Saiu o Bruno, veio o Rúben
Com algumas semanas de intervalo o Sporting ficou sem o melhor jogador da 1.ª Liga e passou a contar com... o melhor treinador da 1.ª Liga.
Para mim isso é claro como água. Rúben Amorim conseguiu em pouco tempo transformar completamente o futebol do Sporting. Quer no modelo táctico quer na consistência competitiva, passámos dum futebol miudinho e improvisado para um futebol largo e objectivo, que num ápice transforma um aperto defensivo num lance em profundidade e numa oportunidade de golo. Em que até o Max já começa a tentar ser um Schmeichel. Conseguiu isso mesmo apesar das sucessivas baixas dos jogadores mais influentes, sem ponta de bazófia, com um discurso claro e assertivo, sempre com um sorriso nos lábios.
No fundo, parece-me que o Rúben é um pouco como treinador o que Bruno é como jogador. Objectivo, focalizado, motivador, marca o ritmo que os outros devem acompanhar, e quem tem unhas desata a tocar guitarra. Depois... acho que Bruno encaixava como uma luva neste sistema de Rúben. Que pena não podermos contar com os dois.
Cabe agora ao Sporting acompanhar também o ritmo de Rúben Amorim. A pior coisa seria pensar que com uma fase final mais ou menos vitoriosa (e vêm aí dois jogos bem complicados), agora que já temos treinador, o Sporting tem condições para cumprir o desejo de Mathieu e ser campeão na próxima época ou pelo menos voltar à Champions.
Como tenho repetidamente alertado, as referências do plantel estão reduzidas ao mínimo absoluto. Foram saindo Adrien, William, Patrício, Nani, Bas Dost, Bruno, agora Mathieu. Acuña também pode sair e, tal como ontem, assim ficamos com... Coates.
Não chega, nem pouco mais ou menos. Urge reforçar o plantel com alguns poucos jogadores credenciados e habituados a ganhar nos grandes palcos, que venham para disputar a titularidade com os miúdos de enorme talento que temos e ajudá-los a crescer nas vitórias.
E as finanças? Não existem finanças equilibradas sem sucesso desportivo. Nem paz no clube.
PS: Comentou ontem o portista Paulo Teixeira Pinto em "A Bola":
«Aura. Não se sabe bem o que é. Não se confunde com bom astral, apenas com boa sorte. Sabe-se apenas que uns têm e outros não. Sem que se saiba porquê. Parece não haver dúvidas que Rúben Amorim goza dessa aura. Porquê? Nada disso agora importa. Mas desconfio que, desta vez, o negócio entre leões e bracarenses, quando se fizerem as contas finais do deve e do haver, vai revelar-se - surpresa! - uma mina para os leões e uma perda inestimável para os arsenalistas.»
SL