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És a nossa Fé!

Senha de identidade

Mais um que vai. Desta vez, Joelson Fernandes: 20 anos, desde 2014 no Sporting. Avançado promissor, tinha contrato até 2025. Com cláusula de rescisão de 60 milhões de euros. Sai de borla, para o campeonato turco.

Fez apenas quatro jogos na nossa equipa A.

A minha avaliação dos treinadores do SCP passa sempre também pela capacidade que revelam de aproveitar os talentos da nossa Academia.

Nem pode ser de outra maneira, pois somos um dos clubes mundiais que mais se caracterizam pela formação de excelência. Não podemos perder esta senha de identidade.

64 comentários

Pedro Correia 11.07.2023

Quando um jogador transita de júnior para sénior caindo assim a pique, a maior responsabilidade será dele.
Se começa a acontecer com muitos, e não apenas com um ou dois, haverá que questionar seriamente a equipa técnica do Sporting - nas suas diversas camadas.
Porque deixa de ser um problema individual, de X ou Y. Passa a ser um problema estrutural. Mais grave ainda, tratando-se do Sporting. Que tem inscrita, na sua cultura desportiva, a excelência da formação.
João Gil 11.07.2023

Discordo. Isso seria a inversão da lógica e de um princípio que é universal. Excelentes são a minoria, por muito excelente que seja a formação. Sobrevivem à triagem do tempo e da qualidade apenas os melhores. Nunca foi o contrário e o Sporting lá porque forma atletas de excelência não vai negar a evolução da espécie (de futebolista ou de outro qualquer praticante desportivo). E os melhores são a minoria. E no caso do futebol, um minoria mesmo muito pequena, no universo de milhares de aspirantes a estrelas. Eles aspirar, aspiram, mas depois revela-se um em mil. Do Sporting saiu há 20 anos um Cristiano Ronaldo. Uma década antes, Figo. Há 5 anos, um Rafael Leão. São mesmo muito poucos. Depois haverá uns que fazem boas carreiras, o resto é vulgaridade e anonimato. Isso é que estrutural. A excelência do método confirma a regra. Não a subverte. Isso não existe. É uma lei do universo. SL
Pedro Correia 11.07.2023

Joelson, quando se estreia na equipa A, já veio de um apertado processo de triagem. Daí já ter passado pelo tal crivo a que você alude, em várias etapas.
Faltou o resto.

Qualquer jogador que se estreia na equipa A, com 17, 18 ou 19 anos (Dário até se estreou com 16, a meu ver cedo de mais) necessita de acompanhamento reforçado em várias vertentes. Aqui não há que inventar nada. Já era assim no século passado, antes da era da internet e das redes sociais e da "informação ao minuto".
Formação integral de um jogador também passa por isto.
Ou então não chega à equipa A. Mais vale.
Transita para alguma equipa nossa equipa da primeira Liga.
Sim, equipa amiga. Também precisamos disso no futebol. Benfica e FCP também as têm, é assim que se forjam alianças.

Há dez e nove anos andávamos às voltas com os casos Bruma, Ilori e Dier, por exemplo. Todos mal solucionados na época, por motivos diversos.
Dos três, só Dier singrou realmente no futebol - outro jogador que formámos e desperdiçámos de forma incompetente.
Este acompanhamento na transição de júnior para sénior, até ao nível psicológico, torna-se mais exigente ainda.
João Gil 11.07.2023

Talvez. Admito que sim. Não sei se o futebol de alta competição serve para isso. Para um acompanhamento tipo assistência social, quase. Os jogadores são profissionais e ganham muito dinheiro. É bom não esquecer. Veja-se o caso do miúdo turco que o real Madrid acabou de contratar em disputa com o Barcelona. Os grandes craques aos 17, 18 anos já são estrelas de primeira grandeza. Eusébio , Figo, Futre, Ronaldo, Damas. São os excepcionais. Depois há os outros. Estes não precisaram de ama seca para se imporem. Porque eram excepcionais. Eu tenho pena, porque como sigo adorava ver Joelson jogar pelos juvenis. Era um miúdo que dava vontade de o esconder para ninguém o levar. E afinal sai para um clube menor, sem revelar o que lhe vimos em miúdo,
Haverá muitos assim, todos os anos. SL
Pedro Correia 11.07.2023

Não confundamos as coisas.
Nada disto é "assistência social". É protecção de activos, isso sim.
Falamos de um jogador com cláusula de rescisão fixada em 60 milhões de euros pela administração da SAD.
Essa cláusula não caiu do céu aos trambolhões.
João Gil 11.07.2023

Eu concordo. É uma força de expressão, evidentemente. Eu julgo que garantir a presença de jogadores da formação na equipa principal só é possível através de uma regra interna que imponha quotas. Isso teria de ser um normativo, um princípio interno de política desportiva da SAD, escrito de preferência. A mim não me chocaria que existisse. Como não há, o critério é o do treinador. Ontem foi JJ, agora é Amorim, amanhã será outro qualquer. Cada cabeça, sua sentença.
SL
Pedro Correia 11.07.2023

Em princípio sou contra quotas. Mas defendo uma espécie de quota informal, neste caso. Articulada entre o presidente, o director desportivo e o treinador principal.
Um compromisso de honra.
Supus que este princípio vigorava desde Março de 2020, com a chegada do actual treinador. Mas tenho agora sérias dúvidas quanto a isso.
João Gil 11.07.2023

Não creio que seja possível ter princípios informais numa entidade que gere e gera milhões de € de negócio. Mesmo nada. Mas claro, amadorismo e informalidade há em tanto sítio. Há ministros que despedem pessoas por WhatsApp…
Uma generalidade do tipo queremos ter uma equipa de futebol competitiva baseada na formação não é um princípio muito claro nem muito sólido. Há muita latitude numa ideia tão genérica. A realidade é que temos 1/11 na equipa titular, vindo da formação. Para base é muito estreita, de facto. SL
Pedro Correia 12.07.2023

Impor uma quota de jogadores na formação a um treinador que sabe de antemão vir para um dos clubes que tem na formação um dos seus emblemas principais, e sendo assim reconhecido em todo o mundo, seria- isso sim - algo que soaria a amadorismo.
Qualquer treinador da equipa principal do Sporting tem a estrita obrigação de saber isso. Não pode haver excepção a essa regra. E nem essa regra tem de estar escrita em contrato algum.
João Gil 12.07.2023

Bom dia. Não sei porquê. Não costuma ser o contratado fazer o que lhe apetece presumindo que conhece a política de quem o contrata. Costuma ser ao contrário. O contratante informa o contratado de quais são as regras a seguir.
Não sei se esta proclamação do Sporting é mais do que isso. Como digo, não me choca a existência de uma política de quotas para os jogadores oriundos da formação. Deixávamos de nos lamentar pelas saídas do TT, do Joelson, etc, que teriam oportunidades mais consistentes de mostrar valor na equipa A antes de seguirem outro rumo. Os melhores teriam seguramente mais chances de aparecer antes de vendas precoces para explodirem noutro lado e os mais ambiciosos teriam palco antes de começarem a exigir a lua. Sem isso dificilmente o Sporting aproveitará jogadores como Palhinha, que aparecem já adultos e não enquanto ainda são franganotes. JJ’s há muitos.
SL
Pedro Correia 12.07.2023

Um clube formador e com reputação mundial nessa matéria não precisa de impor quotas para que o treinador saiba de antemão que terá de apostar a sério em dois ou três jovens por época na equipa principal.
É o chamado patamar mínimo, que aliás poucos têm cumprido. Nos últimos 20 anos, infelizmente, lembro-me apenas de dois: Paulo Bento e Leonel Jardim.
Ruben Amorim ia bem lançado, mas baixou muito a média nestas duas últimas épocas.
João Gil 12.07.2023

Então se calhar é porque a mera proclamação de intenções e a fama mundial não chegam. O tal patamar mínimo está definido? É senso comum? Como é definido e por quem? Há exemplos de clubes que seguiam princípios deste tipo, até que deixaram de os seguir. Como o Benfica dos anos 60, o Barcelona, ou Atlético de Bilbao, ou o Ajax de Amsterdão. Tinham uma idiossincrasia e não abdicavam dela. Se não se vê isso no Sporting, é porque não existe ou é um princípio frágil e não suficientemente sedimentado. Não pelo treinador mas por quem tem de o definir. SL
Pedro Correia 12.07.2023

Nada tem a ver com o Benfica dos anos 60, que impunha a regra de só haver jogadores portugueses lá no clube. Vigorou até ao final dos anos 70.
A tal "mística" que criaram girava em torno disto.
Não quero nada semelhante no Sporting. Tresandava a xenofobia.
João Gil 12.07.2023

Se era xenofobia uma equipa cheia de jogadores africanos, não sei. Desconheço o conceito. Muitos anos em África. Não entro nesse tipo de discussão. O princípio, nos casos referidos por mim, era o das quotas. E eu mantenho que a única maneira de garantir um mínimo de presenças da formação na equipa principal do Sporting todos os anos é através de uma norma desse tipo. Se só temos um Inácio em 11 titulares é porque esse princípio é uma proclamação.
É bonita e soa bem, mas é uma proclamação que se vai cumprindo. Acho que faz falta proclamar menos e fazer mais. Porque não aparecem mais? É perguntar ao treinador e à direção, desportiva e sem ser. Aguardemos pelo primeiro 11 da época. SL
Pedro Correia 12.07.2023

Jamais quereria no meu clube uma norma como eles tiveram durante 70 anos de só admitirem jogadores com 'pedigree' de Portugal.
Hiper-nacionalismo bacoco.
Estrangeiros? "Go home!"

As próprias palavras que usavam e ainda usam ("catedral", "mística", etc.) deriva da ideologia nacionalista-religiosa que formatou essa agremiação.
Ainda se atrevem alguns a dar lições de democracia aos adeptos de clubes rivais.
Comigo essa treta não pega.
João Gil 12.07.2023

Discussão que não me assiste. Como lhe digo vivi num tempo e numa terra onde a questão não existia. Eu falei de quotas e quotas há-as de vária ordem. Não sei qual era o pedigree português do Eusébio ou do Dinis ou do Jordão.
Voltando à vaca fria nós temos uma quota de 1/11. Há clubes na nossa liga com mais expressão da formação nas suas equipas principais. Se o treinador tiver 100% de latitude o clube passa a ter 0% de latitude nessa definição. As academias de futebol como a do Sporting são linhas de produção de futebolistas com marca própria, para venda. No fim podemos embrulhar o presente com papel e laço. Mas não são mais do que isso. Portanto, através de que mecanismo formal ou informal é que se garante um mínimo de jogadores da formação na equipa principal, todos os anos? Note que eu não falei no mínimo. Mas se há um mínimo, como é que se assegura? Se é para haver mínimos, quem os estabelece? Eu acho que a pergunta faz sentido, como faz saber se é ou não estratégico para o Sporting acentuar essa característica na equipa principal. SL
Pedro Correia 12.07.2023

Você é que falou do Benfica. Nem me passaria pela cabeça estabelecer qualquer paralelo com esse clube.

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