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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

De começar o campeonato com o pé direito. Estreia absoluta do Sporting a abrir a Liga 2024/2025. Em casa, com excelente ambiente, com mais de 38 mil sócios e adeptos demonstrando toda a confiança na equipa sob o competente comando de Rúben Amorim. Resultado muito positivo: vencemos o Rio Ave por 3-1 e demos espectáculo, sobretudo num primeiro tempo de elevadíssima qualidade. Temos equipa.

 

De Gyökeres. Começa a nova época com o mesmo fulgor revelado no início da anterior, conquistando a massa adepta leonina logo aos primeiros toques. Foi o dínamo da equipa. Assiste para Pedro Gonçalves brilhar no primeiro golo e aos 63' marca o terceiro concluindo o que Trincão iniciara num remate desviado pela defesa rioavista. Aos 46', mal soara o apito para o recomeço, fez a bola bater na trave. Esteve muito perto de bisar aos 73'.

 

De Pedro Gonçalves. Pela terceira vez nos últimos cinco campeonatos foi dele o golo inaugural da prova máxima do futebol português. Fez o gosto ao pé logo aos 6', concluindo com irrepreensível técnica um belo lance ofensivo com assistência de Gyökeres. Podia ter repetido a dose aos 21', também com o sueco a servi-lo. Aos 26', atento, recupera a bola após oferta desastrada do guardião Jhonatan e dá-lhe grande finalização num remate em arco para a gaveta. Não foi chapéu, foi cartola: assim surgia o 2-0. Está imparável. acaba de conseguir o 17.º bis da sua carreira. Melhor em campo.

 

De Quenda. Estreia em casa, num jogo oficial da equipa A, da atracção máxima da formação leonina - arma já não secreta do treinador para a época agora em curso. Rúben confiou-lhe a ala direita e fez muito bem: o rapaz, com apenas 17 anos, deu boa conta do recado. No plano defensivo, já com eficaz leitura de jogo, mas sobretudo a atacar: é dele o milimétrico passe de ruptura que faz a diferença na construção do primeiro golo: magnífica linha de 30 metros desenhada a pensar no golo. Funcionou como pré-assistência. Temos craque. 

 

Do nosso meio-campo. Maturidade plena do duo composto por Morten e Morita: combinam na perfeição. Dominaram por completo o corredor central, forçando a turma de Vila do Conde a esgueirar-se para as alas, onde também eles acorriam sempre que necessário para fazer dobras. Com Morita igualmente activo no apoio à defesa, recuando para compensar o adiantamento dos alas, e também procurando o golo, que quase conseguiu aos 18'. Merecem aplauso.

 

Da troca de Debast por Diomande. Depois da péssima estreia do central belga na Supertaça, fez muito bem o treinador leonino em deixá-lo no banco com Diomande a entrar para o onze - e logo com a missão de desempenhar a missão anteriormente atribuída a Coates. O marfinense cumpriu no essencial, dominando o jogo aéreo, recuperando bolas, construindo com critério. E ainda tentou o golo, por duas vezes, na sequência de cantos. Pena a desconcentração final, permitindo a desmarcação de Clayton no solitário golo do Rio Ave.

 

De toda a nossa primeira parte. Jogo de sentido único. Excelente exibição do Sporting, encostando a equipa adversária às cordas, com bola ao primeiro toque, súbitas variações de flanco e exploração do ataque na profundidade. Vimos os três lá da frente em contínuas desmarcações - Trincão menos exuberante do que os colegas mas igualmente com nota positiva. Com 2-0 ao intervalo, o ritmo abrandou no segundo tempo, mas sem perdermos o domínio da partida. E aos 90'+3 ainda mandámos uma segunda bola ao poste, por Rodrigo Ribeiro, que entrara quatro minutos antes para render Morita.

 

De Rúben Amorim. Mereceu justas críticas na Supertaça, merece agora elogios. Rectificou o que se impunha, manteve os criativos Geny e Quenda nos flancos externos, motivou os jogadores para ultrapassarem o desaire da perda do troféu, incutiu-lhes ânimo de colectivo vencedor. E foi fazendo as trocas que se impunham à medida que ia notando situações de maior desgaste físico fazendo entrar Mateus Fernandes, Edwards, Matheus Reis, Daniel Bragança e Rodrigo.

 

De terminarmos o jogo com seis da formação. Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Quenda, Mateus Fernandes, Daniel Bragança e Rodrigo Ribeiro. Fica o registo, para mais tarde recordar.

 

Da arbitragem. Boa actuação de João Gonçalves, impondo o chamado critério largo que imperou no Europeu 2024. Deixa jogar, sem protagonizar nenhum festival de apito. Devia ser sempre assim.

 

De ver o Sporting marcar há 43 jogos consecutivos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde a Liga 2022/2023. Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.

 

Da nossa 18.ª vitória consecutiva em casa. Todo o campeonato anterior, mais esta ronda inaugural da Liga 2024/2025. Há 70 anos que não nos acontecia algo semelhante. Saldo destas 18 partidas em golos: 60 marcados e 12 sofridos.

 

De continuar a ver o Sporting sem perder em casa. Acontece há ano e meio, desde Fevereiro de 2023, quando o FCP nos derrotou então. Não voltou a acontecer. São já 25 partidas sem derrotas no Estádio José Alvalade.

 

De termos disputado 22 jogos consecutivos sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, disputada em Guimarães, a 9 de Dezembro.

 

 

Não gostei

 

Do golo sofrido. Na única ocasião de que o Rio Ave dispôs, aos 90', também único momento em que a defesa leonina perdeu um duelo nesta jornada inaugural do campeonato. Diomande deixou escapar Clayton, colocando-o em jogo e o avançado vilacondista desferiu um remate que Vladan - sem conseguir fazer a mancha, apanhado a meio caminho já fora dos postes - foi incapaz de defender.

 

Da ausência de Coates. É certo que desta vez o bloco defensivo cumpriu, mas não deixou de se fazer sentir a falta do capitão uruguaio, melhor central do Sporting neste século XXI. Comandou a nossa defesa durante oito temporadas. Merece registo. E ovação grata.

 

De iniciarmos o campeonato ainda com uma importante lacuna na equipa. Será muito complicado encontrar um substituto para Paulinho? Um segundo avançado é assim tão difícil de encontrar? Já não há paciência para o folhetim do grego que faz-que-vem-mas-nunca-mais-chega. 

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