Seria mais do que merecido para as leoas
Dos três “jogos grandes” que o Sporting disputou neste primeiro domingo de 2020 foi a equipa feminina de futebol que conseguiu a vitória, com um trunfo por 2-4 na visita ao Sporting de Braga. Ficou praticamente selado o destino das campeãs em título, já com oito pontos de desvantagem para o Sporting, que consolidou a segunda posição, e ainda mais três para o Benfica, que soma por vitórias todos os jogos que disputou.
A capacidade de superação de atletas como a Nemena, a Ana Borges, a Raquel Fernandes, a Diana Silva, a Carolina Mendes, a Carole Costa, a Joana Marchão, a Tatiana Pinto e tantas outras grandes leoas deve forçosamente ser recompensada. Mesmo que não em dinheiro, certamente escasso apesar de ainda não ter sido desferida a temida estocada na aposta no desporto feminino, pelo menos em reconhecimento do clube que tão bem representam.
E que melhor forma de o fazer do que realizar no Estádio de Alvalade o Sporting-Benfica marcado para o fim-de-semana de 23 de Fevereiro? Embora seja assaz improvável que as leoas possam vencer as rivais por 4-0, o que lhes daria vantagem em caso de igualdade pontual, nunca se sabe se o Sporting de Braga comete uma gracinha e rouba dois ou três pontos às actuais líderes no jogo que ainda irão disputar. E, nesse caso, bastaria vencer o Benfica, sendo certo que mesmo nos tempos da RDA havia provas de atletismo que não vencidas pelas alemãs de Leste, pese embora o seu assinalável poderio físico.
Tendo em conta que a equipa masculina joga em casa para a Liga Europa na quinta-feira anterior, o que atirará a recepção ao Boavista para a noite de domingo, porque não marcar o Sporting-Benfica para a tarde de sábado, abrindo o jogo aos detentores de gameboxes que queiram demonstrar àquelas valentes futebolistas, dignas do respeito de todos os sportinguistas, que acreditamos nelas?
Até porque seria o mínimo que a atual gerência poderia fazer para homenagear aquele excelente grupo após a desconsideração de ter tomado posse à mesma hora a que a centenas de quilómetros a equipa feminina de futebol disputava a Supertaça que só perdeu com o Sporting de Braga nos pénaltis.
Recordo-me muito bem das lágrimas da Carlyn Baldwin ao ficar ligada à nossa derrota, ainda sem poder imaginar as provações que uma lesão terrível lhe iria trazer. Mas também vou acompanhando a forma como a nossa polivalente norte-americana vai sentindo a equipa e o clube, e a esperança em voltar a pisar relvados. Bem que poderia ser o relvado de Alvalade, daqui a pouco mais de um mês e meio.