Sporting Clube de Lisboa
No domingo, houve uma larga maioria de votantes favoráveis à introdução do voto electrónico não-presencial: 70%. Mas a medida não passou por exigir maioria qualificada de 75%. O que significa isto? Só percentagens coreanas ou albanesas permitem verdadeiras alterações estruturais no Clube.
Na prática mantém-se, até ver, Sporting Clube de Lisboa em vez de Sporting Clube de Portugal. Mudança bloqueada por uma minoria absoluta - de lisboetas. Três mil e poucos a introduzir um papel na urna bastam para porem e disporem. Querem o clube só para eles. Imunes à tecnologia só aqui, quando usam a tecnologia em quase tudo - da gestão da conta bancária às compras mais diversas.
Fui contra isto, mantenho-me contra isto. Estarei sempre do outro lado. Quero um Sporting verdadeiramente representativo do país inteiro - e não de uns quantos bairros da periferia alfacinha. Quero um Sporting do século XXI. Não quero um clube refém dum mundo analógico que já deixou de existir.
ADENDA: Convém ter a noção das proporções: o bloqueio ao voto electrónico à distância foi corporizado nas urnas por 630 sócios.