Quando Frederico Varandas é eleito Presidente do Sporting Clube de Portugal, já o plantel da época 18/19 estava fechado e preparado por Sousa Cintra. Se retiramos os erros de gestão do ex-Presidente leonino, com dispensas ridículas e com outras trapalhadas, nomeadamente no processo das rescisões, a época do futebol profissional foi muito razoável. Frederico herdou, por isso, uma equipa minimamente competitiva. No entanto, desde a primeira hora, apontou o seu foco para a época seguinte (19/20).
Foi-nos prometida uma temporada de sucesso, pensada ao mais ínfimo pormenor. Infelizmente, apesar de previsível, Frederico Varandas não conseguiu honrar a sua palavra, e a equipa principal do clube está a fazer uma das mais desastrosas épocas da sua história. Se não fosse a COVID-19, a época teria acabado ontem, o que significaria que daqui a dois meses estaríamos a começar um novo campeonato. No entanto, na melhor das hipóteses, a época 2020/2021 só se iniciará em finais de Setembro/inícios de Outubro, ou seja daqui a quatro ou cinco meses. Frederico tem, por isso, ainda mais tempo de trabalho. Não se comreenderá que um presidente, que teve 19 meses para preparar duas épocas, não consiga montar uma única equipa competitiva. A invasão de Alcochete não poderá ser a desculpa eterna para disfarçar a incompetência.
Tempos de preparação de época:
Época 19/20 – de Setembro 2018 a Agosto 2019 (11 meses) Época 20/21 – de Fevereiro 2020 a Outubro 2020 (8 meses)
Antes do arranque do campeonato nacional de futebol 2019/2020, relembro os prognósticos sobre a prestação do Sporting em cada jornada da Liga anterior feitos aqui no És a Nossa Fé.
É um passatempo que aqui recomeçará, pelo sexto ano consecutivo, mal soe o apito de saída da próxima Liga.
Registou-se um vencedor, que cumprimento efusivamente pela pontaria tão certeira: o nosso leitor LUÍS FERREIRA, que se destacou com cinco palpites correctos. No Sporting-Feirense, no Sporting-Marítimo, no Sporting-Chaves, no Sporting-Belenenses SAD e no Sporting-Rio Ave.
Outra palavra de saudação especial aos leitores ÂNGELO (Sporting-Marítimo, Sporting-Moreirense e V. Setúbal-Sporting), CAL (Sporting-V. Setúbal, Sporting-Marítimo e Feirense-Sporting), FMJC (Moreirense-Sporting, V. Setúbal-Sporting e Sporting-Marítimo) e VERDE PROTECTOR(Rio Ave-Sporting, Sporting-Portimonense e Sporting-V. Guimarães). Todos com três vaticínios que se confirmaram acertados.
Dos meus estimados colegas de blogue, destacou-se o ANTÓNIO DE ALMEIDA, com quatro palpites correctos (Moreirense-Sporting, Sporting-Marítimo, Feirense-Sporting e Aves-Sporting. Com dois, o JOSÉ DA XÃ (Sporting-Marítimo e Sporting-Rio Ave), o LUÍS LISBOA(Rio Ave-Sporting e Boavista-Sporting) e o RICARDO ROQUE(Chaves-Sporting e Aves-Sporting).
Foi pena que ninguém tenha acertado em 14 dos 34 jogos.
Esperemos que no campeonato 2019/2020 a pontaria se revele ainda mais afinada. Não apenas a nossa, mas sobretudo a dos nossos jogadores.
Aproveito para recordar que na Liga 2013/2014 houve por cá sete vencedores: Bruno Cardoso, Edmundo Gonçalves, João Paulo Palha, João Torres, José da Xã, Lina Martins e Octávio.
No campeonato 2014/2015, apenas um: Leão do Fundão.
Em jeito de balanço, aqui fica a lista dos jogadores que receberam a menção de melhores em campo no último campeonato pela soma das classificações atribuídas pelos diários desportivos após cada jornada.
De salientar que Bruno Fernandes lidera as três classificações, largamente destacado, enquanto Raphinha e Nani compartilham os três pódios. Vale a pena salientar que o ex-capitão leonino jogou pouco mais de meia época, tendo mesmo assim garantido lugar entre os três primeiros.
Entre as subidas, em comparação com a temporada anterior, regista-ss uma progressão: Acuña sobe de 1 para 6 votos. Inversamente, Bas Dost (líder destacado em 2016/2017 e segundo em 2017/2018) cai para a sexta posição, baixando de 18 para apenas 5 votos.
Em relação aos reforços de Inverno, só Luiz Phellype marca posição neste quadro, valorizado com a inclusão de Jovane e Miguel Luís, jogadores oriundos da formação leonina. Desta vez Coates ficou ausente.
Só a A Bola destacou Miguel Luís. E apenas O Jogo fez alusão a Wendel e Diaby. Vale a pena ainda sublinhar a boa posição de Renan, com apenas menos dois votos do que os obtidos por Rui Patrício na temporada anterior.
Bruno Fernandes: 41
Raphinha: 16
Nani: 11
Renan: 7
Acuña: 6
Bas Dost: 5
Mathieu: 4
Jovane: 4
Salin: 3
Luiz Phellype: 2
Miguel Luís: 1
Diaby: 1
Wendel: 1
A Bola: Bruno Fernandes (15), Nani (4), Raphinha (4), Acuña (3), Renan (3), Bas Dost, Salin, Jovane, Miguel Luís, Mathieu.
Record: Bruno Fernandes (15), Raphinha (6), Nani (4), Acuña (2), Renan (2), Bas Dost, Salin, Jovane, Mathieu, Luiz Phellype.
O Jogo: Bruno Fernandes (11), Raphinha (6), Nani (3), Bas Dost (3), Jovane (2), Renan (2), Mathieu (2), Salin, Diaby, Acuña, Wendel, Luiz Phellype.
Antes do arranque do campeonato nacional de futebol 2018/2019, relembro os meus apontamentos da época passada. Para recordar os jogadores que se evidenciaram mais em cada desafio.
19 de Janeiro (Sporting, 2 - Moreirense, 1): ACUÑA
Antes do arranque do campeonato nacional de futebol 2018/2019, relembro os meus apontamentos da época passada. Para recordar os jogadores que se evidenciaram mais em cada desafio.
12 de Agosto (Moreirense, 1 - Sporting, 3): BRUNO FERNANDES
Uma equipa de futebol não se faz apenas de técnicas e tácticas, faz-se também de lideranças reconhecidas e aceites, no banco e no balneário. Na confusão que foi o início da temporada passada, e na tentativa de conseguir o regresso dos fugitivos e ir repescar símbolos do clube que pudessem obviar à esperada contestação das claques e adeptos, Sousa Cintra arranjou dois galos para o mesmo poleiro, Nani e Bruno Fernandes, o de ídolo da bancada, capitão e líder duma equipa heterógenea no que respeita a origens, vencimentos, e entendimentos. Um que tinha lá estado três anos antes e entretanto saído, outro que tinha vindo no ano anterior, quase dez anos a separá-los, sem grande passado futebolístico comum. Ou seja, tinha tudo para correr mal.
Dentro do campo também a harmonia não era perfeita, a tendência para Nani procurar espaços anteriores e temporizar o jogo chocava com a tendência de Bruno Fernandes para esticá-lo e solicitar a profundidade.
O certo é que Nani começou melhor a temporada que Bruno Fernandes, depois foram-se equivalendo, a páginas tantas Nani teve uma "boca" evitável sobre o Bruno, até que aos 43 minutos do dérbi caseiro da 20.ª jornada, Nani inflectiu, temporizou, passou e Bruno rematou e marcou, reduzindo a desvantagem para 1-2 numa brilhante jogada conjunta. Depois veio o intervalo, o que se passou na cabina não sabemos, Nani não voltou e dias depois soubemos da sua saída e da de Montero (com certeza um grande apoio de Nani no balneário, as famílias de Montero e Nani davam-se muito bem).
O certo é que depois disso o Sporting foi ganhando uma nova forma de estar em campo, mais objectiva e produtiva, e Bruno Fernandes explodiu, levou a equipa às costas e quebrou records.
E se muito Bruno Fernandes agradeceu a mudança, do que se sabe Nani e Montero encontraram lugares excelentes para os últimos anos das respectivas carreiras, Montero no Canadá, Nani em Orlando, USA, este ao ponto de ganhar o direito de figurar na "Wall of Fame" da época da respectiva Liga. Curiosamente também, Montero vem agora lembrar Bruno Fernandes por um penálti que marcou. Escreveu: "Amigo Bruno Fernandes, obrigado pelas aulas. Estou a pô-las em prática."
Concluindo, se calhar a saída amigável de Nani e Montero, ao contrário do que Sousa Cintra vem agora afirmar e do que foram martelando incessantemente os ressabiados brunistas, foi mesmo o Ovo de Colombo (Colombo descobriu a América, a América resolveu o nosso problema) do sucesso relativo desta temporada que culminou com a tarde de glória do Jamor e da reforma "dourada" dos nossos estimados Nani e Montero.
PS: Melhores em campo, jornada a jornada, sendo que o tal Sporting-Benfica foi na jornada 20:
1 Bruno Fernandes 2 Mathieu, Nani 3 Salin 4 Jovane 5 Salin, Raphinha 6 Montero, Raphinha, Jovane 7 Nani 8 Nani 9 Acuña 10 Bas Dost 11 Bruno Fernandes 12 Bruno Fernandes, Bas Dost 13 Bruno Fernandes 14 Renan 15 Miguel Luís 16 Raphinha 17 Mathieu 18 Acuña 19 Bruno Fernandes, Bas Dost 20 Bruno Fernandes 21 Bruno Fernandes 22 Bruno Fernandes 23 Bruno Fernandes 24 Bruno Fernandes 25 Bruno Fernandes 26 Raphinha 27 Bruno Fernandes 28 Bruno Fernandes 29 Bruno Fernandes 30 Acuña 31 Raphinha 32 Bruno Fernandes 33 Bruno Fernandes, Mathieu, Acuña 34 Renan
O balanço já pode ser feito: esta foi a melhor época do futebol leonino desde 2002. Dois troféus ganhos em competição - e ainda a hipótese de sacarmos a Supertaça aos lampiões.
Perguntei há dias aos nossos leitores quais foram os jogadores que terão sido mais valorizados desde a chegada de Marcel Keizer ao Sporting. Houve muitas e variadas respostas: registei todas com agrado.
Chegou o momento de revelar que jogadores foram esses. Fica a tabela com as pontuações obtidas, sabendo-se que os leitores podiam mencionar quantos entendessem.
Wendel 16
Luiz Phellype 12
Bruno Fernandes 9
Renan 7
Gudelj 6
Raphinha 5
Acuña 4
Diaby 4
Ristvoski 3
Borja 2
Idrissa 2
Coates 1
Mathieu 1
Principal omissão, também com algum significado: Bas Dost.
Outros jogadores que não mereceram referência alguma dos leitores: Salin, Bruno Gaspar, André Pinto, Jefferson, Petrovic, Miguel Luís, Francisco Geraldes e Jovane. Por terem sido pouco utilizados ou terem ficado aquém das expectativas.
Há ainda o caso específico de Battaglia, que se lesionou gravemente no início da época e não chegou a actuar às ordens do técnico holandês.
Tivessemos nós ido à Luz, ontem, com um sector defensivo e talvez tivéssemos ganho o jogo.
Mas também podíamos ter levado o sector ofensivo e talvez conseguíssemos trazer de lá uma vitória.
Bom, podíamos também ter levado o meio-campo, mas como só levámos meio, ele marcou um golo(aço!), mas não chegou.
Nada a dizer quanto à rotação efectuada por Keizer, era o que se vinha a impor e o que vínhamos aqui defendendo, "escribas" e comentadores, mas o sector onde mais dificuldades e deficiências temos, apesar de 50% alterado, continuou a enterrar a equipa. Claro que a culpa não é exclusivamente da defesa, aqueles que estão imediatamente antes, concretamente Gudelj, voltaram a fazer um jogo miserável e por conseguinte a roubar energias a Bruno Fernandes, que é o abono de família desta equipa, para a missão que lhe estará destinada, que é municiar os colegas da frente. E mesmo tendo que ter um olho no "burro", BF não deixa de dar a melhor atenção ao "cigano" e lá à frente foram aparecendo bolas suficientes para que os colegas fizessem o gosto ao pé, mas, incompetentes, falharam pelo menos dois golos cantados (Wendel) e teve que ser ele, com um pontapé canhão, a fazer a redondinha beijar o véu da noiva..
Em conclusão, Gaspar é uma nódoa, Coates está à beira da exaustão física, Ilori não me parece ser aquilo que precisávamos e Borja deixou bons apontamentos; Apesar de o segundo golo do adversário ter sido pelo seu lado, o portão foi escancarado por Gaspar e nenhum dos centrais, concretamente Ilori, que teve uma eternidade para pensar, afastou a bola.
Já falei de Gudelj, referir o seu nome de novo é dar-lhe a importância que ele não tem na equipa.
Neste jogo em que apesar de o adversário ter falhado, também ele, pelo menos dois golos feitos, teria bastado um mínimo de competência para trazermos um resultado positivo da Luz e lavado a alma da humilhação caseira, três dias antes. Como diz Bruno Fernandes, "cada um tem que pensar muito bem no que anda ali a fazer". Isto vale para toda a estrutura, de cima abaixo, que ou há empenhamento, ou comem todos.
Salvaram-se BF, obviamente, o único cronicamente inconformado (falha muitos passes, desposiciona-se bastas vezes, mas se um dia estiver em campo unicamente para a sua missão será um caso sério de competência) e Acuña e apesar de tudo Coates, que infelizmente tem andado muito mal acompanhado.
A segunda mão será no início de Abril. A esperança é que a equipa encarilhe até lá e consiga ir à final. Com ou sem Keizer...
"Quantidade de qualidade é o que falta ao plantel do Sporting esta época, e que está na raiz dos altos e baixos a que vimos assistindo. Problema esse agravado pelas lesões, se calhar muitas delas derivadas da indigente pré-época que tivemos. Peseiro pagou a factura, Keizer já veio de mansinho deixar o aviso à navegação.
Dividindo o plantel em quatro grupos, os "Bons", aqueles que fazem quase sempre a diferença, os craques, os "Suficientes", que justificam plenamente o lugar que ocupam e que fazem a diferença de vez em quando, os "Insuficientes", que por muito esforçados que sejam estão aquém das necessidades, e os "Maus", que estão a fazer número e que nunca se percebeu porque ali foram parar, se por miopia ou comixão, temos o seguinte:
Bons (21%): Acuña, Coates, Mathieu, Nani, Bas Dost, B. Fernandes
Ora facilmente se constata que pouco mais de metade do plantel reúne condições para ajudar o Sporting a conquistar títulos, todo o restante muito precisa de melhorar ou então ser substituído.
Por outro lado, e quanto à origem temos o seguinte:
Da formação: 4
Portugueses contratados: 3
Europeus: 9
Africanos: 2
Sul-americanos: 10
Ou seja, o plantel é dominado por uma verdadeira legião estrangeira (75%), sendo a parcela da formação diminuta. Também aqui o desequilíbrio é gritante.
Sendo assim, parece realmente que as expectativas criadas na cabeça de alguns pelos últimos resultados são exageradas, o próprio modelo de jogo desgasta e cria condições para lesões e baixas de forma, e o plantel tem de levar uma volta importante em Janeiro para que possa corresponder às necessidades do Sporting.
Alguns pontos que acho essenciais para essa volta:
1. Despachar pelo menos meia dúzia de estrangeiros que nada acrescentam.
2. Aumentar a quota dos craques, indo buscar dois ou três jogadores de eleição, altos e pesados, que levezinhos já temos muitos, um defesa direito tipo Mathieu, um trinco tipo William/Danilo e um ponta de lança móvel tipo Slimani.
3. Aumentar a quota da formação, do ADN do Sporting, fazendo regressar jogadores como Adrien e/ou F.Geraldes e/ou Matheus e promovendo jogadores como B.Paz e/ou Thierry.
4. Aumentar a quota dos portugueses contratados, contratando um ou outro rapaz com talento e raça que se tenha destacado nas selecções, como Eustáquio.
Até lá temos que ter alguma calma, acho eu, e sempre e em todas as situações, apoiar a equipa e deixar o assobio em casa.
SL "
Este post, em que sublinhei algumas frases, foi amplamente debatido no blog, várias pessoas criticaram a classificação, uns pelas designações utilizadas, outros entendendo que tinha sido injusto com um ou outro, A.Pinto à cabeça.
Passados quase 2 meses, muitos jogos incluindo Porto, Braga e Benfica (2), uma Taça da Liga ganha (convém não esquecer, por pouco importante que seja a competição) que dizer da classificação e da reestruturação do plantel efectuada ?
1. Os Bons (6) continuam bons e continuam lá, mas Mathieu e Nani andam presos por arames e Acuna estará de saida.
2. Os Suficientes (10) continuam suficientes e continuam lá, pese as lesões, uma ou outra exibição menos conseguida ou estarem a jogar claramente fora do seu lugar (Gudelj).
3. Dos Insuficientes (7), 2 sairam e os outros se calhar deviam ter saído também, muitos directamente associados aos golos sofridos e às derrotas do clube. B.Gaspar e A.Pinto no topo.
4. Os Maus (5) sairam todos, um para os sub-23.
Quanto aos pontos que elencava para a volta necessária no plantel:
1. Despachar pelo menos meia dúzia de estrangeiros que nada acrescentam. Foram despachados exactamente 6, 1 para os sub-23.
2. Aumentar a quota dos craques, indo buscar dois ou três jogadores de eleição, altos e pesados, que levezinhos já temos muitos, um defesa direito tipo Mathieu, um trinco tipo William/Danilo e um ponta de lança móvel tipo Slimani. Nada de nada e estamos na iminência de perder Acuña.
3. Aumentar a quota da formação, do ADN do Sporting, fazendo regressar jogadores como Adrien e/ou F.Geraldes e/ou Matheus e promovendo jogadores como B.Paz e/ou Thierry. Vieram Ilori e Geraldes, mas M.Luis deixou de jogar.
4. Aumentar a quota dos portugueses contratados, contratando um ou outro rapaz com talento e raça que se tenha destacado nas selecções, como Eustáquio. Nada de nada.
E vieram Doumbia, Luiz Phellipe, Borja e Plata, se calhar para a classe dos Suficientes, ainda é muito cedo para dizer alguma coisa.
Resumindo e concluindo, saindo Acuña a manta corre o risco ficar ainda mais curta e vai ser difícil escapar ao 4º lugar na Liga, eliminação na Taça e eliminação numa das eliminatórias seguintes da Liga Europa. E Keizer corre o risco de ter uma passagem "à Vercauteren" pelo Sporting Clube de Portugal. Obviamente espero que esteja redondamente enganado.
Não estou com isto a desancar Varandas e as contratações de inverno, parte do trabalho ficou feito. Como dizia o Luís Duque "tragam-me o livro de cheques e a vassoura e eu resolvo o problema", e o livro de cheques ficou perdido algures no assalto terrorista de Alcochete e na actuação alucinada do destituido até ao último dia em que se manteve entricheirado em Alvalade.
Na série Sob Suspeita (talvez a minha preferida de sempre) existia uma Machine que prevenia crimes violentos. Nalguns momentos de apuro, a Máquina simulava os diversos cenários de saída, graduando a probabilidade de êxito de cada um, para melhor aconselhar os passos a seguir do protagonista em causa.
No passado sábado, houve uma Máquina que terá feito o mesmo trabalho a Marcel Keizer quando o encontro se aproximava para o fim.
Os cenários eram vários, incluindo:
- arriscar tudo e acabar o jogo a 5 pontos;
- arriscar tudo e acabar o jogo a 8 pontos;
- arriscar qb e acabar o jogo a 8 pontos;
- arriscar tudo e acabar o jogo a 11 pontos;
- etc.
Desde logo, pelo sentido do jogo e, sobretudo, pela qualidade do oponente, parece-me que o primeiro cenário era o menos provável de todos.
Seja como for, a posição do treinador não era fácil. Fosse qual fosse a opção, dificilmente se livraria de críticas.
Todos gostaríamos de ver o Sporting arriscar com tudo, mas a atitude de peito cheio não pode, nem deve ser a mesma a 17 jornadas do fim, como é quando faltam 5 ou menos jornadas para o termo do campeonato.
A verdade é que ficar a 11 pontos do Porto seria demolidor para a moral das tropas. Por muito que queiramos apontar o 2º lugar como objectivo, temos de entrar jornada a jornada com o 1º lugar na ambição, senão então aí é que nunca chegaremos ao 2º lugar.
Não quero com isto dizer que 8 pontos de distância do Porto seja animador, porque não é, mas permite, em todo o caso, acalentar alguma esperança no arranque da 2ª volta.
Desde os meus sete anos que passo as minhas férias (agora muito menos que os três meses de antigamente, quando as férias eram grandes) em Cabanas de Tavira. Entretanto cresci e tive filhos e por lá continuo religiosamente todos os verões e outras alturas, que por lá tenho família (já ouviram falar no "Ideal"?). O meu filho mais velho, que fará 35 anos no próximo dia 23, teria à volta dos quatro, cinco anos e era um verdadeiro "índio". Eu e a mãe encontrámos uma forma de evitar que o terror grassasse na ilha junto dos outros, na altura poucos, banhistas. "Portas-te bem e levamos-te a Espanha". Era uma chantagenzinha sem qualquer intenção de ser cumprida, mas um dia ele exigiu! E como era justo, lá fomos fazer os poucos quilómetros até Vila Real de Santo António e lá esperámos na fila para o ferry (a ponte é posterior), eu munido da minha "Caderneta Militar" (realmente, a gente vivia na pré-história) para ter autorização para sair do país e lá embarcámos nós e o carro (um Opel Corsa, se a memória me não falha) com azimute para Ayamonte.
Quem já fez o percurso, sabe que é relativamente rápido e sabe onde atraca o barco e onde se estaciona. A travessia foi uma animação, é fácil de perceber, mas depois de saírmos do ferry e de estacionarmos, a mãe diz-lhe: "pronto, filho, 'tás a ver, estamos em Espanha". E o Tiago, do "alto" dos seus quatro ou cinco anos respondeu-lhe, indignadíssimo: "isto é que é a Espanha?!".
O que tem isto a ver com o jogo de hoje? Nada. Apenas que se o meu filho Tiago lá estivesse perguntaria com o mesmo tom, talvez não indignadíssimo, mas mais para aquilo que é hoje a sua forma de estar, em tom jocoso, "isto é que é o Porto?".
Garantem-me que José Peseiro exigiu à administração da SAD leonina, como reforços de Inverno, um defesa central, um lateral esquerdo e um avançado.
Cada vez percebo menos. Se detectou estas lacunas no plantel, por que motivo o treinador terá autorizado os empréstimos de Demiral e Domingos Duarte em simultâneo? E porque deixou sair Gelson Dala, também por empréstimo, para o Rio Ave? E porque terá vetado o regresso de Fábio Coentrão?
Dado o contexto, estas perguntas impõem-se. Responda quem souber.
Noite de extrema desgraça para o guarda-redes francês, até agora titular acidental do Sporting. Pouco fez para evitar o 1-0 e melhor seria se nada tivesse feito para tentar evitar o 2-0, primeiro dos dois golos com que o japonês Nakajima (também autor de duas assistências) destroçou os leões. Salin embateu de forma violenta com a cabeça no poste e saiu de maca, directo para o hospital. Que as consequências sejam menos graves do que aparentam e que a recuperação seja rápida.
Ristovski (1,0)
Nada de positivo fez no ataque e a defender tornou-se presa fácil para Nakajima e para Manafá, que ainda há pouco tempo era suplente na equipa B do Sporting. Parece impossível, mas fez com que os adeptos sentissem falta de Bruno Gaspar. Ou de figuras de papelão com o rosto de Piccini ou de Schelotto.
Coates (2,5)
No lance do 1-0 ficou mal na fotografia, permitindo a Manafá rematar pelo meio das pernas, e a noite do seu 28.° aniversário fica manchada pela inaudita hecatombe leonina. A seu favor, o verdadeiramente importante (a forma como socorreu de imediato Salin ao ver o estado em que o colega ficara) e o tardio golo de cabeça (já estivera perto disso na primeira parte) que pôs o resultado em 3-2 e permitiu sonhar com o empate ou até com a reviravolta. Mas sempre que o uruguaio é chamado a fazer de ponta de lança - acontecia muito na fase senil do jorgejesuísmo e também sucede na fase inqualificável do peseirismo - coloca-se aquele problema que os físicos designam por impossibilidade de um futebolista ocupar duas posições no terreno ao mesmo tempo.
André Pinto (2,0)
Longe de ter cometido os piores erros defensivos, também nada de bom trouxe para juntar ao currículo na aziaga deslocação ao Algarve. O próximo jogo do Sporting será contra o Arsenal, daqui a duas semanas e meia, e é possível que Mathieu já esteja recuperado.
Acuña (2,0)
O extremo portimonense Tabata fez literalmente o que quis dele numa primeira parte em que nada lhe correu bem. Depois de ambos serem amarelados, na sequência de uma rixa junto à bandeirola de canto, libertou-se mais e conseguiu fazer a arrancada que culminou no primeiro golo do Sporting.
Battaglia (2,0)
Pouco mais ofereceu do que algum poder de choque, sem demonstrar ter as baterias recarregadas depois de ser poupado aos últimos jogos. Na construção de jogo levou a que os adeptos sentissem falta de William Carvalho e, no limite, até de Petrovic.
Gudelj (1,5)
Deu-se pela sua presença em campo a meio da segunda parte, quando teve a hipótese de fazer o 2-2, beneficiando de uma sequência sobrenatural de ressaltos, e em vez disso rematou contra a cara do guarda-redes. Chegou a temer-se pela saúde do agredido, mas até ao apito final este foi espectador privilegiado da incapacidade do duplo pivot do meio-campo leonino para construir jogo e para suster contra-ataques dos seus colegas.
Bruno Fernandes (2,0)
Melhorou na segunda parte, ao assumir a esquerda, sem que os deuses responsáveis pela trajectória das bolas rematadas de longe se tenham reconciliado consigo. Talvez não fosse má ideia fugir à convocatória de Fernando Santos e aproveitar as próximas semanas para fazer terapia regressiva. Até à época passada, de preferência.
Raphinha (1,5)
Foi uma sombra do extremo decisivo que tem feito sonhar os adeptos e faz salivar os entusiastas de História Alternativa que adivinham o que teria sucedido na época passada se tivesse sido ele a chegar em Janeiro em vez de Rúben Ribeiro. Saiu lesionado ao intervalo, abrindo caminho para o único verde e branco com nota positiva. Que volte depressa e bem.
Jovane Cabral (1,0)
Mais uma vez ficou provado que o ainda apenas cabo-verdiano é o tipo de profissional que trabalha melhor com prazos apertados. A titularidade parece não lhe assentar bem nos ombros e os demasiados minutos que esteve em campo foram uma sucessão de disparates para mais tarde recordar. Pior de todos: o remate para as bancadas, tendo a baliza aberta, desperdiçando o melhor cruzamento de Bruno Fernandes.
Montero (2,0)
Perdido entre os centrais e rodeado de gente desinspirada por todos os lados, esteve no sítio certo à hora certa na jogada em que assinou o 2-1. O resto da noite foi uma caça aos gambozinos.
Renan Ribeiro (1,5)
Estreou-se na equipa devido à lesão de Salin, pouco antes do intervalo. Na segunda parte sofreu dois golos, sem grandes culpas e também sem qualquer intervenção relevante. Talvez tenhamos chegado ao momento de apurar se Viviano é mais do que um sósia de actor de filmes pornográficos ou de apostar de uma vez por todas no jovem Luís Maximiano.
Nani (3,0)
Entrou ao intervalo e terminou o jogo com duas assistências para golo, numa jogada de insistência dentro da grande área e num cruzamento em que ludibriou o defesa que o tentava marcar. Nem sempre conseguiu ser o patrão que o meio-campo necessitava, mas foi o único a cumprir com o que se espera de um jogador do Sporting.
Diaby (1,0)
Foi tão nulo em 15 minutos quanto Ristovski no jogo inteiro. Na retina ficou apenas uma queda na grande área adversária. Desafio de História Alternativa: e se Marcelo tivesse entrado em vez do avançado maliano, ficando Coates fixo no ataque sem desguarnecer a defesa?
José Peseiro (1,0)
Mais um marco histórico ao comando do Sporting, pois sofrer quatro golos do lanterna vermelha não é para qualquer um. Conseguiu não perceber que o duplo pivot do meio-campo foi incapaz ao longo de todo o jogo e das suas declarações depois do desaire não se denota consciência da gravidade daquilo que sucedeu. A seu favor só a pausa nas competições que poderá devolver-lhe Bas Dost e Mathieu. E o elevado salário que torna José Mourinho e Leonardo Jardim sonhos impossíveis.