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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

De ver a nossa equipa bater-se contra doze. Fomos ao Dragão arrancar o empate mais difícil e suado deste campeonato. Não por causa do poder de fogo do adversário - que perdeu ontem os primeiros dois pontos em casa - ou da sua superioridade técnica ou táctica, mas porque ficámos reduzidos a dez durante mais de 45 minutos, quase toda a segunda parte acrescida de 12 (!) minutos de tempo complementar. E enfrentámos doze: não apenas o onze portista, que se manteve incólume até ao apito final, como seria de esperar sobretudo em casa, mas também o inefável João Pinheiro, um dos mais incapazes e incompetentes árbitros portugueses.

 

De começar o clássico com eficácia máxima. Duas ocasiões de golo, ambas concretizadas antes do minuto 35. Em ataque rápido, muito bem organizado, com a bola de pé para pé, perante o descalabro da defensiva portista, que nos concedeu imenso espaço. Nós aproveitámos da melhor maneira. Balanço final: quatro remates, dois golos. Difícil conseguir melhor.

 

Dos nossos dois golos. Jogadas magistrais, que merecem ser revistas. O primeiro, aos 8', começa a ser construído com um magnífico passe longo de Esgaio lá atrás, junto à linha direita, cruzando para Matheus Reis no flanco oposto. O nosso ala esquerdo progride com ela e faz um cruzamento perfeito para a cabeça de Paulinho, que muito bem colocado, à ponta-de-lança, dispara de cabeça para o fundo das redes, inutilizando o esforço de Diogo Costa para a deter. O segundo, aos 34', merece ser inscrito em compêndios e revela como é competente o treino de Rúben Amorim nas sessões de trabalho em Alcochete: 42 segundos de puro futebol, com a bola a transitar de baliza a baliza sempre ao primeiro toque, com toda a equipa envolvida (14 toques no total). O desfecho foi assim: Matheus Nunes coloca-a em Matheus Reis (novamente ele), que a leva a sobrevoar a área portista para Sarabia, atento ao segundo poste, cruzar recuado e ali surgir Nuno Santos a encostar sem contemplações. Tudo bem feito. 

 

Do resultado ao intervalo. Vencíamos por 2-1 em casa do adversário. E convencíamos nesta partida em que nos colocámos em vantagem logo aos 8'. Quando os jogadores se dirigiam para o balneário tinham reduzido em três pontos a diferença face à equipa anfitriã, líder do campeonato.

 

De Adán. Uma vez mais, imprescindível. Se saímos com um ponto do Dragão, neste desafio de dez contra doze, em boa parte se deve ao nosso guarda-redes. Sem responsabilidade nos golos sofridos aos 38' e 78', fez uma defesa magistral a uma cabeçada de Grujic num dos últimos lances da partida, aos 90'+10, impedindo a vitória portista que seria totalmente injusta.

 

De Matheus Reis. Elejo-o como melhor em campo. Não apenas por ter intervenção directa - e fundamental - na construção dos nossos golos, e por ter sido competentíssimo nas duas posições em que actuou (foi lateral e central). Mas sobretudo pela garra e pelo brio revelados num dos estádios mais difíceis do País, sem se deixar condicionar pelos 45 mil espectadores que puxavam pela equipa da casa, nem pelas provocações do banco adversário, nem sequer pelo tendencioso desempenho do senhor de apito que inclinou o campo. Quando foi preciso cerrar fileiras e defender em desequilíbrio de forças, ele valeu por dois.

 

De Ugarte. Amorim apostou nele como médio de contenção em vez de Palhinha, desta vez fora do onze titular. Aposta ganha: o jovem internacional uruguaio bateu-se como um verdadeiro Leão no relvado portista. Vencendo vários duelos, recuperando a bola, nunca dando um lance por perdido. Já com Palhinha em jogo, a partir do minuto 55, formou com ele uma parede eficaz contra o ímpeto ofensivo do adversário que beneficiava de vantagem numérica. Saiu só aos 90'+2, exausto, dando lugar a Tabata. Dever cumprido.

 

De Matheus Nunes. Trabalho mais discreto do luso-brasileiro, mas não menos eficaz na elaboração da teia leonina no corredor central, sobrepondo-se com frequência aos adversários directos naquela zona do terreno. Fundamental no início da construção do segundo golo, obra-prima de organização colectiva.

 

De termos disputado o 27.º jogo seguido sempre a marcar. A última partida em que ficámos em branco foi o Borussia-Sporting, para a Liga dos Campeões, em 28 de Setembro.

 

De termos anulado a vantagem do FCP. Após este 2-2, o desempate será a nosso favor em caso de igualdade pontual no fim da Liga 2021/2022. No jogo da primeira mão, a turma azul e branca foi empatar 1-1 a Alvalade.

 

 

Não gostei

 

Do árbitro. João Pinheiro inaugurou novo método de apitar os jogos: primeiro exibe o cartão amarelo sem qualquer justificação, depois pede desculpa aos amarelados talvez para aliviar a má consciência. Teve influência directa não apenas no desfecho da partida como no caos disciplinar subsequente, num espectáculo lamentável que todo o País presenciou pelas imagens televisivas. Aos 27' mostrou amarelo a Coates na disputa de uma bola com Taremi em que o agredido foi o nosso capitão leonino, vítima de um pisão do iraniano, que escapou sem castigo. Sabendo que errara (e após pedir desculpa, sem retirar o cartão), Pinheiro volta a exibir o cartão ao uruguaio, expulsando-o aos 49'. Manifesta injustiça, delito de lesa-futebol. Viria também a amarelar Palhinha por falta inexistente, aos 71'. Se houvesse um mecanismo justo e sério de avaliação dos árbitros, este não voltava a apitar desafios da Liga principal até ao fim da época.

 

De termos jogado só com dez durante mais de metade do clássico. Devido à injustíssima expulsão de Coates, Amorim teve de organizar a equipa num 5-3-1 de emergência, fazendo sair Sarabia e reforçando o meio-campo defensivo com a inclusão de Palhinha. Aos 66', Neto substituiu Nuno Santos, regressando Matheus Reis à lateral esquerda. Do mal, o menos: deu para minimizar os estragos.

 

Do empate. Os portistas só por duas vezes conseguiram furar a nossa muralha defensiva. Infelizmente para nós, foi quanto bastou para perdermos dois pontos no Dragão. E mantermos assim a distância de seis face à turma anfitriã. Estamos agora dependentes de duas derrotas - ou de três empates - do FCP para conquistarmos o bicampeonato. Não é impossível, mas tornou-se mais difícil. E não podemos voltar a ter percalços, como aconteceu com as derrotas sofridas contra Santa Clara e Braga.

 

De não termos contado com Porro e Pedro Gonçalves. Ficaram preservados para o próximo embate do campeonato, a recepção ao Estoril. Males que vieram por bem. E há que reconhecer: Esgaio e Nuno Santos foram substitutos à altura, dando boa conta do recado.

 

De vermos mais de meia equipa excluída do próximo desafio. Coates, Tabata e Palhinha por expulsões (os médios já no sururu que se seguiu ao jogo), Esgaio por ter visto o quinto amarelo e provavelmente Nuno Santos e Matheus Reis por alegado "comportamento antidesportivo" (um disse um palavrão e outro fez um gesto obsceno, coisas jamais vistas em estádios de futebol). Pelo menos estes. Falta saber como estarão os restantes jogadores no capítulo físico. 

 

Do péssimo final do jogo. Simplesmente vergonhoso. E totalmente inaceitável, até com agressões de elementos da estrutura portista a jogadores do Sporting. O "dragão" no seu pior: merecia ser interditado se houvesse coragem para enfrentar esta gente ao nível da justiça desportiva portuguesa. Mas não há, como bem disse Frederico Varandas nas desassombradas palavras que proferiu depois do jogo, sujeitando-se ele próprio a ser agredido por aquela turba sempre impune.

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