Frederico Varandas venceu as eleições para um segundo mandato com muitas facilidade. Enfrentou dois adversários, debateu com eles sem qualquer problema e a 5 de Março arrasou nas urnas: obteve 86% dos votos dos sócios expressos neste sufrágio. Deixando a larga distância os antagonistas - Nuno Sousa (7%) e Ricardo Oliveira (3%).
Nas declarações aos sportinguistas, confirmada a vitória eleitoral, deixou a promessa que este segundo mandato de quatro anos será o último. Em 2026, passará o testemunho a outro com toda a normalidade. É isso que pretende. E deixou claro porquê.
Era também uma óbvia indirecta ao presidente do FC Porto, que se vem perpetuando há quatro décadas no topo daquele clube, sem perceber que o tempo dele já passou e que é fundamental dar lugar às gerações mais jovens.
Varandas, aliás, não poupou em 2022 nas críticas ao vetusto líder portista, tal como fizera em anos anteriores. A declaração mais contundente aconteceu a 29 de Maio, rebatendo uma afirmação do recém-empossado secretário de Estado do Desporto, João Paulo Correia, que havia considerado Pinto da Costa uma «referência do desporto nacional».
Outra frase do ano, a 16 de Outubro, veio da boca de Rúben Amorim. No rescaldo imediato da nossa derrota frente ao Varzim que nos pôs fora da Taça de Portugal.
«A culpa não vai morrer solteira», assegurou o treinador do Sporting, desta vez nada sorridente. A declaração funcionou como uma espécie de murro na mesa para mobilizar o grupo de trabalho. E parece ter produzido efeito, pois fechámos 2022 a jogar bem e a somar vitórias. São sempre bem-vindas.
Não há uma sem duas. Em 2022 o Sporting voltou a sagrar-se campeão de Inverno ao conquistar a Taça da Liga, novamente sob a batuta de Rúben Amorim, após ter vencido este título também em 2019, ainda com Marcel Keizer no comando técnico. Quatro triunfos nas últimas três épocas: não é um brilharete, já começa a tornar-se tendência.
Aconteceu a 29 de Janeiro: derrotámos na final o Benfica, sem apelo nem agravo. Foi a desforra perfeita do jogo da vergonha, ocorrido a 21 de Março de 2009, noutra final contra o SLB, roubada ao Sporting por um apitador chamado Lucílio Baptista.
Rúben Amorim tinha avisado: «Vamos apresentar um onze muito forte e para ganhar.»
Cumpriu o que prometeu: vencemos por 2-1, com golos de Gonçalo Inácio e Sarabia. O internacional espanhol, que chegou a Alvalade por empréstimo do PSG, foi a grande figura do desafio, ao assistir de canto o colega da defesa aos 49' e ao rematar com êxito aos 78', fuzilando Vlachodimos após uma espectacular recepção de bola em que demonstrou enorme classe. Confirmando-se como um dos nossos jogadores mais influentes da temporada.
Além da vantagem em golos, as restantes estatísticas desta final confirmaram a nossa superioridade: 61% de posse de bola e 13-2 em remates. Estivemos sempre mais perto do 3-1 (Paulinho mandou uma bola à barra, aos 73') do que o Benfica de empatar.
Recordo o onze titular verde-e-branco neste clássico disputado em Leiria: Adán; Neto, Gonçalo Inácio, Feddal; Esgaio, Palhinha, Matheus Nunes, Matheus Reis; Pedro Gonçalves, Sarabia e Paulinho. Entraram ainda Porro (66') para substituir o amarelado Neto, passando Esgaio para central, Ugarte (85') para render Matheus Nunes, e Tiago Tomás e Nuno Santos (88'), para os lugares de Paulinho e Sarabia.
Quarto título conquistado por Amorim em dois anos ao serviço do nosso emblema. Tenho a certeza de que não foi o último.
Esta foi uma derrota em duas etapas - e, por isso, ainda custou mais. Na Liga dos Campeões, fizemos o mais difícil: após uma vitória brilhante e categórica (0-3) contra o Eintracht em Franfkurt e um triunfo sem discussão (2-0) frente ao Tottenham em Alvalade, tropeçámos perante o adversário que parecia mais fácil. Não uma vez, mas duas. Primeiro lá, depois cá. O Marselha foi a nossa bête noire: a 4 de Outubro, fomos torpeados pela turma francesa (4-1) numa tarde catastrófica, com Adán a naufragar em toda a linha; a 12 de Outubro, caímos em nossa casa, batidos 0-2 pela mesma equipa.
Antes desta ronda, liderávamos o nosso grupo. Depois, caímos para o terceiro lugar. Estivemos a um passo de abandonar a prova milionária: acabámos por aguentar in extremis, após um honroso empate (1-1) em Londres, e voltámos a claudicar no nosso estádio, desta vez contra o Eintracht (1-2) Lá nos safámos, em repescagem para o play off da Champions, mercê de um golo inglês marcado no último dos sete minutos extra do Marselha-Tottenham.
A estrelinha de Rúben Amorim funcionou nesse instante decisivo. Mas não apagou a nossa humilhante derrota em Marselha, personificada em Adán. Foi dele a "assistência" directa para o golo de Alexis Sánchez (13'), uma entrega de bola em zona proibida de que resultou o segundo do Marselha (16') e uma absurda saída dos postes tocando a bola com a mão fora da grande área que lhe valeu o vermelho (23'). Enterrou a equipa nestes dez minutos fatais, forçando a saída de Edwards - que estava a ter bom desempenho num desafio que até começámos a ganhar - e a súbita estreia de Israel, no pior contexto possível.
Na ronda seguinte, no nosso estádio, continuámos a naufragar. Com nova derrota frente ao mesmo adversário e uma exibição desastrosa do onze leonino perante um Marselha que há nove anos não marcava fora na Liga dos Campeões. Foi jogo de sentido único, com o Sporting remetido aos primeiros 30 metros, sem passar dali. Esgaio e Pedro Gonçalves expulsos, Coates a lesionar-se.
Com estas duas derrotas consecutivas na Liga dos Campeões desperdiçámos o acesso a cerca de 5,6 milhões de euros. E sofremos danos reputacionais inaceitáveis. Para esquecer. Ou para lembrar.
Custou, mas algum dia havia de ser. No Verão passado, João Maria Alves Lobo Palhinha Gonçalves disse adeus ao Sporting. Ou, pelo menos, um "até sempre". Já tinha estado para acontecer um ano antes, mas a SAD conseguiu segurá-lo alegando que o jogador só sairia pela cláusula. Para conforto de Rúben Amorim, que o considerava um dos imprescindíveis do nosso plantel.
Desta vez partiu mesmo. Saiu em Julho, para cumprir um sonho já antigo de actuar na Premier League. Rumou ao Fulham e acabou por render aos cofres leoninos bastante menos do que chegara a ser equacionado: apenas 20 milhões de euros, acrescidos de dois milhões por objectivos fáceis de concretizar. Assegurando o Sporting ainda 10% da mais-valia de uma futura transferência do jogador, saído da cantera de Alcochete.
Não foi uma despedida fácil: a ligação de Palhinha aos adeptos e ao próprio clube que o formou era muito forte. Mas, aos 27 anos, tomou a decisão certa: era o momento ideal de dar um salto para o exigente campeonato inglês, principal montra do futebol à escala planetária. Não se tem dado mal por lá: o emblema orientado por Marco Silva está de momento em sétimo na classificação, em igualdade com o Liverpool e a escassos dois pontos do Tottenham.
Para este bom desempenho o seu contributo tem sido inestimável. Ainda há dias, com um golo de cabeça, contribuiu para a segunda vitória da agremiação londrina, cujo desempenho está a exceder todas as expectativas. Ao contrário do Wolverhampton, actual clube de Matheus Nunes, que permanece em penúltimo, com risco de descida. Palhinha, sendo médio defensivo, já leva três golos no futebol inglês. Sempre que marca, o Fulham vence.
Confirma, no fundo, os atributos que havia revelado no Sporting - onde contribuiu para a conquista do campeonato nacional na inesquecível época 2020/2021. Assegura consistência defensiva, acrescenta robustez física ao meio-campo e protagoniza o transporte ofensivo com critério e classe. Com a eficácia de sempre nas recuperações e nos desarmes. Um elemento nuclear nas acções de transição.
Deixou saudades entre os adeptos por cá. Merece toda a sorte do mundo.
Há jogadores assim: chegam aureolados de grandes aquisições, prometem muito em campo mas acabam por oferecer quase nada. Aconteceu em 2022, infelizmente, com Jeremiah Israël St. Juste, defesa direito holandês que desembarcou em Maio, vindo da Alemanha, para colmatar um dos problemas mais prementes do nosso onze titular.
Não foi barato. A SAD leonina comprometeu-se a pagar por ele 9,5 milhões de euros, garantindo-lhe uma ligação contratual de quatro anos e fixando-lhe uma vistosa cláusula de rescisão: 45 milhões.
Faltava contar o outro lado da história. St. Juste tinha um historial de lesões problemático: operado ao ombro direito em Outubro e ao ombro esquerdo em Janeiro, na época 2021/2022 permaneceu cinco meses parado, sem dar o devido contributo ao Mainz, emblema alemão que representava antes de rumar ao Sporting. Ali até ganhara fama de ser o jogador mais rápido da Bundesliga.
Mas continuou desencontrado da sorte nos relvados portugueses. Mal desembarcou, contraiu nova lesão numa das primeiras sessões de treino em Alvalade: entorse traumática no tornozelo direito. Passou ao lado da pré-temporada, sem se integrar na equipa. Em Setembro, já com o campeonato em andamento, nova paragem - desta vez devido a uma mialgia de sobrecarga. Sofreu recaída em Outubro. No final de Novembro, voltou a exigir tratamento, desta vez devido a uma contusão óssea no joelho esquerdo, também num treino.
Balanço: cerca de dois terços do tempo passados no estaleiro leonino. O que sucedeu nos intervalos? Estreou-se como titular contra o Estoril na Amoreira, a 2 de Setembro - e até marcou um golo. Fez o seu primeiro jogo completo de verde e branco a 13 de Novembro, na vitória (1-2) em Famalicão. Primeiro e único até hoje.
O prometido contributo do holandês mal superou o plano das promessas. O nosso central titular a jogar pela direita tem sido um canhoto, Gonçalo Inácio. E já se fala na necessidade urgente de contratarmos outro destro no mercado de Inverno.
Se há jogador que é craque sem margem para dúvida, neste plantel leonino 2022/2023, é o n.º 10. O inglês Marcus Edwards, que o Sporting contratou há quase um ano ao V. Guimarães. Com apenas 24 anos, o extremo esquerdino impôs-se naturalmente como titular da equipa sob o comando de Rúben Amorim, que lhe confia boa parte das tarefas ofensivas do lado direito em incursões da ala para o interior.
Reservado, pouco expansivo e nada falador, este avançado exprime-se da melhor maneira quando tem uma bola nos pés. Sabe tratá-la como poucos na sua posição: exímio na finta, quase imbatível nos confrontos individuais, muito engenhoso na forma como varia a velocidade de jogo e confunde as defesas adversárias com súbitas aceleradelas de olhos fitos na baliza. Gosta de marcar golos e não costuma pedi licença para esse efeito.
Edwards não engana: teve excelente aprendizagem no Tottenham, um dos principais emblemas da Premier League. Fez toda a formação nos spurs e chegou a estrear-se na equipa A, em desafio da Taça da Liga, decorria a temporada 2016/2017. Aposta sem sequência: no Verão de 2019 chegou a Guimarães, onde rapidamente deu nas vistas. Em Janeiro de 2021, a administração leonina pagou 7,5 milhões de euros para contratá-lo e fixou a cláusula de rescisão de 60 milhões. Sabendo que o Tottenham mantém metade do passe do jogador.
Só por miopia do seleccionador Gareth Southgate Edwards não foi chamado ao Mundial do Catar, onde a equipa nacional inglesa caiu nos quartos-de-final. Os números da presente temporada ao serviço do Sporting dizem muito: o ex-vimaranense actuou 1493 minutos em 24 jogos, registando nove golos marcados. Mais seis do que os obtidos em 15 desafios de Leão ao peito na meia-época anterior.
Imprescindível nas competições nacionais, brilhou sobretudo em dois confrontos da nossa equipa para a Liga dos Campeões precisamente contra o clube que o formou. Primeiro no embate em Lisboa (vitória leonina por 2-0), depois em Londres, ao marcar o golo do empate (1-1) que lá fomos arrancar e nos valeu merecidos elogios na imprensa britânica.
No desafio de Alvalade, protagonizou uma jogada excepcional, aos 45'+2, em que parecia imitar Maradona ou Messi ao entrar como faca por manteiga pela defensiva do Tottenham. Lance que só não deu golo (tal como outro, aos 67') devido a magnífica defesa de Lloris.
Edwards tem sido um dos artífices das melhores exibições leoninas: Amorim não esconde que quer mantê-lo pelo menos até ao final da temporada. Resta ver se a administração liderada por Frederico Varandas conseguirá resistir ao crescente assédio ao jogador, que tem contrato até 2026. Por vontade dos adeptos, irá cumpri-lo até ao fim.
O ano que agora terminou foi, sem dúvida, o mais importante na carreira de um jovem muito promissor a que toda a massa adepta leonina passou a estar atenta. É caso para isso: tem muito talento, já deu provas de ser determinado e alimenta o sonho de um dia ser craque no futebol. A bola está do lado dele.
Mateus Gonçalo Espanha Fernandes, algarvio de Olhão, ascendeu em 2022 do escalão jovem à equipa principal. Já com maturidade acima da média para quem tem apenas 18 anos. É uma das apostas de Rúben Amorim para renovar as fileiras leoninas, fiel à imagem de marca do Sporting: há que ter confiança na prata da casa.
Mateus - formado na nossa Academia - é prata, ninguém o nega. E ambiciona ser ouro. Tem condições para isso: médio criativo dotado de boa técnica individual e capacidade de remate, a sua adequada visão de jogo permite-lhe fazer passes à distância com precisão cirúrgica. E não receia os confrontos individuais.
A 22 de Outubro envergou pela primeira vez a verde e branca num desafio entre os "grandes": entrou aos 78' do Sporting-Casa Pia, em noite muito chuvosa que terminou com aplausos nas bancadas. Vencemos 3-1. O caloiro deu sorte à equipa. Foi justo prémio pelo seu meritório trabalho ao serviço da equipa B.
Quatro dias depois, outro marco relevante nesta carreira em construção: a estreia internacional. Logo em Londres, frente ao Tottenham. Em partida de boa memória para nós: fomos lá empatar 1-1. O miúdo algarvio enfrentou em campo uma equipa onde se destacam Harry Kane, Son, Perisic, Romero, Ben Davies e o antigo "leãozinho" Eric Dier.
Finalmente, a 30 de Novembro, outro facto digno de registo: a estreia de Mateus Fernandes a marcar. Aconteceu num desafio da Taça da Liga: goleada em casa frente ao Farense por 6-0. Um dos remates certeiros foi dele - de penálti, sem vacilar. Grande penalidade que conquistara ao ser derrubado em engenhosa incursão na área.
Estavam decorridos 83': foi um momento que jamais esquecerá. É assim que as grandes caminhadas começam a ser construídas: com pequenas etapas. Sem nunca querer dar o passo maior que a perna. Lição do futebol que também serve para a vida.
Nuno Sérgio dos Santos Dias regressa aos 50 anos, por mérito próprio, a esta galeria anual do És a Nossa Fé. Já tinha passado por cá em 2018, numa época traumática para a nação leonina, quando o futsal nos resgatou e compensou de muitas tristezas. Volta agora, novamente pela porta grande, no final de um ano em que esta modalidade com um número crescente de praticantes e adeptos nos encheu uma vez mais de alegria.
O que havia para ganhar a nível interno, ganhámos. Pela segunda época consecutiva.
Em Fevereiro, levantámos bem alta a Taça da Liga ao derrotarmos sem apelo nem contemplações o Benfica por 5-2. Um troféu que foi nosso pela quarta vez.
Em Maio, a Taça de Portugal veio para Alvalade pelo quarto ano seguido. Com triunfo épico por 4-3, na final contra os encarnados - numa das melhores partidas a que já assistimos desta modalidade.
Em Junho, reconquistámos o título de campeões nacionais de futsal. Reconquista consumada em Junho com outra vitória memorável ao Benfica, nosso histórico rival, no Pavilhão João Rocha. Proeza notável: sexto campeonato ganho em sete épocas.
Em Setembro, vencemos a Supertaça da modalidade. Contra o rival de sempre, desta vez com recurso aos pontapés de penálti - em novo jogo empolgante que funcionou como excelente cartaz de promoção da modalidade, no pavilhão de Matosinhos.
Não admira que estes nossos campeões sejam ídolos da jovem massa adepta: Guitta, Alex Merlim, Cardinal, Diego Cavinato, Erick Mendonça, Zicky, Pany Varela, Pauleta, Esteban, Tomás Paçó. Com destaque especial para o nosso capitão João Matos, que em Outubro cumpriu uma bonita marca: o seu 70.º jogo na Liga dos Campeões.
Esforço, dedicação, devoção e glória. É mesmo a palavra glória que associamos ao percurso de Nuno Dias nesta 11.ª época como treinador leonino. Eis o seu palmarés: duas conquistas da Liga dos Campeões, sete campeonatos nacionais, seis Taças de Portugal, sete Supertaças, quatro Taças da Liga e quatro Taças de Honra da AFL.
Em 2022 só nos faltou a Liga dos Campeões: caímos na final, contra o Barcelona, o que nos impediu de reeditar os títulos de 2019 e 2021. Mas não impediu o Sporting de ser proclamado pela primeira vez, logo em Janeiro, o melhor clube de futsal do mundo. Com Guitta melhor guarda-redes, Zicky melhor jogador jovem e - claro - Nuno Dias - melhor treinador da actualidade. O que também aconteceu pela primeira vez a nível planetário, após o segundo lugar alcançado em 2019.
Distinção bem merecida. Para orgulho dele. E de todos nós.
A importância dos jogadores também se mede por isto: alguns tornam-se quase imprescindíveis numa equipa. Aconteceu no Verão passado, quando Matheus Luiz Nunes disse adeus ao Sporting, causando um abalo sísmico na equipa, onde era titular indiscutível.
O luso-brasileiro, que fomos buscar ao Estoril em Janeiro de 2020, subiu a pulso em Alvalade. Campeão nacional na época seguinte, em que alternava no meio-campo com João Mário, conquistou lugar cativo no onze após a partida do campeão europeu, tornando-se num dos mais influentes do grupo de trabalho comandado por Rúben Amorim.
Influente na capacidade técnica, na visão de jogo, no dom de saber colocar a bola em passes longos, no remate de meia-distância, na mestria em acelerar o ritmo da equipa, na destreza como ligava o meio-campo à linha ofensiva.
Atributos que foi desenvolvendo sob a batuta do treinador, que o potenciou da melhor forma. A tal ponto que, em Agosto, Matheus acabou por protagonizar a segunda mais bem paga transferência de que há registo na história do futebol leonino ao sair para o Wolverhampton por 45 milhões de euros, mais 5 milhões por objectivos. Só a saída de Bruno Fernandes para o Manchester United, dois anos e meio antes, nos rendeu mais.
Boa notícia para as finanças do clube, má notícia para a nossa prestação desportiva. Sem Matheus, a equipa caiu muito - até porque esta saída fora antecedida pela partida de Palhinha e Tabata, além de coincidir com a grave lesão de Daniel Bragança. Seguiram-se três meses de fraco desempenho que só agora começa a ser superado.
Guardiola, com aquelas palavras, antecipava de algum modo a saída de Matheus Nunes para a Premier League, onde o luso-brasileiro - agora com 24 anos - foi ganhar um salário cinco vezes superior ao que auferia em Alvalade. Infelizmente, não tem demonstrado por lá o mesmo rendimento desportivo. Também passou discreto pelo Mundial do Catar.
No Sporting era muito mais influente. E sou até capaz de apostar que talvez fosse mais feliz.
Agora que nos aproximamos a passos muito largos do fim do ano, lanço o desafio aos leitores para que apontem o que consideram ter sido o ponto mais positivo e o ponto mais negativo do Sporting em 2022.
Sintam-se à vontade para escolherem o mais e o menos.
Chegou o momento, nesta insólita fase de "pausa para selecções", de questionar os leitores do És a Nossa Fé sobre aquele que consideram ter sido o nosso jogador mais influente e decisivo no primeiro trimestre de 2022 agora prestes a terminar.
Este é o tema que eu mais gosto de debater, como alguns já devem ter percebido. Porque são eles - os jogadores - as verdadeiras estrelas do espectáculo. Nem presidentes nem directores desportivos nem sequer treinadores. E muito menos figuras estranhas ao emblema leonino, incluindo árbitros e comentadores.
Quem quiser, pode mencionar até três jogadores, de preferência por ordem decrescente de importância. Depois faremos o balanço, que também será alvo de escrutínio. Ficando desde já o aviso: este é um debate circunscrito a sportinguistas. Adeptos de outros clubes escusam de aparecer.
Entre os meus anseios (as falsamente ditas "resoluções) para 22 está o de reduzir a atenção à política, algo sempre produtor de fel (recorrentemente aqui demonstrado). E de ser menos assertivo nos resmungos com os governantes socialistas e seus altos quadros público-privados. Pois fazem o que podem. E quantas vezes com boas medidas. E bons discursos.