Se isto é um "clube de racistas"
"Não gosto do Sporting. No meu bairro, era um clube de elite, da polícia, que não gostava das pessoas de cor, era racista", garantia há dez anos em entrevista ao Expresso essa luminária chamada Eusébio da Silva Ferreira. Eusébio tinha todo o direito de não gostar do Sporting, mas ou tinha má fé ou deveria ser muito distraído. Segundo consta, Eusébio almoçava todos os dias no mesmo restaurante em Lisboa. Um restaurante bem caro, pelo menos para os meus padrões, e onde o serviço nem é nada de especial. Mas ainda hoje consta ser frequentado por conhecidos benfiquistas (e o Sporting é que é um "clube de elite"): presumo que, para se ter o melhor serviço, deva ter que se apresentar o cartão de sócio do glorioso.
Na noite da passada terça feira este restaurante estava no mais absoluto silêncio, como era de se esperar. Quem fazia a festa era um restaurante africano mesmo em frente, encostado à linha do comboio. Tudo decorria dentro da ordem, como deve ser nesta altura, sem nenhum problema ou risco especial, sob o olhar da polícia (que não sei se era "sportinguista"). Com música, imperiais e distanciamento. Os sportinguistas estavam na rua, e estendiam-se mesmo acima da passagem pedonal da linha do comboio, ornamentando-a como a fotografia ilustra. Mas o centro da festa ali era o restaurante africano.
O que diria o Eusébio se visse aquilo? Direi mesmo que passar por este bairro de Lisboa e comparar o restaurante "benfiquista" com o "sportinguista" serviria para desmontar muitos estereótipos.