Só pode queixar-se de si próprio
O presidente destituído, cada vez mais desacreditado, continua a fazer o papel do menino queixinhas, apontando a dedo tudo e todos, para evitar ser responsabilizado pelos seus próprios erros.
Vem desta vez fazer-se de vítima, atribuindo culpas à Comissão de Fiscalização, que acusa de querer inviabilizar a sua candidatura à presidência do Conselho Directivo do Sporting - que, quanto a mim, está condenada à partida. Como aliás ficará amplamente demonstrado nos próximos dias.
Acontece que, no rescaldo imediato do abominável ataque à Academia de Alcochete, Bruno de Carvalho foi reiteradas vezes aconselhado a demitir-se, proporcionando a convocação imediata de novo acto eleitoral para os órgãos sociais do Sporting, a que naturalmente se recandidataria. Não o fez, preferindo incorrer em ilegalidades várias, barricado no Edifício Visconde de Alvalade, na companhia de Carlos Vieira, Rui Caeiro e restantes comparsas.
Como quase sempre, preferiu extremar posições.
Como quase sempre, estava errado.
Preferiu o caminho mais difícil e penoso - para o clube, para os sócios e para ele mesmo. De tal maneira que acabou destituído, por vontade dos sócios, na assembleia geral de 23 de Junho. Uma reunião magna que procurou evitar a todo o custo sem perceber que já tinha perdido capacidade de iniciativa e se limitava a ir a reboque dos acontecimentos.
Só tem, portanto, de queixar-se de si próprio.
P. S. - A que propósito é que o chamado "núcleo de deputados sportinguistas na Assembleia da República" recebe com pompa o presidente destituído, no Palácio de São Bento, dando-lhe um crédito que ele não justifica nem merece? Será que os senhores legisladores não têm mesmo mais nada para fazer?