Sacrifício Mateus
Nunca pensei chegar a 19 de agosto com Diomande, Inácio, Hjulmand, Pote, Trincão e Gyökeres no plantel do Sporting. Esse é o grande mérito da estrutura, este ano. Sem contar com Coates, que saiu mais cedo do que o esperado, mas cada vez mais perto do fim da carreira, o Sporting mantém o onze base que foi campeão, o que faz sonhar com o bi, sobretudo quando os rivais diretos parecem mais necessitados de encaixes e de rumo.
Ao núcleo duro juntaram-se Kovacevic (à primeira vista, não é melhor do que Israel) e Debast (já errou muito, mas vejo-lhe méritos para se impor) e estarão para chegar Maxi (ala à Nuno Santos ou extremo goleador à Trincão) e um avançado (Ioannidis ou Roque). Quenda, prodígio anunciado, tem sido o melhor reforço, titular em três jogos. Outros jovens, como Nel, Ribeiro ou Essugo também podem crescer este ano. Iago, visto como esperança do Real Madrid, também poderá ter uma palavra a dizer.
Tudo isto para chegar a Mateus Fernandes. O camisola 28 está de saída para Inglaterra e renderá, no mínimo, 15 milhões. Acredito que daqui a uma época o valor dobrasse, mas para manter o onze base há que fazer sacrifícios e esta é uma operação que custa, mas faz sentido. Mateus é da casa, mostrou qualidade e podia ser 8, 10 ou descair para a ala. Até escolheu vestir a camisola 28, com a qual Pote brilhou nos primeiros anos de Sporting. Mas sai pelo bem maior. Vai ganhar mais e jogar na melhor liga do mundo, mas ainda teria muito a dar ao clube que o formou.
A saída de Mateus, bem como a de Paulinho, venda de emprestados, as percentagens ganhas com negócios como os de Palhinha ou Veiga e ainda as possíveis saídas de outros como Fresneda, Esgaio ou Edwards, garantem que as estrelas maiores ficam por cá. Assim, a glória fica mais perto. Em teoria, claro.
Ainda gostaria de ter mais um central, experiente e sem propensão para lesões, e um médio que rendesse Hjulmand de quando em vez, mas o plantel, a manter-se mais ou menos assim, é melhor do que o do ano passado e promete muito.