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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Da nossa vitória de ontem no clássico contra o Benfica. Abrimos com chave de ouro, fechámos da mesma forma: com dois golos decisivos. O mais madrugador do século num clássico em casa frente ao velho rival, apontado logo aos 46 segundos desta partida intensa, disputada sempre num ritmo muito rápido. E aquele que poderá ter decidido o desfecho do campeonato, ocorrido no minuto inicial do tempo extra. Segunda ocasião na temporada em que vencemos os encarnados no nosso estádio - primeiro para a Taça, agora para  Liga 2023/2024.

 

De Geny. Partida de sonho para o moçambicano de 23 anos nesta sua primeira época como titular leonino. Foi ele o autor dos dois golos que nos proporcionaram os ambicionados e preciosos três pontos nesta recepção ao Benfica. Ele fez por isso, não só a marcar mas a jogar, criando sempre perigo na sua ala, pondo a defesa encarnada em sobressalto, vencendo sucessivos duelos com Aursenes, um dos melhores do onze adversário.

 

De Coates. Gigante na defesa. Transmitiu serenidade e segurança neste seu 255.º jogo na Liga de leão ao peito. Evitou dois golos - de Neres, aos 65', e Rafa, aos 68'. Um pilar.

 

De Israel. Havia muitas dúvidas sobre o seu estatuto como titular da baliza leonina. Que terão ficado desfeitas, em definitivo, quando voou entre os postes para impedir aquele que seria um golo monumental de Di María. Falta-lhe agora, sobretudo, melhorar a reposição de bola com os pés, mas é indiscutível: o sucessor legítimo de Adán está encontrado.

 

De Gyökeres. Terceiro jogo consecutivo do internacional sueco sem marcar de leão ao peito. Nunca tinha acontecido. Mas voltou a dar forte contributo ao colectivo leonino. Sempre dinâmico, sempre inconformado, sempre em jogo. Aos 25' ofereceu a Trincão um golo que o canhoto desperdiçou. Aos 52', disparou um tiro com o seu pé-canhão que foi embater com estrondo na barra. Pelo segundo desafio seguido. Vai ter de marcar em Barcelos para desfazer o enguiço.

 

De Pedro Gonçalves. Fez-nos falta na recente meia-final da Taça, quando fomos à Luz empatar 2--2 com ele ainda a recuperar de lesão. Ninguém trabalha tão bem entre linhas no Sporting, sem posição constante, muito difícil de marcar - tanto funciona como um 10 à antiga, como um segundo avançado ou como um médio com propensão ofensiva. Foi ele o criador do nosso golo inicial: recuperou a bola na meia esquerda, serpenteou em slalom pela defesa benfiquista e cruzou com classe para Geny finalizar. Fazia-se a festa em Alvalade 46 segundos após o apito inicial, no nosso golo mais rápido num embate com o SLB desde um disparo certeiro de Balakov em 1992.

 

De Rúben Amorim. Por um lado soube tirar as devidas conclusões do embate anterior com o Benfica, quatro dias antes, mudando metade dos jogadores de campo no onze inicial. Além disso voltou a ler muito bem o jogo, operando as substituições que se impunham ao trocar Morita por Daniel Bragança (54') e Gonçalo Inácio por Diomande (72').  

 

Da nossa eficácia. Não só por termos marcado na primeira oportunidade que criámos, ainda no minuto inicial do clássico, mas pelo que as estatísticas do jogo nos indicam: produzimos três remates enquadrados dos quais saíram dois golos. Índice elevadíssimo de aproveitamento, agora já com a estrelinha de campeão a reluzir- nos.

 

De ver as bancadas cheias. Números oficiais: 48.103 espectadores presentes em Alvalade. Melhor casa da temporada para acompanhar ao vivo o jogo que nos pode ter valido o título três anos depois da última conquista - mas desta vez já sem pandemia.

 

Da nossa 24.ª vitória consecutiva em casa na Liga. Alvalade é talismã para a equipa desde a época passada. Fizemos o pleno no campeonato em curso, até agora com folha limpa.

 

De ver o Sporting marcar há 36 jornadas seguidas. Sempre a fazer golos, desde o campeonato anterior. Reforçamos a nossa posição no topo das equipas goleadoras. Basta comparar: temos 79 marcados, mais 17 do que o Benfica, com menos um jogo disputado. E cumprimos ontem o 14.º desafio consecutivo sem perder na Liga 2023/2024.

 

De mantermos a liderança isolada. Agora com 71 pontos - que podem passar a ser 74 quando se cumprir finalmente o jogo ainda em atraso com a nossa visita a Famalicão. Prossegue a contagem decrescente para a conquista do troféu máximo do futebol português. Cada vez estou mais convicto de que vamos lá chegar.

 

 

Não gostei

 

Do golo sofrido, aos 45'+3. Mesmo no fim do primeiro tempo: o SLB reduziu para 1-1, fomos empatados para o intervalo. Na cobrança de um livre junto à nossa linha direita, por Di María em pontapé cruzado que encontrou Bah sem marcação: Matheus Reis ficou nas covas. Nas bancadas de Alvalade sentia-se repetir o espectro do Benfica-Sporting da primeira volta, quando sofremos dois golos em três minutos do tempo extra, passando de vencedores virtuais a derrotados reais. Mas a história desta partida acabaria por ser diferente.

 

Do árbitro. Artur Soares Dias protagonizou novo festival de sobranceria, arrogância e mediocridade, evidenciando-se como rei dos cartões. Mas manteve no bolso aquele que mais se impunha: o vermelho, aos 33', a punir Di María por agressão a Pedro Gonçalves com um soco no nariz. Terá sido alertado pelo vídeo-árbitro Luís Godinho, mas recusou ver imagens do lance e limitou-se a um suposta advertência verbal ao argentino, que nem amarelo viu. Confirmando a incompetência do mesmo apitador que não hesitou em amarelar Geny logo aos 4', por alegada simulação. Como pode um sujeito destes ser considerado "melhor árbitro português"?

 

Do cartão a Morten. O dinamarquês viu o nono amarelo, aos 27', o que o impede de participar no próximo jogo. Baixa importante contra o Gil Vicente.

 

Do cartão a Nuno Santos. Exibido por Soares Dias aos 90'+1, aparentemente por protestos quando estava sentado no banco (não foi utilizado neste Sporting-Benfica). São os cartões mais inúteis e desnecessários, que apenas prejudicam a equipa. Por causa disto, também o ala esquerdo fica impedido de participar na partida de Barcelos.

 

De Gonçalo Inácio. Voltou a tremer frente ao Benfica. O que se passará com ele? Inacreditável, a sucessão de lapsos com passes falhados, entregas de bola, duelos perdidos. Teria sido uma catástrofe se o parceiro Coates não andasse muito atento aos deslizes do colega. Aos 72', deu lugar a Diomande. Já foi tarde.

 

De Morita. Em quebra de forma, incapaz de suster o meio-campo encarnado, comprometeu com perda de bola que deu origem a um ataque perigoso. Saiu cedo, aos 54'.

 

Do inacreditável falhanço de Daniel Bragança. Mesmo em cima da linha de golo, na extremidade esquerda da baliza que tinha um metro à sua frente, enrolou-se com a bola e foi incapaz de a meter lá dentro numa emenda após canto, aos 88'. Parecia o fantasma de Bryan Ruiz em 2016 revivido em Alvalade. Felizmente Geny, três minutos depois, viria a dissipar as dúvidas: o pesadelo não iria repetir-se.

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