Rescaldo do jogo de ontem
Gostei
De termos superado mais um obstáculo. Ontem à noite derrotámos o Estrela por 2-1 num estádio tradicionalmente difícil. Há quase 16 anos (desde Dezembro de 2006) que não enfrentávamos esta equipa na Reboleira. Deram boa réplica, tal como já tinham feito em Alvalade, na primeira volta do campeonato: nessa altura vencemos também por resultado tangencial (3-2).
De Trincão. O melhor em campo. Recuperado da lesão num pé, que infelizmente o impediu de marcar presença em dois desafios da equipa das quinas após ter sido chamado pelo seleccionador Roberto Martínez. Há males que vêm por bem: o minhoto fez excelente partida. Participa nos dois golos - no primeiro, aos 23', com impecável cruzamento junto à linha assistindo Paulinho, que marcou de cabeça; no segundo, aos 40', protagonizando a recuperação de bola que lhe permitiu o disparo bem colocado, para defesa incompleta do guarda-redes e consequente recarga de Nuno Santos. Quase marcou, ele próprio, aos 84': o remate rasou o poste.
De Daniel Bragança. Novamente capitão da equipa. Encheu o campo com o seu futebol requintado, distribuindo jogo, sempre de cabeça bem levantada: raros jogadores como ele têm uma noção tão clara do espaço disponível para a progressão e do tempo necessário para colocar a bola. Sempre muito marcado, "conseguiu" amarelar dois adversários que lhe travaram o passo à margem das regras. Nota artística num toque de calcanhar para Trincão (47') e num espectacular passe picado para Gyökeres (59').
De Nuno Santos. Marcou pelo segundo jogo consecutivo: há cerca de ano e meio que não lhe sucedia algo semelhante. Fez muito por isso: foi dos mais combativos, nunca dando um duelo por perdido. Sentenciou a partida, garantindo os três pontos, ao marcar o segundo, pouco antes do intervalo. Quase bisou com um disparo bem colocado aos 50' - travado só com defesa apertadíssima de Bruno Brígido.
De Paulinho. Trabalhou muito para a equipa, sem se esconder do jogo. Foi recompensado com enorme ovação ao marcar o nosso primeiro - fuzilando as redes de cabeça, num disparo indefensável. E vão três golos seus nos dois mais recentes jogos, primeiro com o Boavista e agora frente ao Estrela.
Do nosso colectivo. Mesmo com cinco titulares habituais fora do onze, demonstrámos indiscutível superioridade. Dominando a partida em todas as parcelas do terreno. Fazendo pressão constante sobre o portador da bola. Empurrando o Estrela para o seu reduto. E resolvendo o jogo ainda na primeira parte, embora sem desistirmos de ampliar a vantagem.
De ver poupados a cartões os nossos jogadores que estavam em risco. Dos que integraram o onze inicial, eram Diomande e Nuno Santos - ambos já com quatro amarelos. Aos 80' ainda entraram Esgaio (também com quatro) e Morten (com oito, faltando-lhe só mais um para ficar de fora). Passaram imunes: Matheus Reis, que não estava à bica, foi o único dos nossos a ser admoestado pelo árbitro Fábio Veríssimo.
Do apoio vibrante dos adeptos. Grande parte dos 6764 adeptos presentes nas bancadas da Reboleira puxaram pelo Sporting do princípio ao fim. Quase parecia que jogávamos em casa.
De ver o Sporting marcar há 35 jornadas seguidas. Sempre a fazer golos, desde o campeonato anterior. Reforçamos a nossa posição no topo das equipas goleadoras. Basta comparar: temos 77 marcados, mais 16 do que o Benfica, com menos um jogo disputado. E cumprimos ontem o 13.º desafio consecutivo sem perder na Liga 2023/2024.
De mantermos a liderança isolada. Agora com 68 pontos. Prossegue a contagem decrescente para a conquista do troféu máximo do futebol português. Cada vez estou mais convicto de que vamos lá chegar.
Não gostei
Do golo sofrido, aos 17'. Na sequência de um canto, após saída em falso de Israel (que falhou aqui mas tinha feito excelente defesa pouco antes e voltaria a destacar-se noutra, aos 35'). Balde de água fria, ainda na fase inicial do encontro. Mas fomos para cima deles e protagonizámos rápida reviravolta: sete minutos depois já empatávamos.
Da ausência de golos na segunda parte. Tentámos bastante, sem conseguir. E desta vez nem Gyökeres - sempre muito marcado por Miguel Lopes, ex-defesa leonino - fez o gosto ao pé. Faltou-nos o terceiro golo que sossegaria os adeptos sem necessidade de aguardar pelo apito final.
Da ausência de Pedro Gonçalves. O melhor jogador português do plantel leonino nem no banco se sentou: continua ausente, devido a lesão. Também Coates não foi à Amadora, neste caso devido a indisposição passageira que não o impedirá certamente de alinhar na terça-feira, contra o Benfica, para a Taça de Portugal.
Do desgaste físico dos jogadores. Vários deles saíram com aparentes queixas musculares após duelos mais intensos na disputa de bolas divididas naquele relvado muito pesado: aconteceu com Morita, Geny, Paulinho e Nuno Santos, por exemplo. Terão três dias para recuperar a boa forma antes do embate para a Taça na Luz.