Ainda eu não era um projecto de gente (faltavam cinco anos para os meus pais darem aquela cambalhota monumental ) quando o Sporting foi bi-campeão (53/54).
Quis o destino que fosse vivo para vivenciar a repetição de tão notável feito.
E o primeiro telefonema que recebi foi de quem? Do meu pai! 88 anos de sportinguismo militante, que não perde um jogo lá na colectividade "Os Quatro Unidos", na nossa terra, em Tomar. Terra de muitos e bons sportinguistas.
O golo madrugador, excelente por acaso, condicionou o jogo durante todo o restante tempo da partida.
Vendo-se a ganhar quase antes do apito inicial "assoprado" pelo incompetente João Dinheiro, que consegue fazer o pleno de críticas, de ambos os lados portanto, o Sporting ficou confortável e começou a jogar num bloco baixo, esperando a iniciativa do Benfica, que foi praticamente inconsequente. Na primeira parte Rui Silva foi chamado a intervir e até fez uma defesa do outro Mundo, mas o homem dos encarnados estava deslocado.
O Sporting marcou aquele golo e poderia ter dilatado o marcador, não fora o senhor do apito ter-nos escamoteado uma clara grande penalidade cometida sobre Pedro Gonçalves e que teria como consequência a expulsão de Otamendi, que já tinha no pecúlio um amarelo. Nem Dinheiro nem VAR se dignaram sequer rever as imagens.
De seguida está mais uma justificação para o facto de não haver árbitros tugas nas grandes competições: Em qualquer lugar do Mundo onde se joga à bola e em particular na sua pátria, onde se diz que os apitadores lusos deveriam ir beber, aquilo que Dinheiro viu nunca foi falta e o segundo mataria o jogo e o campeonato.
Na segunda parte a toada foi a mesma, mas com uma ineficácia gritante da nossa ala direita recuada e do abandonado Gyokeres e o golo do empate adivinhava-se, até que aconteceu, num slalom incrívelmente permitido, pela direita após uma das muitas escorregadelas de Catamo, que foi mal não exclusivamente seu.
Apesar de tudo correu bem. Poderia ter corrido muito bem, mas não correu mal.
As aspirações continuam intactas, falta mais uma final que os rapazes irão enfrentar com toda a confiança e fome de vencer. Como diz o "Chefe" Pedro Correia abaixo, está quase.
Nota: Amanhã é possível que não responda a eventuais comentários, já que irei cumprir uma obrigação cívica, que é a de fazer parte de uma mesa de voto que servirá concidadãos que por várias razões terão de exercer os seus direito e dever cívicos antecipadamente, de modo que das sete às dezanove e qualquer coisa, estarei ao serviço da comunidade e não os lerei nem aprovarei.
Diz, na entrevista rápida a seguir ao jogo brilhantemente vencido pelo Sporting, o treinador do Gil Vicente com uma azia visível e indisfarçável, depois de ter estado na frente do marcador durante cerca de uma hora e sem ter qualquer oportunidade de golo:
- O Sporting foi feliz.
É certo que se alguém se pode sentir feliz é ele próprio, que aproveitou uma paragem cerebral de Ste Juste e se viu a ganhar aos 20 minutos sem nada ter feito para isso.
E durante uma hora limitou-se a defender com uma camioneta de jogadores dentro da área, como aliás tinha avisado antes do jogo: "Gyokeres não se pára apenas com um jogador" e vai de meter no mínimo sete ou oito dentro da área, considerando, pelo que o ouvi dizer no final, que fez um grande jogo. Ora um gajo que treina uma equipa e nada faz para ganhar um jogo e diz que o adversário, que, mal ou bem (mais mal que bem, mas esses são outros quinhentos), tudo fez para vencer foi feliz, ou é hipócrita ou não quer ver o óbvio.
Raios, sabia-lhe tão bem o lugar de treinador na equipa B do seu clube, evitava ter de andar com a mala às costas a saltitar de-clube-em-clube. Que azar.
Como estamos na época pascal e temos certamente crentes a visitar o blogue, do título deste postal faz parte a palavra FÉ, que em concomitância é também a palavra que define este blogue. Não custa nada apelar a uma crença, que quando a gente se vê em apertos, somos todos crentes e essa é uma verdade universal e insofismável.
Eu prefiro confiança, é menos abstracto e reflecte aquilo que sinto para estas derradeiras quatro jornadas.
Invoco a calma, porque nada ainda está conseguido, apesar de a candeia que vai à frente alumiar duas vezes, ainda que logo atrás venha um lampião que até mora na Luz.
E ontem foi dado mais um passinho em direcção ao Marquês. Sem espinhas, sem motivo para dúvidas, com uma limpeza digna do mais competente cantoneiro, ou duma daquelas imigrantes que se levanta de madrugada num bairro degradado para limpar com esmero um qualquer edifício de escritórios, sem ter a certeza se quando voltar não terá a barraca onde (sobre)vive deitada abaixo.
Esboroou-se a narrativa do penalti, do lance duvidoso, da má prestação do árbitro. Quero dizer que Fábio Veríssimo me deixa sempre de pé atrás, mas hoje, talvez por intervenção da divina providência, a sua actuação não teve qualquer interferência no resultado, tendo até deixado jogar e tendo uma elogiosa atitude de desprendimento, ao prescindir de ser o elemento mais focado em campo. Muito bem, pena que fora dos dias santos não seja bem assim.
Ontem tivemos uma actuação plena de competência, firmeza, objectividade e foco e quarenta e cinco mil a apoiar, sem foguetório o que é de saudar e como mereceria Mestre Aurélio, que tanto apoiou as claques e tanto lhes pediu que tivessem tino.
Faltam quatro vitórias para o êxtase. Três se uma delas for no estádio da Luz. Há que acreditar. E à cautela, ter fé, que como disse lá atrás, em hora de aperto, vale tudo.
Quero deixar uma palavra a/sobre Pedro Gonçalves: Aquilo sob a sua batuta é outro andamento.
O Pedro Oliveira, com a sua verve e humor característicos, já publicou abaixo sobre este assunto, que desenhou como uma coboiada e não podia ter mais razão.
Então não é que depois da vergonha do jogo da primeira volta em Alvalade, com o gamanço de dois penáltis, assumidos pelo conselho de arbitragem (CA) como "eram mesmo penáltis, o árbitro errou", este mesmo CA nomeia para o jogo da segunda volta o mesmo árbitro?
"Das duas, três", ou o CA, que acho que é composto por outras pessoas, pretende dar uma segunda oportunidade ao árbitro para fazer desta vez uma actuação isenta de erros crassos, o que se saúda, ou pretende dar a entender que o que se passou na primeira volta não foi suficientemente grave para impedir que o árbitro passe por esta prova e que o clube prejudicado pode estar descansado que desta vez será diferente. Não será, o fantasma da suspeição vai pairar neste jogo e esta não é a melhor forma de defender o árbitro, ele próprio irá estar condicionado pela péssima actuação no jogo de Alvalade. Na hipótese, plausível porém fora de cogitação, de o árbitro se enganar a nosso favor, que dirão os adversários directos? "Claudio Pereira errou para compensar os erros do jogo de Alvalade". Pouco avisada esta nomeação, para ser simpático com o CA. O árbitro estará a ser altamente escrutinado, o Sporting estará de pé atrás com a sua actuação, o Santa Clara temerá que o árbitro queira compensar os erros que cometeu em seu favor, desta vez em favor do Sporting e o adversário directo, se houver um qualquer deslize a nosso favor, apontará o dedo a erros propositados. Era escusado!
Claudio Pereira apresenta-se, aos 38 anos de idade, como "estudante". Nada contra quem queira ir sempre aprendendo. Espero que tenha aprendido com a merda que fez na primeira volta e seja, desta vez, isento.
Era previsível que isto um dia acontecesse e se querem a minha opinião, antes a sete jogos do fim que no último, que aí é que Almeirim não teria produção que chegasse, do seu fruto mais célebre.
Chegámos aqui órfãos de um treinador, seguidos de uma aposta kamikaze do presidente em alguém que provavelmente nunca será treinador de jeito e que demorou a ser descartado e seguidos ainda da contratação de um outro, rapaz simpático, que provavelmente não voltará a passar de clubes de meio da tabela. "É o que é", parafraseando Rui Borges, mas poderia ter sido melhor, se houvesse algum arrojo na substituição de Amorim. Foi o que foi.
Chegámos aqui também com imensas feridas, i.e. gente em barda na enfermaria. E graças à teimosia do presidente em apenas contratar um guarda-redes, excelente é verdade, no mercado de Inverno, chegámos à gyokeresdependência que até ontem disfarçou os equívocos na "armação" da equipa, por falta de efectivos às vezes e por falta de arrojo outras. Foi a diferença entre um rato velho, Carvalhal, que não tinha nada a perder e um novato que tinha o primeiro lugar em risco, um jogou para ganhar, o outro, vendo-se a ganhar, confiou nas arrancadas do sueco e muita fé em Deus, tanta que deixou um dinamarquês no banco que poderia ter feito a diferença, talvez por ser viking e o seu deus ser outro, vá-se lá saber. Ora o sueco ontem resolveu jogar sozinho e a coisa correu mal, tal como correu mal ao Trincão que se acha com o mesmo estatuto e ambos os dois poderiam ter sentenciado o jogo, não fosse olharem apenas para a sua pilinha. Também ficámos sem saber se as mudanças "lá atrás" foram pensadas para ganhar ou para não perder, é que trocar o Geny pelo Maxi para este fazer a ala, foi não só estúpido (já não tinha sido grande coisa o moçambicano naquele posto), como fatal, já que a auto-estrada por onde passou o bólide que fez o cruzamento para o golo do empate foi aberta pelo sul-americano. Claro que o central de marcação ao avançado, Diomande, poderia ter saído do chão e talvez tivesse cortado o lance, mas o rapaz tem o cu pesado e isso dá muita canseira.
Com o resultado de ontem, as coisas acalmarão. Pote já não fará falta e vai finalmente ser deixado em paz, Morita pode, com calma e com toda a paciência de japonês que é semelhante à de qualquer chinês, explicar a Varandas o que é um kamikaze e o Daniel Bragança pode finalmente fazer aquele alisamento japonês que o Morita, outra vez, tanto lhe recomenda e tratar da sua lesão enquanto troca umas larachas com a menina do salão. O Nuno Santos pode passar pela vidraria "Mil Espelhos" e saber o orçamento para a marquise nova e o puto Simões pode deixar as canadianas e ficar no ginásio até às férias grandes.
Nada está perdido, claro. É ganhar todos os seis jogos até final e isso implica ganhar em casa do rival directo. Caramba, se o Farense, mesmo com as linhas enviesadas, quase lá ganhou...
E como há que justificar a foto que encima este post que o não é, esperemos que o Leão não fique sem dentes entretanto e possa fazer o resto do campeonato a rasgar.
Nota: Na imagem um dente-de-leão, para quem não seja versado em botânica e coisas.
Nunca vi tanta incompetência a "armar" uma equipa como ontem um certo argentino que foi sacado do México fez com uma coisa que antes dava pelo nome de Futebol Clube do Porto.
Villas-Boas deve ter pensado das boas ao ver o que se desenrolava a seus pés, ali no relvado onde em tempos foi campeão. Outros tempos, outros quinhentinhos. Até lhes mostraram o regresso do Papa à hora de almoço mas foi rebate falso, não era o deles...
Já lá havia levado, no Dragão, uma lição de bola quando nos recebeu, mas o Pinheiro, que ontem nem se fez notar, quis então espalhar caruma e ofereceu-lhes um empate ao cair do pano que nos soube a derrota.
Não costumo assistir a programas "de bola", mas como a programação dos canais generalistas ontem era uma cagada em três actos como em regra acontece ao Domingo, fui fazendo um périplo pelos canais do cabo e parei na CMTV no momento em que um agastado e embuchado Rodolfo, antigo jogador "azul e branco", dizia que o seu clube tinha regredido (ele não disse assim, mas foi o quis dizer) ao tempo anterior à sua estada no clube como jogador. O moderador quis certificar-se se o que ele dizia era mesmo o que queria dizer, que o FCPorto teria recuado cinquenta anos e o senhor confirmou. Ora este lapso temporal leva-nos mais ou menos para a época do início do Apito Dourado. Saudosismos.
Disseram lá na CMTV que o presidente do Porto foi ao balneário ao intervalo e que terá dado um responso aos jogadores e ao treinador e por aí fora. Esqueceu-se do mais importante, do chá e que o Pinheiro é inegociável, nunca trairá os seus princípios, perdão, amigos, portanto tarefa gorada e destinada ao insucesso, Mais Valia ter ficado com o sorumbático presidente da CMP e membro daquela coisa de "notáveis" do clube e ligar para o macaco, dizendo-lhe ternamente "volta nandinho, estás perdoado".
Agora que temos um querido a novo presidente da federação da bola, esperava-se que, não colocando em causa a independância, a autonomia e a liberdade de escolha do seleccionador/treinador, alguém dissesse ao espanhol que como um dos seleccionadores com o ordenado mais alto do mundo da bola, deveria escolher os melhores sem olhar a gostos pessoais (sou simpático ou não?) e fazer um pouco mais de esforço para os fazer jogar algo que se veja. Terefa impossível, já que como se viu com a selecção da Bélgica, onde com a melhor geração de futebolistas de sempre, desperdiçou talento e ganhou... Bola.
Ontem mais uma vez apresentou um futebol paupérrimo, sem chama, sem garra, cheio de equívocos, com uma toada baixa, lenta, premonitória de um fim angustiante em morte cerebral.
Manteve-nos na eliminatória Diogo Costa, que foi adiando o golo dos dinamarqueses com belas defesas. Mais valia ter deixado entrar aquela bola logo no início que parece ter sido premonitória do que seria o jogo. Talvez eles acordassem todos, treinador incluído e pudessem mostrar que sabem o que fazer dentro de campo. Mas não foi assim e foi demasiado mau o que todos os restantes fizeram, em contraste com a basófia que vão tendo de que são uma das melhores selecções do Mundo e com o melhor médio da Europa (careca dixit). Não basta marcar com os olhos, é preciso dar em cima, querer mais que os outros, mas com esta alminha a treinar, até já inventámos uma nova modalidade, correr a passo, que é assim uma coisa mais lenta que a marcha, no atletismo e onde eles não se desengonçam tanto, que há que manter a pose e o cabelo no lugar.
Domingo há mais em Alvalade e eu temo que com Hjulmand e Harder a jogar em casa, se o espanhol não mudar radicalmente as coisas, lá vai mais um prego para o caixão.
O que de bom se pode retirar disto? Trincão, Quenda e Harder, apesar de não treinarem com a equipa, não calçaram, podendo pelo menos descansar. O Inácio bem que poderia ter invocado um desarranjo intestinal, sempre teria evitado contribuir para aquele enorme fluxo no colector de saneamento.
"Na sequência da decisão do Conselho de Disciplina, que condenou o jogador Nuno Santos na sanção de suspensão de oito jogos por ocasião do jogo da Supertaça realizado no Estádio Municipal de Aveiro, a Sporting SAD informa que foi hoje notificada do acórdão proferido pelo TAD, no âmbito do processo n.º 67/2024, a qual, concluindo pela procedência do recurso, revogou as sanções aplicadas à Sporting SAD e aos jogadores Nuno Santos e Matheus Reis.
Embora se congratule com a decisão do TAD, a Sporting SAD não pode deixar de censurar o modo leviano como o então Conselho de Disciplina da FPF decidiu suspender um jogador em cerca de um quarto da principal competição nacional, cujos efeitos, por sorte ou infortúnio, apenas não se fizeram sentir no plano desportivo devido a uma grave lesão sofrida pelo atleta.
A Sporting SAD espera que o novo ciclo federativo do Conselho de Disciplina da FPF represente um momento de viragem, trazendo uma abordagem mais ponderada e sensata a uma actividade fundamental para assegurar a regularidade das competições e a preservação da verdade desportiva."
Começo pelo princípio: Fresneda. Marcou mais um, demonstrando-me que é mais jogador do que aquilo que eu por aqui fui dizendo a seu respeito. Pode não ser grande espingarda a defender, que não é, mas na ala direita tem feito muito boa figura. Mérito dele e de Rui Borges, que lhe sabe retirar o que pode dar.
Dez minutos iniciais de serenata, à chuva da depressão Laurence, que soou depois a desafinada até final da primeira parte, ou não fosse karma dos sportinguistas verem aquilo que se prevê fácil, acabar num cabo de trabalhos e verem sempre em campo menos um jogador. Hoje mais uma vez calhou a Trincão, que demonstrou ter dois tijolos em vez de pés (se calhar por causa da cor das chuteiras) no lance do primeiro golo, fazer de ausente. Regressou, ainda que com cara de envergonhado, na segunda parte, a tempo de fazer uma pré-assistência para o terceiro, a única coisa de jeito que fez em todo o jogo, já depois de estarmos a jogar com nove, após expulsão, mais uma estúpida, de Maxi e da entrada de Esgaio. A meio do caminho, ainda tivemos que levar com mais uma infantilidade de Diomande, que cometeu mais um penalti daqueles que só a parvoíce leva a cometer. Há quem fale em dores de crescimento, eu falo em falta de foco, que vem sendo recorrente. A rever, com alguma urgência nesta paragem se ele não for para a selecção do seu país.
Na segunda parte, as coisas correram bem melhor, Quenda abriu o livro, finalmente, ele que fez tudo na ala direita, o meio campo começou a ter bola, deixou de ser bola na frente e fé em Gyokeres, que, já agora, levou a biblioteca toda e distribuiu cultura em doses industriais, que lhe deram para duas assistências e o picar do ponto da ordem.
E terminou este match de football com uma vitória por três bolas a uma, que poderia ter chegado mais cedo, que sumo para isso foi bastamente espremido e esbanjado, que o redes deles defendeu que se fartou. Quem também demonstrou que a sua contratação foi um tiro certeiro foi Rui Silva, que veio fazer jus à frase "finalmente temos um guarda-redes" e ele hoje numa altura em que os famalicences estavam a arrebitar cabelo, puxou dos galões e demosntrou que se o careca espanhol precisar dele para a baliza, pode contar com classe entre os postes.
Mas claro, se não fose assim, não seria o Sporting. Sofrer é o nosso karma e é para isso que teremos que estar preparados nas oito finais que faltam até este campeonato se finar, isto se os outros não encostarem por aí num campo qualquer, ele às vezes há coisas e mesmo com os MIB (Man In Black) a espaldar qualquer falta de jeito, engenho e capacidade físico-motora, pode ser que a coisa seja mais folgada, a ver vamos como dizia um ceguinho que fazia vida no Metro de Lisboa e "batia" o mercado de Tomar à Sexta-feira, com a frase que ficou para a posterioridade: "Auxiliai o ceguinho". E eu seja ceguinho, salvo seja, se isto não vai acabar em bem, mesmo com toda a tendência dos nossos rapazes para nos colocarem à prova o nosso coração.
Agora é para descansar e para o treinador treinar alguma coisa, pelo menos com a meia-dúzia que fica em casa que isto a bem dizer, temos quatro na selecção nacional, um na da Suécia, outro na da Bélgica, outro na da Costa do Marfim, outro na de Moçambique, outro na do Japão, outro na da Dinamarca e possivelmente dois na do Uruguai. Sabem o que vos digo? Fora o panzer que já tomou da poção mágica novamente, os outros podem nem sequer jogar, que eu não me importo nadinha.
Essa é a melhor notícia deste dia em que acabámos por vencer o jogo, que era o objectivo.
Nota-se a cada jogo que passa que a malta anda mesmo estafada, não se pode exigir mais do que estão a dar.
Andam lá dentro alguns que não podem com uma gata pelo rabo e alguns miúdos que "à semana" jogam na terceira divisão. Se lhes ou nos tivessem dito no início da época que estariam ali como titulares ou opções de banco, nem eles nem nós acreditaríamos.
Hoje logo na primeira parte a coisa poderia ter sido resolvida, poderiam ter entrado mais três ou quatro e na segunda não foi tão eficaz na construção, mas estava tudo controlado até que o nosso guarda-redes deixou passar uma "por baixo do tabaco" e deu algum alento ao Estoril. Felizmente temos Gyökeres e a tarefa foi concluída com êxito.
Falta mais um jogo até ao descanso (faltam dois, mas o desejo que esta fase passe é tal, que me esqueci do Famalicão, obrigado a quem fez o reparo).
Propus aqui no último post que publiquei que as partes passassem a ter 90 minutos, para não assistirmos aos espectáculos degradantes das segundas partes da nossa gloriosa equipa.
Alguém ("que Deus já lá tem") me ouviu, caramba. Nunca pensei ter alguma importância no ludopédio luso, mas ontem dei por mim a verificar que havendo apenas uma parte, os rapazes souberam dosear o esforço. Começaram em modo de contenção de esforços e fé em Rui Silva e na falta de jeito dos avançados do Gil, coisa que levaram até aos 45 minutos com enorme competência, não é fácil jogar tão mal durante tanto tempo, o que é que julgam? e acabaram em cima do adversário, fazendo um golo e podendo fazer praí mais uma meia-dúzia deles, tal o caudal ofensivo proporcionado por Trincão no seu modo Poço da Morte, naquele rodopiar alucinante que não sai do mesmo sítio, mas causa uma sensação de vertigem que agita o estômago, principalmente quando se perde na beira do poço e esbarra para fora dele e entrega a mota (a bola, vá) ao adversário que se limitou a estar parado até ele ficar tonto e lha tira com um sopro. Foi também interessante a inclusão de Esgaio no onze e eu não preciso que me digam porque é que o Rui Borges o fez entrar, o homem já está tão habituado a jogar com dez, que para cumprir a tradição se bem o pensou, melhor o executou. E curiosamente, Esgaio não o defraudou, manteve-se em campo como se lá não estivesse, cobrindo as jogadas dos adversários com o seu golpe de vista de milhões, como aconteceu no golo anulado ao Gil. Dei comigo a pensar que se o treinador lá tivesse colocado um poste seria mais eficaz, é que sempre poderia algum gilista chocar contra ele.
Bom, de qualquer maneira para acabar em apoteose, há que "aguentar os cavais" antes.
E não fora o olho de lince do VAR (que não viu um penálti a nosso favor por mão de um gilista, diz o ex-árbitro Pedro Henriques), estaríamos condenados a mais meia hora de grande espectáculo.
Enfim, agora mais a sério, não me recordo de uma primeira parte tão má e eu já vejo o Sporting há sessenta anos. Felizmente o que era preciso conseguiu-se, a vitória. Vamos esperar por melhores dias e que Rui Borges se deixe de inventar.
Este é um Leão com nome. Chama(va)-se Scarface, morreu em 2021 na reserva queniana de Maasai Mara, com 14 anos bem vividos, muitas lutas ganhas e inúmeros adversários mortos, coisa do dia-a-dia da selva. Reparem que tem uma cicatriz peculiar na zona do olho direito, daí o ápodo, resultado da sobrevivência a uma qualquer luta com uma presa ou com um outro macho pela liderança do clã. O que importa aqui, para o post, é que este Leão foi resiliente, foi o verdadeiro rei da selva, foi longevo e ao que consta respeitado pelos seus pares.
Este Leão, apesar das adversidades (ser ferido em combate para um animal selvagem é uma quase sentença de morte) foi reinante por longos anos, vencendo alguns jovens aspirantes a alfa do grupo. Nunca se rendeu aos percalços que a vida exigente na selva lhe ergueu pela frente. Morreu de velho, orgulhoso do seu passado.
Já o nosso Leão, ultimamente alvo de muitas adversidades, roturas, fracturas, montes de ligaduras, tem feito pela vida, movendo-se numa selva que lhe tem sido adversa. Tem dado para o gasto, poderá dizer-se, mas do ultimamente recente o que me preocupa é que este nosso Leão só tem dado para meia parte, ou seja, 45 minutos mais os descontos.
O nosso presidente veio pedir que o VAR varasse as suas incongruências e parece que logo hoje passou a haver o critério que o senhor pediu, que exigências não são para nós, isso é coisa de clubes da treta (a lampionage já começou a barafustar e vai ser "lindo" até ao fim, digo eu). Acho alguma piada ao Manel Oliveira, VAR do jogo de hoje, ter arranjado um novo protocolo "varal". Não é falta de Diomande para vermelho, mas como já tem um amarelo, o gajo chama o árbitro dizendo-lhe que há um potencial vermelho. Como para vermelho não dá e já que estamos com a mão na massa, lá vai o segundo amarelo quépáprenderes, ó diamante, ninguém te mandou meteres-te num dos quinhentos lances que se passam todos os fins de semana só nos jogos disputados no pré-fabricado do Colombo. Duma coisa podemos estar descansados, depois da veemente arrochada do nosso presidente ao concelho de arbitargem (sim, concelho, que aquilo tem presidente e vereadores e gajos que também se metem em negócios pouco claros como acusam por aí a alguns autarcas) a partir de agora este vai ser o critério.
Também deverá ser critério não despenalizar castigos a jogadores. Esta despenalização de Diomande foi claramente para nos prejudicar. Leva dois jogos, é dois jogos que fica parado, era dois em um, descansava e não fazia merda!
Ah, dava jeito também olhar para o banco e ver jogadores, mas a gente olha e só vê o Esgaio, como é que queremos depois substituir o inútil do Trincão? Esperem, havia o Biel que já foi Gabriel, mas que me parece que de bola não vê um pincel. Parece que não havendo dinheiro para bons, se compram os que calhar. Se vierem por mão amiga, tanto melhor.
Outra coisa a que nos tem habituado este novo Leão, é a jogar decentemente apenas a primeira parte. Será que o nosso presidente, que apoiou a eleição da corja de lampionagem que tomou conta da FPF, pode pedir ao "querido" que arranje primeiras partes apenas, nem que elas durem 90 minutos?
E era só isto, queria homenagear um Leão que lutou até ao fim.
A foto é de Randall Ball, fotógrafo norte-americano. A história de Scarface podem googlar.
Era assim que brincava com os meus filhos com objectos escondidos pela casa, eu e milhões de pessoas pelo Mundo inteiro, nada de inédito portanto por aqui.
E se o joguinho não é inédito, o fado do adepto do Sporting também não.
Seria lá uma época normal se não acontecessem coisas que não lembram ao Diabo, ele próprio, ao Sporting?
Ontem, à falta de melhor, arranjou-se um golo dos apanhados, daqueles que vai virar "même" e viralizar.
E calhou-nos outro artista do folclore arbitral, o que configura uma tendência que se tornará habitual, tal a predominância dos apitadeiros de serviço no nóvel elenco federativo. Que acumulam com benfiquismo militante, já agora, o que é duplamente preocupante.
Mais quanto ao resto, corremos o risco de um destes dias não termos homens para fazer um onze de jeito, mas isso tem um responsável, que certamente se assumirá. Lembro que as equipas de topo têm um conjunto de 20 a 25 jogadores e algumas até ultrapassam os 30, devido aos calendários demasiado preenchidos e ao número exagerado de jogos, o que leva a demasiadas lesões, musculares e outras. Se se opta por grupos pequenos, como é o nosso caso, há que manter o departamento médico precavido para o que possa vir a acontecer. Lembro que o verbo precaver é sinónimo de antecipar. Não preciso explicar, creio.
Voltando ao malfadado jogo de ontem, chamem-lhe premonição ou o que quiserem, mas assim que o APAF apitou para o início e vi como Inácio abordou alguns lances e o próprio "traidor" St. Juste, que me cheirou a esturro. E como o senhor Peter afirmou, tudo o que poderia ter corrido mal, correu e por ironia, mais uma, das desgraças que acontecem só ao Sporting, o guarda-redes que tivemos de contratar por ausência de um titular decente, deu uma casa do tamanho da Ponte Vasco da Gama e mais um bocado das salinas do Samouco. A casa teve ainda mais uma assoalhada, porque se o rapaz não tem tocado na bola aquele "passe açucarado" do Ste Juste daria um pontapé de canto e assim deu golo para o adversário.
A malapata continua. Sinceramente nem sei como isto vai acabar, quero que acabe bem, tenho esperança de que acabe bem, mas pelo andar da carruagem, sei não.
Por aqui, em Aarburg, está frio, muito frio.
Esperava eu que os rapazes me aquecessem um pouco a noite de ontem, mas o hábito das noites frias está a começar a ser preocupante.
Vale-me estar com o filho sportinguista. E a beleza da neve. E a cerveja a ficar gelada na varanda.
Sem querer entrar de cabeça e submergir-me numa teoria conspirativa que não faz muito o meu género, parece-me que algo se passa em Alvalade e em Alcochete, que é onde funciona a oficina do futebol.
Não é normal tanta lesão muscular e de fadiga e com tanto tempo de recuperação. Não sou profissional da área, presumo que quem lá está diariamente seja competente, mas há qualquer coisa que me escapa, nesta aventura de se ir enfrentar o finalista vencido da última Liga dos Campeões, com menos sete titulares indiscutíveis. E destes, apenas um por castigo. Não pode ser apenas malapata.
Quem quer brincar à LC, tem que ter brinquedos para isso e o Sporting não tem, definitivamente, ferramentas para isso. Tem em qualidade, mas não tem em quantidade e quando a qualidade está ausente, não há qualidade em quantidade que chegue para dar a volta ao texto. Sabe-se que o treinador que iniciou a época quis um grupo pequeno de jogadores: O seu amigo director desportivo e o seu amigo presidente não foram capazes de lhe dizer que para se ganhar o dinheiro da LC é não apenas necessário ganhar internamente, mas fazer boa figura naquela competição? Que com esse dinheirinho é que se compram os melões e que se não houver esse dinheirinho, nós é que ficaremos com grandes melões? Nós o clube e os adeptos que passam anos e anos com a cabeça a inchar e lá muito de vez em quando alguém lhes faz uma purga que reduz o inchaço. Tão poucas vezes que a malta até parece vacinada.
Não querendo meter-me no trabalho do treinador, que fez uma excelente recuperação da fé dos adeptos na equipa, após o tiro no pé que foi João Pereira, pergunto por que raio (já havia acontecido no Porto) não entram os melhores de início, mesmo que só joguem meia parte? É que será talvez melhor para a equipa e para eles próprios, estarem todos frescos. Estarem dois frescos a partir da hora de jogo e os outros estarem de rastos, não ajudará muito à manobra colectiva, digo eu, que não percebo patavina de bola. Ou então se estão mesmo mal, que fiquem na bancada, pelo menos descansam a sério. Também se pode andar a esconder alguma coisa, mas como disse acima, teorias da conspiração não são a minha praia.
E agora que este assunto está, mal, resolvido (só temos que ir numa excursão a Dortmund um dia destes), vamos lá a ver se conseguimos arranjar forma de sermos campeões e de ganhar o graveto da entrada na prova para o ano e com isso contratar mais alguns brinquedos para ver se conseguimos não ser apanhados com as calças na mão, como esta época. E não foi por falta de aviso.
Vamos lá ao Arouca, que há três pontos para ganhar.
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