Rescaldo do jogo de ontem
Gostei
Da vitória em Portimão. Outro triunfo leonino, desta vez por 2-1. Foi o 12.º em 15 jornadas desta Liga 2023/2024. Quarto consecutivo. Terminamos o ano civil da melhor maneira. Mostrando que somos a equipa a jogar melhor futebol e com mais solidez exibicional. Num estádio que não costuma ser fácil para os chamados "clubes grandes". E numa jornada em que Benfica (contra o Famalicão) e FC Porto (contra o Chaves) viram penáltis claros perdoados por árbitros incompetentes.
Da nossa segunda parte. Após 45 minutos iniciais com diversos momentos penosos, enfrentando um Portimonense que defendia com sete ou oito, formando muralha intransponivel, conseguimos ser muito mais acutilantes na etapa complementar. Menos conformados, menos previsíveis, menos apostados em bombear bolas de forma rotineira. Fez toda a diferença, para melhor.
De Gyökeres. Começa a ser repetitivo: voltou a ser o melhor em campo. Foi ele a desbloquear o jogo, após o empate a zero que se registava ao intervalo, inaugurando o marcador. Aos 59', coroando de forma exemplar um excelente passe de Pedro Gonçalves que era quase meio golo. O internacional sueco - autêntico "abono de família" da nossa equipa - dispôs apenas dessa oportunidade. Que não desperdiçou: já soma 11 golos no campeonato. Mas proporcionou, ele próprio, uma assistência de bandeja a Paulinho, aos 90'+5: o colega só precisaria de empurrar. Infelizmente, não conseguiu.
De Morita. Grande jogo do internacional japonês, revelando inegável classe com a bola nos pés. Disponibilidade total para as tarefas defensivas e ofensivas, funcionando como pêndulo da equipa. Aos 75', fuzilou a baliza de Portimão, levando Vinicius a fazer a defesa da noite. Cinco minutos depois, assistiu Paulinho no golo que nos garantiu os três pontos.
De Adán. É verdade que sofreu um golo. Aos 68', na marcação de um livre com a barreira mal formada em que foi apanhado em contrapé: dificilmente poderia ter mantido as redes invictas na conversão desse castigo. Mas salvou a equipa duas vezes cortando o ângulo de remate ao portador da bola que se isolava para a meter lá dentro. A primeira aos 78', a segunda aos 85' - esta com a ajuda de Eduardo Quaresma nesse lance complicado. Exibição positiva, a merecer destaque.
Do nosso segundo golo. Valeu-nos os três pontos. Fruto de eficaz jogada colectiva em que intervieram Matheus Reis, Nuno Santos, Morita e Paulinho, com este a rematar de calcanhar, tendo a sorte do seu lado: a bola tabelou primeiro no defesa Alemão, traindo o guarda-redes. Valha a verdade: todo o lance começou com um lapso da equipa de arbitragem, que assinalou pontapé-de-baliza para o Sporting quando devia ter sido canto favorável ao Portimonense. O VAR não pode intervir em lances destes.
De ver o Sporting marcar em todos os jogos. Ainda não ficou em branco neste campeonato. Já contabilizamos 32 golos: mais dez do que o FC Porto, mais quatro do que o Benfica. Por enquanto só o Braga marcou mais.
De somarmos 37 pontos em 15 rondas do campeonato. Apenas oito pontos perdidos. Nas deslocações a Braga, Guimarães e Luz. Mantemos folha limpa em casa.
De terminarmos 2023 no comando. Mantemos a liderança isolada do campeonato e continuamos em todas as frentes, de aspirações intactas. O Natal ficou para trás. Vamos festejar o Ano Novo de forma ainda mais alegre e vibrante. A sonhar com o título máximo do futebol português.
Não gostei
Da primeira parte. Sem oportunidades de golo e apenas um pontapé enquadrado com a baliza: aos 45'+1 por Edwards, que levou a bola a sobrevoar a trave. Dez cantos e quinze remates desperdiçados.
Das ausências simultâneas de três titulares. Faltaram Coates (por lesão), Gonçalo Inácio e Morten (ambos por castigo). Fizeram falta.
De Neto. Actuou no onze, como central à direita, revelando as limitações técnicas que já lhe conhecemos: abusa dos passes à queima, arriscando entradas negligentes. Numa delas, aos 34', viu Manuel Oliveira mostrar-lhe o amarelo: com outro árbitro, talvez a cor fosse outra. Já não regressou após o intervalo: foi substituído, com vantagem, por Eduardo Quaresma.
De Paulinho. Viu-lhe ser creditado um golo, beneficiando da carambola em Alemão. Mas protagonizou um festival de desperdício, fiel à sua imagem de marca. Aos 49', muito bem servido por Edwards, cabeceou à figura. Aos 57', novamente a centro do inglês, atirou para fora. Aos 66', ainda com Edwards a municiá-lo quando estava isolado, demorou uma eternidade a finalizar, permitindo o corte da defesa. Aos 90'+5, com a baliza à sua mercê e Gyökeres a assisti-lo, fez o mais difícil, incapaz de a meter lá dentro. Impossível dar-lhe nota positiva.
Das tochas atiradas para a nossa baliza logo a abrir o jogo. Letais ao Sporting, travestidas de "claques", confirmaram uma vez mais que são inimigas do clube. Merecem um castigo pesadíssimo que vai tardando.