Substituir o Ronaldo não é o fim do mundo
Andam os telejornais a recordar o Euro-2004, ora repondo alguns golos, ora entrevistando alguns jogadores da seleção da altura, e esquecem-se de trazer à baila um acontecimento paradigmático dessa prova que deve servir de inspiração ao mister Fernando Santos.
Em pleno Euro-2004, era Figo a estrela maior da companhia e a sua forma já não aparentava ser a mesma. Ninguém ou muitos poucos se atreveriam a colocar Figo no banco, sobretudo nos momentos do jogo em que este, claramente, não acrescentava valor à equipa.
Pois bem, Scolari, o sargentão, mostrou tê-los no sítio, e não se coibiu, sempre que entendeu ser necessário, de dar novo fôlego à equipa, substituindo o capitão da equipa (jogos com Rússia, Espanha e Inglaterra).
Deu que falar tal atrevimento do seleccionador! Aliás, todos estarão, certamente, recordados do episódio insólito no mítico Portugal x Inglaterra, em que após ter sido substituído, Figo dirigiu-se de imediato para o balneário, não acompanhando o resto do jogo no banco de suplentes.
Serve isto tudo para dizer ao mister Fernando Santos que, homem!, não tenha medo de mais logo tirar o Ronaldo do 11 caso este esteja a ser um jogador a menos na equipa. Não será o fim do mundo, como não foi o fim do mundo em 2004 de cada vez que o Figo foi substituído.
Mais, mostrar a todo o mundo que o Ronaldo não é intocável só dá credibilidade ao seleccionador, afastando as dúvidas sobre a sua real independência e bom senso na hora de ler o jogo.