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És a nossa Fé!

Sonho de uma noite de Verão

Ontem, como milhões de pessoas no Mundo inteiro, assisti à final da Liga dos Campeões disputada no nosso país, ali naquele estádio junto ao Colombo.

Frente a frente dois conceitos de clube completamente antagónicos: O Bayern de Munique um clube dos sócios, há muito dirigido por ex-jogadores (deve ser coisa quase inédita no mundo do futebol), agora por Karl-Heinz Rummeningge e antes por Franz Beckenbauer e o Paris Saint-Germain, propriedade de um magnata do Qatar, que diziam os papagaios da TVI ter investido nos últimos anos 1,2 mil milhões de Euros em aquisições (alô fair-play financeiro!).

Nem sempre se pode ganhar por oito golos e mesmo que os golos sejam o sal do jogo, a final de ontem pareceu-me muito bem disputada, principalmente até ao golo dos alemães, curiosamente marcado por um miúdo que começou nos franceses, pelo qual foi duas vezes campeão, até. Depois disso, veio ao de cima o factor "equipa" do Bayern, e foi por aí abaixo o factor "conjunto" do PSG, que passou a praticar um futebol desgarrado, à procura do milagre Neymar que não apareceu.

Ganhou quem eu gostava que ganhasse. Não por ter uma simpatia por aí além com os bávaros, mas porque plasmam o que eu entendo dever ser um clube de futebol, nesta época mercantilista e da ditadura do dinheiro associada ao desporto. Um clube detido pelos sócios, terá sempre mais "um bocadinho assim" de energia na hora da verdade, porque a força dos seus associados está também lá dentro, onde os onze lutam pelo emblema. E porque o futebol é paixão e por uma questão de princípio, não me estou a ver um dia a torcer por um clube propriedade dum fulano qualquer, ou duma sociedade por quotas qualquer.

Chegámos ao ponto: Adormecida com a época das contratações, que desta vez foram cautelosas e aparentemente acertadas, que isto sendo como os melões, há sempre uma probabilidade de dar certo e bem se os contratados não forem cromos do catálogo de um qualquer fornecedor e sim analizados por quem vai trabalhar com eles, adormecida, dizia eu, está a venda da maioria do capital da SAD do Sporting a investidores. A coisa por cá, com vários exemplos atrozes, não tem dado certo e como não estou a ver um Xeique do Qatar ou das vizinhanças que gaste o mesmo que o do PSG no Sporting, a venda do capital, tida por uns como inevitável, por outros como necessária e por outros vital para a sobrevivência do clube, não será mais que, salvo as devidas proporções, criar um PSG em Lisboa que precisou de mais de 400 jogos na era "qatarense" para chegar à final da LC (numa situação muito especial de pandemia), para a perder de forma clara para um clube poderoso. Já havia passado os "quartos" com alguma felicidade, no tempo suplementar. Tem ganho a nível interno, os factos demonstram-no, é inegável, mas será caso para perguntar a que custo. A sua superioridade evidente entre portas, ter-lhe-á retirado a competitividade e a rotina de enfrentar equipas da sua igualha e a questão que se coloca é esta mesmo: Haverá necessidade de gastar tanto dinheiro, "apenas" para ganhar campeonatos? Não será essa "gastança" uma necessidade de fazer rodar dinheiro com objectivos pouco claros a que inevitavelmente o nome do Sporting estaria associado, não apenas a comissões pagas a um sem número de abutres que pairam sobre o futebol, mas a lavagem de dinheiro oriundo de actividades ilícitas, algumas de crimes de sangue?

O PSG contorna o problema do fair play financeiro com pagamentos "em géneros", tanto nas transferências como nos vencimentos aos jogadores, numa manobra que de transparente não tem absolutamente nada. Eu não quero isto para o Sporting, porque para aqueles que defendem a venda da SAD, se não for para ganhar sempre como ganha o PSG, para quê então? Não, eu prefiro continuar a ter a ilusão (sim, nos tempos que correm é apenas ilusão dos sócios pensarem que mandam no clube, mas podem a qualquer momento decidir mandar, podem fazê-lo) de que posso contribuir para que o clube (por consequência a SAD detida maioritariamente por ele) seja uma entidade de bem.

E como é Verão e o tempo vai estando agradável, sonhar que um dia o clube tem dinheiro para pagar aos investidores privados e compre o capital da SAD que anda disperso e feche a porta da sociedade, assumindo-se como um Bayern! Sonhar não custa, pois não?

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