Sim, eu apoio a selecção
Não idolatro treinador algum. Nem sequer Rúben Amorim. Nem Pep Guardiola.
Mas recuso ler uma vitória por 3-0 contra a Hungria da mesma forma que uma derrota por 2-4 contra Alemanha. Usando exactamente as mesmas palavras e os mesmos argumentos. Só porque não ou só porque sim.
Também recuso recorrer a chavões, próprios das conversas de café.
Alguns exemplos:
- "Ah e tal, eu não apoio a selecção porque não estão lá a jogar os jogadores do Sporting." Mas se estivessem, quem fala assim já apoiava. São princípios de geometria muito variável. Não são os meus. Desde logo porque não confundo Clube com selecção.
- "Ah e tal, eu detesto a selecção porque é a do Mendes e não é de Portugal." Mas quando esta "selecção do Mendes" venceu o título europeu em 2016, maior proeza de sempre do nosso futebol, muitos dos que falam assim andaram a exibir bandeiras e a cantar o hino. Até neste blogue isso ficou patente, designadamente nas caixas de comentários.
- "Ah e tal, quando Portugal ganha é sempre com sorte." Levando este raciocínio à letra, concluímos então que não perdemos por erros próprios frente à Alemanha: só perdemos porque tivemos azar. O que não explica coisa nenhuma. E deixa o debate no grau zero.
Só para concluir, sem rodeios: eu apoio sempre a selecção.
Seja quem for o seleccionador.
Haja ou não jogadores do Sporting no onze titular.
No fim, aplaudo ou critico. Mas antes e durante estou sempre a apoiar.
Era assim com António Oliveira, com Humberto Coelho. Foi assim com Scolari, continuou a ser assim com Paulo Bento. É assim com Fernando Santos.
Será assim com o próximo seleccionador, chame-se ele como se chamar.
Até pode chamar-se Jorge Jesus, como alguns parecem desejar cada vez mais.