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És a nossa Fé!

Sporting 2021

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Resmunguei qualquer coisa no postal do Pedro Correia, no qual ele profetiza os desenhos e desígnios do futuro da bola sportinguista. E o camarada coordenador "propôs" (uma proposta superior é uma ordem, como é consabido nas organizações democráticas) que eu evoluísse o comentário/resmungo para postal próprio. Então, e como sou muito bem mandado, esventro as minhas aves e pronuncio os meus augúrios.  Que são mesmo oriundos dos dizeres daquelas entranhas, pois de bola pouco percebo e, ainda por cima, não tenho tido paciência (nem assinatura televisiva) para ver os jogos. Talvez por isso mesmo sejam mais significativos, verdadeiros dizeres do Além-da-bola.

1. O melhor reforço será o calibrar dos objectivos e expectativas. O Sporting não ganha há 20 anos e depois das últimas demenciais épocas o fundamental será contratar o genial "jogo a jogo". Pois objectivos exarcebados para a próxima época serão algo exagerados, e não só pelos traumas e défices herdados. Para além dessa canga teremos que enfrentar um poderoso F. C. Porto campeão, o qual manterá a sua até lendária "estrutura", comandada pelo excelente treinador Sérgio Conceição, e no qual pontificam excepcionais jogadores como Marega, Uribe e o eterno jovem Pepe. E o clube, ainda que espartilhado pelas regras do fair-play financeiro (uma delícia semântica) e uma dívida de alguma monta, verá o seu orçamento reforçado pelos ganhos advindos do título nacional, ao que dizem os jornais. Portanto reforçar-se-á com o habitual olhar clínico, quase sempre certeiro, que o caracteriza desde há décadas. E quaisquer sonhos de campeonice terão também de enfrentar o Benfica, alentado pela renovação do contrato com o play-maker Proença e, ainda mais, pelo regresso do Grande Jorge Jesus, desde há muito esperado pela enorme massa adepta sebastianista, a qual sempre, e sem excepção, nele reconheceu grande competência técnica e vínculo moral exaltador do clube. Regresso que será também acompanhado de gigantesco investimento para reforçar o plantel, mais de 100 milhões de euros, garantem as notícias, num magnífico esforço para afirmar que dura lex, sed lex, sob tutela da agremiação nossa vizinha.

Assim sendo, entre velhas mazelas e a extrema grandeza dos nossos rivais que poderemos ambicionar? O tal "jogo a jogo". Para quem não saiba o que isso  significa, e fugindo à sempre cansativa configuração conceptual, ilustro essa estratégia de comando, qual Maquiavel actual: há anos o Sporting teve um fugaz treinador que propalou esse modelo táctico. As coisas iram correndo muito bem. Um dia o seu trinco que muita influência tinha, Carvalho, teve o seu 4º cartão amarelo. Dois jogos depois o clube iria jogar a Carnide, cujo Sport local ombreava connosco na classificação. A lógica da campeonice mandava que o tal Carvalho fosse "poupado" no jogo intermédio, para não ser admoestado com o cartão que o impediria de jogar com o tal rival. Mas o referido treinador, fiel aos objectivos e desígnios, não o poupou, fê-lo jogar, o homem foi punido e, claro, impedido de jogar no "clássico" alfacinha. "Esse é o espírito" ..." (como se diz na língua inglesa). Precisamos mesmo disto. Esta é a única forma de um clube macerado como o Sporting vir a crescer na área do futebol. A única.

2. É importante que o clube melhore a política de empréstimos e de rescisões. Fazendo-a com todo o respeito pelos indivíduos em causa, pelas suas expectativas futuras, pelo desenvolvimento das suas carreiras e, acima de tudo, pela sua maturação como Homens (no sentido de Pessoas, independentemente do género/sexo). É neste âmbito que tenho que referir os vários sportinguistas que vêm propondo a cedência da maioria da SAD futebolística a investidores privados. Em questões de paixão clubística não vale mentir. Temos que reconhecer que todos nós, sportinguistas, contestamos/detestamos/criticamos grupos de mariolas que nos rodeiam: os energúmenos brunistas, os malvados croquettes (com dois "t"s), os jogadores da bola, os das claques, os da bancada central, os jornalistas (em especial os da Cofina mas também os da "Travessa da Queimada" [ai, que saudades, ai, ai]), muito mais do que tudo os árbitros, o pérfido Pinto da Costa e seus sequazes, o Dura Lex Vieira e a malta da Outra Banda. Mas também outros, alheios ao mundo do futebol, os brancos (ex)colonialistas, os ciganos (em especial o Quaresma, que é do Porto), alguns negros (mas não os nossos bons jogadores), os do cavaco, os socialistas, que são todos o mesmo, os da descentralização, os da centralização, os banqueiros e bancários, os polícias, os ladrõeszecos, os mafiosos, os pedófilos, os comunistas (que são do Benfica), os do Chega (que também são do Benfica), as mulheres (raisparta que já não ficam nos carros a fazer tricot ou crochet), os maricas (que agora até há na bola), os "tóxicos" que só querem é gajas, os velhos que têm reformas, os putos que não querem sair de casa, os da meia-idade que só têm é direitos, os franceses que compram casas, os chineses que compram tudo, os bangladeshes que são bangladeshes, pior do que tudo os espanhóis, e nisto só se safam (ou safavam) as boas das suecas, que são boa gente ...

Ora se a gente não gosta nada destes mariolas todos ou de quase todos, vamos querer entregar o nosso amado Sporting a uns filhosdamãe mafiosos comerciantes tailandeses, cafres chineses, yankees refinadíssimos saídos dos filmes, russos "oligarcas", árabes pretos de petróleo, mariolas de carteira bojuda? Ou seja, quando ouvirmos ou lermos - como vamos sofrendo - alguns doutores sportinguistas no choradinho de que para ter sucesso é preciso entregar a SAD a "investidores" convém a gente reclamar a cada um deles "desnasce, pá!". E para quem  não perceba esta figura jurídica (entre o empréstimo e a rescisão) explicito que é dizer-lhes, a cada um e com a veemência do mais radical vernáculo, que devem regressar aos orgãos genitais dos respectivos progenitores. 

Estabelecido este modelo de jogo, o nosso tiki-taka ou lá como se diz, avanço para as minudências da constituição do plantel: 

3. Ou o puto Max chega ou não chega, nisto não há meias medidas. Ou, de outra forma, ou é a la Patrício ou nunca o será. Seja lá como for contratar um Conhé não me parece adequado. Ou vem o Beto como "mestre" ou então um guarda-redes titular, estrangeiro, que se imponha e ensine. O Porto resolveu muito bem o caso, na última época. É verdade, não vale a pena resmungar, os andrades acertaram.

4. À direita é a crise, tal como no país. Rosier é um flop anunciado - mas a quem é que lhe passou na cabeça contratá-lo por aquele dinheiro todo?, até eu logo percebi a asneira. Ristovski é esforçado e  chega como ... suplente. E por mais apreço que haja no seminário ainda não vi ninguém que gabasse Camacho como ... suficiente. Alguns propõem o resgate de Esgaio. Será um absurdo, o Braga do empresário Salvador receberá sempre um preço excessivo, que o homem, justiça lhe seja feita, não é parvo lisboeta nenhum. Mas urge um bom lateral-direito. Não é preciso um artista, basta um tipo que saiba defender e que tenha fôlego para ir lá à frente passar a bola. Se conseguir cruzar com alguma ponderação será melhor, mas isso custa dinheiro.

4. Sem Mathieu, mandar embora Ilori - mas quem se lembrou de ir buscar o rapaz? E logo quando finalmente tinha encontrado um sítio onde jogava, foi mesmo crueldade, uma vingança de clube ressentido pela malandragem que ele tinha feito ao forçar a saída. Não sei se Neto será suficiente como titular (veio com "planta" de tal). Eu continuo a pensar que Coates é insuficiente para uma equipa com aspirações grandes (ver ponto 1), para mim ele é o novo Polga, com o qual ainda tenho pesadelos. Para se perceber melhor, se Polga é meu inverso de Damas, Coates é o meu inverso de Jordão. Se àqueles amo a estes mais recentes ... (não digo porque o governo anda a perseguir a linguagem menor curial na internet). Ou seja, ou jogaremos sossegados a evoluir, e seja o que Deus Nosso Senhor quiser, e Coates fica ou queremos saltar para um patamar mais aprazível e será preciso trazer dois centrais de gabarito. E desejar felicidades ao estimável central na sua carreira na leste europeu ou na Ásia.

4. Borja já mostrou que não chega. Pode ser bom jogador, até. Mas não há história de um maduro que tenha sido suplente durante duas épocas e que depois tenha vindo a adquirir qualquer relevância. Assim, se Acuña sair (o que não seria mau), serão necessários dois jogadores para a ala esquerda que saibam defender. Caso Acuña fique (o que não seria mau) bastará um para concorrer com o puto Mendes.

5. Doumbia perdeu crédito. É uma pena, pareceu que iria crescer. Palhinha deve ficar, até porque o Covid lixou a artimanha do empresário Salvador que contratualizou que a venda de Palhinha até Setembro lhe iria dar benesses - mas quem é que assinou aquilo? Aliás, no próximo Europeu será o suplente de Ruben Neves se o engenheiro Santos se deixar de tradicionalismos - já agora, o engenheiro do Penta e do Euro deveria ser obrigado a assinar um contrato com o país, comprometendo-se a não entregar a titularidade de trinco ao jogador Danilo ou ao jogador Carvalho. Li aqui entendidos da bola bramirem que Battaglia deve sair. Um absurdo. Bom jogador, bom profissional, polivalente e generoso.

6. Adrien de novo? Mesmo que baixe o ordenado chegaria para pagar dois bons jogadores. Adrien é uma boa memória (mas, já agora, passou anos a tentar sair, não devemos ir em choradinhos sentimentais). Deve seguir para a Turquia ou mais a Oriente. E muito espero que aforre o suficiente para ter uma bela vida, que me parece ser um tipo decente. 

7. Geraldes e Pedro Mendes não são jogadores para o Sporting. É uma pena, mas é a realidade. Geraldes parece óbvio, ainda que me pareça um tipo interessante. Pedro Mendes nem vi jogar, para além de fugazes aparições, sprints de quem vem do banco de suplentes. Disse-me quem sabe muito de bola e acompanha o clube, profissionalmente: "grande atleta, grande profissional, um puto porreiro. Mas não chega para o Sporting". Deve o Sporting, em respeito pela sua Academia, vender o seu passe desportivo a um clube onde possa singrar. E quanto a Geraldes deve deixá-lo seguir uma boa carreira, consciente do que o prejudicou nos últimos anos de gestão apatetada do plantel.

8. André Martins, simpático e talentoso jogador que vestiu alguns anos a nossa camisola, acaba de se sagrar campeão polaco. Está a ter uma bela carreira, recompensada desportivamente. Espero que com acompanhada com felicidade e desafogo financeiro. O Sporting deve cuidar, sem prejuízo próprio mas também sem ganância, que jogadores como Miguel Luís tenham o mesmo rumo. 

9. Nem Sporar nem o rapaz brasileiro de nome estranho são pontas de lança para um equipa de topo. Vai ser caro mas terá que se contratar alguém para o lugar. Nunca Slimani, o passado não se revive. E pagar milhões por um Taremi ou lá como se chama? Deixá-lo ir para o banco do Porto. Dala seria bom, mas muito duvido que venha a pegar no clube. Insisto, não há história de jogadores que tenham chegado, depois passado anos de Herodes para Pilatos, e depois regressado para vingar. 

Enfim, um guarda-redes, dois laterais, dois centrais, um médio de ataque (com Palhinha de regresso) e pelo menos um avançado centro capaz. Muito dinheiro, muito dinheiro. Dinheiro limpo. Dinheiro limpo.

10. Uma contratação grátis seria a de melhores adeptos. Entenda-se, menos ansiosos. A ver se a Academia os consegue produzir.

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