Sem ninguém a ver-se ao espelho
O canal público de televisão gastou ontem à noite doze minutos - repito: doze minutos - a debater a magna questão do salário do presidente do Sporting. Foi uma forma, como qualquer outra, de tentar menorizar a vitória leonina em Vila do Conde, ocorrida pouco antes.
Curiosamente, neste debate havia duas almas muito indignadas com a nova remuneração de Bruno de Carvalho. Uma assumidamente adepta de um clube presidido por alguém que prescinde de salário - o que abre as maiores interrogações sobre os seus meios de subsistência e faz supor que essa função está reservada só a gente muito rica. Outra declaramente adepta de um clube há muito liderado por alguém com vencimento ao nível de um presidente do conselho de administração de uma empresa cotada no PSI20.
E lá rolaram esses doze minutos de relevante "serviço público" no sítio do costume. Com a demagogia à solta e sem ninguém a ver-se ao espelho.