Rescaldo do jogo de ontem
Gostei
Da vitória. Triunfo claro e justo em Alvalade contra o Moreirense, embora pela margem mínima. Tal como sucedera nos desafios face à mesma equipa nas duas épocas anteriores. É nestes confrontos que se ganham ou perdem campeonatos. Seguimos em frente pressionando o Benfica.
De Coates. Voltamos a dever-lhe uma vitória. Foi ele o marcador do solitário golo deste triunfo leonino. Logo aos 16', do modo que ele tão bem faz: na sequência de um canto, num belo remate de cabeça, elevando-se acima dos centrais adversários. O capitão leonino - homenageado antes do jogo por já ter envergado 250 vezes a camisola verde e branca - parece querer repetir as excelentes exibições da época anterior, coroada com o título de campeão nacional para o Sporting e com ele a sagrar-se o melhor jogador do campeonato.
De Daniel Bragança. Alinhou desta vez como titular, formando parceria com Palhinha no meio-campo. Cumpriu, por vezes com brilhantismo, confirmando-se um dos maiores talentos da nossa equipa no capítulo técnico. E também na leitura de jogo. Memorável o passe longo, do meio para a esquerda, que fez aos 42' para Sarabia, iniciando um dos nossos ataques mais perigosos. Acertou em 89% dos passes nesta partida. Merece cada vez mais figurar entre os titulares.
De Sarabia. O internacional espanhol coloca a bola onde quer. Anda a evidenciar-se de jogo para jogo. Foi dele a assistência para o golo, na marcação de um canto, e é dos pés dele que saem três soberbos passes a pedir emenda à boca da baliza, desperdiçados por Paulinho. Quase marcou de livre, aos 56'.
De Matheus Reis. Rúben Amorim apostou nele desta vez como central mais à esquerda. O ex-lateral do Rio Ave correspondeu, com uma partida de grande nível em que não perdeu um confronto individual, raras vezes falhou um passe e foi sucessivamente às dobras no corredor do seu lado quando Nuno Santos, lateral titular, se adiantava no terreno. Outro jogador que vem melhorando a cada jogo.
De Adán. Teve pouco trabalho. Mas, chamado a intervir, correspondeu com bons reflexos e domínio técnico perfeito entre os postes. Assim aconteceu aos 13' ao negar o golo a Rafael Martins.
Do bom trabalho nas bolas paradas. Quatro dos nossos últimos cinco golos resultaram de cantos ou penáltis. Sinal evidente de treino específico neste aspecto, que noutros tempos era um dos nossos pontos fracos.
De continuar a ver o Sporting invicto. Em casa, já somamos 31 jogos seguidos sem derrotas.
Do excelente ambiente no estádio. Quase 36 mil comparecemos nas bancadas de Alvalade para apoiar a equipa - o maior número desde os 41.017 registados no Sporting-Benfica de Janeiro de 2020. Os adeptos nunca regatearam aplausos aos jogadores, mesmo àqueles que tiveram exibição mais fraca, como aconteceu com Paulinho: quando foi substituído por Tiago Tomás, aos 77', o avançado leonino ouviu muitas palmas e nenhum assobio. Diferença assinalável do comportamento do público em comparação com o que acontecia noutras épocas.
Não gostei
De Paulinho. Um festival de golos falhados. Teve cinco oportunidades claríssimas para marcar - e desperdiçou todas. Aos 5', isolado por Sarabia frente ao guarda-redes. Aos 11', muito bem servido por Porro. Aos 42' e aos 47', novamente com excelentes passes de Sarabia. E, aos 48', por Pedro Gonçalves. Os números não enganam: em 27 jogos já disputados pelo Sporting, o ex-avançado do Braga ainda só marcou seis golos.
De Pedro Gonçalves. Exibição muito apagada e algo apática do melhor marcador do campeonato passado. Dá a sensação de que ainda não está cem por cento recuperado da recente lesão: precisa de mais algum tempo e novas oportunidades para voltar à excelente forma a que nos habituou. O primeiro passo foi este seu regresso aos desafios da Liga várias semanas depois.
Do cansaço visível em alguns jogadores. Isto tornou-se evidente sobretudo no segundo tempo. Porro, Nuno Santos e Palhinha foram alguns dos titulares leoninos que acusaram falta de frescura física. Consequência da recente partida na Turquia e do ritmo muito acelerado de jogos nesta altura: o Sporting irá disputar sete em pouco mais de um mês. Felizmente temos alternativas de qualidade no banco, ao contrário do que sucedia em temporadas anteriores.
Das oportunidades perdidas. Podíamos e devíamos ter terminado esta partida com uma vitória mais dilatada face às oportunidades criadas, sobretudo nos 45 minutos iniciais. Embora o Sporting mantivesse o jogo controlado, estivemos à mercê de um empate que poderia surgir num inesperado lance de bola parada junto à nossa baliza.
De continuarmos a registar só vitórias tangenciais. Sabe a pouco, é verdade. Mas, felizmente, qualquer delas nos tem valido três pontos.
Foto minha, captada esta noite em Alvalade