Serenata à chuva
Estava pouca gente como seria de esperar, após o desaire na Taça de Portugal, mas durante todo o tempo não foi regateado apoio à equipa, à parte uma assobiadela desnecessária à saída para o intervalo por parte da bancada sul. Bancada A, que lá por cima assobiavam-se os assobiadores.
Posso estar a ser um pouco exagerado na apreciação ao jogo, mas arrisco a dizer que foi a exibição mais consistente e conseguida desta época a nível interno.
A equipa falhou inúmeros golos na primeira parte é certo, grande parte deles por manifesto nervosismo (querer entrar com a bola pela baliza "adentro" é reflexo disso), mas esteve sempre por cima do adversário, que tem uma bela equipa e pratica um futebol muito bom.
Parecia que aqueles móveis lá na frente deambulavam em frente à cama (baliza) sem saberem muito bem quem era o guarda-fato, quem era o pexixé, quem era a cómoda, ou quem era a mesa de cabeceira.
Parece-me que o que virou o jogo foi o treinador ter percebido que um dos móveis estava ali a mais e colocando um jogador em cima da cama (o que a gente aqui lhe anda a dizer há "séculos"), fez com que finalmente fosse beijado o véu da noiva. E num ápice, fruto também da alteração táctica do adversário que queria defender o resultado com que vinha do intervalo e jogando no passar do tempo e no consequente nervosismo dos nossos, deixou a ala esquerda da sua defesa mais desguarnecida, que é o que Porro gosta e dali saiu o lance do segundo, um golaço do Nuno Santos e do terceiro, um slalom de Edwards que deu penálti.
Em resumo, na primeira parte houve uma carrada de remates e a ineficácia foi gritante e na segunda em cinco remates, três deram golo e permitiram a reviravolta.
Todos esperamos que seja A reviravolta.
Só três pontos nos separam do lugar de acesso directo à liga dos campeões (vamos ganhar por quatro de diferença ao Porto!), só dependemos de nós para lá chegar, vai haver uma paragem de mais de um mês em Novembro e Dezembro, dará para recuperar física e mentalmente os rapazes. Vamos lá, nada está perdido e com a resposta de hoje e a garra desta segunda parte, só se pode esperar o melhor.
Nota final: Não sendo eu um admirador das claques, achei um exagero a carga policial. Eu estou por cima, foi uma coisinha de nada e até agradável à vista e ver a polícia chegar, passados largos minutos do final dos acontecimentos, carregar na "malta", pareceu-me um manifesto exagero. Não vejo isso acontecer no Dragão ou na Luz, mas parece que é moda e dá pica bater no Sporting, seja de que forma for. Esperemos que quem comanda faça o balanço da intervenção e retire conclusões sobre esta disparatada actuação.