho ou do Esgaio nalgumas tascas cibernéticas?
Obviamente que não é possível reinventar o passado. O que se passou passou e o resto são conjecturas, mas cá para mim, que posso estar enganado, devemos o título da época passada a muita coisa, e já por aqui falei em muitas, mas incluindo... as bancadas vazias.
Mas isso é passado. O que importa agora é esta nova época, o regresso dos adeptos aos estádios duma forma controlada pela antiguidade de sócio assíduo à bancada, o controlo sanitário, a preocupação do governo em pôr cobro à marginalidade através do cartão do adepto (se vai funcionar ou não é outra questão) e, especificamente no que respeita ao Sporting, um estádio de cara mais ou menos lavada das cosméticas foleiras do Taveira, um estádio mais igual ao fantástico pavilhão João Rocha, um estádio que me transmite uma vontade IMENSAAAA de lá voltar.
Também ainda não vai ser neste Sporting-Vizela, estarei num evento Sportinguista a sul, mas vou-me desforrar durante a época... "Take it to the bank".
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