E viva a dualidade
Infelizmente, ao que parece, a lógica do vale tudo não é apenas algo do futebol. No andebol, pelos vistos, também há circo. Engraçado que o denominador comum neste tipo de manobras se chame Benfica.
No mês passado, aquando da realização do último jogo da meia-final do play-off do campeonato de andebol, o Sporting viu recusado o pedido de bilhetes para a partida em questão.
Na altura, o seu adversário, o ABC, alegou que esta decisão, que contrariou os regulamentos da competição, se deveu à falta de desportivismo demonstrada pelo Sporting ao não aceitar o adiamento do jogo.
Perante este episódio, o que fez a federação? Nada! ("Joguem mas é e deixem-se de conversas!")
Esta semana, voltámos a ter um episódio parecido. A grande diferença prende-se com o papel que a federação teve, ou não fosse um dos intervenientes o Benfica.
Acontece que o ABC voltou a recusar a cedência de bilhetes, assumindo que se tratava de uma represália pelo comportamento anti-desportivo dos adeptos benfiquistas, durante o jogo 3.
O Benfica, qual virgem ofendida, recusou comparecer em Braga caso os seus adeptos não tivessem bilhetes. E, desta vez, qual foi a reacção da Federação? Com a boa coerência benfiquista, decidiu adiar o jogo para sábado e ameaçar o ABC, caso este não ceda bilhetes no prazo de dois dias, com a realização da partida em campo neutro.
É caso para dizer que uns são filhos e outros enteados.