Antes do arranque do campeonato nacional de futebol 2023/2024, relembro os prognósticos sobre a prestação do Sporting em cada jornada da Liga anterior feitos no És a Nossa Fé.
É um teste à vossa perspicácia que aqui recomeçará, pelo décimo primeiro ano consecutivo, mal soe o apito de saída da próxima Liga.
A vitória, nesta temporada, coube a um duo de felizes vaticinadores que aproveito para cumprimentar agora: o estreante Leão do Xangai e o repetente Leão 79. Cada um com quatro palpites certos nesta Liga dos Prognósticos.
Seguiram-se, com três previsões correctas, os leitores Fernando, Carlos Estanislau Alves e Horst Neumann.
Sintomaticamente, ninguém acertou em 12 jogos - mais de um terço do total. Bastantes mais do que os nove que bateram no poste e foram para fora no campeonato anterior.
Até três partidas ganhas pelo Sporting ficaram em branco. O que diz alguma coisa sobre a falta de esperança que se foi instalando entre os adeptos nesta Liga 2022/2023, em que à quarta jornada já tínhamos perdido oito pontos. O destino da nossa equipa ficou logo ali traçado. Não nos recompusemos desse péssimo início.
Destaco ainda que este ano, ao contrário dos três anteriores, nenhum dos meus colegas de blogue triunfou nesta "Liga de Vaticínios".
Espero que no próximo campeonato a pontaria ande mais certeira.
Aproveito para recordar que na Liga 2013/2014 houve por cá sete vencedores: Bruno Cardoso, Edmundo Gonçalves, João Paulo Palha, João Torres, José da Xã, Lina Martins e Octávio.
No campeonato 2014/2015, apenas um: Leão do Fundão.
Em jeito de balanço, aqui fica a lista dos jogadores que receberam a menção de melhores em campo no último campeonato, em resultado da soma das classificações atribuídas pelos diários desportivos após cada jornada. Num total de 102 votos.
Trincão, certamente para surpresa de alguns, foi o jogador mais pontuado pela imprensa especializada em futebol ao longo da temporada que decorreu de Agosto a Maio. Ultrapassando Pedro Gonçalves, que duas épocas antes havia ocupado o primeiro lugar deste tão cobiçado pódio.
Só O Jogo não lhe atribuiu o primeiro posto, escolhendo Edwards em alternativa. Os dois canhotos, de qualquer modo, confirmaram-se como verdadeiros reforços num campeonato em que já não pudemos contar com a grande figura leonina da temporada anterior: o internacional espanhol Pablo Sarabia.
E por falar em espanhóis: vale a pena salientar que Porro, tendo saído de Alvalade logo no início da segunda volta, consegue ser o sexto mais votado. Proeza que justifica destaque, na comparação com vários jogadores que cumpriram a época inteira no Sporting.
Face ao balanço aqui feito em 2022, vale a pena salientar as subidas de Pedro Gonçalves (que quase triplica a votação anterior) e Gonçalo Inácio (que obtivera só uma menção). Adán sobe ligeiramente (de 5 para 7) enquanto Nuno Santos está praticamente no mesmo plano (12 votos há um ano, 11 agora).
Paulinho cai do sexto lugar, com 7 votos, para o décimo posto, com apenas 4. Mas queda a pique é a de Coates: em 2022 era o quinto (com 8 votos), agora está no fundo da tabela. Reflexo evidente da sua quebra exibicional em campo, onde esteve longe da regularidade a que nos habituara.
Matheus Nunes obtém três votos - tendo atingido o pleno como melhor em campo logo no Braga-Sporting, jornada inaugural da Liga 2022/2023, pouco antes de rumar ao futebol inglês, onde alinha pelo Wolverhampton. Foi quanto bastou para ultrapassar o capitão leonino e o ausente Matheus Reis, desta vez sem qualquer menção.
Chermiti, nesta época de estreia na equipa A, tem uma posição honrosa: iguala Ugarte e supera Paulinho, apesar de só ter calçado entre os "adultos" a partir de Janeiro. Vale a pena reflectir neste facto - que deixo à consideração daqueles adeptos sempre prontos a denegrir os jovens da nossa formação.
Só no jornal A Bola a liderança de Trincão é clara. No Record, o minhoto empata com Pedro Gonçalves.
O diário portuense faz escolhas solitárias em St. Juste e Fatawu. O jovem internacional ganês, agora dispensado pelo treinador, jogou muito pouco mas foi quanto bastou para dar nas vistas - pelo menos para os repórteres deste jornal.
Alegria de Chermiti após estreia a marcar na equipa A, contra o Rio Ave (6 de Fevereiro)
Antes do arranque do campeonato nacional de futebol 2023/2024, relembro os meus apontamentos da época passada. Para recordar os jogadores que se evidenciaram mais em cada desafio. Esta é a terceira de quatro partes.
Pedro Gonçalves festeja marcação de golo na Luz (15 de Janeiro de 2023)
Antes do arranque do campeonato nacional de futebol 2023/2024, relembro os meus apontamentos da época passada. Para recordar os jogadores que se evidenciaram mais em cada desafio. Esta é a segunda de quatro partes.
Morita e Ugarte: grande dupla no Sporting, 3 - Gil Vicente, 1 (30 de Setembro)
Antes do arranque do campeonato nacional de futebol 2023/2024, relembro os meus apontamentos da época passada. Para recordar os jogadores que se evidenciaram mais em cada desafio.
7 de Agosto (Braga, 3 - Sporting, 3): MATHEUS NUNES
A época 2022/2023 de Futsal terminou ontem, com o tricampeonato do SPORTING CP. Foi o 18º título do SPORTING contra 8 do Benfica, 2 do Miramar, 2 do Correio da Manhã, 1 do Freixieiro e 1 do Santos Venda Nova. Clara hegemonia Sportinguista ao nível do campeonato nacional.
Mas detenhamo-nos na época que agora finda. Apesar da final se ter saldado por 3-1, quem apenas ouvisse as declarações dos encarnados capitão Coelho e técnico Silva poderia pensar que foi a arbitragem que decidiu o campeão... Amargura e ressabiamento de quem tem mau perder. Vejamos o que aconteceu ao longo do campeonato:A diferença entre SPORTING e Benfica, na fase regular, é bem visível nos números. Também nas fases seguintes:
Tentar resumir toda uma época, sobretudo uma fase final bem elucidativa, com exaltação, ruído e tontices, não é próprio duma grande equipa. Houve muita luta e muito caráter competitivo, benefício o e prejuízo para ambos os clubes por parte das equipas de arbitragem. Não reconhecer o mérito do vencedor não só é mau perder como revelador de défice de caráter e de sã postura desportiva. O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL foi melhor, sempre, e campeão com todo o mérito. O resto são silvos indignos...
O Sporting terminou da melhor forma a época desportiva das modalidades colectivas principais com a terceira vitória no dérbi do futsal e a correspondente festa no pavilhão da Luz. Muitos parabéns a Nuno Dias, ao capitão João Matos, a todos os brilhantes jogadores e ao "presidente" das modalidades, o Miguel Afonso.
Foi uma época marcada pelo investimento muito forte do nosso rival, que gasta cerca de três vezes mais do que nós para um nível semelhante de ecletismo, o que significou equipas recheadas de craques estrangeiros contra as quais é muito difícil competir. No futsal ganhámos não só pela superior competência do Nuno Dias, mas muito pela estabilidade e experiência desta equipa e o seu espírito de equipa fantástico potenciado pelo peso da formação. É mesmo um exemplo interno de ADN Sporting, do caminho que com muito esforço, dedicação e devoção conduz à glória.
Como foi a temporada no que às principais modalidades de pavilhão diz respeito? O maior indicador é a posição final nos campeonatos respectivos. Se atribuirmos 5 pontos ao 1.º lugar, 3 ao 2.º lugar, 1 aos lugares restantes e 0 à não participação, temos o seguinte:
2022/2023
Sporting
Benfica
Porto
Braga
Futsal
5
3
0
1
Andebol
3
1
5
0
Basquetebol
3
5
1
0
HóqueiPatins
3
5
1
0
Voleibol M
1
5
0
0
Voleibol F
3
1
5
0
18
20
12
1
No ano passado foi assim :
2021/2022
Sporting
Benfica
Porto
Braga
Futsal
5
3
0
1
Andebol
3
1
5
0
Basquetebol
1
5
3
0
HóqueiPatins
1
3
5
0
Voleibol M
3
5
0
0
Voleibol F
1
0
5
0
14
17
18
1
Ou seja, o Braga manteve, o Benfica melhorou mas o Sporting também, quem perdeu foi o Porto.
E como tem sido a evolução do Sporting nos últimos anos pelo mesmo critério (excluindo o ano da covid)?
Sporting
2017
2018
2019
2021
2022
2023
Futsal
5
5
3
5
5
5
Andebol
5
5
3
3
3
3
Basquetebol
0
0
0
5
3
3
HóqueiPatins
1
5
1
5
3
3
Voleibol M
0
5
3
1
3
1
Voleibol F
0
0
0
1
1
3
Total
11
20
10
20
18
18
Ficam aqui os dados para discussão. Comentários idiotas de trolls, comentários com nicks roubados da tasca seguem directamente para o lixo.
PS: Por algum motivo o último quadro não apareceu todo, pelo que corrigi a situação acrescentando também o ano de 2017.
Agora que acabou realmente a 1ª Liga 2022/2023, com a subida do Estrela da Amadora, após vencer o Play-off com o Marítimo, deixo-vos com algumas curiosidades estatísticas sobre a mesma.
Estatísticas do Sporting
Entre parênteses o comparativo com a época anterior:
Classificação: 4º lugar ( 2º lugar)
Pontos: 74 (85)
Golos marcados: 71 (73)
Golos sofridos: 32 (23)
Cartões amarelos: 87 (98)
Cartões Vermelhos: 3 (7)
Jogador mais indisciplinado: Ugarte, 11 Amarelos, 9º jogador mais indisciplinado da Liga (Paulinho, 10 amarelos, 11º jogador mais indisciplinado da Liga)
Melhor marcador: Pedro Gonçalves, 15 golos, 5º melhor goleador da Liga (Pablo Sarabia, 15 golos, também o 5º melhor goleador)
Mais assistências: Pedro Gonçalves, 12, foi o rei das assistências da Liga (Pedro Gonçalves com 9, o 6º jogador com mais assistências)
Mais influência em golos: Pedro Gonçalves, 15 Golos + 11 Assistências, 2º mais influente da Liga (Pablo Sarabia, 15 Golos + 7 Assistências, 5º mais influente da Liga)
Mais minutos em campo: Pedro Gonçalves, 2818 minutos, 15º no geral (Adán, 2970 minutos, 1º no geral)
Estatísticas da Liga
Entre parênteses o comparativo com a época anterior:
1º classificado: Benfica, 87 pontos (Porto, 91 pontos)
Melhor ataque: Benfica, 82 golos (Porto, 86)
Melhor defesa: Benfica, 20 golos (Porto, 22)
Equipa mais indisciplinada: Vitória SC, 112 Amarelos e 10 Vermelhos (B-SAD, 117 A, 11 V)
Equipa mais disciplinada: Benfica, 62 A, 2 V (Benfica 81 A, 3 V)
Jogador mais indisciplinado: Ricardo Guima (Chaves), 17 Amarelos e 2 Vermelhos (Lucas Possignolo (Portimomense), 13 A,1 V)
Maior nº de vitórias seguidas: Benfica, 10 (Porto, 16)
Maior nº de jogos seguidos sem perder: Sporting, 14 (Porto, 30)
Mais golos: Mehdi Taremi, 22 (Darwin Nuñez, 26)
Mais assistências: Pedro Gonçalves, 11 (Rafa Silva, 16)
Mais influência em golos: Mehdi Taremi 22 golos + 7 assistências (Mehdi Taremi 20 Golos + 13 assistências)
Mais minutos em campo: Vlachodimos, 3059 minutos (Adán, 2970 minutos)
Uma nota final para o número de Distritos e Regiões autónomas representados nesta 1ª Liga, relembrando que Portugal tem 18 distritos e 2 Regiões Autónomas.
Na época que findou o total era 8: Vila Real( 1 clube), Braga (5), Porto( 4), Aveiro (1), Lisboa (4), Faro (1), RA dos Açores (1) e RA da Madeira (1)
Na época de 23/24 serão apenas 6: Vila Real(1), Braga (6), Porto (3), Aveiro (1), Lisboa (5) e Faro (2).
Braga terá um terço dos clubes da 1ª Liga.
Braga + Porto + Lisboa + Faro têm 16 dos 18 clubes, ou seja 89% dos clubes da 1ª Liga serão de apenas 4 distritos.
De repente, noto imensa impaciência à minha volta. De adeptos do Sporting, que esteve 19 anos sem vencer o título de campeão nacional. Durante os mandatos integrais dos presidentes Filipe Soares Franco, José Eduardo Bettencourt, Godinho Lopes e Bruno de Carvalho.
O maior jejum da nossa história secular.
Em muitos desses períodos, não vi tanto nervosismo como detecto agora.
Agora a impaciência acontece porque não vencemos esse título... há dois anos.
É um excelente sinal. Significa que o patamar de exigência subiu imenso.
Agora que vários escalões já acabaram a época e estamos quase no final dos restantes, vamos fazer outro ponto de situação.
Fazendo um balanço muito rápido, estamos na iminência de um ano com zero títulos nacionais nas camadas jovens.
Youth League
Perdemos na meias-finais, no desempate por grandes penalidades, com o AZ Alkmaar, a equipa que acabaria por vencer a competição, ganhando na final ao Hadjuk Split por 5-0. Fica a sensação que, tendo passado na lotaria dos penalties, os croatas estariam ao nosso alcance.
Ainda assim foi uma prestação bastante positiva e a única de realce nas camadas jovens.
Equipa B
A competição acabou, tendo a equipa obtido o 1º lugar no grupo 2 de manutenção
Apesar de termos partido para esta fase como a equipa com mais pontos do grupo, fruto da performance na fase regular, tivemos de chegar ao último jogo para garantir a manutenção, obtida por uma vitória pela margem mínima (2-1) frente ao Real SC, com um grande golo de Fatawu.
Um época muito má. Foi referida a ambição de subir à 2.ª Liga mas quase se desceu ao Campeonato de Portugal.
Sub-23
A competição acabou, ficando o Sporting em 4.º lugar no grupo dos que não foram apurados para disputir o campeonato.
O campeão foi o Estrela da Amadora.
Das 14 equipas que ainda disputam este escalão, o Sporting foi a 5ª pior.
Faltam disputar duas jornadas, estando o Sporting praticamente arredado do título, com 3 clubes à sua frente.
A estocada final ocorreu no passado sábado, com uma derrota por 2-1 com o Porto, numa derrota muito à Sporting: depois de conseguir o empate aos 76 minutos, a equipa estava a ir atrás do segundo golo, quando entra Henrique Arreiol aos 86 minutos, que consegue ser expulso por ver um amarelo aos 91 minutos e logo outro aos 92, ambos justos. Três minutos depois, aos 95, o Porto faz o golo da vitória.
Quando faltam três jornadas o Sporting está em 4.º lugar, com um jogo a menos que os adversários. Ganhando esse jogo em atraso fica em 2.º, a 6 pontos do Benfica.
Os jogos que faltam são com Estoril, Sp. Espinho, Torreense e Sp. Braga.
Resta ganhar os seus jogos e esperar que o Benfica perca 2 dos 3 jogos que lhe faltam, o que à partida é pouco provável, no entanto esses jogos são com Porto, Braga e Vitória SC.
É a competição que está mais atrasada, já que ainda faltam 6 jornadas, mas o nosso destino já está mais ou menos traçado. Estamos em 3.º lugar a 10 pontos do 1.º, o Benfica, mas se calhar temos é de ter atenção aos que estão atrás de nós, pois estamos apenas 3 pontos acima do 7.º classificado.
Em tempos tinha feito aqui um balanço das aquisições ou empréstimos do tempo de Frederico Varandas. Venho actualizar essa avaliação, conhecendo agora mais sobre o valor desportivo e financeiro dos mesmos. Na lista mais ou menos cronológica assinalei com (A) aqueles que vieram com Rúben Amorim.
Excelentes:
Matheus Nunes
Pedro Gonçalves (A)
Nuno Santos (A)
Porro (A)
Ugarte (A)
Sarabia (A)
Edwards (A)
Fatawu (A)
Diomande (A)
Boas:
Adán (A)
Feddal (A)
Matheus Reis (A)
Paulinho (A)
Morita (A)
Trincão (A)
Tanlongo (A)
Razoáveis:
Neto
Luiz Phellype
Plata
João Pereira (A)
Antunes (A)
Esgaio (A)
André Paulo (A)
João Virgínia (A)
Tabata (A)
Slimani (A)
St.Juste (A)
Marsà (A)
Arthur Gomes (A)
Diogo Abreu (A)
Gonçalo Esteves (A)
Marco Cruz (A)
Alcantar (A)
Israel (A)
Bellerin (A)
Falhadas:
Doumbia
Vietto
Rosier
Sporar
Borja
Bolasie
Rochinha (A)
Sotiris (A)
Fiascos totais:
Ilori
Camacho
Eduardo
Fernando
Jesé
Vinagre (A)
Obviamente que poderão discordar da classificação dum ou doutro, mas o que me interessa é analisar o conjunto.
Foram 49 jogadores para 5 épocas, uma média pouco superior a 9 jogadores novos por temporada. Note-se que, ao contrário do que acontecia no tempo de Bruno de Carvalho, não existem nas equipas B e sub23 jogadores contratados ou emprestados especificamente para essas equipas sem perspectivas de chegar à equipa principal. Todos estão ali em regime de teste para eventual chegada à equipa A.
Então, desses jogadores, considero nove excelentes contratações, cerca de 20% do total e 16 excelentes/boas, cerca de 30% do total. Todos menos um vieram com Rúben Amorim, a excepção é Matheus Nunes.
Quem são e de onde vieram esses 16?
Portugueses - 5
Espanhóis - 3
Africanos - 3
Argentinos / Uruguaios - 2
Brasileiros - 1
Japoneses - 1
Ingleses - 1
Quantos desses vieram ou andaram na 1.ª Liga Portuguesa ou em Ligas secundárias portuguesas? A grande maioria, 10 em 16.
Alguns repetem que com Varandas, Viana e Amorim o recrutamento é uma vergonha e o "scouting" não existe, no tempo do Bruno é que havia competência e se compravam Slimanis por meia dúzia de euros. Do que me recordo dos cinco anos dele e Inácio/Jorge Jesus, os números são bem diferentes, à volta de 100 jogadores contratados/emprestados para as equipas A e B. Desses, quantos podemos considerar contratações excelentes? Coates, Slimani, Acuña, Bas Dost e Bruno Fernandes. Não recordo mais nenhum. Mathieu tinha problemas físicos recorrentes, como tem St.Juste. Do Brian Ruiz vimos 80 numa época e 8 na época seguinte. Teo Gutiérrez foi passar férias à Colômbia em pleno campeonato. Algum mais de que não me recorde?
Por último, curiosamente ou talvez não, nos fiascos totais encontramos três jogadores que passaram pela formação de Alcochete, forçosamente velhos conhecidos de Varandas e Viana. Não foi preciso scouting nenhum para chegar até eles. Isso não justifica os erros cometidos mas explica alguma coisa. Se calhar, e no que às contratações diz respeito, ser Sportinguista e/ou ter passado por Alcochete não garante coisa nenhuma.
Já temos mais golos marcados esta época, em todas as competições (50 jogos), do que nas duas anteriores - incluindo na de 2020/2021, em que fomos campeões.
Quando ainda falta disputar três jogos, temos 102 golos contabilizados. Mais dos que os 100 marcados em 2021/2022.
Mais do que isso, na última década, só nas épocas de 2014/2015 (105 golos, com Marco Silva), 2017/2018 (108 golos, com Jorge Jesus), 2015/2016 (111 golos, com Jorge Jesus) e 2018/2019 (um total de 113 golos, com José Peseiro e Marcel Keizer).
Alguém aposta em que lugar ficaremos? E quantos golos marcaremos ainda até ao fim?
Penso que a expressão acima foi do húngaro judeu Béla Guttmann, aquele treinador do Benfica dos anos 60 da célebre maldição, de que "nem nos próximos cem anos" aquele clube voltaria a ganhar títulos europeus. E já não falta muito para isso.
O maior problema do Sporting nos últimos anos talvez seja mesmo esse, não ter cu para duas cadeiras, capacidade para na mesma época conseguir bons desempenhos nas Ligas Europeias e nas competições internas.
Vejamos o que aconteceu nos últimos dez anos comparando o que aconteceu na Champions com a posição final na Liga interna :
2013/2014, Leonardo Jardim - Sem Champions, 2.º na Liga
2014/2015, Marco Silva - 3.º lugar no grupo Champions + 1 eliminatória Liga Europa, 3.º na Liga
2015/2016, Jorge Jesus - Sem Champions, 2.º na Liga
2016/2017, Jorge Jesus - 4.º lugar no grupo Champions, 3.º na Liga
2017/2018, Jorge Jesus - 3.º lugar no grupo Champions + 3 eliminatórias Liga Europa, 3.º na Liga
2018/2019, Peseiro/Keizer - Sem Champions, 3.º na Liga
2019/2020, Keizer/Silas/Rúben Amorim - Sem Champions, 4.º na Liga
2020/2021, Rúben Amorim - Sem Champions, 1.º na Liga
2021/2022, Rúben Amorim - 2.º lugar no Grupo Champions + 1 eliminatória Champions, 2.º na Liga
2022/2023, Rúben Amorim - 3.º Lugar no Grupo Champions + 3 eliminatórias Liga Europa, 4.º(?) na Liga
Resumindo, das quatro vezes nos últimos dez anos que ficámos em 1.º ou 2.º na Liga apenas com Rúben Amorim estivemos na Champions. Mais atrás no tempo, Paulo Bento conseguiu 2.º na Liga disputando a Champions, em três anos consecutivos, 2006/2007, 2007/2008 e 2008/2009, mas o Benfica não tinha o poderio no campo que tem hoje, chegando a ficar em 4.º lugar atrás do V. Guimarães.
No que respeita a esta época, que para mim está longe de se poder considerar fracassada ou deprimente como querem alguns, seria interessante analisar o resultado dos jogos dois ou três dias depois dos jogos pela Champions.
Eintracht F - Vitória
Tottenham C - Derrota (Boavista)
Marselha F - Vitória
Marselha C - Derrota (Varzim)
Tottenham F - Derrota (Arouca)
Eintracht C - Vitória
Midtjylland C - Vitória
Midtjylland F - Vitória
Arsenal C - Vitória
Arsenal F - Vitória
Juventus F - Empate (Arouca)
Juventus C - Vitória
Resumindo: foram três derrotas e um empate contra equipas menores em jogos imediatamente a seguir aos jogos da Champions.
Foram sete pontos perdidos na Liga, o que nos colocaria em vantagem relativamente ao Sp.Braga, que não vai à Champions, saiu esta época da Liga Europa com uma cabazada sofrida com a Fiorentina (0-4 em casa, 2-3 em Florença) e nos jogos com eles o Sporting conseguiu 2V e 1E, 13-3 em golos.
Disputar a Champions dum ano e conquistar um lugar na Liga que permita assegurar que estamos lá na época seguinte é essencial para o futuro do Sporting. Por isso, assegurar o acesso para a época seguinte será sempre o principal objectivo da época. Tudo o que possa ocorrer de melhor, óptimo.
Mas como é possível atingir esse objectivo época a época? Através de plantéis mais adultos e extensos, que possam incluir alguns "Netos" que, não sendo titulares na Champions, possam ajudar a resolver os jogos subsequentes, em vez de obrigar o treinador a recorrer aos titulares mais esgotados ou atirar às feras os mais novos.
PS: O melhor exemplo duma época deprimente com Champions é o de 2016/2017. Reforços foram Beto, Douglas, Petrovic, Meli, Elias, Markovic, André, Castaignos, Campbell, Alan Ruiz e Bas Dost, e apenas Bas Dost triunfou. Deprimente desportivamente e deprimente pela guerra aberta que o presidente da altura resolveu travar com treinador e plantel, com o episódio lamentável ocorrido no balneário de Chaves, que conheceu o clímax na época seguinte e lhe custou a presidência. Nada disso aconteceu esta época, nem o falhanço quase completo dos reforços, nem qualquer guerra entre presidente e treinador e plantel.
A (paupérrima...) época 2022/23 encaminha-se do fim. Mais do que isso, e para que na próxima a equipa volte a encontrar o caminho dos títulos, é um fim de linha para alguns dos protagonistas.
Não creio que seja fim de linha para Ruben Amorim - treinador com títulos, com futuro e carismático.
Para mim, o fim de linha é para vários jogadores que estiveram muito aquém daquilo que se exige a um clube como o Sporting Clube de Portugal. Incluo-os abaixo numa lista de dispensas. Fim de linha também para jogadores que têm qualidade, mas que por isso mesmo entram nas contas do encaixe que o Clube precisa fazer "tapar buracos". Dado que a nova temporada será de vacas magras, creio que a substituição dos jogadores que saem deve ser feita a partir dos jovens que emergiram na excelente equipa que chegou às meias finais da Youth League.
Eis as minhas escolhas para a próxima época (que deveria começar já a ser preparada no jogo de amanhã...):
Dispensas: Esgaio, Bellerin, Rochinha, Artur Gomes
Reforma: Adan (34 anos), Neto (35 anos)
Notas finais:
1. Callai deve ser aposta já esta época. Tem tudo para dentro de 1 ano estar na selação A. E até a equipa ganharia em ter um GR com mais garra e rápido a repor a bola em jogo.
2. Quaresma e TT são campeões nacionais, agora com experiência internacional, e devem voltar a ser aposta.
3. Diogo Abreu não estar já na equipa principal para mim é um mistério insondável. Tem qualidade de passe muito acima da média, capacidade de variar flancos rapidamente (qualidade muito importante no futebol moderno, que nos tem faltado desde a saída de Matheus Nunes) e é um grande marcador de livres (que não temos na equipa principal)
4. Pote e Ugarte foram provavelmente os jogadores mais influentes da equipa desta época. São dois craques. Mas vamos ter que fazer vendas e são os jogadores que mais podem render. Só por isso os incluo. No lugar de Ugarte apostaria em Essugo (que até dá mais força física ao MC) e no de Pote poria Edwards a pisar terrenos mais centrais (Fatawu a extremo). Edwards seria para mim, nesta fase, inegociável. Seria também de ponderar a contratação de Nani para o lugar de Pote (está na fase declinante da carreira mas é um símbolo, campeão europeu e tem garra que nos falta)
5. Ruben Amorim daria um grande sinal de capacidade de aprender dispensando Esgaio, que não acrescenta nada à equipa a não ser erros individuais. É um jogador para um clube de meio de tabela, não mais do que isso. Mais uma época seria o que os ingleses chamam de "escalation" - prejudicar-se a si, ao jogador e, sobretudo, ao Clube.
Foi seguramente a pior conferência de imprensa de Rúben Amorim ao serviço do Sporting. Irritado, frustrado, assumindo o fracasso, trazendo para a conversa nomes que nada têm a ver com o assunto e sugerindo um divórcio que não faz o menor sentido.
Caso o quarto lugar se confirme, o Sporting ficará fora da Champions da próxima época, o que vai ter custos directos e indirectos elevados. Falhará assim aquele que considero ser o principal objectivo de qualquer época. Um passo atrás na construção duma grande equipa.
Mas não é a primeira vez na história do Sporting que isso acontece. Nos últimos dez anos, apenas em cinco estivemos presentes.
Desde o início da época temos aqui alertado para situações e decisões do próprio Amorim que nada auguravam de bom: um plantel curto e desequilibrado, falho de altura e peso no eixo central, uma ideia de ataque móvel condenada ao fracasso pela forma como jogam as equipas pequenas em Portugal, uma equipa B a funcionar num modelo de jogo diferente da A e sem plantel fixo. Mas não podíamos adivinhar que os pilares da equipa cedessem como cederam. E com os pilares a ceder, a ponte não se aguenta.
Adán, Coates, Esgaio, Paulinho (e podia acrescentar Neto), os pilares do plantel, pela idade, experiência, peso no balneário, não conseguiram render o seu melhor. Ainda agora, nesta eliminatória, Adán oferece o golo fora, Coates falha dois golos feitos ao cair do pano, Esgaio isolado remata para a bancada e Paulinho estava mais uma vez lesionado. Talvez existam questões na sua vida privada ou no seu estado físico que ignoramos, só conhecemos as viagens intercontinentais de Coates ao serviço da sua selecção.
O maior problema do Sporting actual não é a falta dum Fran Navarro qualquer. É a falta do melhor rendimento deste quarteto.
Poderão dizer que o problema é de solução bem simples. Sentar os quatro no banco e alinhar com Israel, Inácio, Arthur e Chermiti nos seus lugares. Mas a diferença entre o melhor de uns e o de outros é enorme.
Esteve mal Amorim na gestão desta situação? O que poderia fazer de diferente senão insistir na confiança nestes quatro jogadores a quem devemos muito, que sentem o clube e deixam tudo em campo?
Faz hoje um mês, perguntei aos leitores quem elegeriam como os três melhores jogadores do Sporting.
Houve quem questionasse por que motivo seriam apenas três. Respondi que a lógica das escolhas é sempre esta. É o que nos leva, por exemplo, a contestar as escolhas dos seleccionadores - sujeitas a um número máximo, portanto sem nunca gerarem aplauso unânime. Seria impossível.
Além disso, pretendia três lugares para preencher um pódio. Que ficou assim ordenado:
Ugarte 21 votos
Pedro Gonçalves 20
Nuno Santos 6
Gonçalo Inácio 5
St. Juste 5
Adán 3
Coates 3
Edwards 3
Morita 3
Diomande 2
Revejo agora estas escolhas. Que justificam os seguintes comentários:
- O mais popular é um médio defensivo, sem um só golo marcado nesta época 2022/2023. Talvez seja um bom símbolo do actual Sporting, tão carente de golos e de vitórias.
- Há um fosso enorme entre os dois mais mencionados e o último do pódio. Um desequilíbrio que, francamente, não corresponde ao que se passa em campo.
- Edwards, que não hesito em considerar um dos melhores talentos do plantel leonino (anteontem isso voltou novamente a ver-se em campo), é relegado para o fundo da lista. Algo que tenho dificuldade em entender.
- Morita, que não hesito em considerar o melhor reforço do Sporting nesta temporada, tem votação residual. Também algo incompreensível, na minha opinião.
- Coates, único elemento do plantel que chegou ainda na era pré-Varandas, vai perdendo gradualmente relevância e popularidade junto dos adeptos.
- Adán recebe aplausos muito mitigados, o que talvez se justifique pelo facto de ter comprometido em alguns dos jogos mais importantes nesta época.
- St. Juste, apesar do historial de lesões (vai na quinta desde que chegou ao Sporting), merece consideração e simpatia: tem tantos votos como Gonçalo, que jogou muito mais.
- Matheus Reis, nem um voto para amostra. Trincão, idem. Esgaio, igualmente omisso. Sem surpresa.
- Ausência total de Paulinho. Sem surpresa também.
Como era previsível, o Sporting caiu hoje, frente à Juventus, nos quartos-de-final da Liga Europa, ao empatar 1-1. Com quase enchente em Alvalade: 45.900 espectadores, grande parte dos quais a puxar pela equipa.
Voltámos a marcar à equipa que segue em terceiro na Liga italiana e é um dos nomes históricos do futebol europeu. Mas, de novo, só conseguimos isso de penálti - desta vez por Edwards, aos 20'. Em lance de bola corrida continuámos incapazes de a meter lá dentro, apesar de não terem faltado oportunidades. Por Trincão (que aos 17' visou o poste), Diomande (35'), Esgaio (75') e duas vezes por Coates quase no fim (87' e 90').
Eis o problema estrutural que se tornou mais notório nesta época: falta-nos um matador na área. De modo a evitar que necessitemos de 41 remates para conseguir um golo.
Não ter um artilheiro de referência é péssimo. Fazemos o mais difícil - dois grandes jogos com a Juve - e fracassamos no mais elementar: não converter em golos o domínio claro que mantivemos em largos períodos destas duas partidas. É o pecado original desta época em que falhámos todos os objectivos.
Nada de novo. Nada que não tivesse sido afirmado aqui em tempo útil. Nada que não possa ser rectificado.
Infelizmente, só no mercado de Verão. Até lá, resta isto: mais do mesmo.
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