Estádio da Pedreira, Braga; estádio da Luz, Lisboa.
Jorge Sousa, Fábio Veríssimo.
Artur Jorge vs. Sérgio Conceição; Nélson Veríssimo vs. Rúben Amorim.
Todos estes treinadores vão estar activos na próxima jornada.
Hoje interessa-me falar dessa última jornada da época de 2019/2020, um Sporting que foi impedido de ganhar ou pelo menos de empatar na Luz e um FC Porto que vencia, confortavelmente, na Pedreira, deixou o Braga virar o resultado aos 66 minutos e a partir daí, "ajudado" por Jorge Sousa, nada fez para procurar empatar o encontro.
Há atitudes que não prescrevem, a de Fábio Veríssimo, por exemplo, como escreve José Leirós: "deliberadamente de sola vai ao pé do adversário".
O Benfica devia ter jogado com dez a partir dos 20' mas isso não era interessante para a negociata que Jorge Mendes e Vieira preparavam. Em Braga cozinhava-se outro tipo de negócio, um clube que perde, deliberadamente, um jogo.
Este texto vai servir de enquadramento para aquele que preparo para amanhã; o embate entre os dois vencedores dessa jornada: Nélson Veríssimo e Artur Jorge e outras dois jogos importantes.
Fazendo um balanço factual comparativo da 1ª volta em pontos, vitórias, empates, derrotas e golos marcados e sofridos:
Não está mal, mas convém não esquecer que a época passada foi horribilis. E amanhã jogamos justamente com um dos vários carrascos de 2019/20, o Gil Vicente. Relembro a derrota por 3-1, em Barcelos. Parece já um passado distante, se olharmos para o resultado e para a formação da equipa: Max, Rosier, Ilori (Eduardo), Mathieu, Acuña, Doumbia, B Fernandes, marcador do golo-Wendel (Bolasie), Luiz Phelipe, Jesé (Camacho) e Vieto. No banco estavam ainda Diogo Sousa, Neto, Borja e Miguel Luís. Amanhã há que manter o pé no acelerador até porque a vitória aumentará o fosso em mais 2 pontos para Porto e Braga (e vamos ver se o Famalicão de Silas não faz nenhuma avaria hoje...).
O início da 2ª volta vai ser decisivo para a afirmação da liderança do Sporting. Já percebemos o nevoeiro que aí vem, com fortes ataque de Porto e Benfica, e às vezes daquele rapaz da cidade dos Arcebispos, a propósito de (é mesmo a propósito de quê?) da subalternização a que os votamos na classificação e a proatividade do Conselho de Disciplina da FPF em sede de recurso do recurso. A nossa resposta tem de ser sem apelo nem agravo. Em campo!
Antes do arranque do campeonato nacional de futebol 2020/2021, relembro os prognósticos sobre a prestação do Sporting em cada jornada da Liga anterior feitos no És a Nossa Fé.
É um passatempo que aqui recomeçará, pelo oitavo ano consecutivo, mal soe o apito de saída da próxima Liga.
A vitória, desta vez, coube a uma senhora - o que acontece, isoladamente, pela primeira vez. A feliz contemplada é a nossa prezada colega de blogue CRISTINA TORRÃO, que revelou persistência ao longo da época, sem desfalecimentos e uma intuição digna de louvor. Com pontaria certeira no desfecho de quatro jogos: Sporting-Braga; Sporting-Belenenses SAD, Sporting-Portimonense e Sporting-Aves.
Na segunda posição ficou um quarteto de apostadores. Formado por dois homens cá da casa, o ANTÓNIO DE ALMEIDA e o EDMUNDO GONÇALVES, e os leitores LEÃO DO FUNDÃO e VERDE PROTECTOR, já veteranos nestas lides. O Edmundo foi co-vencedor em 2013/2014 e o caro Leão do Fundão, meu patrício, ganhou isolado na temporada seguinte.
Foi pena que ninguém tenha acertado em 12 dos 34 jogos. Incluindo em três partidas que o Sporting venceu, o que não deixa de ser estranho.
Esperemos que a pontaria se revele ainda mais afinada na Liga 2020/2021. Não apenas a nossa, mas sobretudo a dos nossos jogadores.
Aproveito para recordar que na Liga 2013/2014 houve por cá sete vencedores: Bruno Cardoso, Edmundo Gonçalves, João Paulo Palha, João Torres, José da Xã, Lina Martins e Octávio.
No campeonato 2014/2015, apenas um: Leão do Fundão.
Em jeito de balanço, aqui fica a lista dos jogadores que receberam a menção de melhores em campo no último campeonato, em resultado da soma das classificações atribuídas pelos diários desportivos após cada jornada.
De salientar que Bruno Fernandes liderou as três classificações, pelo terceiro ano consecutivo, mesmo só tendo cumprido de verde-e-branco pouco mais de metade da Liga 2019/2020.
Jovane e Vietto compartilharam desta vez o pódio com o actual jogador do Manchester United, apesar de nenhum deles ter sido também titular absoluto ao longo do campeonato. Na época anterior o segundo e o terceiro posto haviam sido ocupados por Raphinha e Nani.
Quanto aos jogadores que já integravam o plantel do Sporting na temporada 2018/2019, verifica-se o seguinte: Jovane desta vez subiu muito (de 4 para 15 pontos), Wendel subiu ligeiramente (de 1 para 4) e Mathieu registou uma ligeira progressão (de 4 para 6).
Acuña e Luiz Phellype mantiveram a pontuação.
Coates, que ficara excluído há um ano, desta vez recebeu dois pontos.
Em relação aos reforços, e para além de Vietto, merece destaque a boa posição de Plata, sem esquecer que também Bolasie aqui figura, apesar da sua fugaz passagem por Alvalade, onde foi sempre mal-amado. Sporar, que só começou a jogar em Fevereiro, ultrapassa Luiz Phellype à tangente. Rafael Camacho (3 pontos) e Neto (2) não são esquecidos.
No confronto de guarda-redes, Max supera Renan por escassa margem.
Dos jovens da formação leonina lançados por Rúben Amorim na recta final do campeonato, o maior destaque vai para Nuno Mendes, que chegou a ser considerado melhor em campo pelos três diários desportivos. Com entrada directa nos dez mais.
Finalmente, pequenas curiosidades. A Bola entendeu mencionar Joelson, apesar de o extremo ainda júnior ter actuado menos de 45 minutos nesta Liga. Borja e Francisco Geraldes apenas surgem destacados no Record. E O Jogo tem aquela que é talvez a escolha mais polémica da temporada: conseguiu eleger Eduardo Henrique como melhor sportinguista em campo numa partida. Difícil entender porquê.
Bruno Fernandes: 19
Jovane: 15
Vietto: 12
Plata: 8
Acuña: 6
Mathieu: 6
Bolasie: 4
Max: 4
Wendel: 4
Nuno Mendes: 3
Sporar: 3
Rafael Camacho: 3
Renan: 3
Raphinha: 2
Luiz Phellype: 2
Coates: 2
Neto: 2
Joelson: 1
Francisco Geraldes: 1
Eduardo Henrique: 1
A Bola: Bruno Fernandes (7), Jovane (5), Vietto (4), Plata (3), Mathieu (2), Acuña (2), Bolasie, Coates, Renan, Luiz Phellype, Rafael Camacho, Max, Neto, Wendel, Sporar, Joelson, Nuno Mendes.
Record: Bruno Fernandes (7), Jovane (5), Vietto (3), Bolasie (2), Plata (2), Acuña (2), Wendel (2), Renan, Raphinha, Mathieu, Rafael Camacho, Borja, Max, Neto, Sporar, Coates, Francisco Geraldes, Nuno Mendes.
O Jogo: Bruno Fernandes (5), Jovane (5), Vietto (5), Plata (3), Mathieu (3), Max (2), Acuña (2), Renan, Raphinha, Bolasie, Eduardo Henrique, Luiz Phellype, Rafael Camacho, Wendel, Nuno Mendes, Sporar.
Antes do arranque do campeonato nacional de futebol 2018/2019, relembro os meus apontamentos da época passada. Para recordar os jogadores que se evidenciaram mais em cada desafio.
Antes do arranque do campeonato nacional de futebol 2019/2020, relembro os meus apontamentos da época passada. Para recordar os jogadores que se evidenciaram mais em cada desafio.
11 de Agosto (Marítimo, 1 - Sporting, 1): BRUNO FERNANDES
Um clube sem grandes hábitos de vitória, como é infelizmente o Sporting no futebol nas últimas décadas, não pode deixar de aproveitar as falhas dos seus rivais e os momentos em que estão menos bem. Neste século, esta época foi a terceira em que isto aconteceu, depois das de 2001 e 2005. Esses foram os campeonatos mais mal perdidos pelo Sporting de que eu me lembro. Em ambos ficámos incrivelmente em terceiro, com os nossos principais rivais enfraquecidos. Com um pouco mais de paciência, estabilidade e bom planeamento, foram dois títulos que não deveriam ter fugido ao Sporting. E o mesmo se pode dizer nesta época. O FC Porto foi um justo campeão, mas foi o campeão mais fraco dos últimos anos. A campanha europeia não engana. Poucos discordarão que aquela equipa de 2018 que Bruno de Carvalho tanto destratou levando os jogadores a rescindir teria sido tranquilamente campeã este ano. Mesmo se, naturalmente, entretanto alguns jogadores tivessem saído, desde que se tivesse mantido a equipa técnica e o núcleo duro. Convém os sportinguistas terem isto presente. Agora a realidade não foi essa, e não podemos fingir que nada sucedeu. Os acontecimentos do verão de 2018 fragilizaram muito a equipa e o clube. Talvez fosse irrealista exigir um Sporting tão competitivo como aquele de 2018. Mesmo assim, estes foram o Benfica e o FC Porto mais fracos (simultaneamente) da década. Seria exigível que o Sporting estivesse, pelo menos, ao nível destes clubes. Ter tido um Sporting tão longe daqueles dois clubes este ano é inaceitável e só revela incompetência.
O Sporting Clube de Portugal terminou esta época em 4.º lugar do Campeonato, atrás dum clube regional dirigido por um “trolha” mal educado, sem ganhar nenhum troféu, perdendo quase todos os desafios com os 3 primeiros, e o que se pode dizer de mais suave sobre esta época é que foi desastrosa.
Não foi a primeira e não vai ser a última do Sporting. E muitas vezes elas aconteceram depois de épocas de sucesso e de vitórias. Por exemplo, em 73/74 ganhámos Campeonato e Taça, e ficámos por muito pouco fora da final da Liga Europa de então, para logo João Rocha dar cabo daquilo tudo, despedir o grande Mário Lino e ficarmos em 3º lugar com vários treinadores pelo meio sem nada ganhar. Em 81/82 voltámos à dobradinha, para depois o mesmo presidente dar outra vez cabo daquilo tudo, despedir o grande Malcolm Allison, deixar ir Eurico e Inácio, e voltarmos ao 3º lugar. Em 01/02 voltámos à dobradinha com Dias da Cunha para acabar de novo em 3º lugar na época seguinte: dessa vez não foi preciso despedir o treinador, alguém se encarregou de destruir o Jardel. Terceiro lugar esse em que teríamos terminado esta época se o jovem e promissor Matheus Nunes se tivesse alinhado pelo Neto em vez de ter deixado a bota onde deixou, ou se o Uribe não tivesse torcido o joelho quando marcou o golo lá no Porto.
Mas se a última época não nos trouxe outra dobradinha pelo menos trouxe duas taças ganhas ao Porto, aquele mesmo clube que limpou o campeonato deste ano.
Então parece realmente que estamos num clube sem cultura de sucesso, que não sabe agradecer as vitórias e as conquistas quando acontecem, e encontrar nelas motivos para se superar e ir à procura de mais.
Acabámos a época passada a festejar no Jamor, a pôr de joelhos o Porto e reduzir o seu treinador a um imbecil mal-educado. O que fizemos a seguir? Desprezámos o treinador holandês que nos tinha levado lá, andámos a encontrar forma de vender tudo o que mexesse. a começar pela estrela da companhia, e com isso a desestabilizar um balneário que tinha mostrado união e competência. Mesmo com algumas boas ideias e boas intenções pelo meio, nomeadamente ter levado um grupo de jovens talentosos para estágio.
A factura começou na Supertaça, com uma derrota humilhante, e continuou no final do período de transferências, quando um desestabilizado Coates conseguiu cometer três penáltis. O treinador ganhador foi sumariamente despedido para vir o pobre treinador dos sub-23 fazer o seu triste número de losango, e depois vir outro pobre artista sonhador e dado ao improviso, sem unhas para o instrumento. Entretanto lá saiu a estrela da companhia, para logo fazer a diferença num dos grandes clubes do mundo.
Finalmente o instinto de sobrevivência falou mais forte e veio enfim um treinador a sério, que logo fez a diferença em todos os aspectos - técnico/tácticos, evolução de jogadores, lançamento de jovens - mas que não chegou para limpar toda a porcaria que até então tinha sido feita. Com a ironia de ser a única razão para que o clube de Braga acabasse com os mesmos pontos e nos tivesse retirado o terceiro posto.
Chegados aqui, espera-se que a dupla Varandas-Viana consiga aprender com os erros cometidos e dar a volta ao texto. Falo numa dupla, porque ainda ninguém conseguiu perceber onde começa e acaba o protagonismo dum e doutro nas coisas boas e más que têm acontecido. E é isso mesmo que choca e preocupa. Ninguém é responsável, ninguém dá a cara. Amorim sai da Luz como eu saí de ver o jogo, completamente f..., Beto nem vê-lo, Viana em parte incerta, Varandas por algum lado. Ficou Coates a dizer o que tinha de ser dito.
E ouvimos e lemos dum Feddal, dum Adan, dum Porro. Bom podemos dizer que serão três Netos, "carregadores de piano", importantes num plantel. Mas então onde estão os novos pianistas? Os novos Mathieus, Coates, Acuñas, Brunos Fernandes, Nanis e Bas Dosts? Estavam lá quando entraram, não estavam? Dois ainda estão, espero que não se lembrem de os despachar.
Apesar disso, a solução não está em destituir quem lá está para entrar outro palerma (ou o que lhe quisermos chamar) qualquer. Também não está com certeza na venda da SAD a algum investidor russo ou chinês, ou no regresso do alucinado ex-presidente para tentar fazer o que nunca conseguiu.
O problema está em encontrar os meios e as condições para recuperarmos o lugar que é nosso, um dos três grandes clubes de Portugal, lutarmos pelo título e voltarmos à Champions.
1. Em termos futebolísticos a época 2019/2020 acabou por não correr assim tão mal. Tendo-se conseguido obter mais 6 pontos do que o surpreendente Famalicão (e 5 do que o já veterano Rio Ave), conseguiu-se um até inesperado quarto lugar. Este possibilita mesmo a hipótese de um apuramento para as competições europeias do próximo ano, o que, a concretizar-se, terá efeitos económicos positivos directos (subsídios, bilheteiras, publicidades) e indirectos (hipotéticas valorizações das licenças profissionais dos jogadores). E alegrará a massa adepta, bem como animará o plantel.
2. Em termos de preparação do próximo ano também me parece que as coisas acabaram por correr bem, qual serendipidade. Nos últimos cinco jogos deste tão estranho campeonato, com jogos sem público, o clube empatou dois - com o forte Moreirense e com o aflito mas tão simpático Vitória de Setúbal (meu segundo clube, que muito espero que se safe hoje da descida de divisão) -, e perdeu os dois "clássicos". Esta inesperada constatação de que o treinador Ruben Amorim afinal não é divino é muito bem-vinda. Pois talvez permita acalmar as hostes sportinguistas, esfriando cabeças e amornando teclas. Assim impedindo que desbragadas expectativas envenenem a próxima época.
O Sporting foi o 4º classificado, com esforço, e para o ano será candidato às competições europeias. Partimos com vantagem para isso: o Rio Ave deixará de ser treinado pelo excelente Carlos Carvalhal, o Braga e o Vitória de Guimarães também mudarão de treinador. E as peculiares características do futebol do Famalicão, plataforma giratória ao serviço de uma empresa de comercialização de licenças desportivas, deixa presumir alguma irregularidade qualitativa na constituição dos seus plantéis futebolísticos. Ou seja, a priori, o Sporting parte com alguma vantagem sobre os mais directos concorrentes, pois mantém a sua equipa técnica. Se houver competência nos sempre necessários ajustes do plantel isso será ainda mais real.
O Sporting é sempre prejudicado pela malvadez alheia ? Talvez. Mas colocar os túbaros de molho é capaz de ser mais útil. Para que se pense o 2020/2021. E para que nos deixemos - ou seja, que se deixe o clube - de artimanhas.
Foi no dia 19 de Janeiro de 1973, eu tinha quatro anos e tal e perguntei ao meu avô Jacinto: "amanhã vai caçar o leão para Rio Maior" (na altura as crianças não tuteavam os avós, outro século).
O meu avô, só muito mais tarde o soube, nunca foi caçador, tinha uma "flóber" [anos mais tarde a professora Ivone que me apoiava/ensinava nas aulas da telescola (da outra, a preto e branco) disse-me que era uma palavra francesa que se escrevia flaubert] pois sim, para mim será será sempre a "flóber" do meu avô Jacinto, nisto sou dogmático, sou como aquelas pessoas que se opõem ao acordo ortográfico, "no meu tempo não havia gloco".
Ora bem, o meu avô que tinha uma "flóber" para espantar a passarada que tentava abicar o sustento de quatro filhos e duas filhas, não foi para Rio Maior disparar contra o leão, no entanto, amanhã serão muitos a fazê-lo.
Dum lado da barricada os conservadores, os legitimistas, aqueles que acham que um presidente é eleito e enquanto não violar os estatutos, enquanto não tiver indícios de demência, continua a ser o presidente até às próximas eleições, são os Sportinguistas; do outro lado, amanhã, estarão todos os outros, os benfiquistas, pretendem derrotar o adversário em campo, os portistas, nada têm a perder, podem ganhar algo, a notícia da contratação de Bruno Wilson não apareceu por acaso, os braguistas, legitimamente, pretendem chegar ao terceiro lugar, vão jogar tudo dentro e fora do campo (já falei do Bruno Wilson?) e todas as outras falanges, claques, cliques e assim que se dizem "sportinguistas" mas que na verdade são anti-presidente do Sporting; "há presidente, sou contra", como diria Marx.
Amanhã, temos de ser todos Sportinguistas sem aspas, todos juntos a levarmos o Sporting à vitória, à conquista do terceiro lugar, pode parecer pouco, infelizmente, é o que alguns de nós queremos alcançar (outros nem por isso).
Devia existir alguma coisa positiva que se pudesse destacar nesta época que acaba amanhã.
Mas não encontro nada de significativo: o prazer de ainda ter visto Bruno Fernandes com a nossa camisola vestida, alguns bons jogos (com o Portimonense para a Taça da Liga e com o PSV e Basaksehir - que se sagrou campeão turco - para a Liga Europa) e o recente aparecimento de novos jogadores na equipa principal, dos quais destaco Nuno Mendes.
Os maiores erros foram cometidos no final de Agosto e início de Setembro, no fecho do mercado, com a incapacidade de encontrar um substituto para Bas Dost, a vinda de Jesé e de Fernando e a dispensa de Keizer. Recordando que a 31 de Agosto, a cinco minutos do fim do jogo com o Rio Ave em casa, éramos líderes do campeonato.
Mas a seguir à dispensa de Keizer, a cereja no topo do bolo foi a entrega do leme da equipa principal durante quase um mês a Leonel Pontes, que na época anterior tinha descido o Jumilla na 2.ª divisão B espanhola - na prática uma 3.ª divisão. No final de Setembro estávamos de rastos e, viesse quem viesse, o desastre era inevitável.
Em típicos exageros, o início de Rúben Amorim fez com que alguns começassem a pensar em lutar pelo título na próxima época e os últimos dois jogos levaram outros (ou os mesmos) a duvidar se conseguiremos sequer ficar em lugares europeus. Eu, que não sou crente, rezo para que Frederico Varandas e Hugo Viana tenham aprendido com os erros e que a próxima época seja mais bem preparada do que esta. Não é difícil.
A época acaba com o mesmo adversário com que começou. Também não será difícil fazer melhor do que no primeiro jogo. E que ao menos possamos garantir a entrada directa na Liga Europa.
Texto do leitor Luís Ferreira, publicado originalmente aqui.
Bruno Fernandes inconsolável, no momento da derrota em Alverca
Esta é uma época falhada, a vários níveis.
Falhada a nível da gestão desportiva, com uma calamitosa pré-época, condicionada desde o primeiro instante pela iminente transferência de Bruno Fernandes, afinal não concretizada no mercado de Verão.
Para "manter" o então capitão leonino foram despachados três jogadores: Bas Dost, Raphinha e Thierry Correia. E logo a equipa que vencera dois troféus (Taça de Portugal e Taça da Liga) começou a jogar coxa: o goleador holandês cedeu palco a Luiz Phellype, Raphinha abriu terreno a Plata, Thierry foi rendido por um tal Rosier, entretanto posto fora de combate. No apeadeiro de Alvalade desembarcaram outros, sem a menor qualidade para o Sporting: Eduardo, Jesé, Bolasie, Fernando. O último era tão mau que nem chegou a calçar.
Afinal, no mercado de Inverno, perdemos também Bruno, o que invalidou toda a lógica anterior. Representou o nosso maior encaixe financeiro de sempre, escassas semanas antes da paralisação geral forçada pela pandemia, mas causou um rombo desportivo no futebol leonino até agora irreparável.
Falhada também ao nível dos resultados, com dois instantes calamitosos: a goleada sofrida a 4 de Agosto frente ao nosso mais velho rival, na Supertaça, que custou o lugar a Marcel Keizer, e a humilhante eliminação, a 18 de Outubro, na Taça de Portugal perante o Alverca (equipa do terceiro escalão do futebol pátrio), que logo ditaria o fim de Silas em Alvalade. Ainda mais meteórica foi a passagem do fugaz Leonel Pontes pelo comando técnico da equipa, entre Keizer e Silas. Muito mais surpreendente (e dispendiosa) foi a chegada de Rúben Amorim, no início de Março.
Com tanta rotação no banco dos treinadores, confirmando o Sporting como uma espécie de cemitério desta classe profissional, valeu-nos apesar de tudo ter em campo dois talentos fora-de-série: Bruno (até ao fim de Janeiro) e Mathieu (prematuramente retirado por lesão, em 24 de Junho). Ambos foram disfarçando como puderam as gritantes lacunas no plantel.
- 5 de Janeiro, com Silas: queda aos pés do FC Porto, ao perdermos por 1-2 no nosso próprio estádio para o campeonato, algo que há 11 épocas não sucedia com este adversário.
Vamos ser realistas. A derrota de ontem no Porto, apesar de amarga como todas as derrotas, pode considerar-se normal. Jogámos com uma equipa de um outro campeonato, aspirante ao título e até resistimos mais que outras equipas que connosco rivalizam por um lugar na Liga Europa. Também é verdade que outras que lutam para não descer, deram muito mais trabalho ao FCPorto, mas isso é normalmente atípico, os jogadores terem brio e vontade de ganhar. Os nossos ontem tiveram essa enorme vontade de ganhar durante... um minuto, curiosamente o primeiro.
Temos a triste sina de jogar sempre com menos um (às vezes contra 14 o que agrava mais as coisas). Ontem o que costuma desiquilibrar esteve ao nível do jogo anterior e terá ficado nos Carvalhos, não fosse algum andrade louco nas festividades da conquista do título sarapintar-lhe o cabelo de louro. Ah, já tem? Desculpa, Jovane...
E damos por nós, todos, a desejar que o Braga perca seja lá com quem porque é, hoje por hoje, o nosso maior "inimigo".
Claro que isto não é apenas culpa de Frederico Varandas, as coisas já têm anos, o espírito conformista tão característico do sportinguista que se traveste no "perder ou ganhar é desporto", demonstrando depois uma superioridade moral que sendo real e que nos deve orgulhar, não chega para ganhar campeonatos, que é o que nos faz a todos entusiasmar.
Não começa em Frederico Varandas, mas terá que acabar com Frederico Varandas! Não fisicamente, que aqui não se fazem linchamentos populares, mas acabar com a presidência de Frederico Varandas é imperioso! Deixemo-nos de paninhos quentes, quem não conseguiu fazer nada de jeito, antes pelo contrário e conduziu o clube para um ponto de onde muito dificilmente retornará a breve prazo (temos que ir-nos preparando para esta dura realidade), vendendo todas as jóias da coroa e contratando nulidades, paus de sebo e até, coisa nunca vista, um fantasma, dificilmente arrepiará caminho e fará melhor. E até pode ter vontade, mas já demonstrou que é incompetente para o exercício do cargo! Urge, enquanto não descemos a linha que já é ténue entre nós e Braga e Rio Ave e... Famalicão e Guimarães, que refletamos bem no que queremos para o clube: A continuação de Frederico Varandas e do valete (ou ás de trunfo!) Rogério Alves (os outros pouco contam, apesar de Zenha perceber de excel), ou que venha alguém preparado para o desafio, com conhecimento na área de gestão empresarial, que tenha noções do que é básico no jogo e nos seus meandros e que se saiba rodear de gente capaz, honesta e empenhada, de modo a manter o clube e a SAD financeiramente viáveis e em consequência disso que construa uma equipe que nos orgulhe? E que ganhe!
Temos hoje um grupo de miúdos muito promissores, alguns emprestados que deverão obrigatoriamente regressar, mas iremos confiar em Frederico Varandas e Hugo Viana para irem ao mercado à procura da qualidade e experiência que terá que complementar esta juventude? Não, por mim, definitivamente não! Lá diz o povo e com toda a razão, que quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita.
Batemos esta época vários recordes negativos e ontem lá apareceu mais um: O maior número de derrotas numa só época. E ainda nos falta ir à Luz. Ainda não acabou o pesadelo.
Uma mensagem que talvez não devesse ter divulgado. Nestas coisas ou se fala com clareza ou mais vale manter o silêncio. As entrelinhas não esclarecem quem lê nem valorizam quem escreve.
Leonel Pontes contaria com tudo menos isto quando há quase um ano veio treinar os sub-23 do Sporting, a convite de Varandas, após alguns anos de experiência no futebol estrangeiro. Deu indicações iniciais positivas naquelas funções, mas cometeu o erro de aceitar um desafio suplementar numa péssima ocasião: o presidente leonino apostou nele quando decidiu despedir Marcel Keizer, o holandês que designara como sucessor de José Peseiro - e que, convém lembrar, em Alvalade conquistou duas taças em apenas sete meses.
Tudo isto assentou numa escalada de equívocos que consolidou a má fama do Sporting como cemitério de treinadores: a precipitada saída de Peseiro quando não havia sequer alternativa para o dia seguinte, a contratação de um estrangeiro desconhecido, o afastamento de Keizer já com a época em curso e a proposta lançada a Pontes para pegar na equipa principal numa «missão sem prazo», como na altura declarou o presidente.
O técnico recém-promovido dos sub-23 não era o homem certo para o lugar, como rapidamente se viu. Esteve ao leme do onze principal em quatro jogos oficiais, com registo negativo: um empate e três derrotas -- uma delas, aliás tangencial, contra o PSV para a Liga Europa em partida disputada na Holanda.
A expressão «sem prazo», no caso dele, significava um mês. Até chegar Silas, que também não aqueceu o lugar. Pontes regressou então aos sub-23, com percurso interrompido pela pandemia. Somou 31 jogos oficiais, com balanço pouco memorável: 14 vitórias, cinco empates e 12 derrotas. A equipa seguia em terceiro na Liga Revelação, a cinco pontos do líder Rio Ave, quando a prova foi interrompida. Agora virá outro treinador, aguardando-se igualmente alguém de novo para orientar a equipa B.
Vale a pena meditar nesta sucessão de trapalhadas para se concluir que no futebol profissional é pouco avisado embarcar em experimentalismos. Neste aspecto, a época 2019/2020 tem fornecido ao Sporting abundante matéria de reflexão. Como exemplo do que não deve ser feito, em consecutivas acumulações de erros.
Leio agora no Record que a saída de Pontes se deve à «degradação da relação entre o técnico e a direcção desportiva» do Sporting. Não é grande novidade. Seria bom, aliás, que esta direcção desportiva não se tornasse - ela também - num foco de instabilidade. Que pode garantir emoção em sessões contínuas a quem vê de fora, mas não é nada gratificante para todos nós, os que estamos dentro.
Quando Frederico Varandas é eleito Presidente do Sporting Clube de Portugal, já o plantel da época 18/19 estava fechado e preparado por Sousa Cintra. Se retiramos os erros de gestão do ex-Presidente leonino, com dispensas ridículas e com outras trapalhadas, nomeadamente no processo das rescisões, a época do futebol profissional foi muito razoável. Frederico herdou, por isso, uma equipa minimamente competitiva. No entanto, desde a primeira hora, apontou o seu foco para a época seguinte (19/20).
Foi-nos prometida uma temporada de sucesso, pensada ao mais ínfimo pormenor. Infelizmente, apesar de previsível, Frederico Varandas não conseguiu honrar a sua palavra, e a equipa principal do clube está a fazer uma das mais desastrosas épocas da sua história. Se não fosse a COVID-19, a época teria acabado ontem, o que significaria que daqui a dois meses estaríamos a começar um novo campeonato. No entanto, na melhor das hipóteses, a época 2020/2021 só se iniciará em finais de Setembro/inícios de Outubro, ou seja daqui a quatro ou cinco meses. Frederico tem, por isso, ainda mais tempo de trabalho. Não se comreenderá que um presidente, que teve 19 meses para preparar duas épocas, não consiga montar uma única equipa competitiva. A invasão de Alcochete não poderá ser a desculpa eterna para disfarçar a incompetência.
Tempos de preparação de época:
Época 19/20 – de Setembro 2018 a Agosto 2019 (11 meses) Época 20/21 – de Fevereiro 2020 a Outubro 2020 (8 meses)
A propósito de João Palhinha, António de Almeida reafirmava, no dia de ontem, a sua posição face ao desempenho da actual Direcção, da qual comungo plenamente:
«Frederico Varandas não pode continuar autista, ou percebe os sócios, ou tem de sair. Pela minha parte, não lhe quero dar mais benefício da dúvida, já lhe demos tempo mais que suficiente, ou mudamos de rumo, ou mudamos de presidente.»
Temo, contudo, que enquanto socialmente procuramos um novo equilíbrio no meio do caos trazido pelo coronavírus, a urgência que encontro (amos?) no esclarecimento da posição dos sócios, se esbata fatalmente. Estaremos, no Sporting, em paz? No rumo certo?
Há um rumo, sugerido por Tomás Froes, em artigo de opinião publicado no jornal Record que defende, aberta e frontalmente, a venda da SAD:
«Um caminho que se deverá iniciar com a venda da maioria do capital da SAD a um grupo de investidores, nacionais, que o deverão fazer por paixão clubística e simultaneamente como acionistas e gestores de um negócio que exige investimento (alto), competência (muita) e ADN (‘cheiro’ a futebol). Com um modelo de governance que deverá ser liderado por profissionais com elevado grau de experiência no futebol profissional. Sem olhar a nacionalidades ou preferências clubísticas, mas apenas e só aos seus CV e competência. Com um plano de investimento focado em talento, competência e profissionalismo, neste caso fora e dentro das quatro linhas. E com um plano financeiro que deverá estar comprometido com um plano estratégico a cinco anos e sustentado em três eixos. Portugal, formar! Europa, competir! Mundo, projetar.»
Há quem - para sempre parte desta casa - se oponha à venda da maioria da SAD, falo-vos de Pedro Azevedo que, de resto, já se assumiu disponível para encabeçar lista em futuras eleições para os órgãos sociais do Sporting Clube de Portugal.
«Simplesmente, sou frontalmente contra a perda de maioria da SAD por parte do Sporting. Desde logo porque seria um atestado de menoridade a todos os sócios do clube, também porque o Sporting que me deram a conhecer não é esse nem essa era a filosofia dos fundadores do clube, finalmente porque a simples mudança de mãos da gestão não significaria à partida a garantia de qualquer melhoria. Aliás, o que provocaria certamente seria maior endividamento e , caso a política desportiva continuasse no seu percurso de Titanic, seria o naufrágio total. E depois? Pedia-se ao Estado para nacionalizar o Sporting?»
Há, quero eu crer, quem mais no universo de adeptos, simpatizantes e sócios do Sporting Clube de Portugal, esteja disponível para constituir alternativa e sinta premência em agir.
Enquanto procuramos um novo equilíbrio no meio do caos trazido pelo coronavírus, há quem, muito legitimamente, use os instrumentos ao seu dispor para demarcar território. É neste espírito, que vos peço, Sportinguistas, que reflictam de forma fundamentada e que se posicionem. Muito para além desta caixa de comentários. No espaço cibernético de jornais desportivos. Em telefonemas para os Sportinguistas que reconheçam como alternativas válidas, às aqui enunciadas (projectos e pessoas). Para aquele jornalista realmente amigo, disponível para dar voz mediática à alternativa Pedro Azevedo. Através do envio de e-mail para os jornais desportivos, na qualidade daquilo que são, leitores atentos e interessados em ver consideradas todas as propostas apresentadas a favor do Sporting Clube de Portugal. Chamem-se os proponentes Pedro Azevedo ou John Doe.
Não sei se os sócios decidirão ser tempo de PAz. Sinto, contudo, que a aparente paz que se vive, está podre.
O Sporting? Pela parte que me toca, estará de pedra e cal.
O recuar final? Absolutamente estratégico, acreditem. Típico leoa sabida: marco posição e, logo de seguida, deixo-te acreditar que quem manda, és tu, querido.
«Esta agora considerada e chamada retoma da época futebolística é insensata, injusta, assimétrica e populista. Insensata, porque vai decorrer com tais restrições que é tudo menos o futebol que sempre existiu: treinos multicondicionados, jogos à porta fechada, restrição de campos seleccionados, riscos de aglomeração fora dos estádios, etc. Clamorosamente injusta, porque a falsa rentrée favorece uns poucos em detrimento de todos os outros. (...) Assimétrica, não em função das questões desportivas, mas do todo poderoso dinheiro, com tomada de decisões diferentes para situações desportivas idênticas. Populista, porque é a cedência à excepção por medida, fortemente impulsionada pela simpatia política de dar "coisas boas" ao povo (...).»
CASOS SIMILARES, DECISÕES DIFERENTES
«É incompreensível que os desportos colectivos tenham sido dados como concluídos e o futebol não. Bem sei que parte deles - hóquei, andebol, basquetebol, futsal, voleibol - se realizam em recintos fechados, mas nestes casos também seriam à porta fechada. Alguns, por exemplo, como o voleibol até nem têm contacto físico. E há ainda o râguebi ao ar livre, também suspenso, não se compreendendo como é que para casos similares se decide tão diferentemente.»
PROFISSIONAIS DE PRIMEIRA E DE SEGUNDA
«Mas a assimetria não é só com outros desportos associativos. É, igualmente, dentro do omnipresente futebol. A FPF decidiu - e bem - dar por terminadas todas as provas, ou seja, o chamado Campeonato de Portugal (3.º escalão), todos os escalões não seniores e o futebol feminino. Agora a Liga resolve dar por concluído o campeonato da 2.ª divisão (desculpem-me, mas nunca sei dizer as novas designações). Mas porquê? Percebo que haja menos condições logísticas para prevenir contaminações, mas, pelos vistos, a decisão foi tomada de chofre, sem se dar uma cabal e completa justificação. Reconhece-se assim que há profissionais de primeira e de segunda, clubes grandes, pequenos e miseráveis.»
BATOTA ANTI-REGULAMENTAR
«Tenho lido que se estão a avaliar os campos elegíveis para este torneio, sendo que uma das hipóteses é apenas a de considerar os estádios do Europeu 2004 (dos oito, quatro - Coimbra, Aveiro, Leiria e Algarve - não têm clubes na 1.ª Divisão...) Ora se assim for, estamos perante uma distorção da prova e das regras regulamentares do campeonato. Uma batota apriorística e anti-regulamentar. Ou seja, o conceito de jogar em casa ou jogar fora estará posto em causa, pelo que não há ligação com as 24 jornadas já realizadas. Assim se desvirtuará a verdade desportiva regulamentar. (...) Que grande confusão e contorcionismo para se concluir um agora nado-morto.»
Excertos de um artigo de opinião de António Bagão Félix ontem publicado no jornal A Bola. Os subtítulos são da minha responsabilidade.
{ Blogue fundado em 2012. }
Siga o blog por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.