Diferença brutal
Comparar o Sporting actual com o Sporting de 2018 só pode levar-nos a concluir isto: há uma diferença brutal. Em sete anos ficou irreconhecível.
Para melhor, muito melhor.
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Comparar o Sporting actual com o Sporting de 2018 só pode levar-nos a concluir isto: há uma diferença brutal. Em sete anos ficou irreconhecível.
Para melhor, muito melhor.
FRASE DO ANO: "FOI CHATO"
A frase do ano, nestes balanços anuais que vou fazendo, não tem de surgir sempre em contexto positivo. Infelizmente, a de 2018 dificilmente poderia ter sido produzida numa circunstância mais negativa. Aconteceu ao princípio da noite de 15 de Maio, escassas horas após a violenta invasão da Academia de Alcochete por cerca de quatro dezenas de membros encapuzados da Juventude Leonina.
Numa balbuciante declaração à Sporting TV, Bruno de Carvalho pronunciou-se deste modo sobre os dramáticos acontecimentos então ocorridos: «Foi chato ver os familiares dos jogadores ligarem preocupados... do staff ... os meus próprios pais, a minha mulher, as minhas filhas... as pessoas ficam preocupadas, mas felizmente as coisas estão a decorrer dentro da normalidade, amanhã é um novo dia, temos que nos habituar que o crime faz parte do dia-a-dia e o crime tem que ser punido no momento certo, no sítio certo.»
Enquanto o presidente leonino - que viria a ser destituído na histórica assembleia-geral de 23 de Junho - assim falava, vários jogadores e elementos da equipa técnica do Sporting recebiam assistência por ferimentos causados pelos invasores de Alcochete e preparavam-se para rumar à esquadra da GNR no Montijo a prestar declarações sobre o sucedido naquele que foi um dos dias mais negros da secular história do nosso clube. Sem terem com eles qualquer elemento da estrutura directiva leonina.
Um dia "chato", para esquecer. Ou antes: para lembrar. Sempre.
Frase do ano em 2013: «O Sporting é nosso outra vez»
Frase do ano em 2014: «Estamos em casa»
Frase do ano em 2015: «Temos de acordar o Leão adormecido»
Frase do ano em 2016: «Pelo teu amor eu sou doente»
Frase do ano em 2017: «Feito de Sporting»
GOLO DO ANO
Felizmente não podemos queixar-nos da falta de muitos e bons golos em 2018. De tal maneira que o mais difícil é escolher só um. O meu critério foi seleccionar não apenas um golo bonito ou até magistral, mas que resultasse do esforço colectivo, da nossa organização ofensiva, desta imensa vontade de vencer que o Sporting de Frederico Varandas transporta consigo, sobretudo desde a contratação de Marcel Keizer.
Poderia ter elegido grandes golos de Bruno Fernandes e Nani, aliás já representados nesta antologia anual do És a Nossa Fé. Mas decidi seleccionar o golaço de Jovane que confirmou a nossa vitória por 3-1 contra o Rio Ave, a 3 de Dezembro, no estádio dos Arcos - um dos mais difíceis da Liga portuguesa, como bem sabemos. De tal modo que não ganhávamos lá desde 2004 por dois de diferença.
Escolhi este golo também porque 2018 foi o ano de Jovane, júnior da formação de Alcochete promovido ao primeiro escalão e estreado na equipa principal do Sporting, para o campeonato, durante o curto período em que José Peseiro comandou o plantel leonino. Keizer tem reiterado esta aposta, traduzida em resultados: Jovane continua a funcionar como uma espécie de talismã. Quando entra, geralmente a sorte vira-se a nosso favor.
Foi, uma vez mais, o que aconteceu aqui. O jovem caboverdiano entrou aos 69' e três minutos volvidos já estava a marcar este belíssimo golo, que vale a pena ver e rever. Corolário de uma jogada de insistência do onze leonino, inicialmente conduzida por Nani na ponta esquerda. A bola sobrou para Bruno Fernandes, autêntica inteligência em movimento, que numa fracção de segundo resistiu à tentação do remate, percebendo que o colega à direita estava solto de marcação, endossando-lhe a bola. Mal a recebeu, Jovane desferiu um potente remate com o pé esquerdo, sem tomar balanço, conduzindo a redondinha ao canto superior mais distante da baliza do Rio Ave: nenhuma guarda-redes seria capaz de travá-la.
Fez-nos vibrar de alegria. Com golos destes, o céu é o limite. Tudo se torna possível neste Sporting 2018/2019.
Golo do ano em 2012: Xandão, contra o Manchester City
Golo do ano em 2013: Montero, contra a Fiorentina
Golo do ano em 2014: Nani, contra o Maribor
Golo do ano em 2015: Slimani, na final da Taça de Portugal
Golo do ano em 2016: Bruno César, contra o Real Madrid
Golo do ano em 2017: Bruno Fernandes, contra o V. Guimarães
VITÓRIA DO ANO: GOLEADA AO QARABAG
Seguimos em frente na Liga Europa, transitando para os 16 avos de final, sendo a equipa com mais golos marcados no nosso grupo e tendo apenas somado uma derrota (frente ao poderoso Arsenal) nesta fase da segunda maior competição de clubes tutelada pela UEFA. Neste percurso muito positivo, iniciado com José Peseiro, prosseguido com Tiago Fernandes e agora com Marcel Keizer ao leme, o melhor resultado foi, de longe, o alcançado em Baku, capital do remoto Azerbaijão, situada a 6.500 quilómetros de Lisboa. Ocorreu a 29 de Novembro, com uma goleada: ganhámos por 6-1.
Foi o nosso mais saboroso triunfo em 2018, na estreia internacional do actual técnico holandês enquanto orientador técnico do Sporting. O ex-treinador do Ajax não podia ter começado da melhor maneira, suplantando largamente o 2-0 registado em Alvalade, frente à mesma equipa, a 20 de Setembro. Foi também o nosso melhor registo, numa partida disputada fora de casa para as provas europeias, desde 1986. Foi ainda a mais volumosa derrota alguma vez sofrida pelo Qarabag - que na época anterior tinha imposto dois empates ao Atlético Madrid, na fase de grupos da Liga dos Campeões.
Houve golos para os mais diversos gostos. Marcados por Bas Dost (5'), Bruno Fernandes (20' e 75'), Nani (33') e Diaby (63' e 81'). Era um poderoso contributo do Sporting para elevar a cotação do conjunto das equipas portuguesas na contabilidade da UEFA, compensando assim o descalabro de outras agremiações.
Nesta partida destacou-se Wendel, com quatro assistências para golo, uma proeza impressionante, confirmando a qualidade deste jovem médio brasileiro que chegara a Alvalade em Janeiro sem merecer a menor atenção do treinador Jorge Jesus. Exibição muito positiva também de dois reforços da era Sousa Cintra, Diaby e Gudelj, com as melhores exibições até então alcançadas de verde e branco. Destaque igualmente para a estreia absoluta, na nossa equipa principal, do jovem lateral direito Thierry Correia, com apenas 19 anos e um futuro muito promissor.
Foi inegável a alegria dos nossos jogadores, bem simbolizada no salto mortal que Nani deu mal marcou o golo, retomando uma imagem de marca a que nos tinha habituado. Este era o Sporting que nós queríamos. Este é o Sporting que nós queremos sempre.
Vitória do ano em 2012: meia-final da Liga Europa (19 de Abril)
Vitória do ano em 2013: 5-1 ao Arouca (18 de Agosto)
Vitória do ano em 2014: eliminação do FCP da Taça no Dragão (18 de Outubro)
Vitória do ano em 2015: conquista da Taça de Portugal (31 de Maio)
Vitória do ano em 2016: conquista do Campeonato da Europa (10 de Julho)
Vitória do ano em 2017: eliminação do Steaua de Bucareste (23 de Agosto)
DERROTA DO ANO: FINAL DA TAÇA DE PORTUGAL
Três presenças na final da Taça de Portugal em sete anos - e apenas uma vitória para o Sporting, em 2015, com Marco Silva ao comando da equipa. A derrota mais recente foi também a mais dolorosa: aconteceu a 20 de Maio, no Jamor, frente ao Aves. Foi o último jogo com Jorge Jesus ao leme do futebol leonino. Também o último desafio de profissionais como Rui Patrício e William Carvalho equipados de verde e branco.
Foi, de resto, uma final que esteve para não acontecer - pelo menos na data em que estava marcada. Porque apenas cinco dias antes ocorreu a vergonhosa e lamentável selvajaria na Academia de Alcochete, com imagens que correram mundo e que levou à suspensão dos treinos da nossa equipa por compreensível decisão do treinador.
O jogo acabou mesmo por efectuar-se. Com Bas Dost alinhando de cabeça entrapada - sinal visível de que tinha sido ele o principal alvo das bestas de cara tapada que invadiram o nosso centro de formação e estágios. E uma exibição muito pálida de profissionais que nos habituámos a ver em grande forma nos relvados, como Rui Patrício, William, Bruno Fernandes e Gelson Martins. Dias depois, todos estes e mais alguns acabariam por rescindir contrato unilateralmente com o Sporting. Vivia-se a mais negra página da vida do nosso clube, pelo menos neste século já com duas décadas de duração.
«A final começou a ser perdida terça-feira, em Alcochete, quando os jagunços da Juve Leo ali entraram como uma manada de bisontes. A derrota ficou ontem definitivamente pré-anunciada, quando o presidente do Sporting escolheu a véspera da final para apontar a dedo os jogadores leoninos - e em particular o capitão Rui Patrício - como autores morais das agressões contra eles próprios. "Houve atletas do Sporting que, infelizmente e pelo seu temperamento quente, não conseguiram aguentar aquilo que é a frustração dos adeptos." Foram as suas palavras textuais.» Assim comentei, em cima do acontecimento, essa frustrante partida do Jamor - infeliz corolário de uma época para esquecer.
O resultado? O Aves venceu-nos por 2-1. Montero ainda reduziu, a cinco minutos do fim. Mas os dados estavam lançados. Todos sentimos uma imensa e desoladora tristeza.
Derrota do ano em 2012: final da Taça de Portugal (20 de Maio)
Derrota do ano em 2013: 0-1 em casa contra o Paços de Ferreira (5 de Janeiro)
Derrota do ano em 2014: 3-4 contra o Schalke 04 em Gelsenkirchen (21 de Outubro)
Derrota do ano em 2015: 1-3 contra o CSKA em Moscovo (26 de Agosto)
Derrota do ano em 2016: 0-1 contra o Benfica em casa (5 de Março)
Derrota do ano em 2017: 1-3 contra o Belenenses em casa (7 de Maio)
DESPEDIDA DO ANO: JORGE JESUS
Este foi o ano de várias despedidas no Sporting.
Poderia mencionar Fábio Coentrão, que animou as bancadas de Alvalade com exibições de grande nível na época passada após ter quebrado a jura de não vestir outra camisola em Portugal senão a do Benfica. Veio a saber-se afinal que é um sportinguista de coração e procedeu dessa forma, bem vestido de verde e branco, entre proclamações de fé leonina.
Poderia mencionar Bryan Ruiz, capitão da selecção da Costa Rica, que permaneceu no Sporting ao longo de três épocas - descontando um semestre de exílio interno por causas nunca até hoje divulgadas - e acabou por sair da forma mais discreta possível, sem sequer receber um merecido aceno de até sempre, no início do Verão que passou.
Poderia mencionar os jogadores que rescindiram unilateralmente contrato com o Sporting. Uns regressaram a Alvalade, outros fecharam mais tarde acordo com o clube para a desvinculação, uns tantos sujeitam-se às consequências da via litigiosa entretanto encetada.
Mas a despedida mais marcante foi, na minha perspectiva, a de Jorge Jesus. O técnico que em Junho de 2015 substituiu Marco Silva e foi apresentado em euforia pelo presidente Bruno de Carvalho como garantia do regresso do Sporting ao mais cobiçado dos títulos, que nos foge desde 2002. O técnico que atraiu multidões a Alvalade. O técnico sempre com o coração ao pé da boca e de esbracejar contínuo junto ao relvado durante os jogos. O técnico das declarações polémicas. Também o técnico que passou a auferir o maior salário de sempre no futebol português ao cruzar a Segunda Circular.
Esperava-se muito dele. Pelo currículo, pela sabedoria, pelas condições inigualáveis que lhe foram proporcionadas pelo anterior líder leonino, pelas expectativas que ele próprio elevou ao proclamar perante sócios e adeptos que o Sporting estava de regresso ao combate pela conquista do campeonato. Esteve quase a conquistá-lo, logo na primeira época: resta ver o que a justiça desportiva ainda dirá sobre o assunto, que não está totalmente encerrado. Mas as restantes temporadas foram decepcionantes.
Jorge Jesus, em ruptura definitiva com Bruno de Carvalho, abandonou o Sporting na sequência do assalto a Alcochete e da derrota frente ao Aves na final da Taça verdadeira. Rumou à Arábia Saudita, com um contrato ainda mais milionário, tendo vencido apenas uma Supertaça em 2015 (a meias com Marco Silva, que qualificara o Sporting) e uma Taça da Liga em 2018 - proeza inédita para as nossas cores, esta conquista de um troféu menor.
Títulos, só os que proporcionou aos jornais - foram diversos e bem sonantes.
Tudo visto e somado, soube a muito pouco.
Despedida do ano em 2012: Polga
Despedida do ano em 2013: Wolfswinkel
Despedida do ano em 2014: Leonardo Jardim
Despedida do ano em 2015: Marco Silva
Despedida do ano em 2016: Slimani
Despedida do ano em 2017: Adrien
DECEPÇÃO DO ANO: RAFAEL LEÃO
Era um dos jovens profissionais mais promissores do Sporting, merecia o carinho de sócios e simpatizantes, o treinador Jorge Jesus apostou nele fazendo-o alinhar em desafios importantes. Já tinha empolgado a massa adepta na estreia absoluta pela equipa principal ainda em 2017, marcando logo aí, na Taça de Portugal, frente ao Oleiros. Em Fevereiro de 2018, foi dele a assistência para o golo decisivo na nossa difícil vitória frente ao Tondela, por 2-1: progrediu com a bola controlada deixando três adversários para trás numa sequência de dribles antes de servir Gelson Martins no momento decisivo.
Mas o seu melhor momento vestido de verde e branco ocorreu em Março, no sempre difícil clássico do Dragão. Entrou em campo aos 43', devido a lesão de Doumbia, e marcou logo na primeira vez em que tocou na bola, aos 45'+1, com uma excelente mudança de velocidade, baralhando a marcação de Felipe e Dalot, e colocando muito bem a bola, que passou entre as pernas de Casillas, sem se atemorizar por ter pela frente um guarda-redes bicampeão da Europa e campeão mundial. Fazia assim o empate, gelando o público no Dragão.
Perdemos esse desafio, por 1-2. Mas Rafael Leão ganhou um lugar muito especial entre os sportinguistas. Infelizmente para ele, e também para nós, esse afeição só durou três meses. Em Junho, semanas após a invasão da Academia de Alcochete, o jovem avançado de 19 anos rescindiu unilateralmente com o Sporting, alegando justa causa apesar de não ter sido molestado directamente pelos agressores. Ao contrário do que viria a acontecer com Bas Dost, Battaglia e Bruno Fernandes, recusou regressar, mesmo perante a insistência de Sousa Cintra, que sucedeu a Bruno de Carvalho na presidência (interina) da SAD leonina. Também não foi possível ajustar um preço para a rescisão, por intransigência do jogador e dos seus representantes, contrariando o que aconteceu com Rui Patrício e William Carvalho.
O caso seguiu para litígio, aguardando sentença no Tribunal Arbitral do Desporto, e Rafael Leão começou a jogar no Lille, em França, onde até já marcou três golos. Mas o destino dele deixa-nos indiferentes: esteja onde estiver, agora é Leão só de apelido. Muito pouco - quase nada - para o que esperámos dele.
Decepção do ano em 2012: Elias
Decepção do ano em 2013: Bruma
Decepção do ano em 2014: Eric Dier
Decepção do ano em 2015: Carrillo
Decepção do ano em 2016: Elias
Decepção do ano em 2017: Alan Ruiz
CONFIRMAÇÃO DO ANO: BRUNO FERNANDES
Tornou-se uma espécie de unanimidade no futebol português: ninguém lhe nega elogios, todos lhe prestam tributo. Bruno Fernandes já se vinha destacando no início da época passada, logo após ter sido contratado pelo Sporting ao campeonato italiano, onde alinhava pela Sampdoria. Era então o capitão da selecção nacional sub-21, mas nunca havia alinhado ao mais alto nível nas competições portuguesas ao nível de clubes.
Brilhou de verde e branco mal se estreou em Alvalade, tendo agarrado de imediato a titularidade. Foi um elemento crucial no Sporting na época 2017/2018, em que conquistámos pela primeira vez a Taça da Liga e atingimos a final da Taça de Portugal. Terminada a época, já em Julho, foi distinguido como melhor jogador desse campeonato, superando a forte concorrência do portista Marega e do benfiquista Jonas.
Era um justo prémio às qualidades futebolísticas deste médio ofensivo agora com 24 anos que tem uma excelente visão de jogo, uma técnica apuradíssima e um raro poder de remate, nomeadamente nos pontapés de meia-distância. Qualidades que volta a evidenciar nesta primeira volta da época 2018/2019, já como segundo capitão da equipa, logo após Nani. Já com 13 golos marcados - seis no campeonato, três na Taça de Portugal, dois na Liga Europa e outros dois na Taça da Liga.
Para trás ficou um turbulento mês de Maio, com o ataque à Academia de Alcochete, seguido de várias rescisões unilaterais de contratos de jogadores leoninos - entre eles Bruno Fernandes, entretanto regressado a Alvalade por iniciativa de Sousa Cintra. Para trás ficara também a convocatória para o Mundial na Rússia, onde alinhou como suplente utilizado num certame que ficou aquém das expectativas portuguesas.
Recuperada a plena forma após um início de temporada menos vistoso, Bruno Fernandes volta a deslumbrar as bancadas do nosso estádio. «Sou um jogador que não lida da melhor maneira com as derrotas», assumiu ontem numa longa entrevista ao diário A Bola, confessando-se indiferente aos poucos que ainda lhe chamam Judas por se ter afastado esporadicamente do clube no mais triste Verão de que há memória em Alvalade, garantindo peremptoriamente: «Não ganhei um euro no regresso ao Sporting.»
Acaba de ser distinguido, pelo mesmo jornal, como jogador do ano. Sem favor algum: é uma distinção mais que merecida.
Confirmação do ano em 2012: André Martins
Confirmação do ano em 2013: Adrien
Confirmação do ano em 2014: João Mário
Confirmação do ano em 2015: Paulo Oliveira
Confirmação do ano em 2016: Gelson Martins
Confirmação do ano em 2017: Podence
PROMESSA DO ANO: JOVANE
Se há jogador da formação leonina que merece sem discussão o título de Promessa do Ano é este: Jovane Eduardo Borges Cabral, jovem extremo de 20 anos nascido em Cabo Verde. Lançado pelo treinador José Peseiro no campeonato, entrou aos 69', no jogo inaugural da Liga, frente ao Moreirense, e três minutos depois já estava a ser derrubado dentro de zona proibida, valendo uma grande penalidade ao Sporting que permitiu desfazer o empate: acabaríamos por vencer essa partida por 3-1. Na jornada seguinte, entrou aos 59' e bastaram-lhe sete minutos para fazer a assistência para o golo da vitória frente ao V. Setúbal em Alvalade. Duas jornadas adiante, foi ele próprio a marcar, também no nosso estádio, conseguindo o solitário golo que nos valeu três pontos frente ao Feirense.
Jovane, símbolo actual da excelência da Academia de Alcochete, estreou-se no onze titular a 30 de Setembro frente ao Marítimo, em desafio que vencemos por 2-0. Foi dele o passe vertical decisivo para Raphinha, aos 10', de que resultou o penálti e o nosso primeiro golo. E foi também ele quem, aos 34', ganhou a falta que originou o livre de que nasceria o segundo. A 4 de Outubro, actuando de verde e branco na Liga Europa, saltou do banco aos 70' e já no tempo extra marcou o golo da nossa vitória por 2-1 perante o Vorskla.
Há males que vêm por bem: a partida de Gelson Martins, na sequência do dramático assalto a Alcochete, permitiu a ascensão do jovem extremo, que adquiriu entretanto a dupla nacionalidade e renunciou a alinhar na selecção A caboverdiana, mantendo a justa esperança de que acabará por ser convocado para a equipa das quinas. Este foi um ano de sonho para Jovane, que a 3 de Dezembro marcou um golo de antologia frente ao Rio Ave e tem feito a diferença sempre que é lançado do banco quando há necessidade de desbloquear a partida. Veloz, com grande capacidade física, inegável poder de finta, capacidade de transportar a bola em distâncias longas e força no remate de meia-distância.
Há-de ir longe, tudo o indica. Basta-lhe trabalhar para isso, com a humildade indispensável a qualquer profissional que sonha sagrar-se campeão.
Promessa do ano em 2012: Eric Dier
Promessa do ano em 2013: William Carvalho
Promessa do ano em 2014: Carlos Mané
Promessa do ano em 2015: Gelson Martins
Promessa do ano em 2016: Francisco Geraldes
Promessa do ano em 2017: Rafael Leão
TREINADOR DO ANO: NUNO DIAS
Quando se fala em modalidades, no rumo vitorioso do Sporting, a primeira que vem à mente dos adeptos é o futsal, onde temos reforçado a nossa hegemonia, bem expressa nos números desta década. Sete dos mais recentes campeonatos foram conquistados pelos jogadores de Leão ao peito. E em cinco dessas proezas quem estava ao leme era o treinador Nuno Dias. Que em Junho nos conduziu ao tricampeonato, após vitória quase épica sobre o rival Benfica.
Foi o triunfo do brio, da persistência, do talento, da teimosia. Adjectivos que podem colar-se sem favor a este técnico que tão bem tem conduzido o futsal leonino. Nuno Dias, que amanhã festeja 48 anos, encontra-se em Alvalade desde a época 2012/2013 e tem feito jus à contratação: com ele, reforçámo-nos como potência nacional da modalidade. Os números falam por si: já soma 14 títulos - três Taças de Portugal, quatro Supertaças e duas Taças da Liga, além dos cinco campeonatos.
Não admira que o Sporting esteja nomeado para melhor clube mundial e o técnico integre a elite planetária: está entre os dez escolhidos para melhor treinador à escala global. De olhos sempre postos no futuro: como bem diz, «é preciso apostar nos miúdos da formação», atributo indissociável da matriz leonina. Miúdos como Zicky ou Bernardo Paçó, em quem vem apostando nesta época 2018/2019.
Os jogadores gostam de trabalhar com ele, sabendo como potencia as suas qualidades. Assim não admira que Cavinato, João Matos, Merlim, Pedro Cary, Guitta, Alex, Gonçalo Portugal, Dieguinho, André Sousa, Pany, Leo e Cardinal sejam ídolos dos adeptos, que vibram com as actuações da nossa equipa, sobretudo na indescritível atmosfera do Pavilhão João Rocha.
Campeões que nunca se satisfazem com os títulos já alcançados: ambicionam sempre mais. Essa é a principal lição transmitida pelo técnico, que tão bem incorpora o lema do Sporting Clube de Portugal - Esforço, Devoção, Dedicação e Glória.
Treinador do ano em 2012: Domingos Paciência
Treinador do ano em 2013: Leonardo Jardim
Treinador do ano em 2014: Marco Silva
Treinador do ano em 2015: Jorge Jesus
Treinador do ano em 2016: Fernando Santos
Treinador do ano em 2017: Jorge Jesus
JOGADOR DO ANO: BAS DOST
Não custa vaticinar que fará parte da história leonina como um dos nossos maiores artilheiros de sempre. Faz agora um ano, elegi-o como jogador de 2017 com as nossas cores e volto a mencioná-lo, merecidamente, pois Bas Dost fez por isso. Se deixámos fugir uma vez mais o título, numa época que começou muito bem e terminou da pior maneira, ele não tem a menor responsabilidade nisso pois cumpriu o seu papel.
Está na equipa para marcar golos e concretiza essa objectivo com uma regularidade impressionante. Na temporada 2017/2018, meteu 34 vezes a bola no fundo da baliza - somando 70 golos nas duas primeiras épocas de Leão ao peito. Nestes meses que levamos da temporada 2018/2019, continua de pé quente: já marcou dez para o campeonato nacional, quatro para a Taça de Portugal e um para a Liga Europa. No campeonato, os dez golos foram concretizados em apenas 683 minutos de jogo - o que dá uma pendular média de um golo praticamente a cada hora no relvado.
Não admira, assim, que o internacional holandês seja hoje o maior ídolo das exigentes bancadas de Alvalade. Mas não se pense que só passa no teste numérico: é também um dos jogadores que mais contribuem para um bom ambiente no balneário e nunca demonstra egoísmo em campo, sendo o primeiro a felicitar os colegas que o ajudam a construir os golos.
No ano prestes a terminar, Bas Dost esteve ainda em foco, por motivos totalmente alheios à sua vontade: tornou-se o rosto mais visível do bárbaro assalto de cerca de quatro dezenas de membros de uma claque ao centro de formação e estágio em Alcochete. Correu mundo uma fotografia dele com um ferimento na testa, após ter sido agredido com um cinto pelos energúmenos que violaram a nossa Academia. Na sequência deste acto de violência, e das ameaças de morte à sua mulher, na altura grávida, Dost rescindiu unilateralmente o contrato que o ligava ao Sporting. Mas foi resgatado dois meses depois, graças à decisiva acção de Sousa Cintra, que presidia interinamente à SAD. Partira de rosto fechado e triste, regressou com um sorriso de esperança.
Em boa hora voltou: andávamos com saudades dos golos dele.
Jogador do ano em 2012: Rui Patrício
Jogador do ano em 2013: Montero
Jogador do ano em 2014: Nani
Jogador do ano em 2015: Slimani
Jogador do ano em 2016: Adrien
Jogador do ano em 2017: Bas Dost
Resistimos até onde pudemos, num trimestre intenso, com desfecho duro. Este ano o Sporting foi sujeito a um calendário a que não estava habituado, com grande carga de jogos. Fadiga e lesões fizeram sentir-se justamente neste período, e os sinais de quebra começaram a perceber-se em Setúbal, com o empate consentido no final do jogo. A equipa perdeu gás a partir daí. Depois o inexplicável resultado do Estoril. Uma gestão do plantel, curto, que deixa dúvidas (sobreutilização de jogadores como Acuña em jogos da taça de Portugal ou da taça da Liga, à lesão de Bas Dost com o Astana, experiências de Battaglia a defesa direito emendadas a meio do jogo, e mais umas coisas), o alimentar de “guerras” extrajogo por parte de responsáveis e a deficiente comunicação do clube não ajudaram nada.
Se é verdade que a época não se resume ao trimestre em referência, e ainda não acabou, o objetivo de ser campeão nacional parece estar posto em causa. Ainda temos Liga Europa e taça de Portugal, ambos desafios e objetivos muito difíceis. Mas não é hora de baixar os braços nem de autoflagelação, ainda há muito jogo pela frente. Não alimentarei conversa à volta de BC ou de JJ. Nem do VAR. Deixemos as análises e a avaliação para o fim. Bem vistas as coisas, a época não é excelente para outros clubes, afastados de competições várias, apesar de não percebermos isso na imprensa desportiva. Está aí à porta o jogo com o Atlético de Madrid. E o que para nós, neste momento, deve importar é mesmo o próximo jogo. Venha abril.
Em jeito de balanço do 1º trimestre de 2018, alguns factos:
O SPORTING realizou 21 jogos em todas as competições, tendo obtido 11 Vitórias, 5 Empates e 5 Derrotas (3 em março e duas delas na Liga NOS custaram 6 pontos); Marcou 32 golos e sofreu 16;
Venceu a Taça da Liga (por penaltis nas meias finais e na final);
Liga NOS:
Em Alvalade obteve só vitórias nos 6 jogos disputados (Marítimo, Aves, Guimarães, Feirense, Moreirense e Rio Ave); não sofreu golos e marcou 13.
A jogar fora sofreu 3 derrotas (Estoril, Porto e Braga), 2 empates (Benfica e Setúbal) e 2 vitórias (Tondela e Chaves); sofreu 9 golos e marcou 7.
Liga Europa:
Em casa 1 vitória e 1 empate (5 golos marcados e 3 sofridos); fora, 1 vitória e 1 derrota (4 golos marcados e 3 sofridos)
Março, dia:
31: Braga (fora, D 1-0 ; Liga NOS)
18: Rio Ave (casa, V 2-0; Liga NOS)
15: Plzen (fora, D 2-1 ; 2ª mão 1/8 da Liga Europa)
12: Chaves (fora, V 2-1; Liga NOS)
8: Plzen (casa, V 2-0; 1ª mão 1/8 da Liga Europa)
2: Porto (fora, D 2-1; Liga NOS)
Fevereiro, dia:
26: Moreirense (casa, V 1-0; Liga NOS)
22: Astana (casa, E 3-3; 2ª mão 1/16 da Liga Europa)
19- Tondela (fora, V 2-1; Liga NOS)
15: Astana (fora; V 3-1; 1ª mão 1/16 da Liga Europa)
11: Feirense (casa, V 1-0; Liga NOS)
7: Porto (fora, D 1-0; 1ª mão da Taça de Portugal)
4: Estoril (fora, D 2-0; Liga NOS)
Janeiro
31- Guimarães (casa, V 1-0; Liga NOS)
27- Vitória Setúbal (final Taça da Liga/CTT; E 1-1; Sporting vencedor nos penaltis 5-4)
24- Porto (meia final da Taça da Liga/CTT; E 0-0; Sporting vencedor nos penaltis 4-3)
19- Vitória Setúbal (fora, E 1-1; Liga NOS)
14- Aves (casa, V 3-0; Liga NOS)
10- Cova da Piedade (fora, V 2-1; quartos de final Taça de Portugal)
7- Marítimo (casa, V 5-0, Liga NOS)
3- Benfica (fora, E 1-1; Liga NOS)
Gostaria que no próximo ano o Sporting:
- fosse Campeão Nacional de futebol masculino e feminino;
- fosse vencedor da Taça de Portugal masculino e feminino;
- vencesse a Liga Europa;
- fosse tri-Campeão de Futsal;
- bi-Campeão de andebol;
- vencesse o campeonato de Hóquei em Patins;
- ganhasse o campeonato de voleibol;
- voltasse a ganhar o campeonato nacional de atletismo masculino e mantivesse a mesma vitória dos últimos anos nas senhoras;
Portanto desejo para 2018, que o Sporting lute e ganhe todos os desafios que lhe forem propostos, a fim de darmos razão ao nosso fantástico lema:
Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.
Feliz 2018 para todos os Sportinguistas.
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