Show me the money
Andam todos enxofrados com a derrota mas ninguém ousa sequer pôr em causa a política suicida seguida pelo papa. Seja qual a razão, não me interessa de todo, o porto inverteu a sua lógica de clube assente num bairrismo primário, fazendo do ódio aos seus adversários a sua força. A sua formação existe, mas os jogadores que de lá saem, como não geram mais-valias imediatas, não chegam à equipa principal. O Rúben Neves é obviamente uma excepção. Esquecendo a fruta, os apitos e os cafés com leite, o papa orgulha-se de tudo, mas mesmo tudo, fazer pelo seu clube, não há (havia) limites, tudo valia. Esta época, das poucas vezes que botou faladura, foi para se insurgir contra a ideia louca de acabar com a partilha dos passes com fundos de investimento. É sintomático que o ex-ddt do futebol do burgo apenas veja esta questão como fundamental para a sobrevivência do seu clube. Seja pela idade ou por vista curta, acha que a forma de se aproximar de clubes com maior poderio financeiro é associar-se a fundos que colocam jogadores por pacote em vários clubes na Europa. O que antes era controlado pelos clubes, mais recentemente as sad´s, está neste momento a ser controlado por entidades que nada têm a ver com os clubes. A decisão de contratação não está, por exemplo no porto, nas mãos do seu presidente. Este sujeita-se, de bom grado presume-se, às decisões de quem lhe paga os passes dos jogadores. As mais-valias geradas por vendas de passes são agora incluídas na contabilidade de empresas com sede em paraísos fiscais. Nessa mesma declaração o ex-ddt do futebol português afirma que se não fosse ele o porto já podia pertencer a um russo. Para lá de ser uma declaração apenas para desviar a atenção do mais importante, podemos de facto concordar. Sim, a um russo não pertence, mas seguramente que quem investe actualmente no porto não está sequer interessado em saber se as dezenas de jogadores que lá colocou servem ou não o interesse do clube, as suas necessidades. Dos quase vinte jogadores que por lá rodam, se um ou dois gerarem um bom retorno financeiro, o dia está ganho. E o clube? O clube não lhes diz respeito, a menos que seja transformado em percentagens e possa ser partilhado para poder ser revendido ao fim de um ano. O porto já esteve muito mais longe.
Mas por mim que continuem a dizer que a culpa é do Lopetegui.