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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de ontem

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Gostei

 

Do regresso ao Estádio José Alvalade. Pontapé de saída da Liga 2023/2024 ainda com luz solar (o jogo começou às 20.30) e bancadas muito compostas (mais de 37 mil espectadores). A saudar o novo campeonato que começa após um defeso que nos pareceu demasiado longo. 

 

De começar com uma vitória. Foi muito suada, mesmo no último lance do encontro: três pontos arrancados a ferros, no décimo minuto de tempo extra, esgotados já os oito suplementares decididos pelo árbitro Fábio Melo, em estreia auspiciosa na Liga I - oxalá tenha carreira longa e bem-sucedida. Reeditando, de algum modo, o que acontecera no campeonato anterior, em que só um penálti aos 90'+5, convertido por Porro, nos deu os três pontos - então vencemos por 2-1, agora por 3-2. Confirmando o Vizela (onde há três nossos ex-jogadores) como uma equipa muito complicada.

 

De Gyökeres. Sim, é reforço. E que reforço! Não estavam esgotados os 14 minutos iniciais da partida inaugural do campeonato para o potente avançado sueco demonstrar ao que veio. Tem faro de baliza, quer muito marcar. Bisou, com 82 segundos de intervalo. No primeiro, a centro de Matheus Reis, tira dois defesas da frente com uma simulação de corpo e fuzila cruzado, de pé esquerdo. O segundo, aos 15', é todo inventado por ele, começando numa recuperação de bola que também protagonizou. Ainda tentou um terceiro, de cabeça, após canto, aos 27'. E tem intervenção decisiva no disparo do triunfo, com uma assistência - também de cabeça. Exibição brilhante, de longe o melhor em campo. Não podia ter começado melhor.

 

De Morita. Actuou como um todo-o-terreno, procurando suprir a ausência de um médio defensivo de raiz (o reforço dinamarquês, chegado ontem, ainda só estava na tribuna, Tanlongo foi riscado do plantel e Dário nem foi convocado). Esteve em todo o lado, com enorme pulmão: quem diz que não aguenta 90' equivoca-se. Foi o rei das recuperações, aferrolhando o corredor central enquanto formou duo com Daniel Bragança. No segundo tempo, tendo um displicente Pedro Gonçalves como par, viu-se várias vezes isolado perante três adversários nessa zona. Mas nunca baixou os braços, foi sempre à luta.

 

De Paulinho. Ausente do onze inicial, em campo desde os 64', desta vez resolveu - ao minuto 100 do jogo, e logo com o seu pé "cego", o direito. Transformou um mais que provável empate numa quase miraculosa vitória. Tributado com merecida ovação no estádio.

 

Da aposta de Rúben Amorim em jovens. Além de Geny, titular como ala direito, e do regressado Daniel Bragança (boa primeira parte, saiu ao intervalo por precaução após um choque), o treinador fez alinhar também Afonso Moreira, que rendeu Matheus Reis aos 64'.

 

Do resultado ao intervalo. Vencíamos por 2-0, somávamos quatro outras oportunidades de golo. O Vizela fez o primeiro remate enquadrado já no tempo extra da etapa inicial. Tudo apontava para goleada. Ou, pelo menos, para um triunfo tranquilo, sem o alucinante sufoco do quarto de hora final.

 

De termos cumprido 15 jogos seguidos sem perder. Se somarmos o de ontem às 14 rondas finais da Liga 2022/2023, é este o número de desafios que já levamos sem conhecer o mau sabor da derrota em jogos oficiais.

 

Da nossa folha limpa perante o Vizela. Já os defrontámos em onze partidas - sempre a vencer. Caso inequívoco de maioria absoluta.

 

De já levarmos três pontos de avanço sobre o Braga. Os arsenalistas foram derrotados em casa (1-2), na ronda inaugural, pelo vizinho Famalicão. 

 

Da "estrelinha". Nem Amorim, na conferência de imprensa final, negou a evidência: estes três pontos após termos consentido a reviravolta do Vizela em minuto e meio, já perto do fim, assinalam o regresso da abençoada deusa da fortuna que nos foi acompanhando durante o inesquecível campeonato 2020/2021. Antes assim.

 

 

Não gostei

 

Da displicência da equipa após a meia hora inicial. Vários jogadores actuaram sem intensidade, sem genica, sem entrega ao jogo. Como se já tivessem cumprido mais um dia de rotina no escritório. Isto deu ânimo aos vizelenses, que foram avançando no terreno e somando investidas perigosas à nossa baliza. Podiam ter marcado o primeiro aos 63', por Ricardo Nascimento: Adán desviou o disparo com a ponta das luvas.

 

Do nosso colapso defensivo. Os dois golos da equipa visitante, aos 75' e 77', resultaram de clamorosas falhas colectivas. Com os de Vizela a fazer o contrário do que vínhamos produzindo: bola a rolar rápida, ao primeiro toque, ataque eficaz à profundidade, contragolpe veloz em contraste com a lentidão dos nossos. No primeiro, Adán é também mal batido: saiu não só da baliza como da grande área e só conseguiu meia-defesa com os pés enquanto Coates defendia com os olhos. No segundo, o capitão uruguaio entregou a bola ao adversário, deixando os colegas desposicionados. Dois jogadores formados na nossa Academia (Tomás Silva e Nuno Moreira) construíram esse golo em poucos segundos.

 

De Pedro Gonçalves. Partida calamitosa do nosso ex-n.º 28, agora tendo nas costas o número oito, que pertenceu a Bruno Fernandes. Arrastando os pés, com aparente falta de energia, desperdiçou quatro golos. Aos 22', isolado por Gonçalo Inácio, deixou a bola fugir pela linha de fundo. Aos 27', bem servido por Trincão, deixou-se antecipar pela defesa. Aos 57' atirou para a bancada após assistência milimétrica de Edwards pelo lado esquerdo. Aos 81', novo balão para a bancada. O melhor que fez foi um remate rasteiro, aos 57', que o guarda-redes interceptou com facilidade. 

 

De Trincão. Faz sempre mais uma finta, ensaia sempre mais um rodriguinho, vai dando voltas ao carrossel. Embrulhando o jogo. Incapaz de seguir a pedalada de Gyökeres, nem acelerou nem demonstrou intensidade. Prestação falhada: saiu aos 64', dando lugar a Paulinho. 

 

De Edwards. Espécie de cópia de Trincão, em campo durante toda a segunda parte - foi ele a substituir Daniel Bragança. Enquanto o minhoto gira no carrossel, o inglês cola-se à bola e parece querer levá-la para casa. Esquecendo-se de jogar para a equipa.

 

De Afonso Moreira. Estreia em jogos oficiais entre os maiores. Rendeu Matheus Reis, numa substituição algo insólita pois o brasileiro estava a cumprir e tinha até feito a assistência para o primeiro golo. O jovem ala esquerdo decidiu quase sempre mal, embrulhando-se em fintas que resultaram em desarmes fáceis. Veremos quando voltará a ter nova oportunidade. Esta foi desperdiçada.

 

Da aparente lesão de Daniel Bragança. Após choque de cabeças, numa bola disputada com Nuno Moreira, o nosso médio criativo, pareceu atordoado. Já não regressou do intervalo. A equipa ressentiu-se. No primeiro tempo, foi ele o principal estratego e organizador do onze, fazendo boa parceria (inédita) com Morita. É verdade que falhou um golo cantado, aos 43', atirando para a bancada após assistência de Gyökeres. Mas também ofereceu outro, num excelente passe picado a isolar Trincão, que desperdiçou.

 

Das vaias. Decorria o minuto 54, vencíamos por 2-0. Mesmo assim, escutaram-se estrondosos assobios no estádio. Visado: Trincão, por ter perdido duas vezes a bola em lances consecutivos. Nunca entenderei esta atitude do "tribunal" de Alvalade, rasgando a própria equipa enquanto decorre um jogo. Mantém-se a péssima tradição: enerva os nossos, moraliza os adversários. Quem tanto gosta de assobiar, devia fazê-lo em casa.

 

Foto minha, minutos antes do jogo, ontem no regresso a Alvalade

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