Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

És a nossa Fé!

A impaciência

mw-1920.webp

 

De repente, noto imensa impaciência à minha volta. De adeptos do Sporting, que esteve 19 anos sem vencer o título de campeão nacional. Durante os mandatos integrais dos presidentes Filipe Soares Franco, José Eduardo Bettencourt, Godinho Lopes e Bruno de Carvalho.

O maior jejum da nossa história secular.

Em muitos desses períodos, não vi tanto nervosismo como detecto agora.

Agora a impaciência acontece porque não vencemos esse título... há dois anos.

É um excelente sinal. Significa que o patamar de exigência subiu imenso.

Ponto de situação nas camadas jovens

Agora que vários escalões já acabaram a época e estamos quase no final dos restantes, vamos fazer outro ponto de situação.

Fazendo um balanço muito rápido, estamos na iminência de um ano com zero títulos nacionais nas camadas jovens.

 

Youth League

Perdemos na meias-finais, no desempate por grandes penalidades, com o AZ Alkmaar, a equipa que acabaria por vencer a competição, ganhando na final ao Hadjuk Split por 5-0. Fica a sensação que, tendo passado na lotaria dos penalties, os croatas estariam ao nosso alcance. 

Ainda assim foi uma prestação bastante positiva e a única de realce nas camadas jovens.

 

Equipa B

A competição acabou, tendo a equipa obtido o 1º lugar no grupo 2 de manutenção

    Pontos Jogos Vitórias Empates Derrotas
1 Sporting B 16 6 2 2 2
2 FC Oliv. Hospital 15 6 3 0 3
3 Vitória FC 15 6 3 2 1
4 Real SC 8 6 2 0 4

 

Apesar de termos partido para esta fase como a equipa com mais pontos do grupo, fruto da performance na fase regular, tivemos de chegar ao último jogo para garantir a manutenção, obtida por uma vitória pela margem mínima (2-1) frente ao Real SC, com um grande golo de Fatawu.

Um época muito má. Foi referida a ambição de subir à 2.ª Liga mas quase se desceu ao Campeonato de Portugal.

 

Sub-23

A competição acabou, ficando o Sporting em 4.º lugar no grupo dos que não foram apurados para disputir o campeonato. 

O campeão foi o Estrela da Amadora.

Das 14 equipas que ainda disputam este escalão, o Sporting foi a 5ª pior.

    P
J
V
E
D
1 Gil Vicente 35 14 8 2 4
2 Portimonense 34 14 8 3 3
3 Farense 32 14 7 3 4
4 Sporting 31 14 7 4 3
5 Rio Ave 21 14 4 3 7
6 Leixões 20 14 4 4 6
7 Marítimo 19 14 3 4 7
8 CD Mafra 15 14 2 3 9

 

Sub-19 (Juniores)

Faltam disputar duas jornadas, estando o Sporting praticamente arredado do título, com 3 clubes à sua frente.

A estocada final ocorreu no passado sábado, com uma derrota por 2-1 com o Porto, numa derrota muito à Sporting: depois de conseguir o empate aos 76 minutos, a equipa estava a ir atrás do segundo golo, quando entra Henrique Arreiol aos 86 minutos, que consegue ser expulso por ver um amarelo aos 91 minutos e logo outro aos 92, ambos justos. Três minutos depois, aos 95, o Porto faz o golo da vitória.

    P J V E  
1 FC Famalicão 25 12 8 1  
2 Benfica 23 12 7 2  
3 FC Porto 21 12 6 3  
4 Sporting 19 12 5 4  
5 SC Braga 18 12 4 6  
6 Estoril Praia 16 12 5 1  
7 FC Vizela 12 12 4 0  
8 FC Alverca 1 12 0 1  

 

Sub-17 (Juvenis)

Quando faltam três jornadas o Sporting está em 4.º lugar, com um jogo a menos que os adversários. Ganhando esse jogo em atraso fica em 2.º, a 6 pontos do Benfica.

Os jogos que faltam são com Estoril, Sp. Espinho, Torreense e Sp. Braga.

Resta ganhar os seus jogos e esperar que o Benfica perca 2 dos 3 jogos que lhe faltam, o que à partida é pouco provável, no entanto esses jogos são com Porto, Braga e Vitória SC. 

As esperanças são ténues mas ainda existem.

1 Benfica 40 15 13 1 1
2 FC Porto 33 15 10 3 2
3 SC Braga 33 15 11 0 4
4 Sporting 31 14 10 1 3
5 Vitória SC 26 14 8 2 4
6 Feirense 15 14 4 3 7
7 Estoril Praia 13 15 4 1 10
8 Torreense 10 15 3 1 11
9 SC Espinho 9 16 3 0 13
10 Académica OAF 6 15 2 0 13

 

Sub-15 (Iniciados)

É a competição que está mais atrasada, já que ainda faltam 6 jornadas, mas o nosso destino já está mais ou menos traçado. Estamos em 3.º lugar a 10 pontos do 1.º, o Benfica, mas se calhar temos é de ter atenção aos que estão atrás de nós, pois estamos apenas 3 pontos acima do 7.º classificado.

 

    P J V E D
1 Benfica 32 12 10 2 0
2 FC Porto 26 11 8 2 1
3 Sporting 22 12 7 1 4
4 Vitória SC 21 12 6 3 3
5 SC Braga 19 11 6 1 4
6 Vitória FC 19 12 6 1 5
7 Boavista 19 12 6 1 5
8 Belenenses 7 12 2 1 9
9 Académica OAF 3 12 0 3 9
10 CD Tondela 1 12 0 1 11

As aquisições de Frederico Varandas

Em tempos tinha feito aqui um balanço das aquisições ou empréstimos do tempo de Frederico Varandas. Venho actualizar essa avaliação, conhecendo agora mais sobre o valor desportivo e financeiro dos mesmos. Na lista mais ou menos cronológica assinalei com (A) aqueles que vieram com Rúben Amorim.

Excelentes:

  1. Matheus Nunes
  2. Pedro Gonçalves (A)
  3. Nuno Santos (A)
  4. Porro (A)
  5. Ugarte (A)
  6. Sarabia (A)
  7. Edwards (A)
  8. Fatawu (A)
  9. Diomande (A)

Boas:

  1. Adán (A)
  2. Feddal (A)
  3. Matheus Reis (A)
  4. Paulinho (A)
  5. Morita (A)
  6. Trincão (A)
  7. Tanlongo (A)

Razoáveis:

  1. Neto 
  2. Luiz Phellype 
  3. Plata
  4. João Pereira (A)
  5. Antunes (A)
  6. Esgaio (A)
  7. André Paulo (A)
  8. João Virgínia (A)
  9. Tabata (A)
  10. Slimani (A)
  11. St.Juste (A)
  12. Marsà (A)
  13. Arthur Gomes (A)
  14. Diogo Abreu (A)
  15. Gonçalo Esteves (A)
  16. Marco Cruz (A)
  17. Alcantar (A)
  18. Israel (A)
  19. Bellerin (A)

Falhadas:

  1. Doumbia
  2. Vietto
  3. Rosier
  4. Sporar
  5. Borja
  6. Bolasie
  7. Rochinha (A)
  8. Sotiris (A)

Fiascos totais:

  1. Ilori
  2. Camacho
  3. Eduardo
  4. Fernando
  5. Jesé
  6. Vinagre (A)

 

Obviamente que poderão discordar da classificação dum ou doutro, mas o que me interessa é analisar o conjunto.

Foram 49 jogadores para 5 épocas, uma média pouco superior a 9 jogadores novos por temporada. Note-se que, ao contrário do que acontecia no tempo de Bruno de Carvalho, não existem nas equipas B e sub23 jogadores contratados ou emprestados especificamente para essas equipas sem perspectivas de chegar à equipa principal. Todos estão ali em regime de teste para eventual chegada à equipa A.

Então, desses jogadores, considero nove excelentes contratações, cerca de 20% do total e 16 excelentes/boas, cerca de 30% do total. Todos menos um vieram com Rúben Amorim, a excepção é Matheus Nunes.

Quem são e de onde vieram esses 16?

Portugueses - 5

Espanhóis - 3

Africanos - 3

Argentinos / Uruguaios - 2

Brasileiros - 1

Japoneses - 1

Ingleses - 1

Quantos desses vieram ou andaram na 1.ª Liga Portuguesa ou em Ligas secundárias portuguesas?  A grande maioria, 10 em 16.

 

Alguns repetem que com Varandas, Viana e Amorim o recrutamento é uma vergonha e o "scouting" não existe, no tempo do Bruno é que havia competência e se compravam Slimanis por meia dúzia de euros. Do que me recordo dos cinco anos dele e Inácio/Jorge Jesus, os números são bem diferentes, à volta de 100 jogadores contratados/emprestados para as equipas A e B. Desses, quantos podemos considerar contratações excelentes? Coates, Slimani, Acuña, Bas Dost e Bruno Fernandes. Não recordo mais nenhum. Mathieu tinha problemas físicos recorrentes, como tem St.Juste. Do Brian Ruiz vimos 80 numa época e 8 na época seguinte. Teo Gutiérrez foi passar férias à Colômbia em pleno campeonato. Algum mais de que não me recorde?

Por último, curiosamente ou talvez não, nos fiascos totais encontramos três jogadores que passaram pela formação de Alcochete, forçosamente velhos conhecidos de Varandas e Viana. Não foi preciso scouting nenhum para chegar até eles. Isso não justifica os erros cometidos mas explica alguma coisa. Se calhar, e no que às contratações diz respeito, ser Sportinguista e/ou ter passado por Alcochete não garante coisa nenhuma.

SL

102 golos já marcados em 50 jogos

Já temos mais golos marcados esta época, em todas as competições (50 jogos), do que nas duas anteriores - incluindo na de 2020/2021, em que fomos campeões.

Quando ainda falta disputar três jogos, temos 102 golos contabilizados. Mais dos que os 100 marcados em 2021/2022.

Mais do que isso, na última década, só nas épocas de 2014/2015 (105 golos, com Marco Silva), 2017/2018 (108 golos, com Jorge Jesus), 2015/2016 (111 golos, com Jorge Jesus) e 2018/2019 (um total de 113 golos, com José Peseiro e Marcel Keizer).

Alguém aposta em que lugar ficaremos? E quantos golos marcaremos ainda até ao fim?

Cu para duas cadeiras

cader.jpeg

Penso que a expressão acima foi do húngaro judeu Béla Guttmann, aquele treinador do Benfica dos anos 60 da célebre maldição, de que "nem nos próximos cem anos" aquele clube voltaria a ganhar títulos europeus. E já não falta muito para isso.

O maior problema do Sporting nos últimos anos talvez seja mesmo esse, não ter cu para duas cadeiras, capacidade para na mesma época conseguir bons desempenhos nas Ligas Europeias e nas competições internas.

Vejamos o que aconteceu nos últimos dez anos comparando o que aconteceu na Champions com a posição final na Liga interna :

 

2013/2014, Leonardo Jardim - Sem Champions, 2.º na Liga

2014/2015, Marco Silva - 3.º lugar no grupo Champions + 1 eliminatória Liga Europa, 3.º na Liga

2015/2016, Jorge Jesus - Sem Champions, 2.º na Liga

2016/2017, Jorge Jesus - 4.º lugar no grupo Champions, 3.º na Liga

2017/2018, Jorge Jesus - 3.º lugar no grupo Champions + 3 eliminatórias Liga Europa, 3.º na Liga

2018/2019, Peseiro/Keizer - Sem Champions, 3.º na Liga

2019/2020, Keizer/Silas/Rúben Amorim - Sem Champions, 4.º na Liga

2020/2021, Rúben Amorim -  Sem Champions, 1.º na Liga

2021/2022, Rúben Amorim - 2.º lugar no Grupo Champions + 1 eliminatória Champions, 2.º na Liga

2022/2023, Rúben Amorim -  3.º Lugar no Grupo Champions + 3 eliminatórias Liga Europa, 4.º(?) na Liga

 

Resumindo, das quatro vezes nos últimos dez anos que ficámos em 1.º ou 2.º na Liga apenas com Rúben Amorim estivemos na Champions. Mais atrás no tempo, Paulo Bento conseguiu 2.º na Liga disputando a Champions, em três anos consecutivos, 2006/2007, 2007/2008 e 2008/2009, mas o Benfica não tinha o poderio no campo que tem hoje, chegando a ficar em 4.º lugar atrás do V. Guimarães.

 

No que respeita a esta época, que para mim está longe de se poder considerar fracassada ou deprimente como querem alguns, seria interessante analisar o resultado dos jogos dois ou três dias depois dos jogos pela Champions. 

Eintracht F - Vitória 

Tottenham C - Derrota (Boavista)

Marselha F - Vitória

Marselha C - Derrota (Varzim)

Tottenham F - Derrota (Arouca)

Eintracht C - Vitória 

Midtjylland C - Vitória

Midtjylland F - Vitória

Arsenal C - Vitória

Arsenal F - Vitória

Juventus F - Empate (Arouca)

Juventus C - Vitória

Resumindo: foram três derrotas e um empate contra equipas menores em jogos imediatamente a seguir aos jogos da Champions.

Foram sete pontos perdidos na Liga, o que nos colocaria em vantagem relativamente ao Sp.Braga, que não vai à Champions, saiu esta época da Liga Europa com uma cabazada sofrida com a Fiorentina (0-4 em casa, 2-3 em Florença) e nos jogos com eles o Sporting conseguiu 2V e 1E, 13-3 em golos. 

 

Disputar a Champions dum ano e conquistar um lugar na Liga que permita assegurar que estamos lá na época seguinte é essencial para o futuro do Sporting. Por isso, assegurar o acesso para a época seguinte será sempre o principal objectivo da época. Tudo o que possa ocorrer de melhor, óptimo.

Mas como é possível atingir esse objectivo época a época?  Através de plantéis mais adultos e extensos, que possam incluir alguns "Netos" que, não sendo titulares na Champions, possam ajudar a resolver os jogos subsequentes, em vez de obrigar o treinador a recorrer aos titulares mais esgotados ou atirar às feras os mais novos.

 

PS: O melhor exemplo duma época deprimente com Champions é o de 2016/2017. Reforços foram BetoDouglasPetrovicMeliEliasMarkovicAndréCastaignosCampbellAlan Ruiz e Bas Dost, e apenas Bas Dost triunfou. Deprimente desportivamente e deprimente pela guerra aberta que o presidente da altura resolveu travar com treinador e plantel, com o episódio lamentável ocorrido no balneário de Chaves, que conheceu o clímax na época seguinte e lhe custou a presidência. Nada disso aconteceu esta época, nem o falhanço quase completo dos reforços, nem qualquer guerra entre presidente e treinador e plantel. 

SL

Sporting 2022/23 - Fim de linha e pensar a nova época

A (paupérrima...) época 2022/23 encaminha-se do fim. Mais do que isso, e para que na próxima a equipa volte a encontrar o caminho dos títulos, é um fim de linha para alguns dos protagonistas.

Não creio que seja fim de linha para Ruben Amorim - treinador com títulos, com futuro e carismático. 

Para mim, o fim de linha é para vários jogadores que estiveram muito aquém daquilo que se exige a um clube como o Sporting Clube de Portugal. Incluo-os abaixo numa lista de dispensas. Fim de linha também para jogadores que têm qualidade, mas que por isso mesmo entram nas contas do encaixe que o Clube precisa fazer "tapar buracos". Dado que a nova temporada será de vacas magras, creio que a substituição dos jogadores que saem deve ser feita a partir dos jovens que emergiram na excelente equipa que chegou às meias finais da Youth League.

Eis as minhas escolhas para a próxima época (que deveria começar já a ser preparada no jogo de amanhã...):

Guarda-Redes: Callai, Israel, André Paulo

Defesas: Coates, Diomande, Mateus Reis, Inácio, St. Juste, Quaresma, Muniz, Gonçalo Esteves

Médios: Morita, Daniel Bragança, Essugo, Diogo Abreu, Mateus Fernandes, Marco Cruz

Avançados: Edwards, Nuno Santos, Trincão, Fatawu, Chermiti, Paulinho, Rodrigo Ribeiro, Tiago Tomás, Afonso Moreira 

 

Vendas: Pote, Ugarte, Jovane Cabral

Dispensas: Esgaio, Bellerin, Rochinha, Artur Gomes

Reforma: Adan (34 anos), Neto (35 anos)

 

Notas finais: 

1. Callai deve ser aposta já esta época. Tem tudo para dentro de 1 ano estar na selação A. E até a equipa ganharia em ter um GR com mais garra e rápido a repor a bola em jogo. 

2. Quaresma e TT são campeões nacionais, agora com experiência internacional, e devem voltar a ser aposta.

3. Diogo Abreu não estar já na equipa principal para mim é um mistério insondável. Tem qualidade de passe muito acima da média, capacidade de variar flancos rapidamente (qualidade muito importante no futebol moderno, que nos tem faltado desde a saída de Matheus Nunes) e é um grande marcador de livres (que não temos na equipa principal)

4. Pote e Ugarte foram provavelmente os jogadores mais influentes da equipa desta época. São dois craques. Mas vamos ter que fazer vendas e são os jogadores que mais podem render. Só por isso os incluo. No lugar de Ugarte apostaria em Essugo (que até dá mais força física ao MC) e no de Pote poria Edwards a pisar terrenos mais centrais (Fatawu a extremo). Edwards seria para mim, nesta fase, inegociável. Seria também de ponderar a contratação de Nani para o lugar de Pote (está na fase declinante da carreira mas é um símbolo, campeão europeu e tem garra que nos falta)

5. Ruben Amorim daria um grande sinal de capacidade de aprender dispensando Esgaio, que não acrescenta nada à equipa a não ser erros individuais. É um jogador para um clube de meio de tabela, não mais do que isso. Mais uma época seria o que os ingleses chamam de "escalation" - prejudicar-se a si, ao jogador e, sobretudo, ao Clube.

 

Poker de ases ou poker de duques?

Foi seguramente a pior conferência de imprensa de Rúben Amorim ao serviço do Sporting. Irritado, frustrado, assumindo o fracasso, trazendo para a conversa nomes que nada têm a ver com o assunto e sugerindo um divórcio que não faz o menor sentido.

Caso o quarto lugar se confirme, o Sporting ficará fora da Champions da próxima época, o que vai ter custos directos e indirectos elevados. Falhará assim aquele que considero ser o principal objectivo de qualquer época. Um passo atrás na construção duma grande equipa.

Mas não é a primeira vez na história do Sporting que isso acontece. Nos últimos dez anos, apenas em cinco estivemos presentes.

Desde o início da época temos aqui alertado para situações e decisões do próprio Amorim que nada auguravam de bom: um plantel curto e desequilibrado, falho de altura e peso no eixo central, uma ideia de ataque móvel condenada ao fracasso pela forma como jogam as equipas pequenas em Portugal, uma equipa B a funcionar num modelo de jogo diferente da A e sem plantel fixo. Mas não podíamos adivinhar que os pilares da equipa cedessem como cederam. E com os pilares a ceder, a ponte não se aguenta.

Adán, Coates, Esgaio, Paulinho (e podia acrescentar Neto), os pilares do plantel, pela idade, experiência, peso no balneário, não conseguiram render o seu melhor. Ainda agora, nesta eliminatória, Adán oferece o golo fora, Coates falha dois golos feitos ao cair do pano, Esgaio isolado remata para a bancada e Paulinho estava mais uma vez lesionado. Talvez existam questões na sua vida privada ou no seu estado físico que ignoramos, só conhecemos as viagens intercontinentais de Coates ao serviço da sua selecção.

 

O maior problema do Sporting actual não é a falta dum Fran Navarro qualquer. É a falta do melhor rendimento deste quarteto.

Poderão dizer que o problema é de solução bem simples. Sentar os quatro no banco e alinhar com Israel, Inácio, Arthur e Chermiti nos seus lugares. Mas a diferença entre o melhor de uns e o de outros é enorme.

Esteve mal Amorim na gestão desta situação? O que poderia fazer de diferente senão insistir na confiança nestes quatro jogadores a quem devemos muito, que sentem o clube e deixam tudo em campo?

SL

Ugarte, Pedro Gonçalves, Nuno Santos

Faz hoje um mês, perguntei aos leitores quem elegeriam como os três melhores jogadores do Sporting.

Houve quem questionasse por que motivo seriam apenas três. Respondi que a lógica das escolhas é sempre esta. É o que nos leva, por exemplo, a contestar as escolhas dos seleccionadores - sujeitas a um número máximo, portanto sem nunca gerarem aplauso unânime. Seria impossível.

Além disso, pretendia três lugares para preencher um pódio. Que ficou assim ordenado: 

Ugarte 21 votos

Pedro Gonçalves 20

Nuno Santos 6

Gonçalo Inácio 5

St. Juste 5

Adán 3

Coates 3

Edwards 3

Morita 3

Diomande 2

 

Revejo agora estas escolhas. Que justificam os seguintes comentários:

- O mais popular é um médio defensivo, sem um só golo marcado nesta época 2022/2023. Talvez seja um bom símbolo do actual Sporting, tão carente de golos e de vitórias.

- Há um fosso enorme entre os dois mais mencionados e o último do pódio. Um desequilíbrio que, francamente, não corresponde ao que se passa em campo. 

- Edwards, que não hesito em considerar um dos melhores talentos do plantel leonino (anteontem isso voltou novamente a ver-se em campo), é relegado para o fundo da lista. Algo que tenho dificuldade em entender.

- Morita, que não hesito em considerar o melhor reforço do Sporting nesta temporada, tem votação residual. Também algo incompreensível, na minha opinião.

- Coates, único elemento do plantel que chegou ainda na era pré-Varandas, vai perdendo gradualmente relevância e popularidade junto dos adeptos.

- Adán recebe aplausos muito mitigados, o que talvez se justifique pelo facto de ter comprometido em alguns dos jogos mais importantes nesta época.

- St. Juste, apesar do historial de lesões (vai na quinta desde que chegou ao Sporting), merece consideração e simpatia: tem tantos votos como Gonçalo, que jogou muito mais.

- Matheus Reis, nem um voto para amostra. Trincão, idem. Esgaio, igualmente omisso. Sem surpresa.

- Ausência total de Paulinho. Sem surpresa também.

O pecado original

Como era previsível, o Sporting caiu hoje, frente à Juventus, nos quartos-de-final da Liga Europa, ao empatar 1-1. Com quase enchente em Alvalade: 45.900 espectadores, grande parte dos quais a puxar pela equipa.

Voltámos a marcar à equipa que segue em terceiro na Liga italiana e é um dos nomes históricos do futebol europeu. Mas, de novo, só conseguimos isso de penálti - desta vez por Edwards, aos 20'. Em lance de bola corrida continuámos incapazes de a meter lá dentro, apesar de não terem faltado oportunidades. Por Trincão (que aos 17' visou o poste), Diomande (35'), Esgaio (75') e duas vezes por Coates quase no fim (87' e 90'). 

Eis o problema estrutural que se tornou mais notório nesta época: falta-nos um matador na área. De modo a evitar que necessitemos de 41 remates para conseguir um golo.

Não ter um artilheiro de referência é péssimo. Fazemos o mais difícil - dois grandes jogos com a Juve - e fracassamos no mais elementar: não converter em golos o domínio claro que mantivemos em largos períodos destas duas partidas. É o pecado original desta época em que falhámos todos os objectivos.

Nada de novo. Nada que não tivesse sido afirmado aqui em tempo útil. Nada que não possa ser rectificado.

Infelizmente, só no mercado de Verão. Até lá, resta isto: mais do mesmo.

"Nem chegam ao Dia de Todos os Santos"

Uma nota prévia para agradecer o convite que Pedro Correia me endereçou para escrever neste blogue, que muito me honra, e para assinalar esta como sendo a minha primeira publicação no mesmo.

 

Depois de mais uma jornada em que ganhámos com facilidade, com uma exibição dominadora e convicente, no seguimento do que tem acontecido ultimamente, fui por curiosidade consultar a sucessão de resultados da equipa. 

Não me surpreendeu que fosse a 5ª vitória consecutiva para o campeonato após a derrota com o Porto em casa, na 20ª jornada, o que me surpreendeu foi ter reparado que desde início de Novembro, para o campeonato, contamos com 11 vitórias, 1 empate e 2 derrotas.

Se tivermos em conta que o empate foi no estádio do Benfica e uma das derrotas foi com o Porto, sobra apenas um resultado "anormal", a derrota com o Marítimo na Madeira na 15ª jornada.

Para comparação os resultados dos nossos rivais no campeonato, no mesmo período, início de Novembro até hoje, foram:

Benfica- 13 vitórias, 1 empate e 1 derrota. A derrota foi com o Braga e o empate com o Sporting.

Porto- 12 vitórias, 2 empates e 1 derrota. Os empates foram com o Braga e Casa Pia, a derrota foi o Gil Vicente.

Braga- 11 vitórias, 1 empates e 3 derrotas. O empate foi com o Porto, as derrota foram com Sporting, Vitória SC e Casa Pia.

Nota nº 1: Todos estes clubes têm um jogo a mais, vamos fazer o jogo em atraso da 25ª jornada no dia 5 de Abril.

Nota nº 2: Os clubes que mais tiraram pontos aos 3 da frente, exceptuando os confrontos directos, foram Sporting e Casa Pia.

 

Chegamos assim à conclusão que o fosso que nos separa dos 3 primeiros classificados foi cavado até à 11ª jornada, pois depois disso estaríamos a 3 pontos do Benfica, a 1 do Porto e 3 pontos à frente do Braga.

Até à 11ª jornada tivemos 6 vitórias, 1 empate e 4 derrotas, resultados que atribuo às saídas não colmatadas do plantel, especialmente a de Matheus Nunes, sobrecarga de jogos devido à Liga dos Campeões e um plantel curto e em sub-rendimento nessa altura.

Assim, ao contrário de várias épocas em que o Campeonato estava perdido por alturas do Natal, chegámos ao Dia de Todos os Santos, 1 de Novembro, já sem possibilidades de disputar o campeonato. 

Que sirva de lição para as próximas épocas os efeitos nefastos que uma temporada mal planeada tem numa equipa.

Culpas

O grande rival do Sporting neste ano foi o sorteio.

Aquela dupla paulada com Braga e Porto a abrir a Liga (dois jogos em que somámos 1 ponto, mas em que fizemos o suficiente para obter 4, 5 ou mesmo os 6) acabou por definir a época. Se tivessemos sobrevivido, uma coisa levaria à outra e provavelmente não teríamos perdido com o Chaves em casa (por exemplo).

A nossa Liga é demasiado fraca para que nos jogos contra equipas pequenas se note a falta de um Matheus Nunes (ou de um Enzo, um Otávio, etc). Perdemos porque vínhamos dessa paulada (enfim, acredito eu...).  

Claro que num mundo e numa vivência em que se acredita que com talento e empenho se controlam as variáveis todas, soa ridículo acusar o sorteio - precisamente uma variável incontrolável. Mas talvez se perceba melhor se se olhar para o nosso calendário quando fomos campeões, em que recebemos Porto, Benfica e Braga na primeira volta, sendo que apenas o jogo com os dragões (2-2) foi no princípio da Liga. 

Quando a sequência dos jogos é mais fácil, torna-se mais simples que jogadores e técnicos acreditem no processo. Ainda não temos, talvez não venhamos a ter tão cedo, arcaboiço para sermos invulneráveis ao sorteio.  

Se há uma coisa que gostava de saber é se os técnicos e dirigentes pensam desta forma. 

Nunca o saberemos, vir a público culpar o "sorteio" seria visto pela crítica, adeptos e adversários como patético. Talvez as mesmas pessoas que não acham patético justificar acidentes de viação "porque tinha chovido nessa noite", atrasos "porque estava trânsito" ou aviões que se perdem "porque ficámos horas na fila para o raio-xis". 

Pedro Gonçalves por Rúben Amorim

zz.jpg

 

«Eu vejo-o no futuro a jogar mais na frente.»

Assim falou ontem Rúben Amorim de Pedro Gonçalves. Dando razão àquilo que vários de nós aqui temos escrito sobre o mesmo assunto.

Não percebo muito bem estas palavras, vindas de quem vêm. Não é o treinador que escala o onze? Estará a implorar por um novo n.º 8? Então nenhum dos reforços contratados nem nenhum dos miúdos promovidos à equipa principal (Sotiris, Tanlongo, Rochinha, Mateus Fernandes) serve para o efeito? Será mesmo necessário recuar Pedro Gonçalves, diminuindo-lhe a sua potencialidade como homem-golo?

Enfim, esta declaração algo incompreensível tem pelo menos o condão de iluminar uma evidência: o nosso plantel possui um valor superior àquilo que vem exibindo em campo. Porque vários jogadores estão deslocados das posições em que mais rendem.

Se Rúben me permite, sugiro-lhe que não espere pela próxima época para pôr em prática as mudanças que se impõem. Faça-as já.

Vinte cinco atrasos para Adán

No Sporting-Midtjylland, de quinta à noite, os nossos jogadores de campo fizeram nada menos do que 25 passes ao próprio guarda-redes. Até parecia que não queriam progredir no terreno rumo à baliza contrária.

Isto explica muito da péssima exibição dos homens sob o comando de Rúben Amorim neste desafio da Liga Europa que estivemos prestes a perder. O golo salvador de Coates, que fixou o resultado em 1-1, foi marcado aos 93' 50". Quando só faltavam dez segundos para o apito final.

Anotei esses 25 atrasos ao guarda-redes. Para mais tarde recordar. 

 

Fica o registo:

00' 16'' (Matheus Reis)

04' 22'' (Coates)

04' 36'' (Matheus Reis)

16' 37'' (Matheus Reis)

18' 21'' (St. Juste)

23' 02" (St. Juste)

23' 15'' (Matheus Reis)

24' 49'' (Nuno Santos)

25' 08'' (Nuno Santos)

28' 50'' (Matheus Reis)

28' 58'' (St. Juste)

29' 09'' (St. Juste)

29' 16'' (Matheus Reis)

37' 15'' (St. Juste)

37' 21'' (Coates)

37' 28'' (Matheus Reis)

40' 05'' (Coates)

41' 22'' (St. Juste)

67' 29'' (St. Juste)

72' 15'' (St. Juste)

74' 58'' (St. Juste)

75' 06'' (St. Juste)

76' 16'' (St. Juste)

76' 26'' (Nuno Santos)

83' 47'' (St. Juste)

 

O que dizer a isto? Será atitude de equipa que quer vencer um jogo decisivo em termos desportivos e reputacionais?

Já nem sei. Digam vocês, se vos apetecer.

O que fazer depois de Porro?

porro.jpg

 

E se perdermos mesmo Porro?

O que deve ser feito sem demora para colmatar este eventual rombo - que promete ser quase irreparável - no já curto plantel leonino 2022/2023?

A Bola noticiou ontem com destaque, na sua edição digital, a contratação iminente de Tariq Lamptey, lateral ganês de 22 anos (1,63m) formado no Chelsea e agora no Brighton - em sexto na Premier League. Internacional A pelo Gana, que recentemente defrontou a nossa selecção no Mundial do Catar, pode vir por empréstimo.

Por sua vez o Record garantia há três dias, com manchete de capa quase inteira, que o escolhido seria Van Ewijk, também de 22 anos (1,77m), oriundo do Heerenveen e internacional sub-21 pela Holanda.

Convém recordar que a SAD leonina mandou entretanto regressar a Alvalade Gonçalo Esteves, de 18 anos (1,71m) que esteve meia época emprestado ao Estoril, onde teve utilização residual. Este jovem formado no FC Porto é hoje apresentado como «aposta a longo prazo», faltando saber-se em que moldes.

Chegou a falar-se noutro regresso: o de Tiago Santos, agora com 20 anos (1,75m), formado na Academia de Alcochete mas que renovou em Setembro com o Estoril, onde é titular como lateral direito. Tiago cumpriu quase todos os escalões de formação no Sporting, tendo sido cedido há um ano aos estorilistas.

Claro que há Esgaio. Mas será sempre um pálido sucessor de Porro. Daí a pergunta que renovo: deve ser feito o quê? E outra, que se segue a esta: alguém acredita que mudaremos para melhor?

{ Blogue fundado em 2012. }

Siga o blog por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

 

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2016
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2015
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2014
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2013
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2012
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D