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És a nossa Fé!

Rui Borges, o pragmático

Rúben Amorim foi de longe o melhor treinador do Sporting dos últimos 50 anos, transformou o seu futebol, ganhou dois títulos nacionais em quatro épocas, além doutros, e este ano estava em óptimas condições de ganhar o terceiro.

De Rúben Amorim, que defino como visionário, muito lamentamos a saída extemporânea, mas agradecemos todas as conquistas e recordamos a visão clara do caminho a seguir para o sucesso, a obsessão pela perfeição, o espírito de equipa, a capacidade de decisão nas maiores dificuldades, a sua enorme capacidade de comunicação. 

Depois duma aposta falhada em João Pereira, veio Rui Borges do V. Guimarães, e são já 16 jogos, com 7V 6E 3D, sendo as três derrotas uma no desempate por penáltis na final da Taça da Liga com o Benfica, e duas em jogos fora da Champions League (Leipzig, Dortmund), vitórias na Liga com Benfica e Porto, com o Porto na Taça de Liga. O saldo de golos está em 26-18, bem longe dos números de Amorim.

Rui Borges apanhou um bólide em alta velocidade a soluçar e perder peças, e não tem sido nada fácil mantê-lo em pista rumo à vitória final. Nunca contou com Pedro Gonçalves, teve de gerir o físico de Gyökeres, deixou de contar para o resto da temporada com Daniel Bragança e João Simões, muitas lesões aconteceram num calendário muito intenso que cortaram o ritmo de muitos e impediram o consolidar dum onze.

O primeiro elogio que posso fazer a Rui Borges é que percebeu o que o esperava e soube muito bem atacar os problemas existentes, conjugando um novo sistema táctico 4-4-2 com o respeito pelos grandes princípios do modelo de jogo treinado por Amorim, recolocando os jogadores nas suas zonas de conforto e dando-lhes todo o protagonismo nos pequenos sucessos que foram acontecendo.

 

Sempre entendi que um bom treinador não é apenas aquele que ganha mas é também aquele que pela sua capacidade de liderança projecta os jogadores de que dispõe para outros patamares de rendimento. Fresneda e Debast são dois casos de subida tremenda de rendimento sob o comando de Rui Borges, com Maxi, Quenda e João Simões logo a seguir. E os maiores craques do plantel (Diomande, Hjulmand e Gyökeres) não estão piores do que antes. Esgaio acaba de fazer o melhor jogo de que me lembro dele no Sporting.

Um bom treinador é também alguém comprometido com o clube, cuja escolha de jogadores vai bem além do curto prazo, mas obedece a um perfil e um projecto. Rui Silva e Biel vão nesse sentido, vêm preencher espaços vazios no plantel e não existem na B jogadores com esse perfil/maturidade, nos jovens tem promovido a rotatividade de oportunidades para os conhecer a todos. Falta saber que reforços vamos ter para o próximo ano e que repescagem vai fazer dos emprestados.

Tendo quase sempre a equipa entrado bem em campo e dominado as primeiras partes dos jogos, o ponto fraco de Rui Borges tem sido a demora a reagir quando a equipa começa a derrapar pelo cansaço ou pela força do adversário, ou porque não consegue antecipar os problemas, ou porque o banco não lhe dá garantias de mudança para melhor. Jogadores que sofreram amarelos duvidosos acabaram por ser expulsos, jogadores que entraram comprometeram a equipa.

No que respeita a bolas paradas, defensivas e atacantes, não tendo feito as contas, não me parece que a situação actual seja pior do que a que existia com Amorim, digamos que seja idêntica e pode bem melhorar.

No que respeita à Comunicação, ainda se nota imenso a falta de Amorim. O Sporting está a falar por várias vozes, o que se diz no balneário salta para os jornais, as lesões não são explicadas, existem jogadores que desmentem boatos. Amorim sozinho dava conta do recado. Rui Borges não tem essas valências, muita falta faz um novo Octávio Machado na estrutura.

 

Resumindo, Rui Borges é o pragmático que sucedeu ao visionário. Prático, objectivo, sensato, funciona por tentativa e erro. Não tem médios para o 4-4-2? Vai em 3-4-3 e "siga a marinha". 

Isso pode dar a ideia, aqui e ali, de falta de convicções, de vistas curtas, de falta do "golpe de asa" que define os  treinadores de topo.

Mas se calhar é o treinador certo no momento certo para conduzir o Sporting ao sucesso esta época.

E se com todos os problemas que tivemos a época acaba por correr bem?

Eu confio em Rui Borges!

SL

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