Sem corar de vergonha
Vira o disco e toca o mesmo: Benfica e FC Porto são sempre levados ao colo.
Ontem coube a taluda arbitral aos azuis e brancos.
A perderem para a Taça de Portugal por 2-1 até aos 88', contra o Nacional, os pupilos de Sérgio Conceição viram o apitador de turno levá-los ao colo para conseguirem a reviravolta:
- Um central da equipa madeirense, Rui Correia, é expulso aos 65' por acumulação de amarelos devido a uma inócua carga de ombro idêntica a tantas que existem em qualquer jogo - a expulsão ocorreu só três minutos após a marcação do segundo golo do Nacional;
- Essa falta inexistente resulta num livre directo em zona frontal, quase à entrada da grande área, que poderia ter gerado um golo fácil;
- O FCP jogou contra dez na meia hora final, acrescida da meia hora do prolongamento.
- O golo do empate portista, antecedido do braço de Taremi a amparar a bola antes da assistência para Evanilson, é validado pelo homem do apito sem o menor sobressalto de consciência: à luz do mesmíssimo critério, mil vozes enrouqueceram a berrar que o golo de Pedro Gonçalves contra o Moreirense seria ilegal;
- O avançado iraniano, já amarelado, tem comportamento visivelmente incorrecto que lhe deveria valer o segundo cartão enquanto o árbitro António Nobre finge não ver.
Tudo em poucos minutos, transformados em instantes decisivos para o apuramento portista. Só assim seguem em frente na Taça.
Levados ao colo, eles e os outros. Para que o futebol em Portugal prossiga neste regime de duopólio implantado há décadas, em benefício de um par de emblemas - com exclusão deliberada de todos os outros. E algumas das marionetas mediáticas desses emblemas ainda se atrevem a falar em "verdade desportiva" sem corar de vergonha.
ADENDA: Louvo, ao menos, a honestidade intelectual do "Tribunal d' O Jogo". Os três árbitros são unânimes na edição de hoje do diário pró-portista: Rui Correia foi mal expulso.